03 junho, 2010

In Pinto da Costa I trust

http://bibo-porto-carago.blogspot.com/

Os italianos dizem que o futebol é a melhor coisa do mundo, o único problema são aqueles noventa minutos...

Não seria tão radical, mais, eu gosto mesmo do jogo. Sou mesmo um daqueles tipos que se tivesse nascido uns vinte anos mais tarde corria o sério risco de se tornar um indigente. Explico melhor. Com a quantidade de jogos, de todas as partes do mundo que hoje passam na televisão, restar-me-ia pouquíssimo tempo para estudar, para namorar ou outras actividades de igual importância – poupo-vos aos pormenores.

Mas há que admitir que os italianos têm alguma razão: é incomparável o tempo que passamos a ver futebol com o que gastamos, melhor, investimos a falar de bola. E, também não custa admitir, que provavelmente tiramos mais gozo em falar do jogo do que propriamente em vê-lo.

Escusado será dizer que quando falamos de futebol não estamos a falar do nosso clube. A ligação ao nosso emblema transcende o futebol. Nós amamos assolapadamente (ainda estou para saber como é que esta palavra saiu, enfim) o nosso clube ganhe ou perca. Apesar disso, não há adepto que se preze que troque uma vitória com um golo marcado com a mão e em fora de jogo no último minuto depois de uma péssima exibição, por uma derrota depois de termos feito uma grande partida.

Conta-se que o pai do John Fitzgerald Kennedy teria ferrado uma valente galheta ao filho, quando depois dum jogo de basebol este disse que tinha sido um bom desafio apesar da equipa deles ter perdido. A dita bofetada terá sido acompanhada pelo comentário: “os jogos só são bons quando ganhamos”.

Curiosamente, quanto menos futebol há, mais a malta fala de bola. Nas últimas semanas não tenho falado de outra coisa – ok, tem havido outros assuntos menores: parece que anda para aí uma crisezita e umas confusões na política. Nem seria preciso dizer que não é a selecção que me tem preocupado. A equipa da federação portuguesa de futebol não me entusiasma, nem nunca me entusiasmou. Eu gosto de futebol, logo a selecção diz-me pouco.

Ele é o nosso futuro treinador. Ele é os jogadores que temos de dispensar ou vender. Ele é os jogadores que temos de comprar. Tem sido um desassossego.

Confesso, gosto muito de falar de bola, adoro falar sobre o meu clube – com consócios e adeptos, bem entendido -, mas não me agrada nada esta nossa angústia. Preferia andar a falar das desgraças alheias, dos disparates dos nossos rivais e, claro, um bocadito da nossa próxima época.

Não estou habituado a estas indefinições na nossa casa, nem me parece que sejam um bom sinal, mas isto devo ser eu e a minha disparatada preocupação.

In Pinto da Costa I trust. Por isso, Sr. Presidente, ponha lá ordem na paróquia que já me falta dinheiro para tanto ansiolítico.

4 comentários:

  1. Pedro, já está, ou se calhar, será melhor dizer, já estava.

    Um abraço

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  2. Pois é. Depois de assentar a poeira galáctica e das “peladinhas” da selecção, surgiu o inevitável, mas no seu tempo certo. O amigo fez bem em Trust no nosso Presidente.

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  3. Também eu já andava um pouco farto desta "novela". E não é por não confiar no presidente mas sim porque, nos dias de hoje o presidente não manda sozinho e, nessas pessoas, não acredito da mesma forma.

    Também eu gosto de futebol jogado (muito) e falado (com pessoas que sabem ver e ouvir) e, por isso, já por várias vezes tinha discutido sobre os possíveis treinadores e acredito que André Villas Boas seja o homem certo. Também é necessário que os adeptos acreditem no André e não se deixem impressionar por notícias como a d'"a bolha" que atira para o ar mais uma confusão. O tempo do "mascador de chiclets" poder vir para o Porto passou (era a época passada mas, pelo que sei, o Presidente queria mas os clegas da SAD não quiseram).

    Agora comecemos a discutir o plantel para a próxima época que começa a ser tarde.

    PORTO SEMPRE!

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  4. Dragão66 as novelas vendem bem e alimentam muito jornal desportivo, mas também estava cansadinho de ver uma grande quantidade de "não-noticias".

    É a Silly Season no seu esplendor máximo.

    Pedro tanto confiamos no nosso Presidente que ele teve a mesma escolha que eu teria se tivesse rescindido com Jesualdo.

    Agora é Trabalho, Trabalho, Trabalho.

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