29 setembro, 2010

Mais um fim-de-semana "non-stop"

http://bibo-porto-carago.blogspot.com/


Mais um fim-de-semana passado a apoiar o nosso mágico Porto e no final com sentimentos contraditórios. Se por um lado no Sábado à tarde o andebol ganhou por um golo ao São Bernardo, num jogo que foi tornado extremamente difícil por uma habilidosa equipa de arbitragem, e vencemos também à noite em futebol o Olhanense consolidando ainda mais o primeiro lugar da tabela, por outro lado, Domingo foi um dia triste para mim. Perdemos a Supertaça António Livramento em hóquei patins, modalidade pela qual tenho um carinho especial. Se perder já é mau, com a escumalha de vermelho ainda é pior.

O fantástico grupo do sector 4 do Dragão Caixa marcou presença em Aveiro no Sábado à tarde. Obrigado pelo apoio que lá foram dar à nossa equipa, que sem mais nem menos se começou a ver roubada por uma dupla que terá uma recepção à maneira quando se deslocar cá ao Porto.

À noite, era hora da recepção ao Olhanense, em jogo a contar para a 6ª jornada da Liga ZON Sagres. Mais três pontos, mais uma alegria, primeiro lugar cada vez mais cimentado. Dá gosto ver o FC Porto jogar, um futebol entusiasmante e de qualidade. Estamos no bom caminho. Mais um final de tarde de belo convívio entre a malta à volta do estádio do Dragão.

Lá dentro, marcaram presença 35430 adeptos. Ao contrário do ano passado, este ano contámos com a visita de adeptos algarvios que tentaram como puderam, apoiar a sua equipa. O Grupo 1912 viajou desde Olhão até ao Dragão com cerca de meia centena de elementos. Foram poucos ruidosos (o meu lugar não é o melhor para os ouvir), mas há que dar valor à sua atitude. Quanto aos Ultras do FC Porto, destaque negativo para o Colectivo, que neste jogo apresentou a sua faixa muito em cima na bancada Norte, o que não é habitual. Isso deve-se à pouca adesão que tiveram. Do outro lado, os Super Dragões estiveram mais uma vez muito bem ao longo de todo o jogo. Sem ocupar totalmente o seu sector, tal como na recepção ao Rapid, continua a fazer notar-se uma grande dinâmica na Curva Sul e vontade de apoiar. Ali vive-se o jogo intensamente do inicio ao fim, é como se fizéssemos parte dele e contribuíssemos para a vitória, usando essencialmente a voz e as palmas. Ali está-se de pé, se for preciso em cima da cadeira, agarrado ao amigo do lado e todos juntos a puxar pelo Porto. Indescritível! O grande momento foi o novo cântico, que tinha sido lançado na Madeira pelo pessoal do núcleo de Ermesinde, um dos mais representativos da claque. A equipa está numa grande forma, e os Super não lhe ficam atrás.

Na próxima segunda-feira, invasão a terras espanholas para defrontar os anjinhos de Guimarães. Um povo que tem a mania das grandezas, que em”Guimarães isto e em Guimarães aquilo”, será com certeza mais um passeio e quem sabe mais uma grande vitória como nos últimos anos. Sei que o facto de ser numa segunda-feira não ajuda a uma deslocação, mas eu vou fazer esse esforço para ajudar à sétima vitória em outro tantos jogos. Um Ultra não pode falhar uma ida aquela província.

Domingo, um dia que começou bem e acabou mal. Só quem viu sabe como fiz a viajem de regresso ao Porto e entrei em casa. Várias coisas me levaram a estar mal durante essas horas: não gosto de perder, não gosto ainda mais quando está em jogo um título e ainda mais quando é com os lampiões. Para ajudar à festa, voltámos a ser tratados como animais selvagens… pelos verdadeiros animais selvagens, a polícia de segurança pública. Só assim se explica, por exemplo, que pela primeira vez tenha sido repreendido por um agente, que parou o carro no meio da estrada e me veio repreender, por ter atravessado na passadeira, mas com o vermelho. Mais sei eu que se não fosse com a camisola do Porto isso não tinha acontecido. Não há limites para a estupidez…

Há dias em que não ganhamos por uma ou outra razão, eu sei. A sorte do jogo sorriu-lhes, mas tão depressa não a voltam a ter. Sei que esta equipa me vai dar a felicidade de ter novamente um ano histórico. Eu estarei ao lado deles.

Concentração ás 12h de mais de duas dezenas de fanáticos que partiriam para Coimbra, bonita cidade onde se disputaria a Supertaça António Livramento. Ás 13h30, “invadimos” um restaurante chamado “Rui dos Leitões”, onde comemos que foi uma maravilha. Uma hora antes do jogo, rumámos ao pavilhão. Mais ou menos à mesma hora a que chegámos, estacionava também uma camioneta com cerca de setenta Ultras do Porto.

Uma vez chegados à zona onde iríamos entrar, fomos logo recebidos com maus modos pela famosa autoridade, sempre a ordenar o que quer que fosse, de uma forma arrogante. Vínhamos aglomerados a cantar pelo Porto, um crime obviamente! Fomos logo olhados de lado, chamaram reforços e alguns até vinham com os cães. Enquanto uns se chegavam à frente já com bilhete e outros iam comprar, começou a novela das revistas pormenorizadas. Atenção, não sou ingénuo nenhum e sei que as coisas têm de ser assim, mas tudo o que é demais não aceito e eu não fiz nada para passar por aquilo. Eles continuam a abusar do puder que têm. Eu não posso ser tratado por uma coisa que não sou.

Posso garantir aqui que nunca fui tão revistado. Meus amigos, nem em Guimarães, nem em Braga, nem em Alvalade, nem na Luz, nem no Algarve. Suponho que aqueles que assistiram à sentença do processo Casa Pia não tiveram de passar por isto. É gozar com as pessoas e como são autoridade, está tudo bem. Vou-vos contar, fiquei mais de um minuto a ser apalpado e mesmo assim deixaram-me passar desconfiados de alguma coisa. Meteram-me os dedos dentro das sapatilhas e só lá dentro é que percebi que tinha tido sorte, porque houve quem entrasse com elas na mão!! Mas estamos a entrar na Líbia, ou quê?! À porta do pavilhão ficaram cachecóis, isqueiros, pequenos tubos de plástico para as bandeiras e até baterias de telemóvel!!

Eu compreendo que há adeptos que fervem demais e podem ter maus comportamentos, mas não é a sermos tratados assim que as coisas vão mudar certamente.

Depois da brincadeira, alguns ainda se estavam a calçar e o Porto já estava a perder 1-0. Quando finalmente chegámos à bancada as coisas ficaram diferentes. Percebeu-se que a claque faz muita falta. O único topo do pavilhão foi composto por nós que não nos calámos um minuto. A meio da primeira parte entram para um canto da bancada central um grande grupo de adeptos benfiquistas e qual não é o meu espanto que levantam uma faixa que diz “Diabos”. Mas quem são os Diabos, alguém me explica?

Há uns tempos passou a ser obrigatória a legalização de todos grupos organizados. Quem não o faz, não é reconhecido perante a lei, nem pode ter o mesmo tipo de regalias que os outros têm. Não estou a dizer que concordo com a legalização, longe disso, isso é matéria para um dia debatermos, estou por e simplesmente a dizer que se não são reconhecidos, não podem entrar com material que contenha o nome ou o símbolo do grupo. Mas entraram, assim como pelo menos um cachecol dos NN. Fazem exactamente o que uma claque legalizada faz: entram mais cedo onde querem para preparar coreografias, têm apoios da direcção para bilhetes e viagens e muitas outras coisas. Entre os Ultras benfiquistas, estavam também os “CUMS” (Comando Ultras Margem Sul).

Acho ridícula a dualidade de critérios de um lado e do outro. Questionei um polícia acerca disto e é óbvio que ele não me soube responder.

Em relação ao apoio, os Ultras portistas estiveram bem melhores até ao 5-4, tendo a partir daí perdido o ritmo como é normal. Várias picardias como seria de esperar de um lado para o outro, um pequeno duelo ganho por nós.

No final, tristes mas com o sentimento de dever cumprido. Ainda esperei mais de uma hora no Dragão pelos jogadores para lhes dar um abraço.

Por último, deixo aqui um vídeo do ambiente que nos espera amanhã em Sófia, criado pelos seus Ultras.



FORÇA MÁGICO PORTO

Um abraço Ultra.

6 comentários:

  1. Aí Tripeiro, que um portista torce, mas não quebra. E o homem da bandeira tem responsabilidades acrescidas.

    Um abraço

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  2. Não me canso de dizer, conhecer adeptos do meu clube como tu, é uma inspiração.

    Uma alma, uma coragem, uma dedicação. Porto!

    Deixa lá que no hóquei estamos agora concentrados no objectivo principal, um tal de deca:)

    abraço tripeiro

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  3. Sobre os poucos adeptos do Olhanense que foram ao Dragão, ficou uma coisa por dizer que me parece importante, mas a que pouca gete assistiu...

    O meu lugar na bancada central é do lado sul, mas costumo sair pelo Norte, o que me permite chegar perto das claques adversárias.

    Neste sábado, quando estava a sair do estádio, os Algarvios estavam a fazer vénias enquanto repetiam um nome (que a principio não entendia, já que a equipa do Olhanense tinha acabado de recolher aos balneários), com a coreografia que em tempos dedicamos ao Mágico Deco...

    Só percebi do que se tratava quando vi um jogador do Porto a deslocar-se para esse sector: Ukra!

    É de louvar o reconhecimento do povo de Olhão por um jogador que passou por aquela casa e o respeito do jogador por um clube onde passou, certamente, bons momentos...

    É um pequeno pormenor, daqueles que não vêm em nenhum jornal nem reportagem, mas que mostram que há muito mais no futebol do que picardias e guerras fúteis...

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  4. Meu caríssimo amigo

    Esta é para mim a melhor crónica das que li que já escreveste até hoje. Já te tinha dito, volto a reafirmar.

    Não fui nem vi o jogo com o São Bernardo, mas parece que a equipa foi prejudicada. Há que dar mérito á equipa aveirense pela réplica que terá dado, mas ganhamos e eu prefiro sempre vencer, se possível jogar bem como tantas vezes já demonstramos.

    Relativamente ao jogo com os algarvios venceu a melhor equipa. 1ºparte muito boa, boas movimentações ; a 2ºparte foi de gestão a pensar no jogo de amanha em Sófia. Conforme mostra vídeo não tenho a menor dúvida que a principal dificuldade a enfrentar amanha vai ser um ambiente verdadeiramente infernal dos ultras búlgaros. Conto com a experiência para levarmos de vencida estes gajos.

    Não me admira que vás a Guimarães! Os ultras são assim, não falham, e certamente vamos lá fazer um jogo e tentar ganhar.

    Quanto ao hóquei subscrevo tudo aquilo que disseste! Só não consigo compreender como se sofre golos em superioridade numérica. Aí podíamos te resolvido o jogo. É certo que o Benfica tem uma equipa bem mais forte, mas nós somos superiores e devíamos ter ganho. A melhor forma de mostrar aos jogadores que estamos com eles é marcar presença no PORTO-VALONGO sábado ás 18h, conforme me confirmaste. Relativamente á polícia acho que tem que ser rigorosa. Compreendo e até concordo que algum material que levaram ficasse fora, refiro os isqueiros. Não tenho dúvidas que um adepto mais nervoso pegava nele e atirava-o aos jogadores do Benfica, conforme fazes referência. Agora exige-se que isso seja igual para todos. As claques deles , ao contrário da nossa, NÃO SÃO LEGALIZADAS. Obviamente tens toda a razão.


    Um abraço amigo

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  5. bom, muito bom...
    a cada post que passa, cada vez tás mais mortifero... e de palavras cheias de sentimento e paixão!

    és o «nosso puto»... mas lá no fundo, dentro de ti, há muito que nasceu e cresceu a maturidade que fez de ti esse adulto 7 estrelas.

    para nós, por incrivel que pareça, e obviamente no sentido figurado... és já um exemplo a seguir na paixão, dedicação e maturidade, mta maturidade!!!

    fomos alegres, vivemos muitos e bons momentos, regressamos, digamos, cabisbaixos... mas só quem não nos conhece poderá pensar que na próxima não voltaremos ao local do crime... porque esse, é esse o nosso oxigénio!!!

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  6. Hoje caro amigo mais um jogo.

    Sábado lá estaremos na missa e segunda vai haver catequese em Guimarães por isso é para ir, sou um devoto como tu nesta religião.

    Como vês os nossos fins-de-semana foram bem diferentes, passei o meu no planeta vermelho(não confundir com o planeta dos macacos) e como o próprio nome indica passei o fim de semana numa total obscuridade.

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