26 outubro, 2007

Violência no Futebol

Esta semana decidi escrever sobre a violência no futebol, não que não haja outros temas interessantes para falar, mas porque é um tema um tanto ou quanto polémico.

Quando falamos em violência no futebol falamos claramente da violência no relvado e nas bancadas, sendo que a violência nas bancadas é bem pior que a violência nos relvados (até porque ás vezes dá mesmo vontade partir as pernas ao adversário). Mas hoje vou apenas falar da violência nas bancadas.

Infelizmente aqui em Lisboa, cada vez que se tenta ir ver um jogo de futebol equipada a rigor é quase que um suicídio (apesar de eu muitas vezes ser uma kamikase e sair para o Centro Comercial Colombo com uma camisola dos Super Dragões). Sei perfeitamente, e eu faria exactamente o mesmo, que se no estádio do meu clube entrasse um adepto de uma outra equipa qualquer, sobretudo aqueles vermelhos ao pé do Centro Comercial Colombo, e que me recuso a pronunciar o nome, porque como já referi causa-me urticária, também não acharia muita piada e só me apetecia bater-lhes e expulsá-los do estádio.

No entanto as coisas não podem ser assim. Deverá haver um pouco de tolerância (por mais que nos custe) para assim assistir a bons espectáculos nas bancadas.

Irrita-me solenemente quando tenho de ouvir estes brejessos de Lisboa a dizer que os piores adeptos são os do Futebol Clube do Porto! “Por Amor à Santa!” é a única coisa que me apetece dizer… os lampiões, os lagartos e as restantes claques de outras equipas são uns santos! De certeza! Por isso é que cada vez que vou ali em frente do Centro Comercial Colombo ver o FC Porto a jogar com aquela equipa, vejo sempre coisas que até dão dó?! E quem começa? Não vou ser facciosa até porque tenho de ser um pouco imparcial neste tema… mas sinceramente são aqueles vermelhos que começam sempre tudo! Eu tenho de ir de cachecol dentro do casaco se não, não saio de lá viva. E nem preciso ir equipada, nem levar cachecol, basta torcer pela equipa adversária que és logo insultada! Dou dois exemplos que se passou naquele estádio, um que se passou comigo e outro que se passou com o meu pai (também ele anti vermelhos). O meu pai um dia (já há uns bons anos) teve o azar de entrar para ao pé da claque dos No Name e ia ver um jogo entre a equipa da casa e o Beleneses. O Beleneses teve a boa fé de marcar um golo e o meu pai teve a reacção de gritar golo. A sorte dele foi estar ali a policia, se não coitado! Não existia! Nem se manifestou muito, apenas gritou “golo”. Teve de sair logo dali.

Outro caso que se passou foi comigo num jogo nesse mesmo estádio num jogo frente ao FC Porto, claro que eu levava o meu cachecol e a minha camisola mas assim que ia para o meu lugar começaram a cuspir-me, eu claro que na minha boa educação perguntei se não estávamos num pais livre e se não me podia manifestar. Começaram logo a insultar-me. Isto já aconteceu há uns bons anos. O FC Porto ia em primeiro lugar e eu só me limitei a dizer que inveja era coisa feia e coisas do género. Bom, só não me bateram talvez porque estava acompanhada de primos que infelizmente são desse clubezeco.

Mas ainda referindo a violência nas bancadas nesses mesmo estádio já vi de tudo, desde rapazinhos com idade para ter juízo a roubarem cachecóis a miúdo que iam com os pais ver os jogos, a baterem em adeptos adversários com idade para ser pais dos mesmos. E já para não referenciar que quantas e quantas vezes esses adeptos vermelhos não fazem esperas a adeptos do FC Porto para armarem confusão?

Só para culminar gostaria apenas de referenciar um estudo feito pela Professora Dr.ª Ana Pedro da Universidade Autónoma de Lisboa, que eu tive o prazer de ser aluna dela, fez um case study sobre claques de futebol. Sendo ela sportinguista, teve de ser imparcial enquanto “viveu” uma semana – preparação para os jogos - com cada claque (Super Dragões, No Name, Juve Leo, entre outras) e a conclusão a que chegou foi que não havia pior claque que a Juve Leo e inclusive chegou a presenciar conversas entre membros dos No Name para saber quem se iria infiltrar nas claques adversárias para arranjar confusão.

Agora deixo umas questões no ar, porque é que só os Super Dragões e os adeptos do FC Porto é que têm a fama de ser maus e violentos? Será que são mesmo adeptos do FC Porto que arranjam as tais confusões? Deixo ao vosso critério.

Saudações azuis e brancas e até para a semana,
Sodani.

ps – [nova actualização] [CoNtRa dOSsiEr] "o apito Bermelho" com upload de 3 novas imagens (total: 187 slides)… passem por lá para confirmar, não custa nada! Só tens que clicar no banner respectivo logo ali acima.

10 comentários:

  1. Cara colega de bancada, Sodani:

    Eu relativamente às claques vivo num dilema, sei que um jogo do FCP sem a magia q só elas (claques) trazem, não é o mesmo mas ao mesmo tempo é evidente q por vezes sujam o nome do clube com episódios negros q me escuso de referir. Sobre as claques dos rivais e tudo o q vives aí por Lisboa, não me surpreende mas infelizmente todos sabemos q a imprensa só destaca qd é o FCP e as suas gentes a ter atitudes dessas. Se são + ou - violentos q os SD eu diria q depois do equipamento ter mudado para cor de rosa os + violentos somos nós, eles estão, sei lá, mais queridos, + simpáticos:)) eheeh

    Por último, futebol em Lisboa só vi quatro vezes, no antigo Estádio da Luz fui lá ver a Selecção em 93 e 95, e fui também ao jamor ver duas finais de taça (FCP ganhou ao maritimo e leiria). Mesmo na Luz levei cachecol do FCP mas como era a selecção só ouvi umas bocas...

    Bom fim de semana. E esta 2ª temos q tratar dos bebés do mar:) Força Porto.

    ResponderEliminar
  2. Acho que as claques, na sua essencia, são importantes para os clubes.
    O pior é que depois desvirtuam os propósitos para que foram criadas e existem problemas graves. Em qualquer Clube.
    Irrito-me passar nas áreas de serviço, estarem lá as ditas e estar tudo fechado com um ambiente de cortar à faca.
    è pena mas é assim e isso leva-nos a não termos simpatia por eles, embora sejam um estímulo durante os jogos. Mas isso não justifica o resto.

    ResponderEliminar
  3. Sodani,

    Como eu te compreendo. Abomino a violência, sobretudo quando associada a fenómenos desportivos, pois resulta no adeulteramento completo das regras de são convivência. Infelizmente, todos nós k frequentamos estádios, já sentimos na pele o labéu de sermos portistas, algo k neste País de gente mesquinha parece ser pior do k a peste.

    Igual a ti, vivi uma situação, num Beira Mar-Porto, em k por pouco não fui linchado, valendo nesse casso a protecção de amigos de cores clubistas diferentes. Confesso k cheguei ao carro com a roupa a escorrer o cuspe proveniente da sanha da escumalha k, ainda frustrada por uma derrota e pela queima de uma bandeira do Benfica por meia duzia de putos portistas, desencadeou uma verdadeira caça ao homem. Tive, nesse triste final, duas hipóteses: continuar com a camisola e cacecol do Porto vestidos, ou ceder ao medo e tirá-los, como conselho dos referidos amigos. Optei pela 1ª, sabendo o quanto isso me puderia custar caro. Pelo menos, o orgulho mantive-o intacto, se bem k o ódio k senti me tenha acompanhado por longo tempo. O espantoso é k isso tudo se passou a poucos passos de polícias k, impávidos e serenos, nada fizeram para proteger quem era insultado, cuspido e agredido...

    Perdi alguma da minha inocência, nesse dia. Continuo a seguir o Porto, nomeadamente em jogos fora, mas confesso k o receio de situações idênticas, sobretudo pk normalmente vou apenas com o meu pai, me leva a procurar sempre, nas bancadas, o proteccionismo da claque. Infelimente, é este o País em k vivemos, com a claque portista, claramente causadora de inúmeras situações de desacato k envergonham o nome do clube, a ser a ÚNICA apontada pela comunicação social, k se esquece de casos bem mais gravosos, passados com outras turbas, e com resultados muito piores...

    Viva o Porto! A vitória é mesmo a nossa derradeira arma...

    ResponderEliminar
  4. Olá, boas tardes.
    Felizmente, posso dizer que nunca tive azar nas deslocações aos estádios. Mesmo nas idas à Luz (marriage oblige), nunca tive problemas e sempre fui devidamente identificada (cachecol e/ou camisola) do FCP.
    Há bons e maus adeptos em todas as claques, mas acreditem que a do V. de Guimarães bate todas as outras em questões de agressividade....
    Concordo contigo, que a violência nas bancadas é muito pior que a no relvado. E muitas das vezes, entre adeptos do próprio clube.
    Recordo-me de uma vez no Dragão, estar um adepto do FCP constantemente a embirrar com o Ibson, ou era porque não passava, ou porque passava, tudo servia para o insultar. Até que, mais uma vez voltou à carga, numa situação em que o Ibson nem parte da jogada fez, e o adepto que estava ao lado dele perdeu a cabeça e começaram a discutir um com o outro e o que se seguiu não foi bonito...

    Heliantia

    ResponderEliminar
  5. Viva !

    Texto muito interessante que põe, quanto a mim, como problemática em pano de fundo, a organização e a estruturação das claques.

    A infiltração de elementos exteriores pode também ser perigosa. É pena que a Sodani não tenha desenvolvido mais este aspecto ( mas não se pode escrever tudo). As claques não podem desvirtuar o futebol. Não precisamos disso ! Por isso eu acho que elas deviam estar debaixo do controle dos clubes.

    De qualquer modo, tendo em conta o nº de espectadores no Dragão penso que a ambiência deve ser bem pacata por aí.

    E Viva o Porto !

    ResponderEliminar
  6. Boas amigos BLUES.
    Costuma-se dizer que anda � chuva molha-se.
    Se eu fosse a falar de situa�es dif�ceis (viol�ncia) que eu e os meus camaradas (Caxana, BLUE BOY, DESVIRA, XEIO DE XONO, MIAU) nunca mais saia daqui. J� tenho saudades de um cl�ssico. Bem-haja a todos os BLUES.

    ResponderEliminar
  7. É verdade Sodani, um tema muito controverso e de várias leituras... consoante a nossa vivência clubistica.

    Falando pelos 'meus' ou pelos 'nossos', digo que são uns meninos de coro e todos os outros, os maus da fita, ora essa ;-)

    Agora, deixando de lado as brincadeiras, é claro que aqui, as claques dos 3 grandes e tal como a Heliantia chama a atenção, mesmo a claque vitoriana, é caso para dizer: qual a pior de todas elas?

    Todas elas têm maus exemplos e não adianta cobrir o sol com a peneira... mas é por demais evidente a conotação hiper-negativo-violenta, sempre que as camisolas dos ultras são de tons azulados... é por demais evidente, só não vê, quem não quer mesmo ver e nem adianta disctitur isso.

    Pela minha experiência pessoal, posso só dizer que tb mesmo por aqui já vi muitas coisas das quais não concordo, não aceito, nem tão pouco posso sentir-me reconfortado por isso... agora, quando se armam em heróis e levam nos brincos, ai sim, só se perdem as que caiem no chão.

    COmo costumo dizer muitas vezes, nestes casos, 'o cemitério está cheio de heróis' e ponto final parágrafo... se estiver em nr igual, não fujo ao confronto nem admito ser insultado/enxovalhado/cuspido, agora, se estou em claro minoria, só tenho mesmo é que baixar a guarda e seguir em passo largo o meu caminho.

    Apesar de muitos e muitos anos de futebol, apesar de muitas e muitas deslocações, apesar de muitos e muitos perigos, a minha folha de serviços está completamente em branco, ou seja, nunca me bateram, nunca bati em ninguém!

    Ir ao WCXXI é muito menos perigoso do que visitar o Galinheiro, porque ali sim, a escumalha anda toda em pólvorosa por poder encontrar um 'desgraçado' que não se possa defender, senão tentar bater o recorde mundial dos 100 mts em passada de avestruz!

    Por isso, WC XXI em principio não requer protecção dos ultras... agora, o Galinheiro, só mesmo no meio dos 'nossos', porque os perigos são imensos e espreitam a cada esquina... e muitas vezes, nem é preciso ir 'ornamentado', porque os descendentes de macacos, parece que farejam o cheiro de PORTOgal.

    Duvidam? então façam o seguinte exercicio e passem uma vista d'olhos nisto, é só clicar aqui... vão perceber muita coisa do que aqui digo.

    Mas... na 12ª jornada, no fds de 02 de Dezembro, como sempre, lá estarei no Galinheiro, sozinho ou acompanhado, mas estarei, sem medos, nem compaixões! Não tenham dúvidas. Bamos a eles carago!, sem medo nem compaixões... eles, quando nos topam, até se borram todos, porque de facto, nós somos SUPERiores!

    Jinhos e bom fds,
    http://bibo-porto-carago.blogspot.com/

    ResponderEliminar
  8. As claques são indespensáveis no futebol actual. Agora indespensável poderão ser os excessos, com esses passamos nós bem.

    Abraço

    ResponderEliminar
  9. Viva!
    Blue Boy eu tambem estive nesse jogo e estive no meio dos nossos, consegui arranjar um bilhete para lá... e sei bem como foi...
    Se o espectaculo das bancadas fosse gritar mais e cantar pela equipa o espectaculo seria bem mais apetecivel e dava muito mais gozo ir ao futebol.

    A todos obrigado pelos comentários.

    Saudações azuis e brancas

    Sodani

    ResponderEliminar
  10. Penso que o "problema" da falta de educação existe em tudo quanto é lado, mas é óbvio que certas raças (porque não tem outro nome), são muito piores que outras, e então aquelas cujo clube está alojado em Marrocos têm muito que se lhes diga.
    um abraço e um beijo.

    ResponderEliminar