A importância da Liga Europa

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Habituado a participar na Liga dos Campeões (LC), o FC Porto depara-se com uma nova e rara realidade nesta época: a participação na Liga Europa (LE). E esta nova realidade tem de ser analisada e contextualizada de acordo com os objectivos definidos para a época, tendo em conta as várias competições em que o clube se vê envolvido. A gestão do plantel deverá ser feita com a máxima acuidade possível, sem nunca colocar em causa os objectivos fundamentais da época.

Deste modo, parece claro que o principal objectivo da época é a reconquista do título de campeão nacional, com a consequente entrada na LC. Tudo o que possa interferir directamente com esse objectivo deverá, do meu ponto de vista, ser cirurgicamente gerido e solucionado sem nunca colocar em causa o título nacional. Coloco as coisas de forma clara: em minha opinião parece-me lógico que quer Taça de Portugal, quer Taça da Liga sejam competições em que se utilizem maioritariamente 2ªs escolhas ou até mesmo jovens produtos. Isto até pode ser bom no que respeita à definição de quais as melhores alternativas do actual plantel.

Apesar dos prémios da LE serem astronomicamente inferiores aos da LC por motivos óbvios, o “prize money” desta reformulada Taça UEFA acaba por ser um aliciante que nenhum clube português deve desvalorizar tendo em conta as actuais dificuldades financeiras dos clubes.

Recorrendo ao interessante www.futebolfinance.com, pesquisei com alguma curiosidade o “prize money” (valores da época passada), excluindo os direitos televisivos, da mais recente competição organizada pela UEFA. Concluí que a importância da LE não se restringe apenas à parte desportiva, sendo que os dividendos financeiros a retirar desta competição poderão constituir um interessante bálsamo à saúde financeira do nosso clube. Senão vejamos:

• Na fase de grupos (em que só de entrada recebemos 900 mil €) cada vitória vale 120 mil €, sendo que um empate vale metade desse valor. Nesta fase (com 6 jogos) uma boa participação permitirá arrecadar um total entre 600 e 720 mil €;

• A passagem dos 16-avos-de-final vale 180 mil€, dos 8ºs-final 270 mil €, dos 4ºs-final 360 mil € e das meias-finais 630 mil €. O finalista vencido arrecada 2 milhões €, enquanto a vitória na final vale 3 milhões de €.

• A juntar ao “prize-money” relativo à performance na competição, há que juntar as receitas de bilheteira dos jogos caseiros que, pressupondo uma boa participação da equipa, deverão apresentar boas assistências, nunca menos de 35 mil pessoas, a um preço médio do bilhete a rondar os 25€ (não sei se este valor será fiável ou não, é apenas uma estimativa). Grosso modo, a receita média de bilheteira por jogo poderá rondar os 875 mil € (pressupondo 35 mil pessoas em média, a 25€ cada);

• Além disso, algumas receitas suplementares poderão se obtidas com a participação na LE, tal como merchandising, publicidade e direitos televisivos, que poderão somar algumas centenas de milhares de €;

Com uma boa participação na LE, a receita total decorrente desta competição poderá superar os 10M€, considerando o “prize-money”, bilheteira, direitos televisivos, publicidade, etc etc… e tendo em conta que o orçamento do FC Porto ronda os 40M€, esta receita poderá representar uma interessante fatia nas contas azuis e brancas, num ano em que não há a “galinha dos ovos de ouro”.

Por fim, espero que na 5ªf o FC Porto inicie da melhor forma a sua participação na LE frente aos austríacos do Rapid Viena em pleno Dragão, dando inicio a uma boa participação nesta prova, que até inclui várias equipas habituadas a estar na LC e que por isso são também candidatas à vitória. Rumo à 8ª vitória consecutiva!!