HOMENS DE VERMELHO.


Entre os clássicos do cinema de ficção científica dos finais do Séc. XX, um teve particular sucesso pela sinergia própria da dupla de actores (Will Smith e Tommy Lee Jones), bem como pela temática bem humorada dos contactos com alienígenas. Foi ele, Men in Black (Os Homens de Negro).

Para quem (ainda) não teve oportunidade de ver o(s) filme(s), a base principal do enredo eram dois agentes especiais, que tinham a seu cargo resolver e "limpar" contactos com extraterrestres. Para todos aqueles humanos que inadvertidamente fossem testemunhas dos actos, existia uma canetinha para apagar todas as memórias do acontecimento.

Esta história hollywoodesca vem a propósito do que tem sido o (habitual?) posicionamento dos media a respeito dos jogos do slb. Desvalorizando, encobrindo ou apagando irregularidades atrás de irregularidades nos jogos dessa colectividade, com a "infeliz coincidência" do clube beneficiado pelas dúvidas ou certezas dos senhores do apito ou VAR, equipar sempre de camisola encarnada. Azares!

Como muitos (senão a maioria) de vós, a pachorra de ver jogos completos do slb é deveras diminuta. No entanto, como cronista que se preze, existe a obrigação mínima de, pelo menos, acompanhar as incidências dos jogos, bem como o resumo dos mesmos.

Seguindo esta linha de pensamento, e visionando o resumo "oficial" que se encontrava na net, o recente slb - Feirense, pareceu-me enquadrar-se em mais um dos jogos dos vermelhos desta época. Sem brilho nem glória, resolvido com mais um chouriço de ressaltos, sem que aparentemente mais nada houvesse a registar.

Por coincidência, passando por um blog da "concorrência", eis que deparo com um lance óbvio e mais do que evidente de (mais) uma penalidade sonegada em favor daquele agrupamento de carnide - AQUI.


Como se pode ver na foto e vídeo, Luisão entra "carinhosamente" de cotovelo em riste sobre o jogador do Feirense, isto sob as barbas do apitador de serviço. Para azar do Feirense, o árbitro estava de frente para a jogada, com os dois olhos abertos o que, como pudemos atestar no Moreirense - FCP para a Taça da Liga da passada temporada, é um ponto fraco do sr. Luís Godinho, excelsamente conhecido pela sua superior visão traseira.

Comparadas as duas penalidades da Vila das Aves e esta, só apetece mesmo dizer: No Comments!

Contudo, para quem segue o futebol nacional há várias décadas, isto de ver penalidades assinaladas a favor do slb quando os seus jogadores tropeçam em formigas, ou não vistas, quando os atacantes adversários são atropelados por touros, são peanners, como diria o outro. A novidade da situação, é que ao canal do regime, com a conivência dos restantes meios de comunicação social, Liga e FPF incluídas, foi-lhe dada carta branca para censurar e desvirtuar lances controversos contra si. O que (não) se viu neste jogo do Slb - Feirense, é que os eventuais casos contra a equipa da casa são abafados, propositadamente e conscientemente colocados fora do radar crítico dos não benfiquistas e, obviamente desvalorizados pelos próprios. Resumindo, verdadeiros fantasmas da realidade.

Incrivelmente, esta situação absurda a nível europeu, onde nem colossos futebolísticos e financeiros como Real Madrid, Man United ou Bayern têm permissão para transmitir os próprios jogos, vai continuar a ser uma banalidade em Portugal. Até quando?


Caro Sérgio, isso de seres casmurro tem resultado às mil maravilhas no campeonato. Nem o mais céptico e crítico do portistas ousará levantar um sussurro que seja contra a tua prestação.

Mas caramba, a Champions não é campeonato! É preciso lá colocar os melhores se queremos chegar a algum lado.

Amanhã não há dúvidas! Um resultado negativo e arrumamos malinhas.

Não há que inventar. Há que vencer!

Cumprimentos Portistas!

30 outubro, 2017

9 EM 10… LIMPINHAS, LIMPINHAS, LIMPINHAS!


É muito simples e fácil de explicar: neste momento, decorrido que está praticamente 1/3 do campeonato, o FC Porto venceu 9 em 10 jogos, sem qualquer tipo de polémica, sem nenhuma “ajuda arbitral” e sem nenhum problema relacionado com o VAR. 9 vitórias por isso imaculadas, sem qualquer ponta de polémica, para além do único empate ter sido obtido em Alvalade, num jogo que o FC Porto foi superior em grande parte do jogo e justificou um resultado bem melhor do que aquele que obteve.

Mais, atualmente o FC Porto é, com larguíssima vantagem, a melhor equipa portuguesa, com melhor futebol, mais intensidade, mais competência, mais eficácia, melhor em todos os parâmetros que se possam analisar, seja o ponto de vista que for. Atenção, com isto não quero dizer que daqui para a frente tudo irá ser passeio, muito longe disso, a partir daqui tudo pode correr mal, mas aquilo a que neste momento assisto é a um FC Porto muito melhor que todos os outros adversários.

Olhando para a tabela classificativa e constatando os 2 pontos de vantagem para o 2º classificado e os 5 pontos de vantagem para o 3º, sinto também que, para aquilo que o FC Porto tem produzido, a forma afirmativa, clara e limpa com que se tem desembaraçado dos vários adversários, me sabe a muito pouco ter “apenas” 2 e 5 pontos de vantagem sobre os rivais diretos. Infelizmente, os nossos rivais, principalmente aquele que defende o título de campeão, só irão melhorar a partir de agora porque não é possível continuar a pobreza franciscana que tem ocorrido em vários jogos, e que mesmo assim apenas valeu uma derrota no bessa.

É verdade que ainda estamos apenas no final do primeiro terço de campeonato mas não se pode dizer, como nas primeiras jornadas ouvia de alguns “artistas anti-Portistas”, que o FC Porto ainda não foi fortemente testado e apenas teve jogos fáceis. Muito antes pelo contrário, nas 10 jornadas disputadas o FC Porto teve, em minha opinião, o calendário mais complicado de entre os 3 candidatos ao título senão vejamos: o FC Porto já teve 3 saídas teoricamente mais complicadas (Braga, Vila do Conde e Bessa) e um jogo na casa de um rival direto, o 2º classificado já teve 2 saídas teoricamente mais complicadas (Vila do Conde e Guimarães), enquanto o 3º já foi a Vila do Conde, Bessa e Madeira mas ainda nem sequer jogou frente a nenhum rival direto.

Sobre o jogo do Bessa, apenas dizer que o FC Porto demonstrou mais uma vez enormes virtudes para uma equipa que pretende ser campeão, nomeadamente maturidade e eficácia, dois ingredientes fundamentais quando se pretende conquistar algo. A forma compacta como a equipa aborda todos os jogos e a eficácia dos homens da frente tem sido excelente. Sejamos sinceros, poucos julgavam ser possível Marega estar a ter um papel fundamental na manobra da equipa, ou Brahimi estar transformado num jogador com muito mais espírito coletivo, muito menos individualista, ou mesmo Aboubakar estar a marcar golos que se farta, melhorando aspetos técnicos e mentais a cada dia que passa. Claramente mérito de Sérgio Conceição.

Os próximos 3 jogos disputam-se no Dragão, onde o excelente momento da equipa tem que levar a um grande apoio dos Portistas para enfrentar 3 desafios para 3 competições diferentes, mas igualmente importantes. É fundamental não ter excessos de confiança, o perigo espreita a qualquer momento, muitas vezes quando menos se espera, o relaxamento tem sido dos maiores inimigos do FC Porto perdedor dos últimos 4 anos. Fundamental pelo menos pontuar frente ao Leipzig para manter aspirações ou de seguir em frente na Champions ou pelo menos manter na Liga Europa, e depois despachar Belenenses e Portimonense, mantendo vantagens no campeonato, e seguindo em frente numa taça que já não ganhamos há 6 anos e que deve ser, logo a seguir ao campeonato, a grande prioridade do FC Porto na presente época.

Nota final: Segui com o habitual interesse a gala do melhor clube português dos últimos 40 anos. Em termos de organização e mesmo na forma como foi transmitida, nada tenho a dizer de crítica negativa, mas o ponto que mais tenho de elogiar daquela noite foi a consagração do EXCELENTE trabalho de um homem que tem feito muito pelo FC Porto (daqui a uns tempos isto vai ficar ainda mais claro!), Francisco J. Marques. Há já alguns anos que ansiava pelo nível qualitativo da atual comunicação do FC Porto. Tarde é o que nunca chega...

PS: A tentativa ridícula e patética de alguns palermas, que até já foram jornalistas "isentos" imagine-se, em tentar encontrar focos de polémica no jogo do bessa é uma coisa tão triste, tão triste, que sinceramente o único sentimento que tenho para com esse tipo de atitudes é mesmo de imensa pena de quem tenta, desesperadamente, encontrar algo que não existe. Contrariamente às bárbaras agressões que temos visto da parte de alguns meninos ao longo dos últimos 4 anos...

28 outubro, 2017

PROVA SUPERADA.


BOAVISTA-FC PORTO, 0-3

O país, em geral, esperava uma escorregadela do Dragão nesta jornada. Primeiro porque jogar no Bessa nunca é fácil. Que o diga o “tretacampeão”. Segundo porque os adversários directos, já tendo cumprido a sua parte com grande dificuldade, mais esperançados se sentiam para ver o FC Porto baquear e assim recuperarem pontos.

Mas não aconteceu. O resultado desta noite, no entanto, é enganador para o que se passou no relvado. Os azuis-e-brancos tiveram grandes dificuldades para levar de vencida o conjunto axadrezado, desta vez muito bem apoiados pelos “boavisteiros” da ocasião. Mas tiveram azar porque o mar azul engoliu o recinto e o apoio à equipa portista foi incansável desde o início ao fim da partida.


O resultado final de 3-0 traduz uma diferença exagerada, algo injusta mas que penaliza o jogo arriscado do “expert” treinador axadrezado. O Boavista arriscou mais do que o que devia e abriu o jogo. Disso se aproveitou o FC Porto que acabou por materializar as oportunidades quase ao cair do pano.

O jogo começou por apresentar uma boa dinâmica azul-e-branca, apoiada por uma falange de adeptos fantástica. Mas depois o Boavista equilibrou o jogo e este ficou algo dividido. Ao intervalo aceitava-se o nulo. Na primeira parte, José Sá teve duas intervenções decisivas e Corona desperdiçou a melhor oportunidade do Dragão com um remate que saiu por cima da barra.

Na etapa complementar fez-se o resultado robusto do jogo. A abrir a segunda metade, Aboubakar fez um túnel a um adversário, desmarcou Corona que cruzou para área. Brahimi tocou para a pequena área, surgindo de novo Aboubakar a emendar à boca da baliza. Estava aberto o activo. O mais difícil estava conseguido.


Festa de arromba dos jogadores, do banco de suplentes e turbilhão na bancada por detrás da baliza onde surgiu o golo. Aboubakar festejou efusivamente e foi admoestado pelo padre de serviço Hugo Miguel. O padre não estava a gostar da missa?
Mas sobre o padre há mais para dizer. Mas já lá vamos.

O Boavista tentou a reacção logo de imediato. Fábio Espinho num remate faz passar a bola a rasar o poste de José Sá, desviado por Herrera. Minutos depois, Mateus recepciona de peito no coração de área mas depois o remate sai defeituoso, perdendo-se uma grande oportunidade. E depois seria Idris a cabecear por cima da baliza portista.

Sérgio Conceição sentia que precisava de mudar para segurar o meio-campo mas Jorge Simão decidiu arriscar. E foi aqui que o FC Porto acabou com o jogo. A. André entrou para o lugar de Corona e o jogo começou a ser controlado pelos azuis-e-brancos.

Herrera perde a oportunidade da noite. Lançado na direita aos 79 minutos por Ricardo, o mexicano isolou-se e à saída do Guarda-redes contrário rematou contra as suas pernas. Oportunidade soberana para “matar” o jogo.


Herrera desperdiçou mas no minuto seguinte, o mexicano redimiu-se, isolou Marega e este fez o que lhe competia. Colocou a bola na baliza e desfez as dúvidas sobre o resultado do jogo.

O Boavista terminou o jogo nessa altura. Sentia que nada havia a fazer e foi com naturalidade que o FC Porto fez o terceiro golo da partida por Brahimi. Danilo combinou com A. André e este isolou o argelino que à saída de Vagner rematou para o fundo das malhas.

Era realmente um resultado exagerado para o que se viu no rectângulo de jogo mas também teria sido um castigo maior se aos 90 minutos Marega não tivesse desperdiçado uma bola que bateu estrondosamente no poste.

O FC Porto mantém a liderança isolada na prova com nove vitórias e um empate em dez jogos e apresenta um goal-average que já não se via há 62 anos com 28 golos marcados 4 sofridos.

Os Dragões estão num bom momento de forma, mas agora é hora de reunir o grupo porque na próxima Quarta-feira os portistas têm que recuperar pontos na Liga dos Campeões, de forma a almejar os 1/8 de final da prova. Para isso terão que, perante os seus adeptos, modificar o resultado alcançado há 15 dias na Alemanha frente ao Leipzig.

A Liga NOS regressa no próximo fim-de-semana com a recepção ao Belenenses no Estádio do Dragão.


Nota final para o padreco artista que deve ter algo de estranho e mal resolvido com a língua francesa. Depois de há uns meses ter expulso Brahimi em Braga por palavras imperceptíveis que nunca existiram, desta vez o “homenzinho” teve o desplante de amarelar Aboubakar por bater com a mão no símbolo do FC Porto no festejo do golo do camaronês com os adeptos. Incrível, não é? Pois, vão ver as imagens para ver se se entende a decisão.

De resto, revelou-se muito inconsistente, com grande dualidade de critérios a nível disciplinar e muito permissivo, pactuando com o habitual jogo de sola da parte dos axadrezados. Até ao pescoço é tudo canela, certo Sr. Padre?



DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: “Demonstração de força, de caráter e de personalidade”

As dificuldades na primeira parte
“Foi uma demonstração de força, de caráter e de personalidade, porque nunca é fácil jogar aqui. Encontrámos uma equipa muito similar nos duelos, na disputa das primeiras e segundas bolas e a nós, na primeira parte, faltou-nos alguma coesão. Para além disso, a forma como estávamos a defender condicionou a nossa forma de atacar - e não podemos dissociar essas duas componentes. É verdade que tivemos algumas dificuldades na primeira parte, mas também temos que dar mérito ao adversário, que soube condicionar muito o nosso jogo interior num terreno com uma relva muita alta, que nos dificultou bastante a tarefa.”


Correções decisivas ao intervalo
“As correções que fizemos ao intervalo foram fundamentais para a obtenção de três pontos. Na segunda parte foi um jogo mais à nossa imagem, perante uma equipa que deu sempre uma boa réplica. Começámos a pressionar um pouco mais alto, condicionando o adversário, e os golos foram surgindo naturalmente, sempre com uma boa resposta do Boavista. Conseguimos um resultado muito importante num campo onde um dos nossos rivais já perdeu pontos.”

Abraço aos jogadores e aos adeptos
“Estou muito satisfeito com todos os jogadores que entraram. Houve alguns que hoje não foi possível entrarem no jogo. Temos um grupo muito competitivo, em que toda a gente esta com uma determinação e uma vontade grande de ser protagonista e isto é salutar. Tenho que mandar um abraço a todos aqueles que hoje não participaram no jogo e outro enorme a este Mar Azul que hoje esteve aqui no Bessa. É de louvar esta gente e a paixão e a forma como nos empurram para as vitórias.”



RESUMO DO JOGO

DRAGÃO DE OURO: ULTRAS PORTO.


Em semana de entrega de Dragões de Ouro, a minha homenagem novamente aos ultras do FC Porto. Principalmente aos anónimos, aquelas caras conhecidas de quem vai aos jogos, mesmo por vezes não sabendo o nome, sabemos que são dos nossos, estão ali como nós, são aquelas pessoas que largam tudo para acompanhar o FC Porto ano após ano.

Tivemos quatro deslocações consecutivas e nas quatro os nossos ultras disseram presente. Duas no estrangeiro, uma para o campeonato em casa de um rival e outra para a taça de Portugal. Mónaco e Alvalade já aqui tinha falado, dois grandes apoios dos nossos adeptos, arrepiante para quem assistiu ao jogo do Mónaco pela TV e arrepiante também aqueles minutos finais em Alvalade.

Seguiram-se mais duas. Para a taça de Portugal, numa sexta-feira a 300 quilómetros de casa estavam mais de 1000 ultras nas bancadas do Restelo. Uma crítica à hora do jogo, mesmo sabendo que jogávamos na terça-feira seguinte na Alemanha, todos estarão de acordo que a suposta festa da taça de Portugal é colocada em causa quando se joga numa sexta-feira à noite com uma equipa alentejana, em Lisboa!! Porque não, por exemplo, Sábado às 15h? O número de horas de descanso não era muito grande e era significativo para centenas de adeptos que não podem abdicar do dia de trabalho.

Ainda assim, sozinho o FC Porto nunca joga. Grande presença, grande prestação das claques e goleada dentro das quatro linhas, como seria de esperar. Tentou fazer-se a festa na mesma, mesmo sem todos os ingredientes.


Passou o fim-de-semana e na segunda-feira arrancaram os primeiros adeptos para a Alemanha. Via Berlim, ou Frankfurt, as cidades mais procuradas para chegar a território alemão, os dragões invadiram Leipzig. Da cidade do Porto e do restante país não se podem dizer que tenha sido uma deslocação numerosa, mas lá estávamos para ajudar a nossa equipa ao longo de 90 minutos. Contámos com a presença, como habitualmente, dos núcleos espalhados por essa Europa fora, tanto dos Super Dragões como do Colectivo. O Colectivo tinha, como sempre, a Fieri Fossatto e alguns adeptos do Duisburgo com eles para apoiar o Porto. Estavam também vários adeptos polacos, que viajaram de Poznan também com o intuito de apoiar o FC Porto. Se assim é, sejam bem-vindos à nossa curva.

Clube dos novos ricos, eis o Leipzig. Clube odioso para quem gosta mesmo de futebol e ama um Clube. Clube que não se importa com sócios nem adeptos, clube sem alma, sem mística, sem tradição alguma. Clube do dinheiro, que graças a ele subiu da quinta divisão à primeira, é vice-campeão e está na Champions.

As pessoas especadas nas ruas a olhar para nós. Nunca tinham visto nada assim. Não estão habituados a estas andanças. Nas bancadas éramos claramente menos mas tratamos de os ensinar como se apoia. Levámos o bom nome do FC Porto ao leste alemão, mas a vitória não foi alcançada. Da nossa parte, ficámos com a sensação que demos tudo o que podíamos.


E uns dias depois já estávamos no Dragão a cantar “mesmo que a voz nos doa”. Goleada ao Paços de Ferreira, primeiro lugar consolidado e seguimos ao lado da equipa. Mais uma excelente casa, o mar azul continua.

Meia casa tivemos na recepção ao Leixões para a taça da Liga. Rivalidades à parte, destaque para os mais de 2000 adeptos leixonenses no Dragão. Goste-se ou não, quem me dera jogar sempre com ambientes assim. Bem melhor do que receber um Setúbal qualquer, com todo o respeito, e estarem cinco pessoas no sector visitante.

A razia fez-se sentir no estádio, como habitualmente neste tipo de jogos e mais concretamente nesta taça, mas aqueles para quem não importa a competição, importa apenas e só o Clube, lá estavam a apoiar-te.

E assim será.

Um abraço ultra.

27 outubro, 2017

O MELHOR PONTA-DE-LANÇA DO REGIME.


A semana passada ficou marcada por mais uma vergonhosa arbitragem a favorecer o Clube do Regime. Com o Ferrari Vermelho de Monte Gordo no apito já era de esperar níveis de isenção bastante reduzidos, no entanto, o jogo da Vila das Aves conseguiu ultrapassar os limites do ridículo com a suposta avaria do Sistema VAR aos 66 Minutos, avaria essa que não constou do relatório elaborado pelo árbitro e que ainda não foi devidamente explicada.

Quando pensávamos que já tínhamos visto de tudo, eis que semana após semana esta classe de indignados e de vitimas, que só numa partida da 1ª Liga aufere um valor similar ao do Salário Médio mensal de um Cidadão Português, consegue sempre arranjar novas formas de beneficiar em quem neles manda, com uma desfaçatez e com uma falta de vergonha que não tem limites.

No entanto, no meio desta podridão que é a Arbitragem Portuguesa, podridão essa confirmada pela não nomeação de nenhum Árbitro para o Euro2016 e pelo afastamento dos árbitros portugueses dos grandes palcos Europeus, há um senhor que nesta Temporada tem sobressaído na arte de desvirtuar resultados desportivos. Falo de Fábio Veríssimo.

Fábio Veríssimo já deve ter batido um qualquer recorde do Guinness de mais benefícios, diretos ou indiretos, a um só clube em 9 Jornadas disputadas de um Campeonato. Basta lembrar o golo mal invalidado na Luz ao Braga quando era Video-Árbitro, o Penalty sonegado a Marega na 2ª Jornada em Tondela, o Penalty inventado na visita do Portimonense à Luz e validado por si como VAR , o famoso “Aguenta Aguenta” nessa mesma partida, a expulsão de Zainadine em Guimarães na Jornada anterior à visita do Regime aos Barreiros e, naturalmente, o facto de ter sido VAR em 3 dos 5 primeiros jogos do Regime.

Como se não bastasse o senhor Veríssimo foi colocado como VAR no FC Porto vs Paços e para não fugir à regra não conseguiu ver um remate de Brahimi a ser claramente cortado pelo braço de um defensor pacense dentro da pequena área. O mesmo árbitro que anula o golo do Empate ao Portimonense, tendo por base uma imagem sem linha e onde é extremamente difícil detetar o adiantamento do jogador algarvio, não consegue agora ver um corte com o braço na grande área perfeitamente visível nas imagens, embora um artista da nossa praça que em campo confundia cabeças com braços consoante a cor da camisola dos intervenientes ,também tenha tido alguma dificuldade em visioná-lo.

Lembro que Veríssimo é um dos Internacionais Proveta, como Tiago Martins, Luís Godinho ou João Pinheiro, um Árbitro com a Escola dos Adões Mendes e Nunos Cabrais desta vida, alguém que chega a este patamar da arbitragem tão precocemente ao serviço do Regime, fruto do trabalho de um Polvo que aos poucos vai sendo totalmente desmascarado pelo FC Porto.

Se vivêssemos num País onde os Orgãos que gerem o Futebol fossem sérios e imunes aos interesses de um determinado Regime Nacional-benfiquista, Fábio Veríssimo há muito que teria deixado a 1ª Categoria da Arbitragem, por culpa da sua incompetência e dos seus erros, claros e objetivos, que têm desvirtuado a Verdade Desportiva das Competições.

Mas é contra esta gente e contra estas artimanhas que teremos de continuar a lutar. Está mais do que visto que o caminho está bem armadilhado e que teremos de continuar a ser muito melhores que os outros, como aliás sempre fomos em qualquer Título que conquistámos, para conseguirmos o tão desejado Campeonato Nacional.

Sábado todos ao Bessa para um jogo que terá tanto de importante como de difícil.

Um Abraço Azul e Branco,
Pedro Ferreira

26 outubro, 2017

¿QUÉ PASA, OLI?


Oliver tornou-se um assunto tabu entre os adeptos do FC Porto. Entre os que veneram o pequeno espanhol e os que o acham demasiada parra e pouquíssima uva, a comunicação está quase impossível de tão extremada. De um lado, aqueles que entendem que saiu injustamente do 11 e que dá muito mais à equipa que Herrera ou Sérgio Oliveira; de outro aqueles que estão cansados de esperar que o prodígio espanhol finalmente expluda e confirme todo o seu potencial.

Confesso que me encontro do lado da barricada mais apreensiva. Gosto de Oliver, reconheço nele qualidades para ser, sem exagero, o melhor jogador do plantel, a figura de proa, o comandante do jogo da equipa, o farol de um novo FC Porto.

Acontece que continuo a achar Oliver um jogador de arraia-miúda, de demasiados toques para o lado e para trás, entre sucessivos passes entre ele, o trinco, os centrais e os laterais. Falta-lhe por exemplo o dinamismo e a manha de um Moutinho; falta-lhe a loucura de um Maniche; falta-lhe a amplitude, a chegada à frente e o golo de Lucho Gonzalez.

No passado jogo frente ao Chaves, Oliver não esteve mal, mas também não se pode dizer que tenha estado bem. E isso é das piores coisas que se pode dizer de um jogador. Esteve mediano, ao nível da equipa. Sempre ouvi dizer que um grande jogador é aquele que faz com que os atletas que tem ao seu lado cresçam com ele. Moutinho e Lucho eram assim: com eles ao lado ninguém jogava mal. Oliver parece que se deixa afundar numa certa redoma de conformismo e tem dificuldade em romper, em dar a sapatada no jogo que por vezes tanto é necessária e para o qual ele foi contratado.

Oliver parece ser um jogador com demasiadaaaa formação, demasiaaaada escola. Demasiado futebol de relva e pouco futebol de rua. Tudo muito certinho, passes precisos, bola redondinha, recepção sem reparos, elegância no porte, cabeça sempre levantada. Mas falta-lhe um certo sal, uma certa magia, uma certa irreverência. Para um jovem parece excessivamente maduro, demasiado sério, tudo muito certinho e arrumado, quase previsível.

Dos pés dele não sai um remate do meio da rua, não sai uma finta em zona proibida para descompensar a organização contrária, não sai uma corrida desenfreada em direcção à baliza. Por isso lhe chamo o futebol dos pequeninos, sem sal, sem alma, sem salero. Não surpreende que Oliver raras vezes consiga fazer um golo, ele simplesmente parece ser incapaz de chegar ao último terço do terreno, quanto mais rematar à baliza!

É justo dizer que a Oliver não se exige o mesmo que a Sérgio Oliveira, Herrera ou AA, atendendo ao seu enorme talento. De Oliver, por várias razões, exige-se mais. Primeiro, pelo que já o vimos jogar, nomeadamente com Lopetegui e durante esta pré-época; segundo, pelo preço. O jogador não tem culpa dos 20M que a SAD portista decidiu investir nele, mas também é verdade que num clube com as finanças algo depauperadas, um investimento deste calibre exige o tão necessário retorno, seja no relvado, seja na tesouraria.

Oliver nunca foi um dos preferidos de Simeone no Atlético de Madrid. Achava porventura o treinador argentino que Oliver não tinha a intensidade e a voltagem necessárias ao jogo dos colchoneros. Até aqui tudo bem, há certos jogadores que não se adaptam a um sistema, mas que caem como uma luva noutro. O problema é que o sistema de Sérgio Conceição começa a parecer-se muito com o de Simeone, com ataques rápidos e fulminantes, sempre com uma intensidade máxima e sempre em alta voltagem, com todos a atacar e todos a defender. Neste âmbito, parece-me que o treinador entende que Herrera é capaz de dar muito mais ao jogo do que Oliver. E os resultados indicam que não está errado.

Contudo, Oliver tem tido oportunidades de provar a Sérgio Conceição que estava errado quando o tirou do 11. Mas depois de Chaves é forçoso concluir que não tem aproveitado essas chances e que o treinador, até ver, esteve bem ao retirá-lo da equipa. Ainda assim, continuo com a certeza absoluta de que Oliver é o melhor médio-centro do plantel. É caso para perguntar:

¿Qué pasa, Oli?


Rodrigo de Almada Martins

CARTÃO VERMELHO.


Ficou-se ontem a saber que, para além dos enfermeiros, médicos, professores, pilotos, funcionários da Autoeuropa e demais funcionalismo público, também os árbitros portugueses decidiram-se pela entrada no movimento grevista.

Em causa estão os jogos da Taça da Liga dos meses de Novembro e Dezembro, aos quais os juízes do principal escalão da arbitragem vão fazer um manguito.

Desconhece-se se a acção poderá provocar tumultos sociais, que possam ferir a geringonça de António Costa. Certo é que teremos a oportunidade de ver caras novas atrás do apito, e quem sabe, a revelação de verdadeiras promessas da arbitragem.

Sobre a presente manifestação, se no plano político geral, ainda conseguimos compreender algumas reivindicações nobres, como são o excesso de trabalho, ou salários diminutos, já no caso dos árbitros a pergunta óbvia a fazer é: A razão assiste aos protestos destes senhores?

Afirmam eles que "perante a asfixia constante em torno do papel do árbitro, que tornou "quase irrespirável" o ar nos relvados em Portugal... não existem condições para continuar a arbitrar".

Confesso perante os caros leitores, que existem dois géneros de programas que recuso-me a visionar por serem um óbvio atentado à inteligência do Ser Humano. São eles as feiras de comentário desportivo e reality shows (além de tudo que implique o Rui Santos!). Assumindo a minha ignorância no que ali é debatido, do conhecimento que tenho da restante comunicação de clubes e imprensa generalizada, a presente época está a ser das mais calmas no que a casos de arbitragem diz respeito. Se excetuarmos o "caso Eliseu", não têm existido grandes celeumas, para além dos normais pequenos casos pontuais rapidamente votados ao esquecimento na jornada seguinte.

Em sentido contrário, o que é público e assumido, é a cruzada do FC Porto (e em menor grau do Sporting) em desmascarar a rede de influências e conluios montada pelo Slb, que mina a transparência e verdade desportiva do futebol nacional. Esta ofensiva tem visado diversos nomes relacionados com a estrutura do Slb, observadores, alguns dirigentes associativos menores e homens de mão. Quanto a árbitros houve a referência explícita a 8 nomes. Não mais. 8 árbitros que, "por coincidência e infelicidades constantes", acumulam erros e erros sempre em benefício da mesma equipa. Quanto à esmagadora maioria dos árbitros nacionais houve, a determinada altura, a preocupação de proteger nomes e informação da vida privada de cair no domínio público.

Posto os factos, porque razão a tomada de posição AGORA, por parte da APAF? Algo se está a passar diferente do que têm sido as últimas 4 ou 5 décadas do futebol nacional?

Para qualquer adepto que siga minimamente a atualidade do futebol nacional, só existe uma parte que neste momento está debaixo de fogo e sob forte pressão, quer interna quer externa. Essa parte não são os árbitros. Essa parte chama-se: Benfica!

Para aqueles que eventualmente possam estar mais esquecidos do passado recente do futebol português, nunca é demais relembrar...

«TÍTULO DO FC PORTO É UM TRIBUTO DOS ÁRBITROS»
João Gabriel, Director Comunicação Slb
Para declarações destas, ofensivas, caluniosas, e instigadoras de ódio, infelizmente as comunicações na sede da APAF e na da FPF devem estar a ir sempre abaixo... provavelmente como no recente jogo da Vila das Aves.

Cumprimentos Portistas.

24 outubro, 2017

A FOBIA À TAÇA DA LIGA.


FC PORTO-LEIXÕES, 0-0

O FC Porto mantém uma estranha relação com a Taça da Liga. Os Dragões, desde que a prova foi inserida no calendário nacional, raramente encararam a prova com espírito de vitória. Os jogadores parecem entrar já com a sensação de que vão falhar a vitória no jogo que têm pela frente. São já mais de 1000 dias sem uma vitória nesta prova. Não é normal.

O adversário desta noite a militar na Liga Ledman Pro, é um adversário que o FC Porto tem obrigatoriamente que vencer, seja no Dragão, em Matosinhos e com ou sem os habituais titulares. Não se pode admitir que os jogadores entrem para estes jogos e bloqueiem perante esta prova.


Será que se o jogo contasse para a Taça de Portugal, o FC Porto também iria baquear? Não me parece, atendendo ao histórico na prova-rainha do calendário nacional.

O FC Porto apresentou um onze com muitas poupanças. Na baliza jogou o recém-titular José Sá, apoiado por uma defesa com alterações em todos os lugares excepto Felipe que foi capitão.

Maxi, Reyes e Layún preencheram a defesa. No meio-campo, jogou um trio composto por A. André, Óliver e Otávio e na frente de ataque, Galeno e Hernâni estiveram no apoio a Aboubakar. Muitas poupanças mas ainda assim, obrigatoriedade de vencer é do FC Porto.

Foi uma primeira parte muito fraca, sem oportunidades de golo e sem ideias da parte dos azuis-e-brancos. A única situação de algum perigo surgiu aos 13 minutos quando Galeno correspondeu a um bom centro mas a bola rematada foi parar à bancada. Fora isso, o jogo deu até para adormecer, tanta era a apatia portista.


O Leixões fez pela vida. Jogou tudo neste jogo, sabendo que se não perdesse, poderia aumentar consideravelmente as possibilidades de passar à final-four da competição, uma vez que já venceu o P. Ferreira na 1ª Jornada da prova. Apoiados por muitos adeptos, os matosinhenses deram boa réplica mas longe de serem um quebra-cabeças para o Dragão.

No segundo tempo, o FC Porto continuou com aquele marasmo habitual que a equipa atravessa nesta prova. Sem soluções, denotando uma apatia geral, os azuis-e-brancos teriam que mexer no onze e recrutar no banco os seus melhores jogadores do momento.

Sérgio Conceição meteu a carne toda no assador. Entraram Brahimi, Corona e Marega para os lugares de Galeno, Hernâni e Otávio e o FC Porto voltou ao figurino do último jogo com o P. Ferreira: 4x4x2. Estas mudanças transformaram o jogo portista que começou a produzir muito mais do que até então. Três oportunidades soberanas foram desperdiçadas no último quarto de hora por Corona, Reyes e Marega mas o marcador não funcionou.


O jogo terminaria com um Sérgio Conceição desiludido, desalentado, notoriamente aborrecido com o jogo e a exibição. E no meu entender, há jogadores que não mostraram ser merecedores de jogar nesta equipa pois quando a oportunidade é dada, não mostram a motivação que é exigível. Não vou individualizar mas há vários jogadores que devem repensar o que pretendem para esta época. E caso não arrepiem caminho, começam a estar a mais neste curto plantel.

O FC Porto tem agora que vencer os dois jogos teoricamente mais complicados da prova, defrontando o Paços de Ferreira na Capital do Móvel e recebendo o Rio Ave no Dragão. Em caso de vitória nos dois jogos, terá que esperar que o Leixões não vença em Vila do Conde.

Próxima paragem será no Bessa, no próximo sábado, com o regresso da Liga NOS. Os Dragões irão ter muito apoio nas bancadas e por isso os jogadores façam o favor de se redimir e trazer a vitória de um campo onde é sempre muito complicado para os portistas.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: “Não fomos eficazes”

O filme do jogo
“A razão para o empate foi não fazermos golos. Tivemos ocasiões, especialmente na segunda parte, para fazer golos e quebrar a ação defensiva do Leixões. Na primeira parte não gostei da minha equipa nos últimos 30 metros, faltou-nos diversidade de movimentos na frente. Tínhamos bola e o controlo do jogo, mas sem que isso significasse a criação de oportunidades. Mérito também para o Leixões, pelo que fez e trabalhou e pela ocupação que fez do espaço nos últimos 30 metros.”

Um problema de eficácia
“Na segunda parte melhorámos, tivemos quatro ou cinco oportunidades de golo, mas o futebol mede-se pela eficácia e hoje não fomos eficazes. Se alguma das situações que criámos tivesse sido concretizada, poderíamos ter ganho por mais do que 1-0. Não aconteceu, parabéns ao Leixões, que veio aqui fazer aquilo que nenhuma equipa da Primeira Liga conseguiu e isso demonstra qualidade.”


As mudanças na equipa
“O plantel dá garantias, com os jogadores que temos. Formamos um grupo competitivo, agora é preciso demonstrar isso, ir para dentro do campo. Eu dou muita atenção a todos os pormenores, sejam eles no treino ou no jogo, em competição. Hoje houve coisas de que não gostei.”

Ambição mantém-se
“Claro que não estamos satisfeitos, queríamos ganhar. O grupo sentiu isto, a seu tempo falaremos desta competição e estamos plenamente convencidos de que vamos passar este grupo. É o primeiro título que podemos conquistar, temos é de estar muito conscientes, motivados e determinados para o conseguir. Aquilo que se passou nos outros anos não interessa.”


RESUMO DO JOGO

UM TREINADOR ANTIPÁTICO E INCONVENIENTE.


O trabalho feito até aqui, quer pelos jogadores, quer pelo treinador, não deixa grande margem para críticas negativas decorridos que estão mais de 4 meses do reinado Conceição.

Confesso que já tinha saudades de um treinador antipático com a imprensa, inconveniente e já agora, um treinador que, mal ou bem, é genuíno nas conferencias de imprensa, fala de futebol propriamente dito, não se refugiando em lugares-comuns, frases feitas e verdades de “la Palice”.

Nos últimos 4 anos de amarguras e tristezas para os adeptos do FC Porto (os adeptos do FC Porto, não os adeptos das vitórias do FC Porto) um dos denominadores comuns de vários treinadores que passaram pelo bando do Dragão foi a forma simpática e educada com que muitas vezes foram abordados momentos delicados do clube. Paulo Fonseca era um rapaz simpático e muito educado dizia a imprensa lisboeta, Luís Castro era um gentleman diziam os jornais que odeiam o FC Porto, Peseiro era sério e Nuno Espírito Santo, esse, dia sim, dia sim senhor, era elogiado por variadíssimos comentadores assumidamente anti-Portistas. O único treinador, nesse período de tempo, que defendeu forte e feio o nome do clube nas conferencias de imprensa, sendo antipático e inconveniente foi Lopetegui, que perdeu o campeonato com 82 pontos, a 3 pontos do líder, num campeonato com muitas “missas e padres”, que agora os mails divulgados ajudam a perceber algumas coisas.

No futebol moderno, não basta um treinador saber de tática e ter bons dotes de liderança no grupo que orienta. Um treinador completo tem de ter uma característica fundamental: a comunicação interna e externa. Villas-Boas por exemplo, para além da sua boa qualidade técnico-tática, tinha algo que o diferenciou de tantos outros (e os resultados daquela época comprovam-no), dotes comunicacionais fantásticos, quer interna, quer externamente. Não deixava nada por dizer, não tinha medo do confronto com os rivais e preparava-se muito bem para todas as “ratoeiras” que a imprensa lhe preparava.

Sérgio Conceição está obviamente a fazer um bom trabalho até agora. Não lhe era exigível mais do que foi feito até agora, com a matéria-prima existente e no contexto (cheio de “padres e missas”) que existe atualmente no futebol português. Mas tem claramente duas vantagens em relação aos seus últimos antecessores (mesmo em relação a NES, em que praticamente toda a sua carreira de treinador/adjunto tinha sido feita no estrangeiro) que saltam à vista de todos e podem fazer toda a diferença: experiência de treino no futebol português/conhecimento do clube FC Porto e capacidade comunicacional bem superior.

E, obviamente, um treinador no atual FC Porto, no atual contexto do futebol português, em que uma equipa venceu 12 dos últimos 16 títulos disputados, tem de ser forte no treino, na tática e na liderança do grupo, mas tem de ter também dotes comunicacionais bons, para dentro e para fora, tem de ser antipático para com a imprensa, dizer verdades inconvenientes e não pode ter medo de confrontar os poderes instalados, não pode estar preocupado com a sua imagem e o seu futuro em termos de carreira. Em conclusão, um treinador que atualmente oriente o FC Porto tem de estar alinhado com a própria comunicação do clube, não pode ter uma agenda própria, nem pode estar preocupado com a sua imagem perante os outros.

Como é lógico, a capacidade comunicacional ganha força e relevância quando se vê trabalho dentro de campo e, sobretudo, quando se veem resultados. A ver vamos, o que o futuro nos reserva... até agora, o balanço só pode ser positivo, mas ainda falta muito, demasiado para podermos ser conclusivos em relação ao que quer que seja.

Nota off-topic: Vou ser conciso e claro na minha opinião sobre esse assunto. Sim, é verdade que o trabalho de Conceição está muito acima das minhas expetativas, os resultados obtidos até aqui dificilmente poderiam ser melhores e os seus dotes comunicacionais estão muito acima do que se tem visto nos últimos anos para os lados do Dragão. Mas, digo-o com toda a frontalidade, não percebo a opção José Sá, por muito que me esforce. Não sendo nenhum problema disciplinar, como foi admitido pelo treinador e ficou evidente pela presença do espanhol no banco de suplentes, discordo em absoluto da escolha de Sá em detrimento de Casillas. Não, Casillas não é nenhum super-herói, e tem cometido erros (por exemplo com o Besiktas cometeu um grave), mas é um GR que dá mais garantias e segurança que Sá, na minha modestíssima opinião. Creio que faria bem mais sentido, haver rotação de GR nas taças de Portugal e da Liga, ou mesmo em jogos teoricamente mais acessíveis do campeonato. Não nos esqueçamos do que Casillas no ano passado, fez na luz ou no Dragão frente ao Sporting. Mas pronto, é apenas a minha humilde opinião.

23 outubro, 2017

DRAGÕES DE OURO 2016/2017.


Raúl Alarcón e Brahimi são Dragões de Ouro
Cerimónia realiza-se a 25 de outubro, no Dragão Caixa. Conheça aqui todos os vencedores

O ciclista Raúl Alarcón, vencedor da edição de 2017 da Volta a Portugal, é o galardoado com o Dragão de Ouro de Atleta do Ano referente à temporada desportiva de 2016/17. A lista dos prémios anualmente atribuídos pelo FC Porto àqueles que mais se destacaram em cada época já é conhecida e inclui também os futebolistas Brahimi, Diogo Dalot e Galeno. O argelino é o Futebolista do Ano, o lateral português é o Jovem Atleta do Ano e o brasileiro recebe o galardão de Atleta Revelação do Ano.

A equipa principal de hóquei em patins, que conquistou na temporada em causa todos os títulos nacionais (Campeonato, Taça e Supertaça), é destacada através do treinador Guillem Cabestany e do seu capitão, Hélder Nunes (Atleta de Alta Competição do Ano). Relativamente ao Atleta Amador do Ano, o Dragão de Ouro vai para as mãos do espanhol Daniel Sánchez, que já o tinha conquistado em 1999/2000.

O prémio de Dirigente do Ano vai, ex aequo, para Eurico Pinto e Alípio Jorge Fernandes, enquanto Francisco J. Marques, diretor de comunicação e informação, é Funcionário do Ano. O Projeto do Ano é a app do clube, o Banco Carregosa é o Parceiro do Ano e as distinções de Casa Nacional do FC Porto e Casa Internacional do FC Porto do Ano também já estão atribuídas, a Póvoa do Lanhoso e Bruxelas (Bélgica), respetivamente.

Américo, mítico guarda-redes dos anos 1950 e 1960, vai ser agraciado com o Dragão de Ouro Recordação. Artur Santos Silva, presidente do conselho de administração do BPI, é Sócio do Ano e o enfermeiro José Mário é reconhecido pela sua carreira no clube.

Atleta do Ano: Raúl Alarcón (Ciclismo)
Futebolista do Ano: Brahimi
Jovem Atleta do Ano: Diogo Dalot (Futebol)
Treinador do Ano: Guillem Cabestany (Hóquei em patins)
Atleta de Alta Competição do Ano: Hélder Nunes (Hóquei em patins)
Atleta Amador do Ano: Daniel Sánchez (Bilhar)
Atleta Revelação do Ano: Wenderson Galeno (Futebol)
Dirigente do Ano: Eurico Pinto e Alípio Jorge Fernandes (ex aequo)
Funcionário do Ano: Francisco J. Marques
Sócio do Ano: Artur Santos Silva
Projecto do Ano: App FC Porto
Parceiro: Banco Carregosa
Casa do FC Porto Nacional: Póvoa de Lanhoso
Casa do FC Porto Internacional: Bruxelas (Bélgica)
Carreira: José Mário
Recordação: Américo Lopes

A cerimónia de entrega dos Dragões de Ouro realiza-se a 25 de outubro (quarta-feira), no Dragão Caixa. O Porto Canal irá transmitir tudo em direto, com uma emissão desde as 20h30, que inclui a pré-gala, a cerimónia em si e o pós-gala.

21 outubro, 2017

O DRAGÃO VESTIDO DE GALA.


FC PORTO-PAÇOS FERREIRA, 6-1

A Gala anual dos Dragões de Ouro terá a sua edição deste ano na próxima Quarta-feira mas os portistas esta noite fizeram questão de fazer um ensaio vestidos de traje. O FC Porto recebeu e venceu, de forma estrondosa, o P. Ferreira por claros 6-1. Terá sido a melhor exibição dos portistas esta época que viveu esta noite momentos altos de grande inspiração.

O FC Porto, perante o seu público, não dá hipótese internamente. Goleada após goleada, os Dragões já levam mais de 20 golos no seu estádio a contar para a Liga NOS.


Sérgio Conceição regressou ao 4x4x2 com que iniciou a época. Colocou Marega ao lado de Aboubakar e Corona e Brahimi a explorar as faixas com os apoios de Ricardo (que grande locomotiva) e Alex Telles. No meio-campo surgiram Danilo e Herrera e atrás deles a habitual dupla de centrais, Marcano e Felipe. Na baliza, Sérgio Conceição voltou a apostar em José Sá.

O jogo começou praticamente com o golo inaugural. Numa dinâmica fortíssima, o FC Porto parecia uma locomotiva imparável. Jogadas rápidas, movimentações constantes e muitos jogadores a surgirem na zona de finalização, os azuis-e-brancos abriram o marcador aos 3 minutos. Bom entendimento na ala direita com Brahimi a surgir na área a cruzar para Ricardo. Em desequilíbrio e pressionado por um defesa contrário, o defesa lateral direito rematou para as malhas pacenses.

Logo de seguida, Marega cabeceou para grande defesa de Mário Felgueiras na sequência de um lançamento lateral de Alex Telles e desvio de Marcano. Aos 7 minutos, o jogo poderia ter ficado sentenciado mas não marcou o FC Porto, aproveitou o P. Ferreira.

Aos 8 minutos, Herrera numa saída para o ataque, perdeu a bola a meio-campo e Welthon cavalgou metros até à entrada da área onde desferiu um remate ao ângulo inferior da baliza de José Sá. Sem hipóteses.

O FC Porto reagiu de imediato e continuou a fazer o mesmo jogo como se nada se tivesse passado. Aboubakar criou um lance de muito perigo, salvo sobre a linha de baliza apesar do fora-de-jogo. Mas os Dragões estavam endiabrados. Jogadas rápidas, combinações perfeitas pela direita, pelo meio e pela esquerda a que só faltava o golo.

Aos 18 minutos, Ricardo assistiu Felipe e este isolado atirou para a baliza num remate à ponta-de-lança. Estava desfeito o empate que só pecava por tardio. O P. Ferreira parecia completamente perdido, não conseguindo sair a jogar e sentia-se completamente sufocado pela equipa das Antas.


Cinco minutos volvidos, o FC Porto ampliou o resultado. Triangulação perfeita entre Brahimi, Aboubakar e Marega com o Maliano a surgir na cara do Guarda-redes contrário e a estabelecer o resultado em 3-1. Ficava cada vez mais complicada a vida da equipa da capital do móvel.

Marega não satisfeito com um golo, repetiria a proeza aos 34 minutos. Cruzamento de Ricardo na direita para a entrada da pequena área e Marega a surgir com o pé direito a fazer o resultado ao intervalo. 4-1 era um resultado curto para tanto caudal ofensivo, de grande qualidade, digno de uma Gala dos Dragões de Ouro.

Mas numa noite quase perfeita, há sempre um senão para manchar a noite. Ainda antes do intervalo, Brahimi tem uma oportunidade soberana de fazer o quinto golo. Na zona de grande penalidade, o argelino recepcionou um cruzamento da direita e quando remata a bola é defendida por um defesa contrário para canto. O árbitro, bem colocado, e o VARíssimo, com todos os meios, fecharam os olhos a mais um lance claro. É mais um de muitos para a conta dos erros graves deste campeonato.

Na segunda parte tivemos novamente o FC Porto a tentar ampliar o score. O P. Ferreira a tentar fazer pela vida, evitando uma derrota por números históricos.

Aos 55 minutos, na sequência de um pontapé de canto, Felipe fazia o 5-1 mas o VARíssimo, desta vez muito atento, anulou o golo por fora-de-jogo de Aboubakar. O camaronês estava em posição de fora-de-jogo posicional, mas fez-se ao lance apesar de não ter tocado na bola.


É um lance discutível. Aboubakar não tocou na bola, fez-se ao lance, mas será que teve influência na jogada? A bola não sofreu mudança de direcção a caminho da baliza, mas a tentativa de Aboubakar condicionou a reacção de Mário Felgueiras?

Deixo estas questões para os entendidos na matéria.

O certo é que o VARíssimo foi pronto a decidir neste lance, o mesmo não o fez no lance de grande penalidade na primeira parte. São as “varísses” do costume a tender sempre para o mesmo lado.

O FC Porto manteve a bitola e procurou mais golos. O 5-1 chegou, efectivamente, aos 65 minutos. Jogada de Brahimi a isolar Marega, este rematou contra Mário Felgueiras, a bola sobrou para Corona que aumentou o resultado. Sete minutos depois, Aboubakar estabeleceu o resultado final num cruzamento de Corona onde o camaronês só teve que encostar para as malhas contrárias.

O resultado estava feito, mas foi escasso. Se o FC Porto atingisse a dezena de golos, não seria nada de estranhar, tamanho que foi o caudal ofensivo azul-e-branco e as oportunidades desperdiçadas, perante um Paços de Ferreira que viu desde muito cedo que, no Dragão, não é fácil derrubar esta equipa.

O FC Porto mantém a liderança isolada na prova e na próxima jornada desloca-se ao Estádio do Bessa para um sempre jogo complicado com os axadrezados. Espera-se um mar azul a inundar o Estádio do Bessa, mas antes o FC Porto defronta, esta Terça-feira, o Leixões para a Taça da Liga no Estádio do Dragão.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: “Tornámos este jogo fácil”

A resposta à derrota em Leipzig
“Este jogo foi o dar continuidade ao que nós fazemos durante a semana e que temos vindo a mostrar no campeonato. Não há equipas imaculadas, mas o importante é saber reagir aos percalços. É importante saber que depois dessas derrotas nós continuamos fortes, com caráter, personalidade e muita ambição de ser campeões. Obviamente que isto ainda está muito no início e ainda há muito caminho a percorrer, mas não podemos passar dos oito aos 80. É importante que os adeptos saibam que estamos aqui de uma forma séria e trabalhadora e não deixamos de ser ambiciosos e determinados quando as coisas correm menos mal. Este foi um jogo que se tornou fácil porque estivemos bem praticamente em todos os momentos, com bola, sem bola e muito dinâmicos. Tivemos prazer a jogar.”

O foco da equipa
“Um dia menos bom não nos pode tirar o foco. Nem sempre tudo é um mar de rosas, mas o importante é saber para onde vamos e com quem vamos. E eu tenho um grupo de trabalho fantástico, de grandíssima qualidade. Eles dão tudo e fazem tudo para conseguir os objetivos. E toda a gente sofre aqui dentro quando não se ganha, a começar por mim. É importante que as pessoas saibam que este ano têm um grupo muito determinado, que quer chegar ao fim e dar-nos o que nos falta há quatro anos.”

A preponderância de Brahimi
“Nós trabalhamos com todos. O Brahimi faz o seu trabalho, os avançados fazem o deles. Claro que depois há sempre puxões de orelhas e talvez o Brahimi tenha sentido uma ou outra vez as orelhas a arder. Mas depois tem a ver com a humildade dele, em perceber o que tem a melhorar, porque todos temos a melhorar, a começar por mim. Depois também tem a ver com a dinâmica da equipa e com aquilo que cada jogador tem a fazer para que ela funcione.”


Um mar azul
“Este mar azul tem que continuar, porque só com os adeptos é que, principalmente nos momentos menos bons, vamos conseguir chegar ao fim e ao nosso objetivo.”

Palavra ao Paços de Ferreira
“O Paços é um clube pelo qual eu nutro simpatia. Conheço os dirigentes e a estrutura e sei que não é esta derrota que vai abalar os seus objetivos para o campeonato.”

A resposta a Rui Vitória
“Não vi a conferência dele, não sei o que disse e não sei do que está a falar. Talvez o momento menos bom do Benfica o esteja a confundir. Mas vou responder a isso, não estou a fugir à questão. Tenho que ver e ouvir.”

A gestão de Ricardo
“​A condição física do Ricardo teve que ser gerida após o jogo da Taça de Portugal. Hoje estava bem, jogou e deu, tal como a equipa, uma grande resposta.”



RESUMO DO JOGO

20 outubro, 2017

INDIVIDUALIZAR É FÁCIL.


Os quatro anos sem títulos têm tornado a nossa massa adepta bastante impaciente e muito instável quanto a estados de espírito e opiniões sobre certos jogadores e treinadores. Como não gosto de estar no oito, nem no oitenta e como procuro, embora nem sempre isso seja possível, observar as coisas e usar a racionalidade, não posso dizer que perdemos em Leipzig por causa de uma determinada decisão do nosso Treinador ou de uma Exibição menos conseguida de algum dos Atletas.

Infelizmente, muito por culpa dessa tal instabilidade que não deixa de ser compreensível, vi muita gente imputar a responsabilidade da derrota na Alemanha a duas pessoas: O nosso Treinador Sérgio Conceição e José Sá. O primeiro porque decidiu trocar o Guarda-Redes e o segundo porque falhou no primeiro golo do conjunto da casa. Parece-me uma análise demasiado simplista e, francamente, com muita pouca razão de ser. Não sei o motivo da troca na baliza e, sem que se tenha passado algo de suficiente grave a nível disciplinar com Casillas que fosse motivo para o relegar para o banco de suplentes como forma de “castigo”, também sou da opinião que o Espanhol deveria ter sido o titular.

Mas será justo e correto dizermos que a nossa derrota se deveu a isso? Não me parece e por vários motivos. O primeiro porque o Leipzig foi melhor do que nós durante quase toda a partida. O segundo, porque após o erro do José Sá no primeiro golo conseguimos empatar e a partir dai o nosso Guarda-Redes esteve irrepreensível. O terceiro, porque, na minha opinião, tivemos exibições individuais bem piores do que as do nosso Guarda-Redes. Não gosto de individualizar mas é impossível não falar de Layún e da forma péssima em que se encontra. Quarto, porque na única derrota que havíamos tido esta Temporada, também para a Champions, Casillas falhou no segundo golo do Besiktas e quanto a mim poderia ter feito mais no Terceiro. Não me lembro de ninguém ter imputado as responsabilidades da derrota ao Espanhol. Quinto, e último, porque no Mónaco, aos 5 minutos de jogo, Casillas largou uma bola num lance idêntico ao erro de Sá que só por sorte não originou o primeiro golo dos Monegascos. Dizer que Casillas não cometeria um erro daqueles é só intelectualmente desonesto.

Como disse acima, salvo algum motivo de força maior, Casillas deveria-se ter mantido como Titular na nossa baliza, mas é de todo absurdo dizer-se que com ele na baliza o resultado teria sido garantidamente outro. Infelizmente, ao longo destes últimos dias, fui lendo comentários desse tipo e imensas críticas ao nosso Treinador, muito poucas com algo construtivo e a procurar analisar os factos com racionalidade e sem ideias pré-concebidas.

Não há qualquer motivo para extremismos. Perdemos contra uma excelente Equipa, que foi segunda num dos Campeonatos mais fortes do Mundo e que no passado fim-de-semana foi ganhar a Dortmund pelos mesmos números com que nos bateram, ainda assim temos o Apuramento completamente em aberto e uma vitória na próxima Jornada irá nos deixar numa posição excelente para avançarmos para os Oitavos. No Campeonato é o que todos sabemos, 8 jogos, 7 vitórias e 1 empate em Alvalade. Líderes isolados como já não éramos há quase 2 anos. Não é hora para o bota-abaixo habitual que tem sido o pão nosso cada dia das últimas Épocas. As críticas são sempre importantes, desde que sejam feitas com o intuito de ajudar, desde que tragam algo de construtivo e, acima de tudo, desde que sejam feitas com racionalidade e não de cabeça quente.

Vamos arrancar para uma série de jogos importante até ao final do ano, onde se jogará a liderança do Campeonato, o futuro na Champions e nas Taças Domésticas. É decisivo mantermos o espírito destes primeiros meses de Temporada, a começar já pelo jogo de Sábado frente ao Paços.

Um abraço Azul e Branco,
Pedro Ferreira

19 outubro, 2017

NÃO ESMORECER!


Se há umas semanas atrás dizia que tínhamos cada vez mais um FC Porto que dava gozo, mau era que 1 derrota e um mau jogo me fizesse imediatamente recuar nesse pensamento!

Mas não nos iludamos. O FC Porto é exigência constante, o “Mar Azul” tem de ser alimentado com resultados e com atitude e o jogo de Leipzig foi a antítese do que o FC Porto tem sido nesta temporada.

Algum excesso de confiança depois de refulgir no Mónaco e de uma boa prestação em Alvalade? Um adversário que mesmo sem ter grande pedigree é mais forte que muitos tubarões de nome? Um mau dia de muitos dos nossos jogadores? Talvez um pouco de tudo, mas chegar ao fim e ouvir o Capitão e demais jogadores a queixarem-se que entraram sem intensidade dá vontade de perguntar: “Mas porquê?”

Depois Casillas. Não me iludo, mesmo que confie que na maior parte das vezes o Sérgio Conceição seja sincero duvido que a “opção técnica” seja a razão para “sentar” o espanhol em favor do José Sá. Será uma reedição do Caso Baía de 2003, uma situação em que o treinador quer tomar o pulso ao balneário e a um dos seus craques? Será que o Casillas teve algum comportamento menos próprio e como tal foi punido com o banco na sua competição de eleição? Não sei, no entanto espero que as eventuais ondas de choque morram rapidamente e que não seja este episódio um momento de quebra. Sem querer alongar mais o assunto a verdade é que o FC Porto entrou mal e o 1º golo tem responsabilidades do Guarda-Redes que rendeu o espanhol, daí que espero que este caso não tenha sido a razão da desconcentração e menor concentração que a equipa demonstrou na terça-feira.

Sábado há mais, na competição que mais nos importa neste momento, por todos os motivos e mais alguns. A liderança isolada é para manter e se possível alargar e todos os Egos têm de ser postos de lado sob pena das nossas principais virtudes deste início de temporada sejam rapidamente anuladas.

17 outubro, 2017

DRAGÃO SALVOU-SE DA GOLEADA.



LEIPZIG-FC PORTO, 3-2

O FC Porto que se apresentou em Leipzig foi completamente trucidado pelo futebol da equipa alemã. Apresentando um onze muito semelhante ao utilizado no Mónaco, Sérgio Conceição decidiu colocar José Sá no lugar de Casillas, um posto muito específico numa equipa de futebol.

Já muito foi falado sobre esta troca de guarda-redes, algum ruído fez-se sentir entre adeptos mas a comunicação social tratou logo de empolar a situação, fazendo disto um caso de indisciplina ou coisa que o valha.

Não faço ideia o que se passou para haver esta troca. Prefiro aguardar pelos próximos jogos para ver o que se vai suceder mas se me perguntarem se concordei com esta opção, direi abertamente e claramente que não.

Porquê?


Simples. Se foi um caso de indisciplina, talvez esta mudança poderia ter sido feita no jogo do próximo fim-de-semana, um jogo teoricamente menos exigente. Se foi por opção técnica, direi que Sérgio Conceição cometeu novo erro depois de já o ter feito na jornada inaugural com o sistema tático apresentado frente ao Besiktas durante a primeira parte.

Podem falar que no Mónaco também arriscou colocando Sérgio Oliveira no meio-campo mas as coisas correram bem e não se fala nisso. Claro, concordo. Quando as coisas correm bem, não se critica, quando correm mal, fala-se. É assim no futebol e é assim em muitas situações na vida.

O certo é que se o jogo desta noite tivesse corrido mal mesmo com Casillas, já não se falaria como se falou ontem e hoje entre adeptos e comunicação social.

Sérgio Conceição declarou completa indiferença perante o ruído que se faça ou não sobre esta troca. Pode dizer isso mas indiferença não é de forma nenhuma. Ou então o homem não está consciente como diz estar.

Não quero especular sobre isto porque posso estar a meter a “pata na poça” mas relembro apenas aos leitores desta crónica o episódio vivido no Estádio do Bessa em fins de Agosto de 2002. Na altura, o episódio acabou em bem. Esperemos que desta vez volte a correr igualmente bem.


O certo é que o FC Porto foi para o jogo e sentiu desde o minuto inicial uma pressão muito intensa e fortíssima da equipa do Leipzig. Os Dragões foram sufocados na saída de bola da sua área e depois a equipa contrária surgiu a com cinco/seis homens na área portista para a finalização. Foi um sufoco.

Não estranhou que aos 8 minutos Orban inaugurasse o marcador para o Leipzig. José Sá abordou mal um remate de fora de área, a bola sobrou para Orban que rematou para a baliza deserta.

Os portistas não conseguiam construir jogadas de troca de bola. Faziam um pouco de jogo aéreo e de pontapé para a frente. O Leipzig continuava, pois, a massacrar o FC Porto.

Apesar disso, com alguma surpresa, os Dragões conseguiram empatar num lance aéreo. Estavam decorridos 18 minutos quando Layún fez um lançamento lateral longo para a grande área, Marcano e Felipe de cabeça ganharam a bola e Aboubakar, à meia-volta, atirou de pé esquerdo para a baliza.

Esperava-se que este golo pudesse colocar em sentido os alemães e acordasse os portistas para o jogo. Mas a dinâmica de jogo do Leipzig não baixou e a equipa portista sentiu as transições ofensivas de uma forma bastante intensa. Os alemães apresentavam um jogo pela zona central e de uma verticalidade vertiginosa. Criavam calafrios à equipa de Sérgio Conceição.


Depois de algumas oportunidades desperdiçadas, o Leipzig marcou dois golos no espaço de três minutos e quase que sentenciou a partida. Aos 38 minutos foi Forsberg a colocar o resultado em 2-1 e aos 41 minutos, Augustin, aproveitando um erro de Marcano, aumentou para 3-1.
Temeu-se o pior porque o Leipzig continuou a ser uma equipa perigosa. Mas os Dragões numa das poucas investidas à área contrária reduziu para 3-2 ao terminar o primeiro tempo. Alex Telles cobrou um pontapé de canto, Herrera assistiu Marcano na pequena área e reduziu o marcador, redimindo-se do erro anterior.

Na segunda parte, apesar do Leipzig não se apresentar com a mesma intensidade, o certo é que o FC Porto não foi capaz de reagir. O seu futebol ficava-se por tentativas bastante frágeis para uma equipa com ambições na Champions League.

Sérgio Conceição operou substituições com as entradas de Óliver, Corona e Hernâni. A nível de efeitos práticos, apenas o mexicano conseguiu criar algum perigo com jogadas individuais mas as tentativas não passaram de ameaças.

O FC Porto caiu para o 3º lugar no grupo G, sendo ultrapassado pelo adversário de ontem que tem mais um ponto que os Dragões. Em caso de vencerem o Leipzig no Dragão na próxima jornada, os azuis-e-brancos voltarão ao 2º lugar. Mas aos portistas vai ser exigido muito mais para poderem levar de vencida esta equipa que, apesar de não ter muitas individualidades, é uma equipa compacta e perigosa no contra-golpe. Sérgio Conceição deverá ter em conta os erros e reflectir sobre eles. Mas para já, o FC Porto terá dois jogos em casa em breve. No Sábado, recebe o P. Ferreira para a Liga NOS, jogo importante para manter a liderança. E três dias depois, recebe, também no seu reduto, o Leixões para a Taça da Liga.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: “Cometemos erros que não são normais”

As razões da derrota
“É uma equipa com um grande poderio físico, muito intensa e agressiva na recuperação da bola. Cometemos alguns erros na defesa que não são normais, mesmo frente a uma equipa com estas caraterísticas e que nos deu dissabores na primeira parte, apesar de sentir que, quando chegávamos à frente, o fazíamos com algum perigo. Sinceramente, voltando à preparação do jogo, faltou-nos a tal consistência na defesa para partir para uma exibição mais confortável e tentar ganhar o jogo.”

Lições para a receção ao Leipzig
“Estou cá para analisar o que não foi bem feito, sabemos que temos agora dois jogos em casa e um fora na Liga dos Campeões. É uma derrota que nos custa, não estamos habituados a perder. Perdemos conta uma equipa forte, muito sólida e que jogava em casa uma partida essencial para as suas aspirações. Mas ainda falta algum tempo para recebermos o Leipzig, vamos descansar e pensar no jogo com o Paços de Ferreira, que é muito importante para nós no Campeonato Nacional.”


A titularidade de José Sá e Casillas no banco
“Achei que a melhor equipa era constituída pelos 11 que começaram. Cabe-me a mim escolher os 11, os sete que ficam no banco e infelizmente tive de deixar três jogadores de fora. Vamos ver no futuro, hoje foi assim, os jogos são diferentes. Foi uma opção técnica, sou treinador, tenho de decidir, pouco me importa o ruido se decido em consciência.”

Desculpas aos portistas no estádio
“Tenho que pedir desculpa e agradecer ao público que veio apoiar-nos. Quando fui cumprimentar os jogadores estava a rever o jogo e passou-me completamente, vim para o balneário de forma ingénua, sem agradecer o apoio dos adeptos. Cheguei ao balneário e pensei nessa situação, que não é normal em mim.”



RESUMO DO JOGO