"Hoje, jogamos muito pouco"

assistência: --- espectadores.

árbitros: Lucílio Baptista (Setúbal), Bertino Miranda e Venâncio Tomé; João Ferreira.

SL BENFICA: Quim; Maxi Pereira, Luisão «cap.», David Luiz e César Peixoto; Javi Rodriguez, Ramires, Carlos Martins e Urreta; Saviola e Cardozo.
Substituições: Carlos Martins por Luís Filipe (66m), Urreta por Weldon (66m) e Ramires por Filipe Meneses (72m).
Não utilizados: Júlio César, Roderick, Nuno Gomes e Miguel Vítor.
Treinador: Jorge Jesus.

FC PORTO: Helton; Fucile, Rolando, Bruno Alves «cap.» e Alvaro Pereira; Fernando, Guarín e Raul Meireles; Hulk, Falcao e Rodriguez.
Substituições: Guarín por Varela (46m), Hulk por Farías (77m) e Raul Meireles por Belluschi (79m).
Não utilizados: Beto, Mariano, Nuno André Coelho e Sapunaru.
Treinador: Jesualdo Ferreira.

golos: Saviola (21m).

disciplina: Cartão amarelo a David Luiz (m), Saviola (43m), Fernando (80m), Maxi Pereira (86m), Bruno Alves (86m), Rodríguez (87m), Falcao (88m).

Coube-me a mim a árdua tarefa de escrever a crónica do jogo desta noite disputado num qualquer “lamaçal” ali ao pé de um conhecido centro comercial da cidade de Lisboa. Digo árdua, não pelo facto de a ter de escrever neste fantástico blog (com quem colaboro há já algum tempo e com muita honra), mas sim pelo facto de terem passado poucas horas depois de uma derrota que inclui uma componente amarga bem maior que qualquer outra (pelo menos para mim).

Numa análise global ao jogo, pode dizer-se que a qualidade futebolística de parte a parte, foi muito reduzida, muito inferior àquilo que se esperava de dois candidatos ao título e em posições cimeiras na tabela classificativa. Analogamente àquilo que o treinador do nosso adversário de hoje referiu à algumas semanas atrás relativamente ao estádio de Alvalade, o estado em que se encontrava o relvado (ou lamaçal!) do galinheiro em que hoje se disputou o jogo, era pouco mais que miserável. Cada vez me convenço que apenas o relvado do Dragão se mantém impecável, faça chuva, sol ou trovoada. Todos os outros, sofrem ou com o calor, ou com a chuva, ou com o que quer que seja…

Foi uma entrada em jogo periclitante da parte do FC Porto. A aposta em Guarin e Rodriguez, independentemente de todas as análises e justificações que se possam dar, teve como consequência algo de indesmentível: a ida para o banco de dois dos grandes responsáveis pela subida de forma do FC Porto nos últimos jogos, o “estratega” Beluschi e o “irrequieto” Varela. Para mim, que percebo pouco de futebol, sempre que um bom jogador está em boa forma e não joga, é mau. É mau porque o futebol deve ser para aqueles que estão em melhor momento e podem proporcionar mais espectáculo a quem paga o dinheiro do bilhete. Pelos vistos, Jesualdo não pensa assim…

Não havendo claras oportunidades de golo de parte a parte, a passagem dos 20 minutos de jogo, foi fatídica para o FC Porto… jogada de perigo para a defesa portista, com Álvaro Pereira a tirar o golo em cima de linha de golo, e a não ser suficientemente rápido para subir com o resto da defesa de modo a colocar em fora de jogo o avançado adversário que aproveitando o passe de um colega, abriu o marcador. Duro murro no estômago. O histerismo estava instalado nas bancadas do galinheiro. Qualquer golo marcado ao FC Porto, causa demasiada excitação aos adeptos do nosso oponente de hoje. É compreensível, todos querem marcar golos às melhores equipas europeias…

A reacção ao golo sofrido, foi muito ténue. Os 20 minutos que se seguiram ao golo sofrido, trouxeram pouco futebol, muito atabalhoamento e pouco discernimento. De notar, até ao fim da 1ª parte, apenas uma arrancada estéril de Hulk que correu, correu, correu e passou a bola a Falcão… em fora-de-jogo. Foi, de facto, um jogo horrível do avançado brasileiro, com muitas bolas perdidas, pouco espaço para aproveitar a sua velocidade, enfim… Varela em 45 minutos, fez mais que Hulk em quase 90!

Com o início da 2ª parte, renovavam-se as esperanças de melhorar o fraco desempenho obtido na 1ª parte. A entrada do FC Porto até nem se pode dizer que foi má. Dois bons remates de Meireles e Álvaro Pereira poderiam ter dado golo, só que, num caso o azar, e no outro Quim, foram suficientes para evitar o golo portista. O desespero aumentava a cada minuto que passava. Sentado no meu sofá, desesperava por um golo que ao menos evitasse a derrota. A agonia da derrota tornava-se cada vez mais próxima, e a cada minuto que passava, a equipa mostrava-se incapaz de, perante um autêntico lamaçal, trocar a bola e desenhar jogadas de ataque que pudessem levar perigo à baliza adversária…

Nos últimos 20 minutos do jogo, e com a passividade do sR. do aPito, praticamente não houve jogo. Jogadores deitados no chão, apanha-bolas desaparecidos, faltas atrás de faltas sobre os jogadores portistas (e cartões amarelos a muito custo) e “charutadas” para a frente. Foi este o jogo temível do tal “rolo compressor” de que tantos têm falado. Perante o cenário, o FC Porto não teve arte nem engenho de contrariar este joguinho de m**** do nosso adversário.

Como corolário de tudo isso, uma derrota pesada. Apesar de ter sido pela margem mínima, a derrota é um duro golpe no estômago portista, uma espécie de acidente inesperado, que poderia ter sido perfeitamente evitável, sobretudo porque se viu na 2ª parte que o FC Porto poderia, deveria e conseguiria assumir o jogo mais cedo, e não correr atrás do prejuízo como se viu.

O melhor do Porto: Num jogo destes, é sempre complicado eleger o melhor jogador de entre todos os que jogaram. Diria que em termos defensivos, o FC Porto esteve, surpreendentemente, intranquilo, com muitas asneiras (uma delas de Álvaro Pereira no lance do golo) e falhanços. Fucile jogou mal, Bruno Alves e Rolando não estiveram ao nível habitual. No meio-campo, Meireles foi o menos mau, e no ataque Hulk e Rodriguez, foram quase inexistentes. Varela, para mim, foi de todos o menos mau.

Arbitragem: Foi uma arbitragem ao nível do interveniente que a efectuou. Mal em termos disciplinares, mal a avaliar lances (faltas assinaladas por tudo e por nada) e mal a gerir o jogo. Esta nomeação foi vergonhosa, porque todos sabíamos o que vale este senhor. É melhor ficar por aqui…

Nota final: Como habitual, já sei que os abutres habituais vão pousar aqui no blog para esmiuçar a derrota portista. Estão sempre prontos a comentar qualquer derrota, ao contrário do que acontece com as vitórias. Para esses, tenho uma mensagem: não tenho pachorra, nem contribuo, para o habitual choradinho e crítica destrutiva a tudo e todos. É certo que Jesualdo errou, é certo que hoje jogamos muito pouco para a qualidade dos jogadores que temos, mas caramba, somos TETRA-CAMPEÕES, e somos de um clube que muito nos tem honrado na Europa do futebol. Por tudo isto, se querem conversas de mer**, este não é o local apropriado. A minha disposição, depois de uma derrota destas, levar-me-á muito rapidamente a mandar a sítios menos próprios alguém que venha aliviar as suas frustrações para aqui… tenho dito!!!

[ RESUMO DO JOGO ]

[ SPORT LUCILIO BAPTISTA ]