25 setembro, 2009

FRASCO

António Manuel Frasco Vieira, nasceu a 16 de Janeiro de 1955 em Leça da Palmeira, Matosinhos. Foi precisamente no clube de Matosinhos que nasceu para o futebol naquela que foi uma das maiores “canteras” do futebol português: “Os bebés de Matosinhos” comandados por Óscar Marques. (nota: o primeiro desporto de Frasco, foi o basquetebol, onde Óscar Marques o foi recrutar)

Estreou-se na 1ª divisão com apenas 18 anos na época de 1973-74 ainda como avançado passando depois para o meio campo onde se destacaria e começaria a ser cobiçado pelos grandes do futebol português. No entanto, o Porto só o conseguiu contratar na época de 1978/79. Ainda assim, e apesar de sua baixa estatura (1,68 m), “Mestre” Pedroto confiou plenamente no jovem Frasco e, no seu ano de estreia com a camisola azul e branca, foi titular em todos os 30 jogos do campeonato marcando 2 golos sendo o jogador mais utilizado tornando-se decisivo na conquista do bi-campeonato. A direcção do clube, para o premiar pela excelente época, ofereceu-lhe um apartamento.

Era um centro campista com uma técnica fantástica e, apesar da sua baixa estatura, era muito raçudo e uma autêntica “carraça” na hora de defender com uma disponibilidade física impressionante para um jogador da sua estatura. Jogador de uma entrega notável revelava-se extraordinário quando era preciso guardar a bola e controlar o jogo. Protegia-a como ninguém sendo muito difícil tirarem-lha e ainda tinha verdadeiras características de um “Sempre-em-pé”. No entanto, era também excelente a transportar a bola para a frente. Ganhava muitas faltas bem perto da área dos adversários que muitas vezes se transformavam em golo.

Para além de ter ganho todos os títulos internos com o Porto (4 campeonatos, 2 Taças e 3 Supertaças), Frasco foi titular na primeira final europeia que o Porto disputou e perdeu para a Juventus. Em 1987, na final da Champions contra o Bayern, substituiu Inácio aos 65 minutos e foi, juntamente com Juary (também ele uma substituição acertada de Artur Jorge), fundamental na reviravolta. Juary mete a bola em Frasco perto da grande área, este tira um alemão da frente e devolve a bola a Juary já dentro da área que por sua vez a coloca em Madjer para este fazer um dos golos mais bonitos e mais importantes de toda a história do Futebol Clube do Porto. Esteve ainda na única Supertaça Europeia ganha pelo Porto, ainda a duas mãos, frente ao Ajax sendo titular em Amesterdão e esteve também no Japão, na Taça Intercontinental, frente ao Peñarol onde não chegou a jogar.

Com a qualidade das suas exibições rapidamente chegou à Selecção Nacional onde se estreou em 1979 e na qual fez 23 jogos. Fez parte de uma fantástica Selecção que chegaria às meias-finais do Europeu de 1984 maioritariamente constituída por jogadores do Porto e que só perdeu com a equipa anfitriã, a França, no último minuto do prolongamento com um golo do manhoso Platini.

Serviu o clube sempre com enorme dedicação. Aliás, na época de 1985/86, no jogo do título com o Covilhã, aceitou jogar apesar de ter acabado de perder o pai vítima de um naufrágio em alto mar.

Há ainda uma frase que lhe é atribuída e que se mantém sempre actual:

    “Sem o 25 de Abril nem 20 Pintos da Costa nos valeriam.”
Saiu do Porto na época de 1989/90 já com 34 anos depois de 11 temporadas ao serviço do clube. Ainda jogou mais um ano ajudando o Leixões a subir à Divisão de Honra. Foi treinador de alguns clubes de divisões secundárias e, em 2006, foi convidado a integrar o quadro de técnicos dos escalões de formação do Futebol Clube do Porto onde ainda permanece nos sub19.

9 comentários:

  1. Excelente jogador, cuja carreira segui ao longo dos anos, apesar de desde os 18 anos viver regularmente longe de Matosinhos e do Porto, por razões académicas e profissionais que me arrastaram para a "al-Lixbuna" e me levaram alguns anos para o Oriente "português".
    Foram muitas as alegrias que ele me (nos) proporcionou com o seu futebol consistente e tecnicista.
    Lembro-me dele dos tempos do Liceu D. Manuel II (Secção de Matosinhos), onde estudei entre 1966 e 1973. E tanto quanto me recordo era bastante simpático e nada vaidoso, apesar de se destacar no desporto escolar de então.
    Assim de repente, lembro-me de alguns colegas "contemporâneos" daquele liceu, com quem nalguns casos partilhei a turma, para lá do Frasco, o Vítor Oliveira, o Henrique Calisto, o Pinhal, os Serrano... (e outros do voleibol como o Moreira) Todos, fizeram carreira, uns mais destacados que outros, no futebol. Uma bela fornada do liceu de Matosinhos de então.

    Recordo bem a jogada que antecedeu o golo fabuloso do Rabat Madjer, via Juari, que vi em "directo" e que revi dezenas de vezes ao longo dos anos.

    FRASCO é sinónimo de "GRANDÍSSIMO" JOGADOR.

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  2. Há quem diga que Artur Jorge nessa foto q aqui se vê está a fazer um desenho da jogada do golo do empate enquanto Frasco assiste com toda a atenção à explicação do mestre. Uma jogada que marcou uma geração. E que me deixa sempre emocionado quando a recordo.

    Frasco tinha uns pés mágicos. Grande jogador.

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  3. A minha vénia a um grande jogador!

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  4. Um pequeno Grande jogador, com nome de guerra oriundo da indústrica vidreira... FRASCO, era o seu nome!!!

    Lembro perfeitamente de o ver jogar, e tal como dizes e muito bem, era uma «carraça» do piorio... que não parecendo, dava um jeitaço do caraças à coesão colectiva da equipa.

    Frasco, um jogador que deixou saudades... ainda que não tenho sido considerado alguma vez, um «galáctico» no plantel azul-e-branco!

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  5. Apesar da astatura, era mesmo uma delicia ver o Frasco jogar!

    Era guerreiro na luta pela bola, nunca desistia!

    BIBÓ PORTO

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  6. Lembro-me muito bem quando o Frasco veio para o Porto para substituir o Octávio, e como ele era também de estatura pequena, mas um poço de energia a servir perfeitamente para aquela equipe. Na foto julgo reconhecer o grande Oliveira, o nosso inesquecível Fernando Gomes, o Murça, o Seninho… que grande equipe aquela

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  7. À cerca de meio mês atrás fui com a equipa júnior do Infesta realizar um jogo treino ao Olival com os sub-19 portistas e aí tive o enorme prazer de cumprimentar este pequeno grande jogador:)

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  8. Um Dragão de alma, pernas e coração!

    Além disso treinou o meu Vila Real quando disputávamos a 2ª div B, onde tive o prazer de o conhecer e certificar-me que a simpatia do Homem era igual à qualidade do jogador!

    Um exemplo!

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  9. O keeper nessa foto é o Fonseca certo?

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