O Benfica em grande euforia. O novo treinador está satisfeitíssimo e confiante, e garante que ninguém será, doravante, capaz de travar a sua equipa. Os adeptos rejubilam com as boas novas, os jornalistas excitam-se com as exibições e encantam-se com Jesus e com a sua prosápia. Tudo isto é habitual e vulgar. Afinal, é preciso vender jornais, há seis milhões de almas que desesperam por boas notícias e, mais não seja para sairmos da crise, não se lhes pode retirar a esperança durante os meses de verão. Por outro lado, anda muito boa gente preocupada com o plantel do FC Porto e contristada com a sua triste sina que se lhe anuncia e as saídas de Lisandro Lopez e Lucho Gonzalez preocupam, até, aqueles que nunca simpatizaram com as cores azuis-e-brancas. É raro o dia em que não se ouve falar da saída de Bruno Alves que ora é dado em Barcelona, ora no Real, ora em Inglaterra.
Ou seja, neste longo e interminável defeso, fica-se com a sensação que o campeão está em saldos, e à deriva, que a hipótese do penta já se esfumou antes mesmo do campeonato começar, e que o Benfica fez, desta vez, todas as boas escolhas, e sairá da pole position.
O teste virá depois, quando a longa corrida começar. Nessa altura, perceber-se-á quem é, de facto, o melhor e se a águia ressuscitou como a fénix.
Mas, este é «o ano de todos os perigos». Porque o investimento sucessivo que o Benfica tem vindo a fazer implica que consiga resultados e que faça os possíveis, e até os impossíveis, para conseguir retorno. Afinal, o domínio do FC Porto não tem uma expressão meramente desportiva. Tem, também, um impacto muito grande em muitos negócios. É por isso que o FC Porto, que tem sido o desmancha-prazeres de alguns desses interesses económicos, tem de estar, este ano, particularmente atento.
Já não sei muito bem quem foi que me disse que o segredo para a felicidade é uma má memória, mas confesso que ficava feliz se fosse alguém a quem eu devesse dinheiro. Seja como for, e seja quem for, apercebi-me ontem que deve ter razão. Explicações: Estava eu a almoçar tranquilamente quando, na televisão, a meio do noticiário, apareceu o Nuno Gomes a fazer uma antevisão do próximo campeonato, dizendo que o FC Porto era mais favorito do que os outros e acrescentando com um sorriso rasgado qualquer coisa como isto: "é mais favorito, não só porque ganhou no ano passado, mas porque é bicampeão ou tricampeão". Estão a ver? O Nuno Gomes já se esqueceu, mas o FC Porto é tetracampeão. Não são dois, nem três, são quatro campeonatos seguidos mas, lá está, uma má memória pode muito bem ser o segredo, não digo para a felicidade, mas pelo menos para alguma paz de espírito. Há coisas que são simplesmente demasiado dolorosas para recordar.
RUI MOREIRA
ResponderEliminarO perigo dos impossíveis
O Benfica em grande euforia. O novo treinador está satisfeitíssimo e confiante, e garante que ninguém será, doravante, capaz de travar a sua equipa. Os adeptos rejubilam com as boas novas, os jornalistas excitam-se com as exibições e encantam-se com Jesus e com a sua prosápia. Tudo isto é habitual e vulgar. Afinal, é preciso vender jornais, há seis milhões de almas que desesperam por boas notícias e, mais não seja para sairmos da crise, não se lhes pode retirar a esperança durante os meses de verão.
Por outro lado, anda muito boa gente preocupada com o plantel do FC Porto e contristada com a sua triste sina que se lhe anuncia e as saídas de Lisandro Lopez e Lucho Gonzalez preocupam, até, aqueles que nunca simpatizaram com as cores azuis-e-brancas. É raro o dia em que não se ouve falar da saída de Bruno Alves que ora é dado em Barcelona, ora no Real, ora em Inglaterra.
Ou seja, neste longo e interminável defeso, fica-se com a sensação que o campeão está em saldos, e à deriva, que a hipótese do penta já se esfumou antes mesmo do campeonato começar, e que o Benfica fez, desta vez, todas as boas escolhas, e sairá da pole position.
O teste virá depois, quando a longa corrida começar. Nessa altura, perceber-se-á quem é, de facto, o melhor e se a águia ressuscitou como a fénix.
Mas, este é «o ano de todos os perigos». Porque o investimento sucessivo que o Benfica tem vindo a fazer implica que consiga resultados e que faça os possíveis, e até os impossíveis, para conseguir retorno. Afinal, o domínio do FC Porto não tem uma expressão meramente desportiva. Tem, também, um impacto muito grande em muitos negócios. É por isso que o FC Porto, que tem sido o desmancha-prazeres de alguns desses interesses económicos, tem de estar, este ano, particularmente atento.
Rui Moreira n' A Bola.
JORGE MAIA
ResponderEliminarMá memória
JORGE MAIA (OJOGO)
Já não sei muito bem quem foi que me disse que o segredo para a felicidade é uma má memória, mas confesso que ficava feliz se fosse alguém a quem eu devesse dinheiro. Seja como for, e seja quem for, apercebi-me ontem que deve ter razão. Explicações: Estava eu a almoçar tranquilamente quando, na televisão, a meio do noticiário, apareceu o Nuno Gomes a fazer uma antevisão do próximo campeonato, dizendo que o FC Porto era mais favorito do que os outros e acrescentando com um sorriso rasgado qualquer coisa como isto: "é mais favorito, não só porque ganhou no ano passado, mas porque é bicampeão ou tricampeão". Estão a ver? O Nuno Gomes já se esqueceu, mas o FC Porto é tetracampeão. Não são dois, nem três, são quatro campeonatos seguidos mas, lá está, uma má memória pode muito bem ser o segredo, não digo para a felicidade, mas pelo menos para alguma paz de espírito. Há coisas que são simplesmente demasiado dolorosas para recordar.