Sob um Tecla(do) de Lu(ch)o

Taça de Portugal, 5ª eliminatória
19 de Janeiro de 2008
Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 20.319 espectadores

FC Porto: Nuno; Fucile, João Paulo, Stepanov e Lino; Bolatti, Lucho «cap.» e Kazmierczak (Quaresma, 61m); Adriano (Lisandro, 74m), Farías e Mariano (Cech, 81m).
Não utilizados: Ventura, Pedro Emanuel, Raul Meireles e Castro.
Treinador: Jesualdo Ferreira.

Desportivo das Aves: Grosso, Sérgio Nunes, Miguel Vítor e Pedro Geraldo; Marcelo Henrique (Pascal, 46m) e Mércio; Leandro, Gouveia (Romeu, 75m) e Castro (Robert, 46m); Leandro Tatu.
Não utilizados: Rui Faria, Rui Miguel, Nuno Mendes e Zambujo.
Treinador: Henrique Nunes.

Disciplina: Cartão amarelo para Sérgio Nunes (37 min), Marcelo Henrique (40 min), Pedro Geraldo (63 min), Mariano (79 min), Miguel Vítor (82 min) e Quaresma (90 min).

Golos: Farías (31 min) e Quaresma (90 min).

Só porque o tempo não é muito, vou deixar-vos aqui apenas algumas notas soltas do que vi no Estádio quanto a esta vitória mais que justa e merecida da única equipa que fez por merecer a passagem à próxima eliminatória da Taça de Portugal: o FC Porto.

Em primeiro lugar, admito, acabei por decidir à última hora deslocar-me para assistir ao jogo, tendo até mesmo ido a «medo», pensando que ia acabar por assistir a um jogo de futebol de final de tarde que se proporcionaria a uma valente seca e uma completa perca de tempo, e ademais, agravada pela natural «selecção» da 2ª linha do nosso plantel para subir ao relvado e defender as nossas cores… afinal, enganei-me redondamente, tendo dado o meu tempo por muito bem entregue, atendendo à demonstração de grande «profissionalismo» de uma grande maioria dos jogadores utilizados, mas a isso, vamos já lá mais adiante.

Mesmo sem nunca precisar de colocar o prego a fundo, o FC Porto foi a única equipa a utilizar de forma pura o ataque ao reduto adversário, mas como digo, sem necessidade de grandes desgastes e grandes correrias. O nosso futebol era praticado com relativa fluidez e rapidez de processos, aparecendo aqui e acolá algumas boas jogadas de ataque planeado, cujo público presente, e bem, retribuía com muito agrado.

Defensivamente, não houveram propriamente ocorrência de «sustos» que motivassem alguma preocupação, onde regra geral, o futebol era praticado longe desta zona do campo, mas quando chamados a intervir, faziam-nos com muita serenidade e eficácia… aqui, abro um parêntesis para sublinhar uma actuação completamente desastrada de Lino, principalmente nos primeiros 45 minutos, parecendo estar completamente deslocado da realidade deste jogo. Para quem precisava de mostrar algo para merecer quiçá mais oportunidades para a 2ª fase da liga Bwin, foi uma exibição bastante comprometedora.

No meio campo, a classe de Lucho fazia toda a diferença, tamanha era a demonstração de superioridade técnica, sendo em grande parte do jogo, o grande (e único) municiador de lances de ataque… invariavelmente, com nota 5 estrelas.

Nas suas costas, Bolatti fazia de Paulo Assunção e aproveitou mais uma vez para subir mais uns (bons) degraus na ambientação ao futebol praticado em Portugal, mostrando em alguns momentos, lances de fino recorte. Já Kazmierczak, digo o mesmo que disse atrás para Lino… uma aposta completamente perdida para este, que esteve francamente mal.

Avançando para o ataque, digo apenas que fiquei eu, e concerteza toda a grande maioria dos ali presentes, completamente surpreso e sem saber muito bem afina o que esperar até ao final do liga Bwin por parte de Ernesto Farias. Definitivamente, o «mvp» deste jogo, mostrando uma raça, rapidez de processos, visão de jogo e uma motivação extra que me fez logo recordar um tal de «Lisandro», só que com menos uns bons centímetros. Neste jogo, mostrou claramente que sabe bem que terrenos pisar e movimentações típicas de um ponta-de-lança com classe. Sinceramente, fiquei com muita «água na boca» para o que esperar dele daqui em diante.

Adriano esteve desinpirado, mas também, demasiado «ausente» do jogo… já Mariano, começou mal, mas com o passar do tempo, foi assentando o seu jogo, mostrando alguns pormenores muito interessantes, mas sinceramente, continua a deixar-me muito a desejar as apostas frequentes neste. A rever.

Para o final, e já com a presença de alguns dos habituais titulares, deixo só uma (pequena) nota de desagrado para a forma como Quaresma encarou os poucos minutos que esteve em campo. Usou e abusou dos lances individuais, quase sempre neste jogo, completamente inconsequentes, mas também para a desnecessária e insistente tentativa de humilhar o adversário, quando se pedia apenas circulação de bola e preferencialmente, como chegou a acontecer por 2 ou 3 vezes, para colegas em melhor posição… bem ou mal, o que é certo é que acabou por ser este a fechar a contagem, colocando ponto final na partida e o resultado em 2-0.

Resumidamente, só pela «atitude» de Farias em jogo durante os 90 minutos, valeu bem a pena o tempo perdido… mas obviamente que o resultado final também ajudou; e muito!

azul + : Farias (VIPortista), Lucho, Bolatti e Stepanov.

azul - : Lino, Kazmierczak, Adriano.

arbitragem: Artur Soares Dias (AF Porto), esteve lá? Nem dei conta!