É um momento de alguma responsabilidade. Confesso que, durante a semana, me senti como um adolescente antes do primeiro acto sexual. Sobre o que é que eu iria escrever no blog do Blue Boy? Sobretudo, numa época de férias, com a silly season a não ter grandes motivos de interesse. Só podia falar sobre a actualidade portista e essa é marcada, indelevelmente, pelo tema do “Apito Dourado”. Algo já debatido amiudadas vezes, mas que continua a marcar a agenda bloguista.
Agrada-me, de sobremaneira, um empunhar da espada, como numa cruzada. Empunhá-la, depois de proferir o código de honra, comprometendo-nos a lutar bravamente pela honra da nossa amada. Uma amada que neste caso não tem rosto. Tem um símbolo venerado, um Dragão iluminado e poderoso, e as cores.
Aquelas que nos provocam arrepios. O Azul e Branco, que orgulhosamente flamejam na mais alta Torre do Dragão. Sim,
sinto-me como um dos Cavaleiros da Távola Redonda, disposto a morrer em combate na defesa de ideais que nos marcam a alma e o coração, como um ferro em brasa. Um guerreiro, que em vez da espada, usa a caneta, procurando oferecer o peito às balas, num amor incondicional. O nome da dama sem rosto:
FC Porto!
Exagero ao fazer esta analogia?
Não me parece. Portugal transformou-se num País de gente mesquinha, capaz de baixezas vis, torpes, orquestrando campanhas, minando de forma camuflada os êxitos de um clube poderoso. Tudo com um intuito, procurando denegrir um clube que é culpado. Sim, culpado. De vencer. De desejar cada vez mais. De almejar o sucesso. E isso eles não suportam. Essa gente sem rosto que, diariamente, vai fazendo o seu trabalho de sapa. Minando, criando a ideia de que vencemos por outros “méritos” que não os desportivos, conspurcando o nome de um clube secular. Televisões sem isenção, jornais sem ética, num espírito corporativo que tem que ser combatido. Ferozmente. Porque não exagero ao dizer que os tempos mais próximos vão ser tempestuosos.
Agora, com as investigações do “Apito Dourado”, as forças dos nossos inimigos redobram-se. Os ataques tornam-se mais intensos. Se já não bastava uma Justiça zarolha, incapaz de mostrar que é cega a interesses, surda a lobbys e imune a pressões, avolumam-se outros indícios de que o pior ainda está para vir. As pressões nos jornais aumentam. Pedem-se penas desportivas, numa onda de euforia que dá como certa a condenação do nosso presidente. Dá-se vazão a um ódio enraizado durante anos e anos. Os até agora fleumáticos perderam de vez a compostura, saltitando de alegria, em declarações ridículas. Os pasquins falam em “campeões com alternadeiras” ou de “polvo cercado”, fazendo conjecturas sobre qual a divisão em que o Porto jogará, após a conclusão do julgamento: Honra ou 2ª B.
Outros ainda, impacientes, preferem saltar etapas, encomendando e realizando filmes que abordam o tema. Dissecam a vida de um homem, condenando-o de antemão nas telas, indiferentes a tudo. E, se nos lembrarmos que o cinema raramente é a reprodução da realidade, existindo sempre um exagero, percebe-se facilmente que no filme de João Botelho as coisas vão ser à maneira americana: excessivas, abstractas e em grande, mas cumprindo aquilo a que se propõe. A degola de um inocente, na praça pública.
É contra isto que temos que lutar. Em vez da espada, como nas cruzadas, empunhando a caneta.
Porquê é necessário continuarmos a escrever. Mais do que necessário. Imperioso. Desmontando esta teia que teima em ser entrelaçada. Dando voz ao Porto, glorificando os seus feitos, contra-argumentando contra aqueles que tentam destruir-nos. O futebol em Portugal, desde a
hegemonia detida pelo Porto, deixou de ser um mero desporto. Passou a ser um campo minado. Literalmente. Armadilhado por invejas, ódios mesquinhos, egos desmesurados. E, todos unidos, tentam o maior ataque de sempre contra o nosso clube. Como se vivêssemos numa realidade alternativa, à boa maneira dos seriados televisivos de ficção científica, existe uma conjugação cósmica que me vem
preocupando, tal a disparidade de meios nesta “batalha”: de um lado da barricada, “impolutos” funcionários da Procuradoria, “isentos” jornalistas ,“éticos” repórteres,
que tentam uma onda de revivalismo. Voltar a um passado à muito enterrado, um tempo tenebroso em que venciam sempre os mesmos, ao arrepio das mais elementares regras desportivas. Do outro, e utilizando uma expressão feliz de um grande bloguista do Porto, o Lucho,
"na fantástica cidade do Porto vive um povo que não verga, um clube que não desiste e um orgulho que pode ser combatido... MAS NUNCA DERRUBADO!"
É esse o espírito de missão que teremos que ter. Mangas arregaçadas, penas afiadas, prontos a defender o nosso clube. Porque ele merece. E é isso que podem esperar dos cavaleiros da Távola Redonda.
ps1 - Não chegando aos calcanhares do Estilhaço e a sua verve poética joanina, aqui fica o juramento dos Cavaleiros da Távola Redonda, em forma de verso:
“Eles bem sabem que no Porto
Há raça, há querer, há crença, há esta certeza imensa
De vencer; mas sobretudo
Mora cá o enorme orgulho
De não termos quem nos vença”
ps2 - continua em construção o nosso [CoNtRa dOSsiEr] "o apito Bermelho"... se têm informações, elementos ou documentos que possam ser adicionados a este trabalho de fundo que estamos a realizar, e onde claramente identifiquem quem são os verdadeiros Jagunços & Gangsters desde nosso PORTOgal, não hesitem. Enviem-nos todo esse material para o email: blogdoblueboy@gmail.com, devidamente catalogado com a ORIGEM e DATA respectiva, para que depois de trabalhado, possa ser adicionado ao [CoNtRa dOSsiEr]. Porque pretendemos fazer a apresentação do mesmo por aqui muito em breve, também dependemos e muito da vossa colaboração, portanto, AJUDEM-NOS carago! No final, quem sabe, não possamos gratuitamente facultar toda esta documentação a uma (outra) VACA qualquer, e quiçá, até descubrir uma nova escritora literária com algum (outro) talento escondido que possa vir a causar espanto nuns tais 6 milhões de rídiculos?"