O campeonato terminou na tarde de domingo. A vitória no Tetra, que já era certa há duas semanas, foi selada com casa cheia, e ambiente de festa. Como se previa, o jogo foi rijo, porque os arsenalistas são uma boa equipa onde, ainda por cima, jogam muitos atletas que passaram pelo Dragão, e que gostam de mostrar os seus dotes quando cá regressam. Além disso, é treinada por Jesus, que não tem jeito nem vocação para ser «bombo de festa». O ambiente carnavalesco que precedeu a partida, apesar de entusiasmar o público como é de bom-tom nestas ocasiões, também não terá sido o melhor dos tónicos para os jogadores da casa.
Houve alguns que pareceram ausentes ou distraídos mas, mesmo assim, valeu a pena ver o jogo, o último desta época no Dragão.
E, se valeu a pena, foi principalmente pela exibição de Hulk que, regressado da sua lesão, resolveu mostrar a toda a gente que quer jogar de início, na final da Taça de Portugal.
O brasileiro já é uma das «coqueluches» dos adeptos, tem com eles uma empatia extraordinária, e só é pena que não possa jogar mais e melhor porque os árbitros não só não protegem jogadores deste quilate, como ainda lhes mostram, a eles, os cartões que deveriam exibir aos adversários faltosos.
É por essas e por outras que o futebol português, canhestro e desengraçado, está condenado a um estatuto de «joguinho» matreiro e caceteiro…
Mas, este é tempo de festa. E, no domingo, a melhor parte da festa estava guardada para mais tarde, quando a noite caiu e o FC Porto regressou à Baixa, num cortejo grandioso que lembrou outros tempos, em que as portas se abriam ao maior clube da cidade, com os adeptos na rua.
Afinal, sempre que o Porto ganha o campeonato, o São João começa em Maio.
Rui Moreira n' A Bola.
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JORGE MAIA
Romantismo
Não sabia, mas sou um romântico. Descobri-o anteontem, enquanto via a final da Liga dos Campeões, disputada em Roma. Ora, Roma é, até etimologicamente, o cenário perfeito para alguém descobrir que é romântico, mas foi o Barcelona que me deu a volta, a mim que sempre me tive como um racionalista convicto e que até só gosto de blockbusters de acção e trash-metal. O que me partiu todo, o que me deixou com vontade de ouvir o Claire de Lune e jantar à luz das velas foi perceber que, afinal, mesmo em pleno século XXI, num tempo de futebol científico feito de transições rápidas, os jogadores de futebol não têm de ser todos super-homens com dois metros de altura, capazes de correr os cem metros em menos de dez segundos. Podem ser humanos como o Iniesta, como o Xavi ou como o Messi e mesmo assim, como dizia o poeta, voar como o Jardel entre os centrais. E essa é uma excelente notícia para os comuns mortais, românticos, como eu.
RUI MOREIRA
ResponderEliminarO S. João é em Maio
O campeonato terminou na tarde de domingo. A vitória no Tetra, que já era certa há duas semanas, foi selada com casa cheia, e ambiente de festa. Como se previa, o jogo foi rijo, porque os arsenalistas são uma boa equipa onde, ainda por cima, jogam muitos atletas que passaram pelo Dragão, e que gostam de mostrar os seus dotes quando cá regressam. Além disso, é treinada por Jesus, que não tem jeito nem vocação para ser «bombo de festa».
O ambiente carnavalesco que precedeu a partida, apesar de entusiasmar o público como é de bom-tom nestas ocasiões, também não terá sido o melhor dos tónicos para os jogadores da casa.
Houve alguns que pareceram ausentes ou distraídos mas, mesmo assim, valeu a pena ver o jogo, o último desta época no Dragão.
E, se valeu a pena, foi principalmente pela exibição de Hulk que, regressado da sua lesão, resolveu mostrar a toda a gente que quer jogar de início, na final da Taça de Portugal.
O brasileiro já é uma das «coqueluches» dos adeptos, tem com eles uma empatia extraordinária, e só é pena que não possa jogar mais e melhor porque os árbitros não só não protegem jogadores deste quilate, como ainda lhes mostram, a eles, os cartões que deveriam exibir aos adversários faltosos.
É por essas e por outras que o futebol português, canhestro e desengraçado, está condenado a um estatuto de «joguinho» matreiro e caceteiro…
Mas, este é tempo de festa. E, no domingo, a melhor parte da festa estava guardada para mais tarde, quando a noite caiu e o FC Porto regressou à Baixa, num cortejo grandioso que lembrou outros tempos, em que as portas se abriam ao maior clube da cidade, com os adeptos na rua.
Afinal, sempre que o Porto ganha o campeonato, o São João começa em Maio.
Rui Moreira n' A Bola.
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JORGE MAIA
Romantismo
Não sabia, mas sou um romântico. Descobri-o anteontem, enquanto via a final da Liga dos Campeões, disputada em Roma. Ora, Roma é, até etimologicamente, o cenário perfeito para alguém descobrir que é romântico, mas foi o Barcelona que me deu a volta, a mim que sempre me tive como um racionalista convicto e que até só gosto de blockbusters de acção e trash-metal. O que me partiu todo, o que me deixou com vontade de ouvir o Claire de Lune e jantar à luz das velas foi perceber que, afinal, mesmo em pleno século XXI, num tempo de futebol científico feito de transições rápidas, os jogadores de futebol não têm de ser todos super-homens com dois metros de altura, capazes de correr os cem metros em menos de dez segundos. Podem ser humanos como o Iniesta, como o Xavi ou como o Messi e mesmo assim, como dizia o poeta, voar como o Jardel entre os centrais. E essa é uma excelente notícia para os comuns mortais, românticos, como eu.
Jorge Maia n' O Jogo.
FONTE: blog portistaforever