DEPOIS das entrevistas concedidas por Jesualdo Ferreira, desta vez foi o administrador com o pelouro financeiro da FC Porto SAD a falar. Fê-lo numa boa altura, logo a seguir à 'revenda' de Cissokho, o que completa um encaixe extraordinário para os seus cofres. Percebe-se, pelo tom da entrevista, que foi programada, como é timbre no clube. A quem aparece a falar para o exterior, é sempre exigido que confira previamente com a restante estrutura quais são as mensagens que convém fazer passar para o exterior. Perde-se, assim, alguma espontaneidade, rareiam as surpresas, mas o que importa é que desta política de comunicação resulta sempre uma mensagem coerente, ao contrário do que tantas vezes acontece nos clubes rivais, onde se fica com a sensação de «cada cabeça, uma sentença».
Por isso, a parte mais importante da longa entrevista diz respeito ao «reequilíbrio do plantel», em que Fernando Gomes acentua que houve um «risco calculado» na política de vendas e na reconstrução da equipa. Ou seja, passa a ideia de que tudo foi meticulosamente planificado. Depois, como não podia deixar de ser, atira-se aos críticos, que acusa de estarem «apaixonados pelo passivo» e garante que o que importa é que o FC Porto consiga fazer face a todos os compromissos.
Ora, não tendo eu a obsessão do défice, porque este é crónico no futebol e só pode ser colmatado com mais-valias resultantes de vendas de passes de jogadores, e não tendo por isso uma visão estática do plantel, preocupo-me com a capacidade de endividamento, e com o custo deste. Gostava, por isso de saber, e não fiquei a saber pela entrevista, se os encaixes financeiros permitem resgatar o oneroso empréstimo obrigacionista que o FC Porto teve de contrair, e se essa decisão já está equacionada.
RUI MOREIRA (BOLA DE 24/7/09)
ResponderEliminarA planificação do risco
DEPOIS das entrevistas concedidas por Jesualdo Ferreira, desta vez foi o administrador com o pelouro financeiro da FC Porto SAD a falar. Fê-lo numa boa altura, logo a seguir à 'revenda' de Cissokho, o que completa um encaixe extraordinário para os seus cofres.
Percebe-se, pelo tom da entrevista, que foi programada, como é timbre no clube. A quem aparece a falar para o exterior, é sempre exigido que confira previamente com a restante estrutura quais são as mensagens que convém fazer passar para o exterior. Perde-se, assim, alguma espontaneidade, rareiam as surpresas, mas o que importa é que desta política de comunicação resulta sempre uma mensagem coerente, ao contrário do que tantas vezes acontece nos clubes rivais, onde se fica com a sensação de «cada cabeça, uma sentença».
Por isso, a parte mais importante da longa entrevista diz respeito ao «reequilíbrio do plantel», em que Fernando Gomes acentua que houve um «risco calculado» na política de vendas e na reconstrução da equipa. Ou seja, passa a ideia de que tudo foi meticulosamente planificado. Depois, como não podia deixar de ser, atira-se aos críticos, que acusa de estarem «apaixonados pelo passivo» e garante que o que importa é que o FC Porto consiga fazer face a todos os compromissos.
Ora, não tendo eu a obsessão do défice, porque este é crónico no futebol e só pode ser colmatado com mais-valias resultantes de vendas de passes de jogadores, e não tendo por isso uma visão estática do plantel, preocupo-me com a capacidade de endividamento, e com o custo deste. Gostava, por isso de saber, e não fiquei a saber pela entrevista, se os encaixes financeiros permitem resgatar o oneroso empréstimo obrigacionista que o FC Porto teve de contrair, e se essa decisão já está equacionada.
Rui Moreira n' A Bola.
Fonte: http://www.portistaforever.blogspot.com/