24 setembro, 2012

Ser Feliz... O Imprevisto é Chorar!!!

http://bibo-porto-carago.blogspot.com/


A cada 90 minutos sobre um qualquer relvado, cada resultado final tem múltiplas explicações, algumas são tão unívocas e universais que determinam conclusões apressadas, subvertendo a imprevisibilidade do Futebol.

Cada vez mais um treinador lidera ideias, procura em cada unidade de treino a busca pelo previsível, aspirando nessa capacidade de prever, o domínio tático, condicionando jogadores na diversidade de ações em função do esquema. É cada vez mais corriqueiro ouvirmos como fatores determinantes de uma vitória ou analise à derrota, que a equipa estava desequilibrada aquando do momento de transição ataque/defesa, que determinado jogador hipotecou a forma como a equipa reagiu a perda da bola em zona sensível e/ou ainda que esteve na intensidade, agressividade e na dinâmica a explicação para terem entrado mal no jogo ou se ter perdido o controlo do adversário.

No Dragão, mesmo que VP seja um treinador com dificuldade em correlacionar a ideia tática com alavancar emocional, este Fc Porto tem em cada onze inúmeras formas de explicar como se ganha um jogo, pois a diversidade/oferta sustenta com autodeterminação o DNA Azul e branco bem como a máxima… A Vencer desde 1893!

Há muito que este Dragão bebe de bases táticas enraizadas e do manter de uma identidade, 4x3x3 é modelo preferencial e não é de agora que não existe plano B.

Vastas vezes impenetrável no estilo, por muito que outros “taberneiros” e arautos da verdade desportiva se refugiem em tuneis e outras obscuridades para trazer luz explicativa aos nossos sucessos, existe uma matriz de bom futebol elucidativa e vindoura, mas que exceção feita as épocas em que “especiais” profissionais (Mourinho, Villas-Boas), ousaram saltar a linha de evolução competência/sucesso, transcendendo brusca, explosivamente a sua indomável filosofia de sobreporem ou serem mais que o clube, que não vemos um futebol que cative de sobremaneira o “Tribunal das Antas”.

Ser Portista tem elevado a bitola do gostar de sensações fortes, com o maior fator de imprevisibilidade e desequilíbrio no futebol portista, encaixotado tipo matrioska, rumo a todo Gaz à Perestroika do futebol Russo, cabe ao arquiteto VP a nova visão tático/técnica de reconstrução, tendo para mim a duvida maior no binómio, será a equipa a dar e a colmatar a ausência do incrível ou será que alguém se emancipa e se auto pressiona como substituto natural de Hulk.

Ciência a parte que isto de o Futebol ser exato, tem muito que se escreva, deixo neste pós Hulk algumas reflexões que parecem ser cerne do futebol do Dragão.

Somos muito mais equipa tanto quanto conseguirmos defender de forma assertiva, formos equilibrados no momento de transição defensiva e melhor nos prepararmos para o momento e local da perda da bola e aqui vamos vendo a espaços a tentativa de upgrade no que respeita ao conceito pressão e posse.

Já vi o Porto utilizar as duas formas de luta pelo manter inviolável da sua baliza, confesso que prefiro ver intensidade de pressão que ver aquelas camisolas sagradas aglutinarem-se sobre uma linha mais recuada e/ou bloco baixo como competência maior para fechar espaços ao adversário.

Sem Hulk, poucos são os residentes capazes de tornar vertiginosa a mudança de velocidade, meter celeridade nos processos é diferente de aumentar a distância entre as linhas por força da agilidade velocista de um outro ala/flanqueador de jogo.

Centro de ação e posição aculturada é o nº10… James parece querer alcandorar-se ao brilho da colocação, mas a imaturidade devora-o quando confrontado pelos deveres táticos, perdendo-se quando é chamado a dar largura, abrindo o livro quando abandona a linha e nos espaços interiores cria soluções no labirinto que é o corredor central.

Num só toque “el bandido” pode expressar tecnicamente aquilo que muitos só correndo metros conseguem fazer. Aceleração/rutura versus condução/correria, vive nesta casa tática o menino que ainda não pega na batuta como organizador, mas que tem passe que imagina e pensa jogo em espontaneidade e visão coletiva.

Construção curta, equilíbrio tático, trabalhar, ter paciência e pensar… Jackson o 9 que quer trabalhar para a equipa mas que sente a necessidade que também esta o ajude, é certo que tecnicamente a receção de bola ainda não capitaliza fio condutor, influenciando a posse, tornando o 4x3x3 de maior previsibilidade e lentidão.

Com Fernando a rotina é um peso fiável, jogando só como pivô defensivo é enorme como farol, pendulo e bussola, referência do equilíbrio defensivo mas que graça em passes errados e perdas de bola pois há muito que se vê imiscuído na construção, que se obriga a ser apoio para sair a jogar mesmo que se vejam os centrais abrir sobre as alas como outra forma de sair a jogar quanto mais não seja através das diagonais de passe longo para as faixas.

Os laterais aparecem de forma responsável mas com responsabilidades diferentes, pela direita sobem em apoio, pelo lado contrario condução, desequilíbrio e explosão, emergindo Alex Sandro como lateral moderno que reinventa a capacidade de chegar à baliza.

Não creio, que equipa alguma se construa sob a única e exclusiva ideia de dependência a um nome, muito menos se ache capaz de a sua força ofensiva seja suficiente para dominar o adversário, equacionando nesse temor uma visão redutora do condicionalismo ao rival.

Hulk, pode até deixar sensação de vazio, Hulk era uma superioridade moral no futebol de ataque e sem este estratosférico atleta, o futuro próximo passará ainda por viver o dúbio conflito de como seria com Hulk, nas antevisões e no jogo imaginado não haverá espaço para o mesmo, no presente dos 90 minutos apoiaremos aqueles que estão e escolheram ficar, no pós 3 pontos ou na falta deles façam-me um favor, não vale a pena conspirar destinos negros de raiz, nem muito menos há nos astros um dom que nos confira o Tri… Parem de chorar, não deixem de sorrir, porque aqui Somos Porto e sabemos o que é ser Feliz!!!!

3 comentários:

  1. Muito bem escrito Bruno.

    Somos Porto, sabemos o que é ser feliz, sem qualquer dúvida.

    Aos aziados do Regime, ouçam lá um fadinho de Coimbra que isso passa.

    Líder isolado!

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  2. Gostei muito!

    Parabéns ao autor.

    Grande texto.

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  3. Excelente texto!!Fiquei completamente 'colado' a lê-lo e a frase final é brilhante!!!

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