Paragem no campeonato, tudo muito calmo, tão calmo que estive até agora a pensar no que escrever. Poderia falar da meia dúzia com que o Brasil cilindrou, ontem, a Selecção Nacional, mas como este é um blog dedicado ao FC Porto, abordarei um tema que, indirectamente, diz respeito ao nosso clube.
Foi voz corrente num passado recente, que a liga portuguesa, tal como estava estruturada, sofria de uma falta de competitividade que se vislumbrava a olho nú, ou, diziam alguns, estava nivelada por baixo. Até um certo ponto, a opinião não era totalmente descabida. De facto, o nosso campeonato era e continua a ser, goste-se ou não, de fraca expressão internacional, com marcadas diferenças entre os grandes clubes e os outros, níveis de qualidade de jogo, em média, demasiado baixos, fracas assistências nas bancadas e espectáculos de pouco relevo.
Pergunto eu, que ainda hoje não percebi: qual o problema que se procurou resolver com uma redução de apenas dois clubes? Dezasseis equipas em vez de dezoito iria fazer aumentar os índices de competitividade? Ou foi apenas uma forma de tapar o sol com a peneira? Tirar quatro jogos a cada clube, não veio resolver nenhum dos males do futebol português, bem pelo contrário. Nem a criação da Taça da Liga veio colmatar o vazio criado no calendário e, enquanto vemos pela Sporttv a Premier League sempre a 'bombar', somos obrigados a levar com paragens sucessivas da liga principal, muitas delas bem prolongadas. Menos jogos, menos receitas, quer de bilheteira, quer televisivas, mais desinteresse do público, pior nível físico dos jogadores. A competitividade, essa, continua na mesma. Conclusão: 18 equipas estavam bem!
Se pudéssemos, num qualquer toque de magia, alterar todo o futebol português, certamente que a sua realidade seria bem diferente da que actualmente vigora. Dirigentes com ideias e projectos sólidos e não apenas a pensar em ganhar o jogo seguinte, que finalmente percebessem que se investissem na formação todo o dinheiro que gastam na contratação de jogadores estrangeiros, muitos deles de péssima qualidade, teriam mais a lucrar, seria, sem dúvida, a primeira medida. Equipas que, ao invés de contratarem contentores de reforços todas as épocas, conseguissem manter uma base de jogadores por mais tempo, que se tornassem admirados pelos adeptos e símbolos dos clubes. Uma masssa adepta menos concentrada nos 'grandes', melhor distribuída pelos diferentes clubes, que possibilitasse uma maior presença na generalidade dos estádios. Treinadores com boas ideias acerca do jogo, que se preocupassem em jogar um futebol positivo, em detrimento do futebol de 'retranca'. Árbitros melhor preparados em todos os aspectos e menos propensos ao erro. Narradores diferentes do Valdemar Duarte e comentadores que não o João Querido Manha. Claques que tivessem como único objectivo apoiar os respectivos clubes do coração e dar um colorido especial aos recintos desportivos, deixando de parte a promoção do crime organizado. Exclusão dos clubes que não pagassem aos seus futebolistas durante meses e meses a fio. Eu sei lá...
Ao fim e ao cabo, tudo o que tornasse o futebol nacional um produto mais apelativo e espectacular seria bem-vindo. Baixar os preços exorbitantes dos bilhetes, porque não? Existência de um programa televisivo 'oficial' de antevisão e outro de resumo e análise de cada jornada, com grafismos modernos, como sucede com a Premier League, seria assim tão complicado? Falar-se mais de futebol jogado e menos dos Paixões e Benquerenças, sem se estar uma hora a escalpelizar imensos casos de arbitragem, como acontece, por exemplo, no Trio D'Ataque e que nada de bom vem acrescentar, seria assim tão difícil? E uma revista, patrocinada pela LPFP, que tivesse por missão, única e exclusivamente, vender o produto 'futebol português' de um modo positivo, com colunas de opinião, entrevistas, reportagens, fotos, espaços de interactividade com os adeptos, etc; porque é que ninguém ainda pensou nisso? Ou a Liga é apenas uma espécie de vigilante, sempre pronta a castigar os que prevaricam?
Não sei se isto não é somente um sonho e que muitas destas medidas não sejam exequíveis na prática. Talvez o futebol português disponha de um mercado demasiado reduzido para se pensar tão grande. O que sei é que tenho dado por mim a vibrar mais com jogos da Premier League e da Liga Espanhola do que com os deste nosso campeonatozinho. Salvo algumas excepções, ver os desafios da liga portuguesa é, pelo menos para mim, uma autêntica seca, factor que não posso controlar! E isso preocupa-me.
Foi voz corrente num passado recente, que a liga portuguesa, tal como estava estruturada, sofria de uma falta de competitividade que se vislumbrava a olho nú, ou, diziam alguns, estava nivelada por baixo. Até um certo ponto, a opinião não era totalmente descabida. De facto, o nosso campeonato era e continua a ser, goste-se ou não, de fraca expressão internacional, com marcadas diferenças entre os grandes clubes e os outros, níveis de qualidade de jogo, em média, demasiado baixos, fracas assistências nas bancadas e espectáculos de pouco relevo.
Pergunto eu, que ainda hoje não percebi: qual o problema que se procurou resolver com uma redução de apenas dois clubes? Dezasseis equipas em vez de dezoito iria fazer aumentar os índices de competitividade? Ou foi apenas uma forma de tapar o sol com a peneira? Tirar quatro jogos a cada clube, não veio resolver nenhum dos males do futebol português, bem pelo contrário. Nem a criação da Taça da Liga veio colmatar o vazio criado no calendário e, enquanto vemos pela Sporttv a Premier League sempre a 'bombar', somos obrigados a levar com paragens sucessivas da liga principal, muitas delas bem prolongadas. Menos jogos, menos receitas, quer de bilheteira, quer televisivas, mais desinteresse do público, pior nível físico dos jogadores. A competitividade, essa, continua na mesma. Conclusão: 18 equipas estavam bem!
Se pudéssemos, num qualquer toque de magia, alterar todo o futebol português, certamente que a sua realidade seria bem diferente da que actualmente vigora. Dirigentes com ideias e projectos sólidos e não apenas a pensar em ganhar o jogo seguinte, que finalmente percebessem que se investissem na formação todo o dinheiro que gastam na contratação de jogadores estrangeiros, muitos deles de péssima qualidade, teriam mais a lucrar, seria, sem dúvida, a primeira medida. Equipas que, ao invés de contratarem contentores de reforços todas as épocas, conseguissem manter uma base de jogadores por mais tempo, que se tornassem admirados pelos adeptos e símbolos dos clubes. Uma masssa adepta menos concentrada nos 'grandes', melhor distribuída pelos diferentes clubes, que possibilitasse uma maior presença na generalidade dos estádios. Treinadores com boas ideias acerca do jogo, que se preocupassem em jogar um futebol positivo, em detrimento do futebol de 'retranca'. Árbitros melhor preparados em todos os aspectos e menos propensos ao erro. Narradores diferentes do Valdemar Duarte e comentadores que não o João Querido Manha. Claques que tivessem como único objectivo apoiar os respectivos clubes do coração e dar um colorido especial aos recintos desportivos, deixando de parte a promoção do crime organizado. Exclusão dos clubes que não pagassem aos seus futebolistas durante meses e meses a fio. Eu sei lá...
Ao fim e ao cabo, tudo o que tornasse o futebol nacional um produto mais apelativo e espectacular seria bem-vindo. Baixar os preços exorbitantes dos bilhetes, porque não? Existência de um programa televisivo 'oficial' de antevisão e outro de resumo e análise de cada jornada, com grafismos modernos, como sucede com a Premier League, seria assim tão complicado? Falar-se mais de futebol jogado e menos dos Paixões e Benquerenças, sem se estar uma hora a escalpelizar imensos casos de arbitragem, como acontece, por exemplo, no Trio D'Ataque e que nada de bom vem acrescentar, seria assim tão difícil? E uma revista, patrocinada pela LPFP, que tivesse por missão, única e exclusivamente, vender o produto 'futebol português' de um modo positivo, com colunas de opinião, entrevistas, reportagens, fotos, espaços de interactividade com os adeptos, etc; porque é que ninguém ainda pensou nisso? Ou a Liga é apenas uma espécie de vigilante, sempre pronta a castigar os que prevaricam?
Não sei se isto não é somente um sonho e que muitas destas medidas não sejam exequíveis na prática. Talvez o futebol português disponha de um mercado demasiado reduzido para se pensar tão grande. O que sei é que tenho dado por mim a vibrar mais com jogos da Premier League e da Liga Espanhola do que com os deste nosso campeonatozinho. Salvo algumas excepções, ver os desafios da liga portuguesa é, pelo menos para mim, uma autêntica seca, factor que não posso controlar! E isso preocupa-me.
Meu caro, no País que temos, julgo que o que pedes é utópico.
ResponderEliminarAgora eu já há muitos anos que não vejo jogos do futebol Português com a excepção daqueles em que intervém o FC Porto.
Bom fim de semana. E todos os que puderem já sabem, APAREÇAM NA PÓVOA VARZIM este Domingo (16h) para apoiar o FCPorto no seu jogo diante do Benfica (andebol).
Boas...Caros Portistas!
ResponderEliminarEstou totalmente de acordo com o que foi escrito.Mas,para mim o maior cancro do futebol português
foi o aparecimento da Sport Tv,que
assim passou a controlar os dias e
as horas dos jogos.Até então
ninguem imaginava ser possivel uma
jornada decorrer em 4/5 dias e haver unclusive jogos segunda á
noitinha.Tudo isto,claro está,com a maior conivência por parte dos nossos dirigentes que assim facturam uns cobres mas se esqueçem
dos adeptos!!!Querem lá saber..!
Sim. Partilho da mesma opinião que o autor. Mas queria fazer uma pergunta:
ResponderEliminarA foto colocada ao lado do texto, é de que estádio? Foi muito bem apanhada...
Concordo plenamente com o que foi escrito.
ResponderEliminarDa liga portuguesa são poucos os jogos que costumo de assistir aos 90 minutos (com exepção dos do fcp), perfiro mil vezes ver os jogos da premier league.
Viva !
ResponderEliminarGostei muito do texto.
Antes de mais : Muitos Parabéns pela fota. Só por si resume tudo !
Eu creio que é preciso ser utópico : Yes we can !
Como o FC Porto, para mim, é o mundo, todos os artigos, desde que falem de futebol, desaguam no Foot-ball Club do Porto. Mas também não esqueço as outras modalidades. Sobretudo o andebol. Para mim, modalidade do futuro e que existe no Porto.
Existem temas que já eu antes tinha alvejado, mas que agora me parecem mais sintéticos, graças a ti Bruno Pinto.
Efectivamente : O Futebol perde todos os dias terreno. Já há muito tempo que não via bolas ovais nos recreios das escolas de França.
Já aqui escrevi sobre o sucesso do Campeonato Inglês. O holiganismo deixou de ser problemático a partir do momento em que os preços dos bilhetes aumentarem. O Futebol Inglês não é mais que quatro ou cinco clubes. A segunda divisão inglesa não existe e as escolas de formação parecem ( digo parecem porque existe uma tomada de consciência desde há pouco) andar às aranhas.
Quem tem pepitas para assistir a um jogo da primeira divisão Inglesa ?
Acho que foi Torres ( não me lembro agora onde li ) que disse que C Ronaldo tinha razão em ir pra Espanha porque aí teria um campeonato competitivo.
Evidentemente, as claques, aquelas que esqueceram o Futebol, promovendo a violência e não só, muito mal fizeram à modalidade. Não é um acaso se os clubes italianos perderam, em quinze anos, mais de 50 por cento de espectadores !
Não é um acaso se, hoje em dia, no Parc dos Príncipes, uma família não pode ver um jogo tamanha é a violência nos arredores do estádio! Violência animalesca e gratuita ! Sei do que falo !
Não é por acaso que à medida que os dias decorrem o diário "L'Equipe", em perda constante de leitores, diminui o número de páginas dedicadas ao futebol.
Pois: 34 mil para um jogo do Toulouse para o top 14 ( rugbi ). 10 ou 15 mil para um jogo de futebol.
O Futebol para vingar tem que deixar de criticar o árbitro. A solução vídeo não é panaceia.
Creio que poderemos falar de futebol no dia em que os vídeos só mostrarão as melhores jogadas. O re-play foi feito para isso. No dia em que os jornalistas e comentadores ( veja-se o caso paradoxal de Wenger ) não vão querer ocupar o lugar do árbitro.
No fundo o debate, quanto a mim, é este : Ou se deixa a arbitragem aos árbitros ou então é alegria dos comentadores televisos e jornalistas que, estando fora das quatro linhas, procuram o poder de decidir e influenciar.
Só que com mais alto é o salto maior é a queda ! Isso eles ainda não entenderam .
Não entenderam que dentro de poucos anos haverá só um comentador para todos os jogos, tal como nas corridas de cavalos,lembrando o montante das apostas.
E Viva o Porto !
Um dos grandes males do futebol português é o obsceno preço dos bilhetes. Não há carteira que resista. Muitas pessoas teriam de trabalhar uma semana inteira para poder pagar um jogo de futebol. Assim é complicado haver assistências como lá fora, em países com um nível de vida médio muito mais elevado.
ResponderEliminarA foto é paradigmática. A malta em Portugal, com bons ou maus espectáculos, gosta de futebol e de ir à bola, como comprovam aquelas pessoas em cima do prédio. Mas, com o preço que teriam de pagar, torna-se proibitivo ir ao estádio e então vêem-se as bancadas às moscas.
O que é mais vantajoso para um clube: colocar bilhetes a 50€ cada e ter mil espectadores ou pô-los a 10€ e ter 10 mil pessoas? Pois, é fazer as contas! Há dirigentes que teimam em não perceber coisas aparentemente tão simples.
De resto, a aposta na formação é uma questão óbvia para todos. Só a estupidez da classe dirigente em Portugal explica que se continue a enveredar pelo gasto sem critério, em jogadores de qualidade duvidosa.
Os preços dos bilhetes para os jogos de futebol são muito caros.
ResponderEliminarAs claques por muito mal que dignam delas são os mais participam nos jogos, fazem parte do espectáculo. A foto está demais......
A tv está a tirar o toque de magia que o jogo de futebol tinha.
Domingo quero ver TODOS na Póvoa a apoiar o F C PORTO.
Abraço
Tudo depende dos interesses em ver um qualquer jogo. Por mim só gosto de ver jogos em que tenha alguma paixão. Em primeiro para ver o Porto ganhar, em segundo para ver o Benfica perder. Hoje, dia 21-11-08, gostei imenso de ver o Leixões ganhar. Ele, Leixões, vai segurar o teswtemunho até os do Sul ficarem fora do título para o passar ao seu "bizinho". É canja!
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