... para o FC Porto conquistar o TRI na Taça dos Campeões ?
Será necessário fazer colecção de jogadores estrangeiros para ganhar as competições europeias? A composição das equipas vitoriosas, a partir de 1997, mostra que não é uma obrigação. E, paralelamente, aponta para a legitimidade da regra do “6+5“.
Existe, actualmente, pelo menos em França, quer na imprensa desportiva e quer, sobretudo, nos blogs desportivos, um debate deveras importante quanto a uma eventual aplicação da regra do “6+5”. A FIFA e a UEFA estão a fazer pressão, junto de Bruxelas, para que as instâncias dirigentes europeias reconheçam a especificidade do desporto. Se tal especificidade já existe para a cultura porque não haveria de existir, também, para o desporto?
É sabido que Bruxelas recusou qualquer restrição sobre os critérios de nacionalidade. Tal restrição é contrária ao direito da livre circulação, na União, dos trabalhadores (neste caso dos jogadores). Em contrapartida, a ideia de obrigar os clubes, aquando do pontapé de saída, a alinharem, no mínimo, seis jogadores que possam ser eleitos para a selecção nacional do país do seu clube está, cada vez mais, a ganhar terreno. O presidente do Parlamento Europeu, H-G Pottering, o ministro Francês dos desportos, Bernard Laporte, citando só duas personalidades duma lista que cresce de dia em dia, são extremamente favoráveis. Estou convencido que, após os Jogos Olímpicos, a regra do “6+5” será assunto na imprensa desportiva e não só.
Note-se, contudo, que a regra do “6+5” nada tem de revolucionário. A lei do mercado parece já ter validado, empiricamente, a regra em questão. Veja-se, mais abaixo, o quadro relativo às equipas vitoriosas na Liga dos Campeões e na Taça UEFA, a partir de 1997. Reconheço que este quadro não está totalmente completo. Só diz respeito às finais e não engloba o conjunto das eliminatórias. Mas não deixa de ser verdade que quando se trata de disputar uma final existe um reflexo identitário. Desde 1997, dois terços dos clubes vencedores, quer na Liga dos Campeões quer na Taça UEFA, alinharam, aquando do começo do jogo, uma maioria de nacionais. Com efeito, no seio das vinte e quatro equipas vencedoras, dezasseis alinharam, no mínimo, 6 jogadores nacionais.
Este quadro apresenta uma simples média. As vitórias do Porto, do Galatatasary e do Zenit, alinhando um número de nacionais acima da média, poderiam sugerir que se trata duma particularidade de campeonatos desfavorecidos economicamente. Ora, as vitórias do Valência, em 2004, e do Milão AC, em 2007, parecem desmentir esssa ideia.
Já estamos longe das finais de C1 de 2005 e de 2006 em que os clubes vencedores utilizaram um número reduzido de jogadores nacionais. Porém, há que ter em mente que jogadores como Oleguer ou Puyol, jogadores Catalães, podem ser considerados como jogadores emblema. E, por essa razão, pesam muito mais que os outros junto dos adeptos. Do quadro há, igualmente, que observar a constância do Manchester United. Este clube, quer no campeonato Inglês quer nas competições europeias, alinha, quase sempre, seis nacionais. É como se Alex Fergusson, treinador do Manchester, já tivesse interiorizado a regra do “6+5”.
Mas também é possível verificar, após a leitura deste simples quadro, que sem talentos internacionais é, imensamente, difícil conquistar trofeus europeus.
No âmbito desta simples média, salvo erro meu, o FC Porto foi o único clube vencedor (em 2003), a utilizar onze nacionais, contabilizando-se titulares e substitutos. Tal proeza deu ainda maior projecção internacional ao FC Porto. Sobretudo, junto daqueles que defendem a regra do “6+5”. Com efeito, este exemplo de 2003, quer se queira ou não, é um argumento de choque. Há até quem leve o racicíonio até o seu paroxismo : “Se Mourinho, antigo treinador do Porto, nada ganhou internacionalmente com o Chelsea foi porque nunca alinhou um número suficiente de nacionais”.
Contudo, as competições europeias, como já acima escrevi, num terço dos casos dão vantagem aos clubes que não alinham uma maioria de nacionais. Assim, qual é o melhor potencial para o Porto para a edição da Taça dos Campeões que se avizinha (2008-09)?
Deixo o debate em aberto.
E Viva o Porto !
fontes consultadas: Observatoire des footballeurs
Será necessário fazer colecção de jogadores estrangeiros para ganhar as competições europeias? A composição das equipas vitoriosas, a partir de 1997, mostra que não é uma obrigação. E, paralelamente, aponta para a legitimidade da regra do “6+5“.
Existe, actualmente, pelo menos em França, quer na imprensa desportiva e quer, sobretudo, nos blogs desportivos, um debate deveras importante quanto a uma eventual aplicação da regra do “6+5”. A FIFA e a UEFA estão a fazer pressão, junto de Bruxelas, para que as instâncias dirigentes europeias reconheçam a especificidade do desporto. Se tal especificidade já existe para a cultura porque não haveria de existir, também, para o desporto?
É sabido que Bruxelas recusou qualquer restrição sobre os critérios de nacionalidade. Tal restrição é contrária ao direito da livre circulação, na União, dos trabalhadores (neste caso dos jogadores). Em contrapartida, a ideia de obrigar os clubes, aquando do pontapé de saída, a alinharem, no mínimo, seis jogadores que possam ser eleitos para a selecção nacional do país do seu clube está, cada vez mais, a ganhar terreno. O presidente do Parlamento Europeu, H-G Pottering, o ministro Francês dos desportos, Bernard Laporte, citando só duas personalidades duma lista que cresce de dia em dia, são extremamente favoráveis. Estou convencido que, após os Jogos Olímpicos, a regra do “6+5” será assunto na imprensa desportiva e não só.
Note-se, contudo, que a regra do “6+5” nada tem de revolucionário. A lei do mercado parece já ter validado, empiricamente, a regra em questão. Veja-se, mais abaixo, o quadro relativo às equipas vitoriosas na Liga dos Campeões e na Taça UEFA, a partir de 1997. Reconheço que este quadro não está totalmente completo. Só diz respeito às finais e não engloba o conjunto das eliminatórias. Mas não deixa de ser verdade que quando se trata de disputar uma final existe um reflexo identitário. Desde 1997, dois terços dos clubes vencedores, quer na Liga dos Campeões quer na Taça UEFA, alinharam, aquando do começo do jogo, uma maioria de nacionais. Com efeito, no seio das vinte e quatro equipas vencedoras, dezasseis alinharam, no mínimo, 6 jogadores nacionais.
Este quadro apresenta uma simples média. As vitórias do Porto, do Galatatasary e do Zenit, alinhando um número de nacionais acima da média, poderiam sugerir que se trata duma particularidade de campeonatos desfavorecidos economicamente. Ora, as vitórias do Valência, em 2004, e do Milão AC, em 2007, parecem desmentir esssa ideia.
Já estamos longe das finais de C1 de 2005 e de 2006 em que os clubes vencedores utilizaram um número reduzido de jogadores nacionais. Porém, há que ter em mente que jogadores como Oleguer ou Puyol, jogadores Catalães, podem ser considerados como jogadores emblema. E, por essa razão, pesam muito mais que os outros junto dos adeptos. Do quadro há, igualmente, que observar a constância do Manchester United. Este clube, quer no campeonato Inglês quer nas competições europeias, alinha, quase sempre, seis nacionais. É como se Alex Fergusson, treinador do Manchester, já tivesse interiorizado a regra do “6+5”.
Mas também é possível verificar, após a leitura deste simples quadro, que sem talentos internacionais é, imensamente, difícil conquistar trofeus europeus.
No âmbito desta simples média, salvo erro meu, o FC Porto foi o único clube vencedor (em 2003), a utilizar onze nacionais, contabilizando-se titulares e substitutos. Tal proeza deu ainda maior projecção internacional ao FC Porto. Sobretudo, junto daqueles que defendem a regra do “6+5”. Com efeito, este exemplo de 2003, quer se queira ou não, é um argumento de choque. Há até quem leve o racicíonio até o seu paroxismo : “Se Mourinho, antigo treinador do Porto, nada ganhou internacionalmente com o Chelsea foi porque nunca alinhou um número suficiente de nacionais”.
Contudo, as competições europeias, como já acima escrevi, num terço dos casos dão vantagem aos clubes que não alinham uma maioria de nacionais. Assim, qual é o melhor potencial para o Porto para a edição da Taça dos Campeões que se avizinha (2008-09)?
Deixo o debate em aberto.
E Viva o Porto !
fontes consultadas: Observatoire des footballeurs
inceramente, nunca me provocou qualquer prurido moral a existência de estrangeiros nas equipas do Porto. Como é afirmado no próprio artigo, as fronteiras hoje estão esbatidas, com o princípio da livre circulação. Sendo assim, é cad vez mais normal ver clubes com estrangeiros em número superior aos de atletas nacionais. Um dos exemplos mais flagrantes é o do Arsenal, clune secular em Inglaterra, com uma base de apoio enorme, e que desde a intervenção no clube de Wenger tem sabido lutar em todas as competições com os opositores. O preço a pagar? A quase total ausência de atletas ingleses, pela política implementada pelo visionário treinador frânces. Compra jovens promessas, um pouco por todo o lado, dando-lhes condições de crescimento ímpares...
ResponderEliminarA base do Porto deve ser feita de qualidade, venha ela de qualquer quadrante. Se com Mourinho e Artur Jorge o domínio da Europa foi sedimentado numa luxuosa base de atletas nacionais, continuo a considerar que o Porto tem sabido, de forma prudencial, manter jogadores lusitanos, portadores da mística celebrada, mesclando-os com sotaques de outras terras longínquas, mas cujo perfil humano/profissional encaixa no modelo preconizado.
Mais do que falar em nacionalidades, no Porto, é caso para se falar em exemplos de perfis. Jogadores maduros, tacticamente evoluídos, fazendo da abnegação a palavra de ordem, lutando até à exaustão pelo emblema. E, desde k assim seja, quero lá saber se eles falam russo, mandarim ou espanhol.
Também não me preocupo com a Nacionalidade dos atletas. Importante é haver espírito de grupo e qualidade. E penso q uma vez mais o FCPorto vai conseguir juntar essas duas vertentes. Abraço e parabéns pelo tema escolhido.
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