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O bom do Paulo Sérgio queria um “pinheiro” para o ataque. Arranjaram-lhe um hobbit para o meio campo. Ou muito me engano, e mesmo que o hobbit Tales seja um barrete igual aos que nos habituamos a ver na Miséria 2000, o treinador lagarto ficou melhor servido. Os “pinheiros” secam sempre as equipas onde jogam. E, claro, não estou a falar de botânica.
Tenho memória de vários jogadores desses no futebol nacional. Babá, Nhabola, Nicolau são exemplos antigos e menos conhecidos, Maniche do Benfica – o tal a que o mestre Pedroto chamava alto e tosco -, e até o nosso Vinha com quem o saudoso Ivic embicou e que a única coisa que fez de jeito foi ter marcado um golo ao Sporting numa final da Taça. Marcou, ou melhor, a bola bateu-lhe e lá entrou.
Os “pinheiros” dão cabo do jogo das equipas. É certo e sabido que mal uma dessas torres entra em campo, acabou o jogo. A partir dessa altura não há mais passes, tabelas, jogadas combinadas: é chuveirinho até ao fim dos noventa minutos.
Calma, calma, antes que alguém comece a pensar no Jardel convém fazer uma pequena chamada de atenção. O super Mário não era propriamente um matacão que jogava no centro do ataque para ganhar umas bolas de cabeça e uns ressaltos. O homem era um absoluto génio.
Parecia um “pinheiro”, dou de barato. Só que era só aspecto. O Jardel foi o único jogador que vi que merecia que uma equipa inteirinha jogasse para ele. Até um ceguinho via isso, só o Palmelão é que não. Mais, não era preciso que jogassem para ele. Quando o homem foi jogar para o Galatasaray ninguém lhe passava a bola e mesmo assim marcava que se fartava.
Nunca vi e nunca mais vou ver um ponta de lança como ele. O tipo não sabia correr, não era capaz de dar dois toques seguidos com a bola mas, por artes divinas ou diabólicas, sabia sempre onde a bola ia cair e fosse com a cabeça, com o nariz, com a barriga, pumba... vai buscar.
Não foi uma, nem duas vezes que, ao vê-lo jogar, me lembrei duma cena do filme Amadeus.
Para quem não se recorda, há uma parte em que Salieri se revolta contra Deus por ele ter dado todo o talento do mundo a Mozart. Ele, Salieri, tinha que trabalhar como um mouro para conseguir fazer um milésimo do que Mozart conseguia fazer sem sequer mexer uma palha.
Não sei se o inexplicável dom provinha de Deus ou do diabo.
A vida dos dois génios indicia mais um pacto com o mafarrico. Os dois tiveram um triste fim. Fora das suas artes eram desequilibrados, infantis, impreparados para as mais básicas tarefas. Era como se tivessem vendido a alma em troca dum talento que ninguém teria.
Quem lucrou com este “negócio” fomos nós, eles foram apenas uns instrumentos, umas vítimas, no fundo, para que pudéssemos ver que há algo que nos ultrapassa, que consegue dar um tão absoluto dom a uns simples mortais.
O Tê tinha razão quando dizia que o Jardel voava sobre os centrais. O que ele se esqueceu de dizer é que o homem tinha uma asas invisíveis dadas por um ser (ou não ser) qualquer e que pagou um preço muito alto por elas.
Tenho memória de vários jogadores desses no futebol nacional. Babá, Nhabola, Nicolau são exemplos antigos e menos conhecidos, Maniche do Benfica – o tal a que o mestre Pedroto chamava alto e tosco -, e até o nosso Vinha com quem o saudoso Ivic embicou e que a única coisa que fez de jeito foi ter marcado um golo ao Sporting numa final da Taça. Marcou, ou melhor, a bola bateu-lhe e lá entrou.
Os “pinheiros” dão cabo do jogo das equipas. É certo e sabido que mal uma dessas torres entra em campo, acabou o jogo. A partir dessa altura não há mais passes, tabelas, jogadas combinadas: é chuveirinho até ao fim dos noventa minutos.
Calma, calma, antes que alguém comece a pensar no Jardel convém fazer uma pequena chamada de atenção. O super Mário não era propriamente um matacão que jogava no centro do ataque para ganhar umas bolas de cabeça e uns ressaltos. O homem era um absoluto génio.
Parecia um “pinheiro”, dou de barato. Só que era só aspecto. O Jardel foi o único jogador que vi que merecia que uma equipa inteirinha jogasse para ele. Até um ceguinho via isso, só o Palmelão é que não. Mais, não era preciso que jogassem para ele. Quando o homem foi jogar para o Galatasaray ninguém lhe passava a bola e mesmo assim marcava que se fartava.
Nunca vi e nunca mais vou ver um ponta de lança como ele. O tipo não sabia correr, não era capaz de dar dois toques seguidos com a bola mas, por artes divinas ou diabólicas, sabia sempre onde a bola ia cair e fosse com a cabeça, com o nariz, com a barriga, pumba... vai buscar.
Não foi uma, nem duas vezes que, ao vê-lo jogar, me lembrei duma cena do filme Amadeus.
Para quem não se recorda, há uma parte em que Salieri se revolta contra Deus por ele ter dado todo o talento do mundo a Mozart. Ele, Salieri, tinha que trabalhar como um mouro para conseguir fazer um milésimo do que Mozart conseguia fazer sem sequer mexer uma palha.
Não sei se o inexplicável dom provinha de Deus ou do diabo.
A vida dos dois génios indicia mais um pacto com o mafarrico. Os dois tiveram um triste fim. Fora das suas artes eram desequilibrados, infantis, impreparados para as mais básicas tarefas. Era como se tivessem vendido a alma em troca dum talento que ninguém teria.
Quem lucrou com este “negócio” fomos nós, eles foram apenas uns instrumentos, umas vítimas, no fundo, para que pudéssemos ver que há algo que nos ultrapassa, que consegue dar um tão absoluto dom a uns simples mortais.
O Tê tinha razão quando dizia que o Jardel voava sobre os centrais. O que ele se esqueceu de dizer é que o homem tinha uma asas invisíveis dadas por um ser (ou não ser) qualquer e que pagou um preço muito alto por elas.
Concordo contigo, PML, que Jardel foi um ponta de lança como poucos em que a bola atrapalhava muitas vezes, não sabia correr, etc mas marcava golos atrás de golos. Já não concordo quando dizes que um "pinheiro", no futebol, seca tudo. O que é preciso é saber jogar com esse "pinheiro".
ResponderEliminarNão se lhe pode pedir que jogue em 4-4-2 porque tem dificuldades em se mexer mas, como bem lembraste do Jardel, é preciso é que tenha uma equipa que saiba jogar com esse "pinheiro". É importante ter um meio campo que saiba lançar os extremos para estes cruzarem bem para que o "pinheiro" faça valer as suas características. Além disso, são sempre importantes nas bolas paradas quer a atacar quer a defender.
Aquilo que me parece é que os lagartos não têm verdadeiros extremos (nem 1) e por isso, nesse caso, o "pinheiro" é para quando já estão desesperados. Jardel teve, pelo menos no Porto, extremos fantásticos e que sabiam como ninguém colocar a bola no "pinheiro" Jardel.
Pedro, atenção, o Jardel melhorou muito no F.C.Porto, quando o vi treinar pela 1ª vez, no antigo campo de treinos, das saudosas Antas, deitei, deitamos - quase todos os que assitiamos - as mãos à cabeça. O rapaz dominava a bola com as canelas. Mérito do Toninho Oliveira...
ResponderEliminarComo dizes, Jardel merceia uma equipa ajogar para ele, mas foi uma excepção, equipas com jogadores assim, tornam-se previsíveis, pouco versáteis a atacar e fáceis de contrariar.
Um abraço
Melhor que Jardel só o Gomes...
ResponderEliminarabraço
"O Jardel foi o único jogador que vi que merecia que uma equipa inteirinha jogasse para ele."
ResponderEliminarDe acordo, meu caro Pedro.
dE fACTO, de «ilustres» pinheiros, logo me recorda do Jardigol, que desengonçado qb, na área, «a voar sobre os centrais», era um perfeito case-study.
ResponderEliminarno entanto, em cada 100 pinheiros, há um que se aproveita... e nós, tivemo-lo em bom tempo!