31 agosto, 2009

Começa tudo de novo…

Sob a ideia generalizada de que será um mero e desnecessário requisito legal, começou EM CAMPO a edição 2009-2010 da Liga Sagres, envolta nos habituais histerismos e euforias por parte de alguns, e com a tradicional calma e concentração por parte de outros. É fácil de constatar que, nos últimos 30 anos, salvo alguns acidentes de percurso ou fenómenos esquisitos, em Portugal tem-se assistido à vitória da capacidade de trabalho, da humildade e do esforço, em contraponto com a euforia desmedida, o “novo-riquismo” ou os saudosismos “salazaristas”.

Basta olhar para os quadros oficiais da Liga Portuguesa de Futebol Profissional para, de forma constante, lermos um nome que teima em não desaparecer das páginas douradas do futebol português (e também mundial): FUTEBOL CLUBE DO PORTO! Tudo o resto, são balelas e histórias de encantar e embalar o povinho que ano após ano se enche de mil e uma esperanças, e de mil e um sonhos irrealizáveis. Desportivamente, Portugal é um país em que há uma clara mistura entre o que se quer que aconteça e aquilo que acontece na realidade.

Foi neste contexto eufórico e pateta que começou então a Liga Sagres. Empate do FC Porto em Paços de Ferreira, num jogo muito quezilento e pouco jogado, em que finalmente se fez justiça, isto é, expulsou-se o jogador mais violento e faltoso (pelo menos para os árbitros portugueses) da Liga. Hulk, continua com aquela mania estúpida de fazer entradas imprudentes e violentas aos seus adversários, bem como agressões e afins. Já a época passada na Amadora, o Hulk entrou violentamente aos pés do jogador do Estrela e ficou não sei quantas semanas no estaleiro, como em Guimarães, como em… (é melhor parar por aqui…)

Quanto ao futebol propriamente dito, o começo do FC Porto até nem foi mau. 7 pontos em 9 possíveis, sendo que 2 dos 3 jogos foram realizados fora de portas. Face à apertadíssima concorrência, segundo a nossa comunicação social, este era o começo que todos nós desejávamos, não cedendo terreno para os mais directos adversários. Agora, segue-se uma paragem de 2 semanas para dar lugar aos jogos da selecção nacional que tem dois confrontos perfeitamente fulcrais para a confirmação daquilo que praticamente já é certo: o adeus à fase final do mundial a disputar na África do Sul!

Finalmente, o inevitável assunto do sorteio da Champions. Devo dizer-vos, em abono da verdade que dos últimos anos, este será o grupo mais trabalhoso e complicado de passar, contudo, nada que não seja impossível. O ano passado, frente a colossos como Arsenal, Manchester Utd ou Atlético de Madrid, demonstramos toda a nossa força e poderio europeu. Este ano, não pode, nem deve ser diferente. FORÇA FC PORTO!

30 agosto, 2009

Jogo pobre, rico resultado!

assistência: --- espectadores.

árbitros: Elmano Santos, Sérgio Serrão e Valter Oliveira; 4º árbitro: João Capela.

NAVAL: Peiser; Tiago Ranow, Gomes, Diego Ângelo e Camora; Bruno Lazaroni, Alex Hauw e Godemèche; Simplício, Bolívia e Davide.
Substituições: Tiago Ranow por Marinho (62m), Davide por Ouattara (63m) e Simplício por Tandia (81m).
Não utilizados: Jorge Batista, Lupede, Nkake e José Mário.
Treinador: Ulisses Morais.

FC PORTO: Helton; Fucile, Rolando, Bruno Alves «cap.» e Álvaro Pereira; Fernando, Belluschi e Raul Meireles; Mariano, Falcao e Varela.
Substituições: Mariano por Rodríguez (59m), Falcao por Farías (71m) e Álvaro Pereira por Sapunaru (79m).
Não utilizados: Beto, Guarín, Valeri e Maicon.
Treinador: Jesualdo Ferreira.

disciplina: Cartão amarelo a Álvaro Pereira (58m) e Ouattara (66m).

golos: Falcao (8m), Varela (61m), Rolando (76m, na p.b.) e Farías (77m).


Nesta 3ª jornada, os TETRA campeões nacionais deslocavam-se à Figueira da Foz para defrontar a Naval 1º Maio, um adversário que não tinha deixado boas recordações da época passada no primeiro dia do mês de Novembro, tendo sido desde então, a última equipa a derrotar os Portistas no que a jogos do Campeonato dizia respeito.

Apesar dessa má recordação, e em face de ser o primeiro dos 3 grandes a entrar em acção nesta jornada (para além do SC Braga), cabia ao FC Porto a responsabilidade de fazer prevalecer o seu favoritismo, com o objectivo de passar para a liderança provisória da Liga e carimbar desde logo, a marca dos 7 pontos, antes da paragem do campeonato devido a compromissos da selecção nacional.

O Prof. Jesualdo Ferreira, para este jogo, apostou nos mesmos 18 da convocatória anterior… mas também no mesmo onze da última jornada, para iniciar a partida.

O FC Porto entrou de facto melhor na partida, exibindo uma velocidade de jogo bastante apreciável, e quase sempre, ao primeiro toque. Nesta fase, em plano de destaque, estava a ala esquerda, com Álvaro Pereira e Raul Meireles a carrilar muito jogo para Varela, que aproveitando alguns espaços defensivos, ia criando lances de perigo junto da área navalista.

Fruto desta pressão, logo aos 8 minutos, Varela cruza para a área, onde surge Mariano Gonzalez a amortecer a bola para o centro da área, onde aparece Falcão a fuzilar autenticamente a baliza adversária, marcando o seu 3º golo em tantas partidas do campeonato.

Inexplicavelmente, este golo madrugador, fruto da já muito boa rapidez de execução dos movimentos ofensivos, quase que adormeceu a equipa, que perdeu qualidade de jogo, mas acima de tudo, deixando a condução da partida, praticamente nas mãos dos da casa, o que em nada abona a um TETRA campeão. Afinal, esta pecha na atitude do jogo, após vantagens no marcador, que não sendo nova, até bem pelo contrário, espera-se que não seja para continuar, é o que concerteza mais desejamos, pois a isso, direi, que se chama, “brincar com a sorte”.

Com isto, os da casa aproveitaram a deixa e subiram de produção, mais concedida do que conquistada, tendo mesmo criado algumas oportunidades para chegar ao empate, mas a falta de pontaria e até mesmo as desconcentrações (consecutivas) de Helton, não foram suficientes para o desbloqueio da vantagem Portista, que ao intervalo, era já lisonjeira em face do domínio que concederam aos da casa, direi, infantilmente.

Para a segunda parte, talvez fruto de algum puxão de orelhas nos balneários, os jogadores entraram mais acutilantes, não obstante os da casa continuarem a vender cara essa vantagem Portista.

Ao quarto de hora da etapa complementar, e o jogo vendo-se repartido, foi o FC Porto a marcar de novo e dilatar a vantagem para um resultado agora mais confortável, com dois golos de diferença. Falcão vê bem a diagonal de Varela e executa um grande passe a rasgar toda a defensiva, deixando este último na cara do guarda-redes, que depois de o fintar com muita classe, só teve mesmo que encostar a bola para uma baliza completamente deserta.

Este golo, mesmo com 30m ainda de jogo por se jogar, parecia ter selado a partida, já que o adversário teria ido hipoteticamente ao tapete. No entanto, à passagem dos 75m, um autogolo de Rolando veio colocar a dúvida no resultado final, sem que por esta altura, os da casa, estivessem a merecer este reacender da chama.

Mas, esquecidos ou não, por essa altura, já morava em campo um tal de Farias, entrado a substituir Falcão pouco antes, que verdade seja dita, tem fama e proveito de veia goleadora, e como em tantas outras, mais uma vez, não precisou de muito tempo para deixar sinal da sua presença em campo. Com o habitual killer-instinct dos ponta-de-lança, aproveitou uma bola perdida na área adversária para à saída do guarda-redes, limitar-se a picá-la em direcção à baliza, tornando a colocar a vantagem em 2 golos para o FC Porto.

Dali e até ao apito final de Elmano Santos, foi um instante, já com pouco ou nada de relevante a dizer do jogo e dos jogadores, pois a vontade, de ambas as partes, já não parecia muita para o que quer que fosse.

Com este resultado, o FC Porto assume provisoriamente a liderança do Campeonato, soma 7 pontos em 9 possíveis, e aumenta para 26 jogos consecutivos a invencibilidade no campeonato.

O Sonho do Penta regressa já a seguir...

ps - vale o que vale, mas só porque me apetece, aqui vai: 180m sem Hulk, duas vitórias, seis pontos, seis golos marcados e um (auto-)golo sofrido. Para bom entendedor, acredito que meia-palavra bastará... ou não?! Esta, é nem mais, nem menos, do que palavrinha de adepto que idolatra... o FC Porto!!!

29 agosto, 2009

Figueira da Foz... 3 pontos para nós!!!

Contam-se mais de 9 meses. Na última visita à Figueira, “a montanha pariu um rato”. Os adeptos emudeceram, que não em críticas, outras vozes se levantaram e o ónus das profecias versavam uma só tónica, a desgraça. Os factos que lhe davam corpo?!?! Algo pouco visto no historial do Dragão. Três derrotas consecutivas!

E de repente a Champions ali tão longe, ontem a natural ordem das coisas, e o seu sorteio na ordem do dia, o assunto passa por ora ao standby, face a nova jornada da Liga Tuga. Antecâmara do primeiro hiato competitivo, (pausa para a Selecção), a visita do Dragão à Figueira da Foz reveste-se das habituais frases feitas e factores de dificuldade, onde qualidade e motivação, misturados com as dimensões do terreno, comportam um atenuar das diferenças entre os emblemas contendores.

Ainda hoje lia a propósito do feito nacionalista na Europa, que doses certas de trabalho, mescladas por entre a coragem de uns e o talento de outros, conferem aos pobres capacidade para ganharem aos ricos.

Os Navalistas, não sendo um emblema histórico do campeonato, têm trabalhado para cimentar posições entre os melhores. Nem sempre capazes de fugir ao desassossego da luta pelos lugares de descida, a verdade é que a aposta em Ulisses Morais, tem tido reflexos positivos, sendo que a permanência é o objectivo, cuja competência lhes permite defender.

Equipa de parcos recursos, tem sido recorrente a forma como procura no mercado gaulês, mormente nos escalões de 2ª linha, o equilíbrio do plantel, optando por valores regulares em rendimento, em detrimento da espectacularidade.

Ulisses usa como modelo um 4x3x3, onde norteia os movimentos pela dinâmica, mas que facilmente e amiúde se vê manietado, sempre com ideia no pontinho, a equipa mostrou-se algo masoquista e envolta num fato de vaidades que o técnico fez questão de tornar público, objectivando desde logo o despertar de mentes, como forma de diluir as assimetrias face ao jogo com o campeão.

A pré-temporada não desnudou muito sobre a capacidade da Naval. A perda de Paulão e mais recentemente de Marcelinho, configuram talvez uma sensação de ser uma equipa uns furos abaixo da época passada, até porque o onze não deu a conhecer unidades e substitutos à altura.

Na baliza, Peiser, conta com o trabalho defensivo do seu quarteto para, se possível, reduzir os possíveis lances de concretização fácil, pelo menos, ao mesmo número ínfimo da temporada passada. Diego Ângelo e Lupède, são pois, os seus fiéis escudeiros.

Percorrendo a espinha dorsal Figueirense, destacaria a velocidade e virtuosismo técnico de Alex Hauw, Davide e Marinho, suportados no labor rigoroso posicional de Lazaroni e Godeméche, como garantias do manter das linhas equilibradas no plano defensivo, mas simultaneamente, ancoras e bússolas do passe de transição para os médios volantes, com particular incidência no reconhecimento do espaços nos flancos.

Se as competições Europeias chancelam os méritos colectivos e elevam as individualidades, a verdade é que são estes confrontos que fazem os azuis e brancos ganharem a robustez física e competitiva para o alcançar de outros voos na Europa.

Jesualdo reconhece que tem ainda muito para esmerilar, os treinos são rotinas e as estruturas que os suportam dão segurança, a equipa vive ainda a dicotomia entre a maturidade colectiva base do TETRA e o crescimento dos que agora começam a perceber a visão colectiva que tem de emprestar em consonância com o seu talento.

A via táctica é por demais conhecida. Mecanismos tácticos, 4x3x3, interpretação básica dos princípios, alta rotação defesa-ataque-defesa, Belluschi numa intermitência mútua entre dez disfarçado, venenoso nos passes e na visão de jogo, mas ineficaz para com a natureza táctica de um passado recente, um deserto de ideias castrador de um jogo coerente.

À flexibilidade das dinâmicas, contrapõe-se a rigidez das clausuras defensivas adversárias, imperioso neste como em muitas outras partidas que se seguirão, a férrea atitude de impor caudal ofensivo, ritmos distintos capazes de capitalizar o músculo de Varela, com o instinto matador de Falcao.

As estratégias podem até passar por ser mais complexas, mas os convocados remetem-me para a velha máxima da tribo futebolística, de que em equipa que ganha não se mexe… Fernando ameaçou falhar a partida deste Sabádo, Rodriguez reforçou os índices físicos potenciando mais soluções ofensivas, para aquele que foi o calcanhar de Aquiles na pretérita jornada, finalização pouco convincente numa lógica ineficácia.

Num palco que ate à época passada era sinónimo de bons resultados, os azuis e brancos testam não só a sua evolução como equipa em regeneração construtiva, mas também a emancipação da Hulkdependência, agora num registo de jogo fora de portas.

Assim, frente à Naval de Morais, para além dos três pontos, espero um Porto de bons costumes!!!

LISTA DOS CONVOCADOS:
Guarda-redes: Helton e Beto.
Defesas: Bruno Alves , Fucile, Rolando, Álvaro Pereira, Maicon e Sapunaru.
Médios: Raul Meireles, Guarín, Belluschi, Valeri e Fernando.
Avançados: Falcão, Rodríguez, Mariano, Varela e Farias.

Eduardo Filipe... e o agradecimento público!

Do sonho, nasceu a ideia... um pequeno passo, distou à prática.

Na edição de hoje do jornal O JOGO, Eduardo Filipe, não se fez rogado à verticalidade (reconhecida) da sua pessoa, e simpaticamente, mostrou-se muito sensibilizado pelo gesto e pelo apoio que muitos e muitos anónimos Portistas lhe prestaram no passado mês de Abril deste ano.

Ao mesmo tempo, deixou no ar, (talvez) a verdadeira explicação que faltava para o fim da carreira desportiva, que se veio a confirmar há poucas semanas atrás, como tendo sido "um momento difícil, mas inevitável". Atentem em alguns excertos dessa entrevista, logo aqui abaixo:

    "Gostaria de jogar eternamente, mas chegou ao fim de um ciclo. A medicina estava sempre em segundo plano, porque o desporto foi a prioridade. Chegou o momento de estar em full-time numa actividade onde também ambiciono ser um dos melhores."

    "Já estava a entrar numa fase em que sofria um pouco e recorria aos anti-inflamatórios. Estando em medicina, sei bem o mal que eles fazem."

    Um fórum online recolheu cinco mil assinaturas para que continuasse a jogar. A petição comoveu-o. "Nunca me esquecerei. Foi um grande reconhecimento."
ps - poderás ler a entrevista, na íntegra, da edição de 28.08.2009 do jornal O JOGO, aqui, aqui e também aqui.

    28 agosto, 2009

    Liga dos Campeões 09/10 - sorteio da fase de grupos

    Com a presença regular, a ansiedade normal e a formalidade habitual que a ocasião exige, a Calçada Azul e Branca, como que a fazer frente ao glamour e às passadeiras vermelhas do principado do Mónaco, pelas 16h45 desta quinta-feira, a mais um sorteio da Liga dos Campeões, versão 09/10, com vista a conhecer os seus futuros adversários dessa imensa Europa do futebol. Outros, por sua vez, treinam-se numa qualquer academia ou centro desportivo “que sirva de treinos semanais” - parafraseando um colega do blog - e aguardam, em bicos dos pés, pela sua vez de ver a sua pequenez ser ditada num sorteio de segunda categoria europeia.

    Considerada, cada vez mais, como a mais prova elitista do futebol, todos os grandes predadores do velho continente querem lá estar e caçar, então, com facilidade, ou não, as novas presas que o futebol europeu dá a conhecer ao mundo. Olhando, por exemplo, para alguns nomes do Pote 4, desde logo nos apercebemos que esta competição está, pelo menos, a ficar difícil de pronunciar.

    A sorte dos clubes bem como aquilo que é este competição, equipara-se a qualquer coisa como ao irmos a um casino de fino requinte, direccionarmo-nos a uma das slot machines disponíveis (e costumam ser muitas), colocarmos a moeda na ranhura e esperar que a combinação das três figuras nos traga os tão desejados euros, neste caso os milhões. Pois bem, a nossa moeda/destino trouxe-nos figuras como os ingleses do Chelsea, os espanhóis do Atlético de Madrid e os estreantes cipriotas do Apoel.

    E que dizer do nosso fado? Desde logo este é um sorteio marcado no regresso dos jogadores emigrantes portugueses a Portugal e muitos deles a uma cidade a um clube/estádio que bem conhecem. Começando por aquele que à partida será o alvo mais difícil de abater, o FC Porto reencontra um, já, velho adversário das noites europeias, o Chelsea. O antigo clube de Mourinho, apesar de ter tomado um caminho ligeiramente descende face ao títulos que vinha a adquirir com o treinador português, continua a ser um clube poderoso, liderado pelo excêntrico milionário Abramovich. Depois de nos ter eliminado nos quartos de final, na edição da LC de há 3 anos, a equipa dos blues apresenta-se de novo no nosso caminho, desta feita, e mais uma vez, na fase de grupos. Ancelotti agora no comando técnico da equipa londrina tenta fazer aquilo que Mourinho não conseguiu, encontrando-se por exemplo, ainda, nos seus quadros profissionais jogadores como Hilário, Paulo Ferreira, Ricardo Carvalho e Deco, pedras nucleares em 2004 na equipa do Futebol Clube do Porto que nos levaram a erguer o troféu de campeões europeus. De referir que na liga inglesa, contam já com um ciclo infernal de três vitórias em três jogos, em que apenas não sofreram golos na última partida, sendo de estranhar pois esse é um dos seus sectores mais equilibrados da equipa, da qual Ancelotti não deve mexer até pela cartilha que traz do Catenacio.

    Outro dos adversários é o, também, conhecido Atlético de Madrid, dando uma onda de continuidade entre os actuais e ex-jogadores portistas. Desta feita é Paulo Assunção que fará novo regresso ao Dragão, depois de no ano passado ter visto a eliminatória dos oitavos de final tender para o lado do FC Porto, com dois empates, valendo na altura a vantagem de dois golos fora do agora avançado do Lyon, Lisandro Lopez, e uma exibição de encher o olho da equipa portista. A equipa da capital espanhola, apresenta-se à partida como um misto de alternância entre o que é bom e o mau, tendo como ponto fraco, o facto de sofrer muitos golos, andando ainda por estes dias à procura de um defesa que lhe traga alguma estabilidade, depois de ter visto sair o carismático guarda-redes, Leo Franco. No entanto, e avisados que ficaram da sua ultima eliminatória na Champions, prometem ser o nosso principal opositor à classificação para os oitavos de final, contando com um ataque demolidor encabeçado por Aguero e coadjuvado com nomes como Diego Forlán e Simão Sabrosa. De salutar que este Atlético é o mesmo, que o ano passado, foi a Inglaterra derrotar o Liverpool.

    O último dos adversários a ser conhecido, foi o estreante Apoel, proveniente do Chipre. Sendo a equipa menos conhecida, transporta consigo o facto de ter sido protagonista da maior derrota nas competições europeias (16-1) frente ao Sporting. Não deve, no entanto, ser subestimada esta equipa, até porque deixarmo-nos levar pelo erro fácil de que o futebol cipriota ainda é aquele que está associado a goleadas, é como digo, um erro. As viagens desgastantes e os ambientes difíceis que por aqueles lado se vivem, costumam fazer moça e conjecturam sempre uma desvantagem para com quem os visita. A equipa do Apoel conta no seu plantel como nomes bem portugueses e conhecidos dos nossos relvados, como Hélio Pinto, Paulo Jorge e Nuno Morais, assumindo-se este último como o patrão da equipa e aquele que a carrega às costas. Equipa mais acessível SIM, mas facilitismo NÃO.

    Os grupos estão conhecidos, os estádios estão à espera, o campo é relvado, são onze de cada lado e a bola é redonda. Os ingredientes estão lançados e o sonho permanece cá dentro e cresce aos poucos. Preparem os vosso sofás, ponham as minis no frigorifico e o tremoço em sal de molho, o Hino vai soar, a Liga Milionária e o futebol espectáculo vai (re)começar!

    Agora, escolha!! - semana 3

    Rui Correia

    Data de nascimento: 22-10-1967 (41 anos)
    Situação actual: Treinador de guarda-redes no S.C. Olhanense
    Posição: Guarda-redes

    Clube anterior ao FC Porto: Braga
    Clube posterior ao FC Porto: Salgueiros

    Épocas no FC Porto: 4 (1997/98, 1998/99, 1999/00, 2000/01)
    Campeonatos ganhos no FC Porto: 2 (1998, 1999)

    Pontos de exclamação: quando foi contratado, e depois das exibições que lhe vi fazer no Braga, vi a luz ao fundo do túnel para ultrapassar o fantasma de Vítor Baía.
    Reticências: pouco tempo depois percebi o significado de ilusão de óptica.

    Alguns jogadores importantes com quem jogou: Vítor Baía, Jorge Costa, Paulinho Santos, Aloísio, Jardel, Capucho, Deco

    Rui Correia rubricou uma bela exibição na final da Taça de Portugal de 1997/98, contra a sua ex-equipa, o Braga. Negou por duas vezes o segundo golo do adversário, contribuindo (e de que maneira) para mantermos o 2-1, e matarmos o jogo com o terceiro (e inesquecível) golo do Artur.



    Na semana passada a votação em Sérgio Conceição como "Dragão" foi esmagadora! 107 dos 132 participantes votaram nessa opção. Também eu me incluo nessa esmagadora maioria. Sempre admirei a raça e a qualidade técnica acima da média do grande Sérgio. Pena foi a 2ª passagem pelo clube, com uma fraca condição física, que mesmo assim nunca apagou a boa imagem que tinha do jogador. Devia-lhe ter sido oferecido mais um ano de contrato para mostrar o que mostrou no Standard Liège, onde foi considerado o melhor jogador da época 2004/05.

    Desta vez ninguém conseguiu acertar no jogador a votos esta semana, pese embora terem havido respostas igualmente válidas. O treinador parecido com Rui Correia era o Victor Fernández. Na próxima semana a votação irá recair sobre um jogador que entrou em depressão profunda assim que soube que tinha sido contratado para jogar futebol, e não para a secção de pugilismo. Os pais gostavam tanto dele que lhe colocaram um apelido que todos os comentadores da bola se recusavam repetir. E mais não digo. Quem será?

    Saudações,
    Dragon Soul


    27 agosto, 2009

    O novo Rei Midas...

    Ora bem. A equação é fácil de memorizar e de uma aparente simplicidade. Comprar barato + potenciar o jogador = vender caro. Tem sido esta a fórmula de sucesso portista, nos últimos anos, permitindo encaixes financeiros significativos, perante a incredulidade geral e a inveja particular dos rivais.

    Não se tornando mero entreposto de jogadores, nem ostentando o pomposo nome de Academia num qualquer recinto que sirva de palco a treinos semanais, o FC Porto tem sabido resistir aos tempos modernos, adaptando-se a mercados constantemente em ebulição. Coleccionando títulos e honrarias, mas mantendo sempre um notável espírito de conquista e competitividade, os Dragões mantêm-se à tona da água, num mar europeu infestado de tubarões, sacrificando pontualmente a elevação da equipa a um novo patamar de competência desportiva.

    Críticas e opiniões à parte, sobre os gastos do dinheiro – e os prejuízos regulares, riscados a vermelho, nos relatórios financeiros – sabe-se de onde provem as quantias dispendidas em novas contratações.

    E os rivais?

    Pois. É aqui que a “porca torce o rabo”. O manto de silêncio, habitualmente acompanhante das demonstrações de resultados nos clubes rivais, tem sido a tónica generalizada na imprensa dita desportiva. O Sporting, sabe-se, vive na penúria, numa espécie de reedição moderna das crises da nobreza, contadas nos cadernos escolares. Os herdeiros do Visconde de Alvalade debatem-se com uma escassez de “cash-flow”, endividados até ao tutano por constantes projectos megalómanos, culminando no estado de inanição actual: controlados pela Banca, com um passivo de arrepiante grandeza e muitos dígitos, correndo o sério risco de uma “belenensização”, a médio prazo.

    Resposta parcial. Um dos rivais não tem dinheiro. E não gasta acima do que pode, tolhido pelas rédeas curtas do “projecto finance”. Segue o ditado popular. “Quem não tem dinheiro, não tem vícios…”

    Basta atravessar um bocado de asfalto e passar para o outro lado da 2ª circular para a história sofrer uma transformação ao nível das fábulas. Separados por mera centena de metros, mas a anos-luz de distância na prepotência, arrogância e despotismo. Na Luz, reeditam-se, sob o imenso aplauso da turba e a concordância encapotada de escribas, os tempos áureos do foragido Vale e Azevedo. Não se rasgam – ainda – contratos, mas esmaga-se de forma contundente a oposição interna. E perpetram-se fugas para a frente, desesperadas, procurando o pote do ouro no final do arco-íris.

    Os prejuízos, impossíveis de branquear nos relatórios auditados, são sumariamente explicados com o estafado recurso ao chavão da “falta de sucesso desportivo”, como se este explicasse o buraco negro por onde são sugadas as contas do SLB.

    Procurando a eternização do poder, avessa a contradições democráticas, o presidente populista dos encarnados, reconhecido facilmente pelo enorme volume dos seus apêndices auditivos, adquiriu o toque de Midas dos iluminados. O recurso sistemático a receitas futuras, hipotecando os rendimentos de anos vindouros, tudo em nome do “sucesso desportivo”.

    Parece um estratagema brilhante, ainda não aproveitado, em tempo de crise económica, por um qualquer político de pacotilha. “Estamos tesos? Estamos, mas não se pensa mais nisso”. Imprudente? Claro, mas alguém há-de, em caso de as coisas não correrem bem – leia-se, “se o Benfas não for campeão” – deitar uma mãozinha caridosa. Não foi assim no passado, com o penhor de acções que de valor nada apresentavam, perante o beneplácito de um poder político predisposto a manter o estado artificial de felicidade encarnada?

    E aí reside a explicação para que, ao contrário de anos anteriores, se assista a um cerrar de fileiras tão fervoroso, com a máquina propagandista vermelha a começar, logo na 1ª jornada, a sua operação de cosmética e branqueamento. Porque, sabe-se, este ano o crónico campeão do defeso terá obrigatoriamente de não defraudar os seus adeptos patetas, sob pena de incorrerem num sério risco: o de assistirem, em lugar privilegiado, à coroação imperecível do seu rival nortenho, numa hegemonia que se tornaria esmagadora. Não é assim de estranhar que os “iluminados” da Bola andem tão afadigados com paragonas e textos elogiosos, por um lado, exaltando o plantel encarnado, e dispostos a aguilhoarem o Porto, por outro, com textos execráveis, tendentes à habitual estratégia do branqueamento. Este ano, como forma de solidificar o toque do Rei Midas da Luz, vai valer tudo, numa luta titânica pela supremacia nacional.

    Depois de Xistra e do João “pode ser” Ferreira, quem estará na linha sucessória, para o jogo na Figueira? Bruno Paixão? Ou esse ficará resguardado para oportunidade melhor e mais crucial?

    Início prometedor

    Primeiro jogo oficial no nosso Estádio do Dragão, e um belo apoio dos nossos ultras. Tal como tinha dito na semana passada, sou a favor de que as nossas claques criem ambientes adversos para os adversários, principalmente, sempre que jogarmos no nosso Palco das Emoções, de forma a dificultar-lhes em muito, a «vida». Para além da natural valia da nossa equipa, acredito que a voz oriunda das bancadas pode provocar um certo nervosismo a quem nos defronta.

    Independentemente de contra quem jogamos, os nossos adeptos devem fazer por marcar a sua presença, puxando pela equipa ao longo dos noventa minutos. Os jogadores têm de sentir que nós, estamos com eles!

    Para primeiro jogo em casa, o estádio estava muito bem preenchido, ultrapassando a barreira dos 40.000 adeptos presentes. Todos temos uma grande objectivo para este ano, a conquista do segundo PENTA da nossa história e é importante dar apoio à equipa em qualquer circunstância da temporada. Temos de fazer cumprir o nosso papel de sócio, mostrando vontade de empurrar a equipa para a frente, para que seja mais fácil, aos nossos guerreiros, cumprirem o papel que lhes está destinado.

    Em relação ao jogo do passado Domingo, destaco, como já se percebeu, o grande número de adeptos presentes no estádio. Falando das claques em particular, a bancada sul esteve completamente preenchida e a bancada norte praticamente também. Os Super Dragões, como é habitual, com mais material, mas o Colectivo não ficou nada atrás, dando força com a sua voz, principalmente perto do fim do jogo, nalguns momentos em que do outro lado do estádio, parecia que o jogo já tinha acabado. Os cânticos dedicados aos nossos jogadores foram uma constante na segunda parte do encontro, à medida que os golos e as substituições iam aparecendo.

    No próximo Sábado, temos uma deslocação à Figueira da Foz, com o jogo a desenrolar-se pelas 21h15. Último jogo do mês de Agosto, espero uma boa deslocação dos nossos adeptos, que deverão ficar em maioria.

    Depois da Mata Real, mais um estádio pequeníssimo, sem as mínimas condições, e onde o maior defeito, é os adeptos da equipa visitante ficarem muito distanciados do relvado. Jogo sem grande historial em termos ultras, a "Squadra Verdi" e o "Colectivo Maravilhas" devem fazer as honras da casa.

    Queremos sair da Figueira com sete pontos!

    Ganha prémios do blog com a Champions...

    Hoje, pelas 16h45, no Mónaco, vai-se realizar o sorteio da fase de grupos da Liga dos Campeões, edição 2009/2010, mais uma vez, com a presença do (nosso) FC Porto, recordista de participações na fase de grupos, onde vai somar a 15ª, tal como o Manchester United.

    Assim, e em limite, até à hora de inicio do sorteio (16h45), ficas desde já convidado a participar em mais um passatempo com a chancela, BiBó PoRtO, carago!!, habilitando-te a ganhar prémios com a marca deste blog, bastando para isso, que consigas ser o primeiro utilizador a acertar em cheio no nome dos 3 adversários que farão parte do grupo do FC Porto.

    Entretanto, os potes para o sorteio de mais logo, já se encontram definidos:

    PRÉMIOS para o vencedor, são: t-shirt e cachecol oficial do blog.

    Já as REGRAS, são simples, demasiadamente simples... atentem nelas:

    1. passatempo exclusivo a bloggers registados;

    2. cada blogger registado, está limitado a um máximo de 3 hipóteses de possiveis grupos; e

    3. não serão consideradas quaisquer "previsões" que não cumpram na íntegra os pontos acima descritos, bem como toda e qualquer outra situação anómala entretanto detectada.
    Bem, agora está nas vossas mãos. BOA SORTE!!!

    26 agosto, 2009

    BiBó Melhor Jogador 2009/10, carago! - ronda 3

    Ora bem, após a 1ª ronda do campeonato alguns dos reforços já começam a aparecer na tabela de mérito. E logo eleitos como melhor e 2º melhor em campo. O melhor em campo para os nossos visitantes, foi Falcao, que como se sabe, foi o marcador do golo do empate. Em 2º lugar, ficou o irrequieto Belluschi que foi resgatado ao Olympiakos. Já em 3º lugar, o "sempre" regular, Fernando.

    Queria relembrar que apenas os bloggers registados poderão votar nesta eleição, distribuindo desse modo, a pontuação de 5, 3 e 1 ponto a 3 jogadores, jogadores esses que terão obrigatoriamente que ter participado no jogo em questão.

    Para eleição nesta semana, poderão votar em qualquer um dos jogadores abaixo referenciados:
      Helton, Fucile, Rolando, Bruno Alves, Álvaro Pereira, Fernando, Raul Meireles e Belluschi, Varela, Falcao, Mariano, Rodríguez, Valeri ou Farías.
    Um abraço e boas votações,
    Tiago Teixeira

    Formação 2008/2009 - Parte III

    Tal como no hóquei em patins, a temporada basquetebolistica divide-se em duas partes. Uma primeira parte a nível distrital e uma outra a nível nacional.

    Os Sub-20 iniciavam a época à procura do tri-campeonato distrital e o seu quinto título nos últimos seis anos. Depois de uma 1ª fase facilmente ultrapassada, a equipa azul e branca chegava a fase-final da prova como principal favorita e tendo como opositores o Maia BC, o Vasco da Gama e o seu grande adversário, o CD Póvoa.

    Depois de nas duas primeiras jornadas terem vencido facilmente os seus jogos, FC Porto e CD Póvoa defrontava-se na última jornada para a discussão do título distrital. Num jogo muito equilibrado e emocionante os dragões conseguiram-se impor à equipa poveira por apenas 1 ponto de diferença (71-70), sagrando-se assim tricampeão distrital. Destaques individuais para Pedro Catarino, Óscar Pedroso e principalmente André Bessa a "estrela" desta equipa.

    Na fase nacional, mais um vez, FC Porto e CD Póvoa provaram ser os 2 clubes mais fortes na Zona Norte, apurando-se sem muitas dificuldades para a final-four juntamente com SL Benfica e Barreirense. No entanto nesta fase a equipa azul e branco não se apresentou ao seu melhor nível, averbando 3 derrotas nos três jogos efectuados. Barreirense não deu a mínima hipótese aos adversários sagrando-se campeão nacional da categoria.

    A categoria de Sub-18, foi a única em que os dragões não conseguiram conquistar o titulo distrital. Depois de uma 1ª fase onde terminou igualado com Vasco da Gama e Guifões, os azuis e brancos não conseguiram na fase-final repetir os títulos de 2006/07 e 2007/08. Nesta fase, Vasco da Gama e Guifões apresentaram-se mais fortes com o título a ir para a formação vascaína.

    Na fase nacional, FC Porto e Vasco da Gama, dominaram, mais uma vez a zona norte da competição, apurando-se para a final-four juntamente com Barreirense e Algés. De realçar que esta fase-final decorreu no mítico Pavilhão Rosa Mota.

    Aí, apesar de ter iniciado muito bem a competição, com uma vitória sobre o Algés (82-66), os dragões não conseguiram impor-se na 2ª jornada à forte equipa do Barreirense, acabando por perder o jogo por esclarecedores 50-77. Chegados à última jornada, e com todas as equipas a registarem 1 vitória e 1 derrota, o FC Porto necessitava de vencer o rival Vasco da Gama e esperar ainda que Algés derrotasse a equipa do Barreiro. No entanto aconteceu tudo ao contrário. A equipa portista foi claramente derrotada pelo Vasco da Gama (68-80) e Algés caiu derrotado pelo Barreirense por um apertado 62-66. Com esta conjugação de resultados, o Vasco da Gama sagrou-se campeão nacional.

    Domínio completo dos Sub-16, no campeonato distrital. Com 15 vitórias e apenas 1 derrota na fase de apuramento, o FC Porto apurou-se facilmente para a fase decisiva da competição.
    Aí, apenas o Basq. Leça deu alguma luta aos portistas, perdendo o jogo decisivo por 88-82. Foi o oitavo título nos últimos dez anos neste escalão.

    No entanto, e contra as expectativas, a equipa portista foi uma grande desilusão na competição nacional, não indo além do 5º lugar na zona norte (8v e 6D), falhando acesso à fase decisiva da prova.

    Os Sub-14, tri-campeões distritais, tiveram uma temporada muito boa. A nível distrital, o domínio foi avassalador, vencendo a maioria dos jogos por diferenças substanciais. Inclusive a final-four foi um passeio para a equipa portista. Vitórias sobre Bolacesto (97-53), CD Póvoa (78-33) e Académico (66-38) demonstraram bem a superioridade azul e branca na competição.

    Na fase nacional, o FC Porto também não teve dificuldades para se apurar para a fase decisiva da prova. Com um total de 18V e 2D (Sangalhos e B.Leça), o clube azul e branco garantiu juntamente com Ginásio Figueirense o acesso à fase decisiva, que ao contrário das restantes categorias é disputada por 5 equipas.

    No entanto esta fase da prova não correu da melhor forma aos jovens portistas. No 1º jogo, frente ao seu rival da zona norte (Ginásio Figueirense), a quem tinha vencido duas vezes na fase anterior, o FC Porto desta vez não conseguiu levar de vencida a formação da Figueira da Foz tendo sido derrotada por 33-45. Com nova derrota no mesmo dia frente ao Barreirense (42-49), o clube azul e branco hipotecou as possibilidades de chegar ao titulo nacional, de nada valendo as vitórias sobre Seixal (47-46) e União Sportiva (84-30).

    No sector feminino, sector ainda muito recente no nosso clube, o destaque vai para as equipas de Sub-16 e Sub-14 que conseguiram o acesso a final four das competições. Apesar de não terem conquistado qualquer titulo, fica o registo, sinal de que se está a desenvolver um bom trabalho.

    RESULTADOS e CLASSIFICAÇÕES da época 2008/09:
    Um abraço e até para a semana,
    PedroPorto

    Parabéns, MrCosmos!



    São os votos da Heliantia, Pedro Porto, Paulo Pereira, PortoMaravilha, Tripeiro,
    Sevilha03, Sodani, Dragon Soul, Fokinha, Dragão 66, Blue Boy, Lucho, Estilhaço,
    João Rocha, Bruno Rocha, RCBC, Bluelife, Teixeira e do Zinho.

    FC Porto e MrCosmos... nestas últimas 3 décadas, lado a lado, num caminho de felicidade permanente e sucessos consecutivos! Amigo, Feliz aniversário... e que as próximas "3", se mantenham "lado a lado".

    25 agosto, 2009

    Porto, palavra exacta...

    “Só quem não sente o ardor da juventude poderá vê-la de olhos descuidados,
    Porto - palavra exacta, nunca ilude, renasce nela a ala dos namorados.”

    Este pequeno excerto do poema «aleluia» de Poeta Portuense, Pedro Homem de Mello, parece-me perfeito para iniciar esta minha crónica.

    Tempos houve em que os 6 milhões foram decretados e assumidos como verdade insofismável, ao mesmo tempo que um Clube da Invicta se contentava com palavras simpáticas e por fazer parte da festa. Hoje em dia, todos sabemos, esse Clube Portuense que alguns apelidam ainda de Regional é a Instituição desportiva Portuguesa mais conceituada Internacionalmente e tornou-se de forma sustentada e consistente o maior clube Português na actualidade. A nova geração é nossa, não tenhamos dúvidas, em qualquer Cidade Portuguesa, hoje em dia, é muito frequente encontrarmos crianças com camisolas do FC Porto. A crescente onda de entusiasmo com a hegemonia do FC Porto no futebol Nacional (e nos outros desportos também) tem conquistado os corações das crianças e por isso uma das consequências da ditadura que acabou em 1974 está a uma ou duas gerações de terminar. Somos cada vez mais, e isso atormenta, e de que maneira, os nossos rivais habituados a gerir as constantes derrotas com a desculpa de continuarem a ser o clube com mais adeptos…

    Há Portistas que referem que o início desta nossa hegemonia começou em 87 em Viena, outros dizem ter começado em 82 com a chegada a Presidente por parte de Pinto da Costa, outros falam em 84 com aquele golo no nevoeiro Escocês de Vermelhinho que nos levou à final da taça das taças. Eu acho que começou um pouco antes, em 1978, ainda eu não tinha festejado o meu 4º aniversário… Em Maio desse ano o FC Porto de Pedroto recebia o Benfica nas Antas e tinha, pelo menos, de empatar para manter a vantagem sobre o seu adversário para finalmente se festejar o título 19 anos depois… O público das Antas a menos de 10 minutos do fim do jogo estava em sofrimento com um auto-golo a dar vantagem injusta aos Lisboetas quando, na recarga a um livre, Ademir rematou uma bola meio enrolada e os milhares de fiéis Portistas sustiveram a respiração, aqueles segundos que acompanharam o trajecto da bola anteciparam o que se seguiu, um verdadeiro sismo na Cidade do Porto com epicentro no Estádio onde se mudou finalmente a história do futebol Luso. Esse golo do FC PORTO (pode ouvir o relato desse momento único, por Gomes Amaro, aqui), ainda hoje recordado com muita emoção por quem assistiu ao vivo a este jogo, foi o motivo para um profundo abraço entre dois homens no banco do Porto, José Maria Pedroto e Jorge Nuno Pinto da Costa (na foto).

    É verdade, julgo que foi mesmo aí, nesse instante, nesse abraço entre dois grandes Homens, que o nosso clube encontrou este rumo glorioso e imparável… O País Benfiquista está em decadência crescente, o Sporting continua a pertencer apenas às elites com assistências ridículas no seu estádio e enquanto isso, o clube Portuense continua o seu rumo, decidido e confiante, com a sua conhecida sede de vitória a ser constantemente renovada. Este Porto é mesmo a palavra exacta! Nunca ilude…

    “Deram tudo por nós esses atletas, seu trajo tem a cor das próprias veias e a brancura das asas dos Poetas, ó fé de que andam nossas almas cheias, não há derrotas quando é firme o passo, ninguém fala em perder, ninguém recua e a mocidade invicta em cada abraço, a si mais nos estreita: a Pátria é sua!”

    Um grande abraço do Lucho! E confessem, vá lá, todos vós, que também ficam de sorriso estampado no rosto quando vislumbram uma criança com a camisola mágica do nosso FCP...

    PS - aguardo as vossas sms com informações do sorteio da champions desta quinta feira assim como do jogo Naval-FC Porto deste fim de semana, pois estou de partida para a "terra de Fidel" e só volto dia 2...

    Livre (in)directo - Liga 09/10, semana 2

    SportingCP 1-2 SCBraga

    No jogo de Alvalade estiveram duas equipas correctas e com cultura futebolista suficiente para se respeitarem mutuamente. Foi um jogo marcado por poucos casos de difícil juízo para o quarteto de arbitragem. Exceptuando um caso logo ao minuto 3.

    A equipa do Sporting reclama grande penalidade a remate de Liedson quando a bola bate no braço do jogador do Braga. Na minha opinião, o remate por ter sido feito com grande violência e à “queima-roupa” retira a legitimidade de marcação da grande penalidade, concluindo portanto a boa decisão da equipa de arbitragem.

    Ao minuto 16 Fernandez atira-se e reclama penalti. Mais fraco que o central arsenalista, Matías tentou aproveitar o toque do jogador do Braga para se atirar para a relva. Bem o árbitro em nada assinalar.

    Hugo Viana e Mossoro vêem cartão amarelo supostamente por protestos.

    Ao minuto 44 Carriço faz falta sobre Mossorro quando este se dirigia para a baliza do Sporting. Bem o árbitro ao admoestar o defesa com cartão amarelo visto que este cortou um ataque prometedor.

    Meyong cai à entrada da área da equipa do Sporting. O jogador da casa André Marques nada fez para provocar a queda do jogador forasteiro, árbitro esteve bem ao nada assinalar.

    Ao minuto 50 contra ataque do Braga com Meyong a cair na área. Polga toca no jogador arsenalista mas sem motivo para grande penalidade.

    No mesmo minuto Liedson protesta com o árbitro assistente e é advertido. Apesar de ter razão, ou seja, não houve motivo para ser marcada falta contra a equipa da casa, não é motivo para o jogador protestar com veemência com os árbitros.

    Rodriguez corta ataque prometedor conduzido por Liedson e é advertido. Nada a dizer sobre a actuação do árbitro. Decorria o minuto 52.

    Dez minutos depois, jogada de perigo do ataque do Sporting através de um canto, Polga cabeceia e Caicedo em fora de jogo. Bem o árbitro assistente.

    Ao minuto 83 Miguel Veloso tenta sair para o ataque, rouba a bola ao jogador do Braga e Benquerença assinala falta. Mal aqui o árbitro de Leiria visto que Veloso não comete qualquer infracção.

    O ataque do Sporting é apanhado em fora de jogo, ao minuto 87, por Liedson. Bem o árbitro assistente.

    No último lance digno de registo da partida, ao minuto 88, Caicedo apanhado em fora de jogo. Apesar de ter recuperado a posição regular, no momento do passe de Rui Patrício, o atacante do Sporting encontrava-se em posição irregular. Atento o árbitro assistente assinalou a infracção.

    Avaliação global da equipa de arbitragem: 8. Olegário Benquerença, com um jogo de um nível de dificuldade alto, conseguiu cometer poucos erros e sem importância no desenrolar do jogo. No lance mais polémico da partida logo ao minuto 3, o árbitro internacional mostrou as suas credenciais e ajuizou bem. Pequenas falhas não estragam a folha de serviço da equipa.



    Vitoria SC 0–1 SLBenfica

    O árbitro de Lisboa, Pedro Proença, teve em Guimarães um jogo de um grau de dificuldade elevada. Vamos aos lances chave da partida.

    Minuto 15. Cardozo a passe de Di Maria marca golo mas é prontamente bem anulado pela equipa de arbitragem. Bem o árbitro assistente, visto que Cardozo encontrava se em posição irregular no momento do passe do argentino.

    Ao minuto 22, Di Maria cai junto a bandeirola de canto supostamente por falta de Sereno. Mal equipa de arbitragem aqui, visto que o jogador do Benfica atira-se para a relva.

    Sereno, ao minuto 40, atinge com a mão a cara de Di Maria. O uso destes membros na disputa da bola não são permitidos e segundo as recomendações da liga, devem ser punidos. Faltou o cartão amarelo ao jogador vimaranense.

    Decorria o minuto 42, quando o avançado do Guimarães, do qual não consegui obter o nome, cai na área depois de ter embatido em Luisão. Este lance constitui falta do jogador do Benfica visto que Luisâo não tem interesse em jogar a bola e impede o jogador do Guimarães de o fazer. Não havia lugar a grande penalidade. Apenas à marcação de um livre indirecto no local onde foi cometida a falta.

    Ao minuto 50, Javi Garcia atinge Nuno Assis com o cotovelo. Como já falámos anteriormente e à luz do que vindo a ser as recomendações da Liga para este ano, o jogador do Benfica deveria ter visto o cartão amarelo que seria o segundo e consequente expulsão. Mal aqui Proença.

    Flávio Meireles toca a bola com mão na área do Guimarães decorria o minuto 60. No que diz respeito à sanção técnica e disciplinar, nada a dizer ao árbitro de Lisboa visto que corta um ataque prometedor. Grande penalidade, a meu entender bem assinalada.

    No minuto 72 Cardozo cai, sem falta de Gustavo. Na sequência do lance, Nuno Assis leva amarelo por protestos. Mal no capítulo técnico o Pedro Proença mas bem disciplinarmente ao não permitir qualquer troca de palavras agreste entre este e os jogadores.

    No penúltimo lance do jogo, ao minuto 88, Fábio Coentrâo sofre falta do lado direito do ataque benfiquista. O jogador forasteiro é puxado pelo jogador do Guimarães. Na sequência do lance acontece o golo do Benfica.

    No último lance de relevo da partida, ao minuto 92, desentendimento entre Fábio Coentrão e Nuno Assis. Pedro Proença, bem, decidiu agir disciplinarmente de igual maneira para com os dois jogadores, como o jogador do Guimarães já tinha visto o cartão amarelo, foi expulso.

    Avaliação global da equipa de arbitragem: 6,5. Alguns erros como a não amostragem do 2º cartão amarelo a Javi Garcia e a complacência pelo jogo violento de braços penalizaram a equipa de arbitragem oriunda de Lisboa. Alguns pontos extra ganhos devido ao facto de dificuldade do jogo.



    FCPorto 3-0 CDNacional Madeira

    O jogo decorrido no Estádio do Dragão foi efectivamente pródigo em casos, principalmente na primeira parte do jogo. Vamos então rever os incidentes.

    Logo ao minuto 6, fora de jogo assinalado a Falcao. Efectivamente no momento do passe o jogador do FCPorto estava em posição irregular.

    Três minutos depois, suposta falta sobre Raul Meireles. De facto não parece haver falta sobre o jogador portista. Mal o árbitro.

    Ao minuto 11, Filipe Lopes comete falta sobre Mariano à entrada da área do Nacional. Razão

    Falta de Belluschi à entrada da área do Nacional, sobre um jogador forasteiro. Não houve contacto com o jogador, de qualquer maneira, o tacke, só por si, é uma jogada que pode ser sancionada tecnicamente, que foi o que aconteceu.

    Ao minuto 20, Mariano cai na área do Nacional e reclama grande penalidade. Pelas imagens disponíveis o contacto é mínimo e insuficiente para a marcação da falta para castigo máximo. Na sequência do lance, Raul Meireles foi advertido por protestos.

    Clebao, ao minuto 39, foi advertido por cortar uma linha de passe com a mão nada a dizer quanto à actuação do árbitro.

    Falcao cruza na área do nacional e a bola bate no braço de Filipe Lopes. Árbitro nada assinala e bem, visto que foi um remate à queima-roupa e Lopes não teve hipótese de desviar a mão. Decorria o minuto 46

    Já na segunda parte, decorria o minuto 55, quando Falcao sofre falta a entrada da área. Raul Meireles remata dando a lei da vantagem mas a bola acaba por sair. João Ferreira marca então o livre directo decorrente da falta a Falcao. Isto acontece porque a lei da vantagem que foi dada aquando do remate de Raul Meireles não se concretizou nos segundos subsequentes. Astúcia do árbitro e bom conhecimento das leis de jogo.

    Ao minuto 61, grande penalidade a favor do FCPorto. Bola toca na mão de Clebao, se não estou em erro, e é desviada para fora. Na minha opinião, o lance não é tão claro como se tem vindo a dizer nos órgãos de comunicação social. Existem algumas dúvidas nomeadamente devido ao facto de o jogador infractor estar relativamente perto do jogador do FCPorto que rematou para a baliza. Poderei admitir como decisão correcta tanto se João Ferreira marcasse como se não marcasse a grande penalidade. A expulsão de Clebao é justificada por impedir com a mão uma ocasião clara de golo. Depois são advertidos Patacas e Cléber por protestos. Cléber que já tinha visto o cartão amarelo, acabou igualmente por ser expulso.

    Decorria o minuto 67 quando Mariano sofre falta de Pecnik. Sanção técnica bem aplicada, faltou simplesmente o cartão amarelo para o jogador do Nacional por rasteirar adversário de forma imprudente.

    No último lance do jogo ao minuto 70, falta sobre Meireles na área do Nacional. Árbitro esteve bem em não sancionar a falta.

    Avaliação global da equipa de arbitragem. 6. Num jogo com um nível de dificuldade alto, João Ferreira e os seus assistentes não estiveram à altura. Algumas faltas mal assinaladas ou até mesmo não assinaladas e algum despeito na atribuição de cartões amarelos fizeram desta equipa de arbitragem uma equipa nervosa e ainda incapaz de estar à altura dos grandes jogos. O lance da grande penalidade prejudicou toda a actuação das equipas e o próprio jogo.

    24 agosto, 2009

    Com a marca de Falcao

    assistência: 40.309 espectadores.

    árbitros: João Ferreira (AF Setúbal), Luís Ramos e Pais António; Bruno Esteves.

    FC PORTO: Helton; Fucile, Rolando, Bruno Alves «cap.» e Álvaro Pereira; Fernando, Raul Meireles e Belluschi; Varela, Falcao e Mariano.
    Substituições: Varela por Rodríguez (67 min), Raul Meireles por Valeri (75 min) e Fernando por Farias (78 min).
    Não utilizados: Beto, Guarin, Maicon e Sapunaru.
    Treinador: Jesualdo Ferreira.

    NACIONAL: Bracalli; Patacas «cap.», Felipe Lopes, Clebão e Tomasevic; Cléber, Leandro Salino, Luís Alberto e Ruben Micael; João Aurélio e Amuneke.
    Substituições: Tomasevic por Wellington (32 min), Ruben Micael por Pecnik (59 min) e João Aurélio por Halliche (67 min).
    Não utilizados: Douglas, Abdou, Rodrigo Silva e Nuno Pinto.
    Treinador: Manuel Machado.

    disciplina: cartão amarelo a Raul Meireles (20 min), Clebão (40 e 63 min) e Patacas (63 min); Cartão vermelho a Cléber (63 min) e Clebão (63 min).

    golos: Falcao (66 min), Rolando (72 min) e Rodríguez (86 min).


    Tenho um excelente conselheiro, companheiro de inúmeras batalhas. Um sofá de couro puído, gasto pelo tempo, mas confortável no afago. É nele que se comemoram feitos, que se atenuam frustrações, que se carpem mágoas. Ele, bem vistas as coisas, funciona como um psicólogo caseiro, bom ouvinte, deixando que a torrente de imprecações saia, numa espécie de descarga emocional.

    Foi assim, novamente, quando soou o apito do árbitro, indiciador do intervalo. Afundei-me no seu aconchego, copo de whisky na mão, coração acelerado pela ansiedade. Era difícil não ceder ao desapontamento que me assolava, com o teimoso 0-0 no marcador. Haveria razões para tamanha decepção?

    Na recepção caseira ao Nacional, o Porto já sabia o que teria que suportar, para ultrapassar o adversário. Os madeirenses, na minha opinião, tinham sido a única equipa, na época transacta, a olhar o campeão nos olhos, em pleno Dragão, ousando jogar o jogo pelo jogo, sem grandes espartilhos tácticos ou receios espúrios. Afirmar isto é dizer praticamente tudo. Num relvado que tinha sido anfitrião de notáveis como o Atlético de Madrid, o Fenerbahce ou o Manchester United, foi um bando de desconhecidos dos grandes palcos que tinha colocado os azuis e brancos em apuros.

    Poucas semanas decorridas, sabia-se que este Nacional, com o vincado cunho de Manuel Machado, era uma equipa perigosa. Provavam-no os recentes resultados, entorpecendo o leão na pérola do Atlântico e derrotando sem apelo o ex-detentor da Taça UEFA, uns russos aburguesados, cheios de dinheiro.

    Na antecipação do encontro, o Bruno Rocha já tinha desnudado as nuances tácticas dos nacionalistas. Colocando, à frente de Bracali, uma parede constituída por 3 centrais, os laterais assumiam-se como peças fulcrais no vai e vem de apoio ao ataque, enchendo o meio-campo de dois elementos extra, quando necessário, ou acumulando homens no último reduto, dificultando as vagas do adversário.

    Sob uma moldura humana condizente com o esperado, o jogo não defraudou expectativas, na primeira metade. O Nacional apareceu algo afoito, perante o habitual esquema táctico dos portistas, o 4-3-3 sem Hulk, mas com Falcao, o homem que tinha evitado o descalabro na Capital do Móvel. Rapidamente se assistiu à toada dominante, no encontro: um Porto pressionante, procurando com a pressão alta estrangular qualquer oposição, vivendo da vivacidade dos seus extremos. Na direita, o abnegado Mariano. No lado oposto, o imprevisível Varela.

    E tudo parecia correr sobre rodas. O triângulo do meio-campo funcionava de forma sincronizada, com o habitual inconformismo de Fernando a casar na perfeição com o dinamismo de Belluschi. Meireles era o pêndulo. Aquele que tinha a missão de gerir esforços, temporizações e andamentos. As oportunidades foram-se avolumando, tendo como elemento aglutinador o desperdício. Varela, potenciando as suas capacidades físicas, tornou-se um quebra-cabeças para a defensiva madeirense. Com um excelente reportório de fintas e simulações, foi levando o altruísmo ao extremo: conceder aos seus companheiros de ataque sucessivas oportunidades de golo.

    Foi assim a Mariano, por duas vezes (inacreditáveis os falhanços, em zonas privilegiadas, do argentino) e a Falcao, com o colombiano a amaldiçoar o profissionalismo dos seus marcadores, sempre com um pé salvador na hora H.

    Na retaguarda, vivia-se um sossego quase bucólico, tão poucas eram as jogadas de ataque do adversário. Com a guarda das redes sob atenção máxima da dupla de centrais, tanto Fucile como Alvaro Pereira incorporaram-se bastas vezes no apoio ao ataque, com destaque para o defesa-esquerdo, autor de bons remates.

    O relógio, nestas ocasiões, parece uma tortura. Os minutos a escoarem-se, lenta mas inexoravelmente, enquanto a bola persistia em não encontrar o seu rumo, aquele desejado por todos que comungam da causa draconiana. O intervalo, por isso, foi encarado como um castigo injusto à única equipa que tinha procurado – e bem – a vitória.

    A segunda metade parecia uma cópia fiel da primeira. Jogadas interessantes, bem delineadas, com desenhos estéticos perfeitos, mas com a pecha costumeira: a finalização. A inépcia atacante, casada com uma dose cavalar de azar, ia adiando a explosão de alegria. Até ao lance da grande-penalidade…

    Límpido e cristalino, como uma nascente de água saída das terras altas, o penalty colocou a sentença no resultado. Cavalgada de Varela, passe açucarado para Falcao e a intervenção [quase providencial] de um defesa nacionalista. Faltou o quase. O corte com o braço, impedindo a bola de se anichar nas redes, levou o juiz de campo a aplicar as regras elementares. Que, face ao despautério que se seguiu, devia ser escrita, em letras garrafais, mesmo que com a necessária adaptação para uma curiosa pronúncia brasileiro-madeirense, DENTRO DA ÁREA, SE TOCAREM COM A MÃO, É PENALTY. CÁ, NA MADEIRA OU MESMO NO BRASIL.

    A tensão do jogo, aparentemente, toldou o raciocínio de atletas que se deveriam envergonhar de comportamentos pouco profissionais. A ira revelada, aliada a um desespero estranho, com notórias tentativas de coacção física à arbitragem, terminou com um saldo de medidas disciplinares que penalizou devidamente o destempero madeirense.

    O jogo acabou ali, depois do fuzilamento de Falcao, na cobrança da grande-penalidade. Com dois jogadores a menos, o Nacional apenas pode resistir, ansiando pelo término do embate. Jesualdo aproveitou o ritmo de treino para gerir esforços, dando tempo de jogo a Rodriguez e Valeri.

    O marcador sofreu alterações. Falcao, num cabeceamento imparável, tornou a deixar a sua marca. Cebola, como prémio pelo estoicismo e combatividade que fazem parte do seu ADN, colocou o resultado num desnivelado – e merecido – 3-0.

    Melhor do Porto: Varela, of course. Empolgante a espaços, combativo na ala esquerda, foi o principal municiador do ataque portista, ofertando golos aos seus companheiros. O ex-amadorense usou da sua técnica para ir dinamitando a coriácea defesa contrária. Em lugar de destaque, também, Falcao, surgindo já como o principal marcador portista na prova. Fogoso, lutador, mostrou predicados que, até agora, tinham andado algo escondidos. Técnica razoável, não foi aquela figura imóvel na área, aguardando que as bolas lá chegassem. Pelo contrário, procurou jogo, sendo o primeiro elemento pressionante, logo junto da área do adversário.

    Nota final: Não sendo uma exibição brilhante, sem mácula, daquelas que perduram anos a fio na memória colectiva, o jogo do Porto foi escorreito, honesto e agradável. Viveu de duas características importantes, numa equipa grande: paciência e maturidade, não permitindo que o tic-tac do relógio enervasse a equipa, enquanto empatada. Não tendo nós, portistas, nenhum pateta na Bola, que amanhã titule, na primeira página, “Massacre Nacional” ou algo do género, basta-nos a sensação reconfortante que hoje se mostraram predicados que nos permitem manter a chama acesa do Penta.

    Arbitragem: Quando alguém, depois de Xistra, elege para árbitro de uma partida do Porto o juiz predilecto do presidente benfiquista, é porque padece de alguma das seguintes características [riscar o que não interessa]: ingenuidade; má-fé; sentido de ironia apurado.

    O João “pode ser” Ferreira tem esse estigma. Ser o protegido do Orelhas. Hoje mostrou os predicados do costume. Uma irritante capacidade para apitar tardiamente, análise dos lances prejudicada por um nervosismo que se estendeu às bancadas e uma inacreditável inaptidão para a função. Pergunto-me apenas como é que é possível a um árbitro, a míseros metros do lance capital do jogo, com a visão totalmente desimpedida, assinalar a falta por indicação do auxiliar?

    Procurando não ser demasiado contundente com quem, no passado, nos roubou literalmente [recordo-me, por coincidência, de um Nacional-Porto, com um atropelamento a Mariano na área de rigor a passar despercebido], destaco apenas a habitual temeridade e falta de pulso dos árbitros nacionais, vivendo sobre brasas, apitando a tudo e nada, com se comandados por invisíveis fios, que os transformam em meras marionetas. Para um qualquer teatro, até que nem está mal. Mas tendo como palco um campo relvado, fica ridículo…