06 abril, 2010

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»»»»»»»PLAYLIST SEMANAL««««««

7 comentários:

  1. Hum...pois..."pena" é o cheiro ser a mofo...

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  2. Como chá e bolinhos

    Nos últimos dois jogos, Jesualdo Ferreira não pode contar com Rodríguez, nem com Varela, nem com Mariano e mesmo assim o FC Porto marcou sete golos. Desses sete, cinco foram apontados pela dupla constituída por Falcao e Hulk. Aliás, o entendimento entre os dois não se ficou pelos golos que cada um marcou: dos três golos assinados pelo ponta-de-lança colombiano, dois resultaram de assistências do avançado brasileiro e ficou à vista de todos a cumplicidade entre ambos no momento de festejar os golos. Serve tudo isto para concluir que, como alguém descobriu em primeira mão há muitos anos, há males que vêm por bem. Não fossem as lesões dos extremos e podíamos nunca chegar a saber que Falcao e Hulk são, assim como pão e manteiga, café e leite ou chá e bolinhos, muito melhores juntos do que separados. Aliás, pode muito bem ser esta dupla a base da equipa que Pinto da Costa prometeu capaz de ganhar cá dentro e lá fora já na próxima temporada.

    Jorge Maia n' O Jogo.

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  3. De bicicleta

    NAS minhas memórias mais longínquas há uma foto a preto e branco de Leónidas da Silva, acrobático, num instante em que ele parece vencer, mais deus do que homem, a lei da gravidade. A bola já não está lá, mas imagina-se: vai, caprichosa, a caminho das redes, em profético destino. Anos a fio me contaram que fora assim: o corpo no ar, as costas para baixo, em frenesim de tesoura, que ele se imortalizara. No Mundial de 38, jornalista francês, jurou, arrebatado, que lhe contara seis pernas a desdobrarem-se umas nas outras, que coisa como essa só poderia ser a magia negra que ele era. Tudo isso talvez fosse verdade. Só numa coisa me enganavam: que o golpe da bicicleta fora ele que inventara. Não foi, descobri depois – foi Ramon Unzaga, no porto chileno de Talcahuano, algures pelos anos 10. Lançou a jogada e David Arellano celebrizou-a. Pequenino, encantava-se ao vê-lo ensaiar a pirueta na areia suja da praia. Tanto o imitou que puxou a criação para lá da criatura. Arellano jogava no Colo-Colo e em 1917 veio, estrela já, em digressão à Europa. Em Espanha, vários golos marcou de bicicleta – que, súbita, se rasgou em tragédia: em Valladolid, sonhou, outra vez, as bancadas a saltarem em reboliço do seu chão, entrou, sublime, em voo, um defesa atingiu-o, brutal, com um pontapé no peito. Morreu, horas depois, no hospital, de uma peritonite. O Colo-Colo pôs-lhe o nome no Monumental de Santiago – e do emblema do clube nunca mais saiu o fumo negro que foi luto por ele.
    Tem piada: sábado, ao minuto 5 do FC Porto-Marítimo, não foi o espírito de Arellano que eu percebi a insinuar-se-me na cabeça – foi o de Leónidas. Quando pensei que se os jogadores de futebol fossem, românticos, como antigamente – Peçanha tinha-se levantado, vencido, do chão e batido palmas a Falcao. Pois reza a história que era o que faziam os guarda-redes quase sempre que Leónidas largava pelos campos golos como aquele: poemas delicados a nascerem-lhe dos pés em flor, lá no ar. Falcao merecia.

    António Simões n' A Bola.

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  4. MST - Para acabar de vez com os túneis

    1 O único jornal desportivo que leio diariamente, excepto em circunstâncias excepcionais, é este. Não só porque aqui colaboro, mas porque A BOLA é o meu jornal desportivo desde a infância — e aquilo que mais me custa é mudar de hábitos quando não vejo razão para o fazer. Tudo o que sei, pois, sobre o acórdão do CJ li-o aqui na BOLA. E, assim sendo, não posso deixar de reclamar por ter sido necessário Pinto da Costa dizê-lo na televisão, para eu ficar a saber que o acórdão do CJ que desautorizou em toda a linha a pífia doutrina jurídica do CD e de Ricardo Costa, foi outorgado por unanimidade dos sete membros-juízes. Por unanimidade! Dos sete votantes! Acho mal que este jornal, que pela pena do José Manuel Delgado, logo no dia seguinte começou a contestar a sentença do CJ, chegando ao ponto de atribuir a demissão de Hermínio Loureiro à presumida indignação que tal sentença lhe terá causado, se tenha abstido de nos dar essa pequena-fundamental informação: que nem um só dos sete membros do CJ subscreveram a tese jurídica/desportiva de Ricardo Costa e José Manuel Delgado.

    Mas, a este propósito, a desinformação tem sido mais do que muita. Por exemplo: os «justiceiros» acusam o CJ da absurda tese de considerar os stewards iguais aos espectadores, para efeitos disciplinares. Ora, isso é falso. O acórdão não diz tal coisa: diz sim, que não sendo a lei explicita em qualificar quem são os agentes desportivos e sendo absurdo considerar os stewards como tal, havendo necessidade de punir uma agressão sobre eles, a solução menos chocante é equipará-los aos espectadores, para esse efeito, e para esse efeito apenas. Mas, vendo aí uma tábua de salvação, logo vieram os «justiceiros» lembrar o caso de Eric Cantona e a sua célebre agressão a um espectador, durante um jogo do Manchester United. E, perguntam, muitos espertinhos: então o Cantona agrediu um espectador e levou sete meses e o Hulk e o Sapunaru agridem um equivalente a espectador e levam só três e quatro jogos?

    Quem assim argumenta está de má-fé e denuncia-se. Eles não querem, nem nunca quiseram, defender uma justiça que todos compreendam e que se faça respeitar. A única coisa que querem é dar largas ao seu ódio ao FC Porto, seja com que pretexto e com que método for. Para eles, a noção de justiça — desportiva ou comum — é simples: se é contra o FC Porto, eles aplaudem; se é a favor, é porque está também corrompida e pactua com o «sistema que vigorava» (já não vigora, desde que o Benfica passou para a frente). Se o Dr. Ricardo Costa condena o FC Porto e o seu presidente por factos que considerou provados no Apito Dourado, sim senhor, até que enfim que se faz justiça! Mas se, depois, quatro tribunais e seis magistrados judiciais consideram os factos não provados, a testemunha principal perjura e os absolvem, é porque infelizmente os juízes não tiveram coragem. Se o Dr. Ricardo Costa descobre uma nova categoria de «agentes desportivos» e com isso arruma o Hulk e o Sapunaru do campeonato, ah grande homem, que não tem medo de enfrentar o «sistema» e fazer Justiça! Mas se, depois, vêm os sete membros do CJ dizer-lhe que tenha juízo e não invente o que não está na lei, é porque ainda há resquícios do «sistema» encravados lá dentro. Um só homem — o Dr. Robin Costa — é que representa a justiça, contra tudo e contra todos!

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  5. Quem viu as tão faladas imagens do túnel da Luz e se lembra da imagem da agressão do Cantona sabe que os «justiceiros» só podem estar de má-fé. Nas imagens da Luz pouco mais se percebe do que uma molhada de gente, toda junta, empurrando-se e, eventualmente agredindo-se (a propósito: segunda-feira foi publicada aqui uma curiosa fotografia em que se vê o Hulk inclinado para trás e apoiado pelo Sapunaru, aparentemente acabado de receber ou tentando evitar uma agressão a murro de um segurança que se vê de punho estendido para ele. Quererão republicá-la e explicá-la?). Quanto ao Cantona, quem se lembra, recorda de certeza a extrema violência do gesto do francês, saindo do campo para enfiar um pontapé de karatê na cara de um espectador sentado na primeira fila da bancada, à vista de todo um estádio e todo um mundo televisivo. É preciso fazer da justiça uma palhaçada para defender a semelhança das situações, da sua gravidade e das respectivas punições.

    Não querer ver isto, tentar fazer-nos acreditar que o que quer que se tenha passado entre os jogadores do FC Porto e os seguranças do Benfica no túnel da Luz justificava a mais grave punição disciplinar de sempre do futebol português, é pura desonestidade intelectual. Achar normal e justo que um dos melhores jogadores do campeonato ficasse, por causa disso, impedido de jogar durante quatro meses, é tirar a máscara do fair-play e da «moralização do sistema» e mostrar que se está pronto para ganhar a qualquer custo e de qualquer maneira. E esconder a mão atrás de uns regulamentos simplesmente imbecis, mas que, apesar disso e como se demonstrou, não permitiam a despudorada ginástica jurídica levada a efeito, é um exercício de hipocrisia indisfarçável.

    De há muito que defendo que o futebol deveria ter um tribunal desportivo, que se substituísse à Comissão Disciplinar, e que julgasse pela equidade e pela jurisprudência, em substituição de regulamentos idiotas, feitos por juristas incompetentes e aprovados em Assembleias-Gerais onde mais de metade dos votantes nem percebe o que está a votar. Esse tribunal julgaria apenas e só segundo critérios de equidade e de justiça — de forma simples, expedita e que todos pudessem entender e aceitar. O Cantona saíu do campo para agredir um espectador que pagou bilhete para ver o jogo, deu-lhe um pontapé de uma violência inaudita, enfiando com ele no hospital, com um traumatismo craninano — sete meses de suspensão, porque aquilo, de facto, foi chocante e inqualificável. O Hulk envolveu-se no túnel, à vista de uma dúzia de pessoas, com um segurança que o provocou e que ali não deveria estar e, dizem os autos, enfiou-lhe um pontapé no traseiro — três jogos de suspensão e, pessoalmente, já acho um exagero (é bem mais grave partir a perna a um adversário, no campo). Esta justiça, todos compreenderiam e teriam de aceitar, e não seria preciso andar a discutir interpretações de regulamentos nem ficar dependente das fúrias justiceiras de um qualquer iluminado ou da composição clubística dos órgãos de justiça. Só haveria um problema e inicial: para que o tribunal pudesse julgar casos iguais de igual forma, seria preciso que antes tivesse sido estabelecida doutrina pacífica e clara. E, para isso, a primeira composição do tribunal, que julgaria então apenas segundo a equidade, seria decisiva. Seria necessário que os «Founding Fathers» desse tribunal fossem absolutamente prestigiados, insuspeitos e justos — para assim criarem jurisprudência, que os seguidores depois teriam de acatar. Mas, caramba, não seria possível encontrar cinco cidadãos justos e honestos disponíveis para inaugurarem esse tribunal?

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  6. 2 Nas últimas jornadas, o FC Porto perdeu quatro pontos por erros de arbitragem contra Olhanense e Paços de Ferreira, ambos no Dragão. Acontece. Também acontecem arbitragens ainda mais infelizes que acabam a decidir jogos — como a de Artur Soares Dias, um dos mais promissores árbitros que temos, no Braga-Guimarães. Mas, se não têm acontecido esses três incidentes de percurso (e apenas falo dos recentes), o FC Porto estaria agora, não a cinco pontos de distância do Braga, mas sim com um ou dois de vantagem. E se o Braga estivesse ainda a discutir o campeonato com o Benfica e não já apenas a ida à Champions com o FC Porto, a arbitragem do jogo com o Guimarães teria incendiado o país. Convém, todavia, notar que o Benfica pode somar outra grande vitória à conquista do título: evitar que o FC Porto vá à Champions. Se isso suceder, os portistas perdem desde logo uma receita mínima previsível de 12/13 milhões de euros, que muito jeito dará para reforçar a equipa dos Guaríns e Valeris. E se, como eu prevejo, o Braga, ficando em segundo lugar, não sobrevive às eliminatórias da Champions, isso significa que o Benfica faz sua toda a receita dos direitos televisivos, sem ter de a dividir a meias com outro clube português participante na competição. Há que estar atento, Sr. Vítor Pereira.

    3 E, por falar em arbitragens, também não me importava mesmo nada que, para o ano na Europa, o FC Porto encontrasse arbitragens tão, tão, tão simpáticas como a que o Benfica encontrou contra o Liverpool.

    Miguel Sousa Tavares n' A Bola.

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  7. « a propósito: segunda-feira foi publicada aqui uma curiosa fotografia em que se vê o Hulk inclinado para trás e apoiado pelo Sapunaru, aparentemente acabado de receber ou tentando evitar uma agressão a murro de um segurança que se vê de punho estendido para ele. Quererão republicá-la e explicá-la? »

    Alguém sabe que foto é esta de que o MST fala? E sabem onde se pode ver isso?

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