14 abril, 2009

14Abr2009, capas da imprensa

8 comentários:

  1. JORGE MAIA

    Arrumados para desencanto

    De repente, virou moda entre uma linha de comentadores desencantados, mas extremamente cosmopolitas, dizer que torcem para que o FC Porto perca sempre, acrescentando que as competições europeias não são excepção. Dizem que não são hipócritas - também tenho a certeza que não é esse o nome que os adeptos do FC Porto lhe chamam - e que detestam o nacionalismo bacoco que mancha aqueles que preferem ver os clubes portugueses triunfar nas competições da UEFA. Por que raios haveriam eles de querer que um clube rival ficasse mais rico e mais forte vencendo na Liga dos Campeões, perguntam. Bem, haveria vários motivos. O primeiro e mais disparatado de todos seria porque as vitórias do FC Porto na Liga dos Campeões valem pontos que, em última instância, podem levar a que até as equipas que ficam em terceiro lugar no campeonato tenham acesso à competição sem terem de recorrer à secretaria. Ou então porque, pura e simplesmente, gostam de futebol e de o ver bem jogado, como o FC Porto o jogou em Manchester, por exemplo. Mas não. Gostam apenas de ver o clube deles ganhar e o FC Porto perder, o que, bem vistas as coisas, explica a amargura dos comentários. Para gente assim, de facto, o futebol reserva poucas alegrias.

    Jorge Maia n' O Jogo.

    ***********************************

    MIGUEL SOUSA TAVARES

    Sobreviver ao dia de amanhã

    1 O que mais gostei de ver ao FC Porto em Old Trafford foi a atitude inicial de Jesualdo Ferreira. Ao contrário do que sucede nove em cada dez vezes com os treinadores portugueses defrontando jogos de alto risco no estrangeiro, Jesualdo não se atemorizou com o ambiente infernal e o nome do adversário — que é tão só o campeão europeu e mundial. E pôs em campo a sua melhor equipa, no seu esquema habitual, jogando num 4x3x3 de matriz ofensiva, em lugar de retirar um homem da frente para reforçar o meio-campo, conforme é a escola lusa tradicional. E, ao contrário, foi Alex Ferguson quem tirou um homem do ataque (Tévez) para meter mais um trinco, num sinal do respeito que o FC Porto lhe merecia.
    Essa foi apenas a primeira manifestação de uma atitude que, pela sua raridade e pela coragem demonstrada, ficará como um marco na historia contemporânea da presença de clubes portugueses ao mais alto nível das competições europeias. Nada está, obviamente decidido, e o Manchester United tem obrigação de continuar a fazer valer a sua condição de favorito à eliminatória, demonstrando-o amanhã no Dragão. Mas a noite de Old Trafford — onde o pior que aconteceu ao FC Porto foi, de facto, o resultado —, merece ser recordada como um episódio brilhante na eterna luta de David contra Golias. Só para ver o título do Guardian (Porto Panic) valeu a pena ter chegado aos quartos-de-final desta edição da Champions.

    Hoje à tarde, na conferência de imprensa do United, eu gostaria que algum jornalista português tivesse também a coragem de perguntar ao arrogante, mau perdedor e mal educado sir Alex se não teve vergonha de ver uma equipa com um orçamento doze vezes superior ao adversário ser humilhado no seu estádio, perante o seu público. E, já agora — cúmulo da provocação — perguntem-lhe se acha que, a treinar o FC Porto, conseguiria eliminar o Manchester United.

    Agora e perante os resultados, tornou-se obrigatório elogiar Jesualdo Ferreira — até muitos dos que antes o desprezaram ou acharam que não houve mérito por aí além nos dois campeonatos por eles ganhos ou que levar a equipa duas vezes em duas tentativas a ultrapassar a fase de grupos da Champions são favas contadas. Eu tenho por mim o registo destas páginas, em que, mal ele chegou ao clube e pôs fim à anarquia táctica herdada de Adriaanse, lhe dei logo o meu apoio — que nunca retirei, embora e como é evidente, tenha discordado várias vezes dele pontualmente. Mantenho a substância dessas criticas: continuo a achar que o FC Porto desperdiçou, por empréstimo ou cedência, vários jogadores que muita falta fazem agora e recebeu ou manteve outros cujo valor não justifica a escolha. Continuo assim a achar que o grande calcanhar de Aquiles desta equipa (para além do caso especial do guarda-redes) está na ausência de um banco à altura das necessidades de quem se bate simultaneamente em três frentes — e para vencer, não apenas para marcar presença. Reconheço que o Mariano melhorou o que pode, que o Farías tem o «pé quente», mas não mudei a opinião de que nem eles, nem o Madrid ou o Guarín são suplentes à altura. E mais não há, porque os que podia haver estão por aí a brilhar noutros clubes.

    Em contrapartida, deve ser creditado a Jesualdo Ferreira a extraordinária descoberta do Cissokho (por 300 mil euros!), o excelente aproveitamento do Rolando, os grandes progressos registados pelo Fernando (mas tem de melhorar a qualidade de passe naquela zona decisiva), pelo Raul Meireles, pelo Hulk e até mesmo pelo Cristián Rodríguez, que passou a primeira metade da época adormecido. Isto para não esquecer aquele que durante os três anos de Jesualdo mais cresceu como jogador: Bruno Alves. Tanto estes jogadores como o próprio futebol da equipa têm vindo sempre em crescendo desde o início da época, ao contrário dos seus rivais internos, e consegue a proeza de, acumulando um maior número de jogos e um muito maior desgaste competitivo, chegar a este momento decisivo nas três frentes respirando uma saúde competitiva e uma qualidade de jogo a milhas do que por aí se vê. Apenas um indicador: as oito vitórias consecutivas conquistadas fora de portas na Liga foram todas por margem superior a um golo, o que quer dizer que nenhuma delas caiu do céu.

    Chegado a este ponto das coisas, Pinto da Costa deve estar a lamentar não ter já renovado o contrato com o seu treinador, em lugar da atitude de wait and see que adoptou, porque, ao que parece, a tradição «obriga» a levar os contratos com os treinadores até ao fim, mas nunca os prolongar para além dos três anos. Só que hoje Jesualdo Ferreira tem com ele a equipa, os resultados, os adeptos e a unanimidade da critica. E se amanhã conseguir a fantástica proeza de apear o todo poderoso United da Europa, a sua cotação subirá na exacta medida em que aumentarão os candidatos a tê-lo como líder de uma equipa. Para além disso — e num momento em que o FC Porto parece finalmente revelar algum juízo nas contratações que já vai fazendo para a próxima época, escolhendo jovens portugueses em lugar de resmas de sul-americanos — mudar agora de treinador seria andar para trás. Estes três anos a consolidar uma equipa, apesar das sucessivas vendas dos seus melhores, e a instalar o espírito de conquista que é uma marca da casa, teriam de ser retomados do zero, com novo treinador, novos métodos, novas escolhas e... novas compras.

    Ninguém, absolutamente ninguém, em todo o universo azul e branco, perceberia agora a conveniência em dispensar Jesualdo Ferreira. E isto, já para não falar em justiça e gratidão — que, no futebol como no resto, são valores muito apregoados e pouco usados.

    2 Com a companhia de um sportinguista, consegui (conseguimos!) resistir ao primeiro quarto-de-hora do tão anunciado debate Dias da Cunha-Soares Franco. Parecia uma discussão de merceeiros disfarçados de cavalheiros, com muitos «senhor doutor» para aqui, «senhor doutor» para ali, e nada de substancial, de palpável, de vagamente emocionante. Quando desisti de ver mais, comentei, meio a sério, meio a brincar, com o sportinguista: «Se alguém ainda precisava de entender as razões pelas quais o Sporting não consegue chegar aos calcanhares do FC Porto, hoje deve ter ficado esclarecido». Para mim, só continua por esclarecer o que move Dias da Cunha ou o juiz Abrantes Mendes, numa eterna oposição à margem dos organismos estatutários, repetindo banalidades e disparates sem fim, com o único e aparente objectivo de serem permanentemente notícia. Como parece não haver ninguém, entre família e amigos, que lhes dê o sábio conselho de se calarem, julgo que eles se vão eternizar assim, em eternos resmungos, como dois judeus frente ao Muro das Lamentações.

    3 Não há jornada da Liga que não acabe com discussões sem fim sobre penalties assinalados ou não assinalados por mão na bola. Estes são hoje a maioria dos penalties assinalados entre nós e por isso, infalivelmente, só podem suscitar a eterna discussão de saber se foi mão na bola ou bola na mão — o que quase sempre depende de uma apreciação necessariamente subjectiva. E eu penso que o critério tem sido largo, larguíssimo de mais — ao ponto de se ver com frequência os defesas a encolherem os braços quando se fazem a um cruzamento e desejando passar por manetas nesses momentos. Não é preciso recuar muito no tempo para nos lembrarmos do último campeonato ganho pelo Benfica, em que o Simão Sabrosa tinha apurado uma técnica quase infalível de cruzar as bolas direitas aos braços dos adversários. O Benfica ganhou assim imensos penalties, vários jogos e, no limite, acabou por ganhar assim (e com livres à entrada da área) o próprio campeonato. Acho que é mais do que altura de tornar uniforme, claro e restrito aos casos evidentes a marcação de penalties nestas circunstâncias. Se há um claro movimento do braço para interceptar uma bola, é penalty; se não há, deixemo-nos de especulações e discussões.

    Miguel Sousa Tavares n' A Bola.

    FONTE:

    http://portistaforever.blogspot.com

    ResponderEliminar
  2. 4 ou 5 semanas seguidas o jornal O JOGO com capas do PORTO ... lindo :)!

    ResponderEliminar
  3. A/C Jorge Maia,
    e pensava eu que era mazinha por pura e simplesmente ignorar os jogos do slb no estrangeiro (de vez em quando também os há, façam lá o favor de parar de rir!)
    Quer dizer que há gente que torce para que o Porto perca lá fora ? E dizem isso assim da boca para fora? Para quem quiser ouvir ? Gente, que supostamente ao serem comentadores de futebol, deviam ter uma atitude assim mais para o desportivo e como quem não quer a coisa, dizer que não é um jogo que lhe desperte grande interesse... mas dizer que querem que o Porto perca ?!! Desculpem lá, mas quem foi o autor desse rasgo de inteligência ?!!

    Miguel meu "amigo" Miguel, vai uma leitora - fã Nº1 - dos seus textos por ali a fora, a sorrir com os elogios traçados ao Porto e ao Professor Jesualdo, levada a crer que este artigo não passaria disso, quando... surge o sporting! Com uma critica simpática que eles não merecem que sejamos cáusticos.
    Aproximando-me a passos rápidos do ultimo paragrafo, já pensava eu:
    - Então ? E o slb ? Não vamos alegrar as hostes benfiquistas ? Et voilá! Quem sabe, não falha ;)
    Mesmo assim, só de levezinho, mas tá lá :D

    ps: Já vos tinha dito que amanhã vamos ganhar ?

    1-0

    ResponderEliminar
  4. Dona Inês, 5 semanas seguidas não creio, eu que sou Madeirense levo todos os dias com primeiras páginas vermelho/verdes estafadas com cromos e assuntos menores e que não refletem de maneira alguma o que de importante se passa no desporto em Portugal, nomeadamente no futebol. O Jornal o Jogo pelos vistos tem uma edição Norte onde naturalmente destaca o FCP, mas no sul e ilhas é a mesma ca.... todos os dias. Sendo Portista acho execrável a forma como a comunicação social trata o FCP, colocando-o ao canto sem destaque, com medo de dizer a verdade sobre os seus feitos nacionais e internacionais. Se calhar até devemos agradecer essa forma de actuar, pois ainda nos dá mais vontade de ganhar. Quer seja nos jornais quer na TV, os comentadores são demasiado facciosos para se considerarem comentadores de alguma coisa, batem sempre no FCP e só agora que estão a prever mais uma página brilhante do nosso clube veem com elogios bacocos que não enganam ninguém, até aquele ceboso do rui santos que há semanas atrás acusava os atletas do leixões de se terem vendido ao FCP, aproveita a onda e já elogia o FCP. Desculpem mas PQPariu essa corja toda. Sorte para quem é do Norte e ainda tem hipóteses de ler alguma coisa diferente. Aqui na Pérola do Atlântico (cada vez mais azul) estaremos pregados á TV para mais uma noite mágica do nosso FCP. PS ainda hoje sairam da Madeira amigos meus na esperança de conseguirem bilhete para amanhã, mas pelos vistos ficarão nos arredores do Dragão pois já não há bilhetes. Cumprimentos a todo e qualquer portista

    ResponderEliminar
  5. Jesualdo Ferreira fora do banco frente ao Manchester United

    15h27m

    Gesto do treinador após golo anulado ao F. C. Porto em Madrid valeu um jogo de castigo, a cumprir esta quarta-feira.

    O treinador do F. C. Porto foi castigado pela UEFA, esta terça-feira, com um jogo de suspensão e não vai dirigir a equipa no decisivo jogo de quarta-feira, frente ao Manchester United, para a segunda mão dos quartos-de-final da Liga dos Campeões de futebol.

    A razão do castigo imposto pela UEFA foi um gesto de Jesualdo Ferreira no primeiro jogo dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, frente ao Atlético de Madrid, quando o árbitro anulou um golo ao FC Porto.

    Em primeira instância, a UEFA castigou Jesualdo Ferreira com dois jogos de suspensão, mas hoje reduziu a uma partida, aceitando a argumentação da defesa portista, que o gesto (manguito) se dirigia aos seus jogadores, por não terem cumprido um movimento colectivo.

    Este é o primeiro castigo em 35 anos de carreira de Jesualdo Ferreira, que quarta-feira não poderá estar no Estádio do Dragão, na partida frente ao Manchester United.

    Manchester United e FC Porto empataram 2-2 no encontro da primeira mão, disputado em Old Trafford.

    ResponderEliminar
  6. o sebadola do comentador que deseja a derrota do FCP é o enfezado do filho do freitas, um tal de Domingos Amaral.

    esse fdp desse vermelho publicou no record uma carta aberta ao Ferguson a pedir que ganhasse ao FCP e agora outra ao Jesualdo, na mesma toada a pedira derrota dos nossos.

    fdp fdp fdp fdp

    esse é dos que eu gostava de ver empalado com um pau de pessegueiro espetado sei eu onde...

    fdp

    amanhã, é ir pra cima deles!

    eu acredito!

    VAMOS!!!!

    ResponderEliminar
  7. o tal comentário desse enorme FDP do filho do Freitas do Amaral, está aqui disponivel:

    http://bicampeoesdomundo.blogspot.com/2009/04/filho-de-peixe-sabe-nadar.html

    ResponderEliminar
  8. JORGE MAIA e MST, em gande, carago!!

    Quanto às capas e ao facto de aqui nos últimos tempos estarem a surgir com tons mais azulados, diria que tem mais a ver com a nossa preocupação em "sacar" a imagem da edição norte do JOGO, do que outra coisa propriamente... mas tb não deixa dew ser verdade que nás últimas semanas, essa, voltou à sua normalidade... depois de muito e muito tempo com tons de ressabiados, invejosos e medíocres gostos clubisticos. Ainda bem!!!

    ps - quanto ao comentário do filho do Freitas do Amaral, sinceramente, dói o que dói... só porque eu comungo tb da opinião dele, mas em sentido completamente oposto... nem que seja às caricas, quero mais é que eles, quando jogam, vão todos pá PQosP e por consequência, percam todos os jogos... amor, com amor se paga!!!

    ResponderEliminar