NÃO gosto das finais da Taça de Portugal que se disputam no Jamor. Tinha ido lá, nos anos 60, ver um jogo da Selecção Nacional e regressei, depois, para uma final em que o FC Porto ganhou ao Sporting. Nessa tarde, com a tolerância das autoridades policiais, a nossa equipa foi apedrejada. Houve, também, cenas inenarráveis na tribuna e nas bancadas, e lembro-me muito bem do que foi o caminho entre o estádio e o parque de estacionamento. Prometi, e tenho cumprido, não lá voltar. Claro que o velho estádio não tem culpa dessas cenas, nem tão-pouco de ter sido o palco do tragicamente célebre «very light». Mas, é impossível negar que o estádio, que foi moderno no tempo de Duarte Pacheco, se transformou num desconfortável anacronismo, onde o público não tem as condições mínimas de conforto ou de segurança.
A sua modernização, que consistiu na instalação de cadeiras e de torres de iluminação que, creio, nunca foram utilizadas, não melhorou a situação.
O Euro-2004 ignorou-o, as selecções já não passam por lá, e não estamos em tempo de gastar dinheiro para o adaptar aos novos tempos, porque temos estádios a mais, e às moscas, e porque não cabe no plano de grandiosos investimentos públicos em que o Governo quer gastar tudo que ainda podemos pedir fiado.
Por isso, o Jamor já não é, nem voltará a ser, «de factu», o Estádio Nacional. É, apenas, o Estádio da Taça e, se deixar de receber a final, corre o risco de desaparecer e lá se acaba a saudade e o piquenique… Ofereço esta boa razão aos que continuam a defender esta regra obrigatória, e que se escudam na tradição e no facto de a final se dever realizar, por decreto, na capital.
Eles ainda não perceberam, e acusam os portistas de bairrismo. Mas, esse seu argumento é, pela sua natureza, o mais ridículo dos provincianismos.
E resulta? Oh, se resulta. Os pategos vão consumir ávidamente todas as páginas dos prodígios.
E não aprendem? Não. Burro velho não aprende línguas. Já há muito tempo que é assim.
E eles gostam? Oh, se gostam. Todos os anos, servem-lhes sempre o mesmo fardo de palha. E todos anos, religiosamente, comem a palha toda. Nunca falham.
Donde vêm estes prodígios? Ninguém sabe. Mas isso nem é importante. O importante é que vão para a Luz. Isso chega. Mais informação é demasiada para aquelas cabecinhas pequeninas. Não conseguem processar mais do isto.
RUI MOREIRA
ResponderEliminarO estádio das pedras
NÃO gosto das finais da Taça de Portugal que se disputam no Jamor. Tinha ido lá, nos anos 60, ver um jogo da Selecção Nacional e regressei, depois, para uma final em que o FC Porto ganhou ao Sporting. Nessa tarde, com a tolerância das autoridades policiais, a nossa equipa foi apedrejada. Houve, também, cenas inenarráveis na tribuna e nas bancadas, e lembro-me muito bem do que foi o caminho entre o estádio e o parque de estacionamento. Prometi, e tenho cumprido, não lá voltar.
Claro que o velho estádio não tem culpa dessas cenas, nem tão-pouco de ter sido o palco do tragicamente célebre «very light». Mas, é impossível negar que o estádio, que foi moderno no tempo de Duarte Pacheco, se transformou num desconfortável anacronismo, onde o público não tem as condições mínimas de conforto ou de segurança.
A sua modernização, que consistiu na instalação de cadeiras e de torres de iluminação que, creio, nunca foram utilizadas, não melhorou a situação.
O Euro-2004 ignorou-o, as selecções já não passam por lá, e não estamos em tempo de gastar dinheiro para o adaptar aos novos tempos, porque temos estádios a mais, e às moscas, e porque não cabe no plano de grandiosos investimentos públicos em que o Governo quer gastar tudo que ainda podemos pedir fiado.
Por isso, o Jamor já não é, nem voltará a ser, «de factu», o Estádio Nacional. É, apenas, o Estádio da Taça e, se deixar de receber a final, corre o risco de desaparecer e lá se acaba a saudade e o piquenique… Ofereço esta boa razão aos que continuam a defender esta regra obrigatória, e que se escudam na tradição e no facto de a final se dever realizar, por decreto, na capital.
Eles ainda não perceberam, e acusam os portistas de bairrismo. Mas, esse seu argumento é, pela sua natureza, o mais ridículo dos provincianismos.
Rui Moreira n' A Bola.
épáááááá´!!! pára tudo!
ResponderEliminar"prodigio na luz", lá se vai o nosso Penta...
"foi simples, pq o FC Porto é o melhor"
ResponderEliminarOra nem mais... dúvidas, alguém as tem? bem me parecia que não!!!
No resto, é o silly-season habitual... dos rotos!!!
Pelo que li/ouvi parece-me que tem potencial, bem-vindo!
ResponderEliminarProdígio para a Luz?
ResponderEliminarSim. Esta capa vale ouro.
E resulta?
Oh, se resulta. Os pategos vão consumir ávidamente todas as páginas dos prodígios.
E não aprendem?
Não. Burro velho não aprende línguas. Já há muito tempo que é assim.
E eles gostam?
Oh, se gostam. Todos os anos, servem-lhes sempre o mesmo fardo de palha. E todos anos, religiosamente, comem a palha toda. Nunca falham.
Donde vêm estes prodígios?
Ninguém sabe. Mas isso nem é importante. O importante é que vão para a Luz. Isso chega. Mais informação é demasiada para aquelas cabecinhas pequeninas. Não conseguem processar mais do isto.