http://bibo-porto-carago.blogspot.com/
Da mensagem que envio para todos os meus camaradas do Cosmos - o nosso clube de amigos onde também se joga futebol -, só a do Filipe vem devolvida.
Undeliverable mail, diz o meu computador. A máquina manda-me verificar o endereço do destinatário e contactar o administrador do sistema.
Não conheço o administrador do sistema. Dizem-me que anda por aí mas nunca dei por ele.
Se alguém tiver contacto privilegiado com o personagem pergunte-lhe com que direito apagou a caixa de correio do nosso ponta de lança. Que espécie de imbecil faz “delete” a uma caixa que respondia sempre com alegria, companheirismo, e um entusiasmo e um amor pela vida ainda maior do que a habilidade com que passava pelos defesas adversários.
Dizem-me que este administrador sabe o que faz; que tem desígnios insondáveis; que fecha esta caixa mas que abre uma melhor num sitio qualquer. E nós, hum? Ficamos aqui sem ele, é? Era para ele que queríamos lançar a bola para que marcasse o golo. Era para ele que queríamos olhar quando o cansaço chegasse, para lhe pudéssemos arrancar um bocado da vontade de vencer que ele tinha para dar e vender. Era com ele que queríamos ir beber um copo para celebrar, não as alegrias das vitórias ou afogar as tristezas das derrotas, mas tão só o facto de sermos amigos e de sabermos que nada era mais importante que isso.
É poderoso, este cínico administrador. Cínico e batoteiro. Só com muita batota, todos os árbitros do mundo comprados e contra dois milhões de defesas caceteiros ele conseguia fechar a caixa do Filipe. E mesmo assim viu-se grego para o derrotar.
A nós, o sacana, não ganhou. Para nós ele vai lá estar sempre em campo à espera dum cruzamento, dum passe em profundidade. Nós vamos sempre ouvi-lo a gritar: “passa, passa”, “abre os olhos”, “dá que eu marco”. Quando ganharmos vai ser ele que nos conduz os pontapés ou as cabeçadas que nos deram os golos. Quando perdermos é dele que nos vamos lembrar pelo mau feitio com que não aceitava as derrotas. Quem estiver no banco de suplentes vai-se lembrar do suplício que era ter de o ouvir, de trinta em trinta segundos, a dizer ao treinador: ”estou pronto, estou pronto, mete-me que eu resolvo esta porcaria.”
Nos nossos jantares estará sempre a sua cadeira – onde conseguia por pouco tempo estar sentado – donde fará a equipa ideal, a que ganhará todos os jogos e na qual, claro está, não faltará o grande Filipe.
Undeliverable mail, diz o meu computador. A máquina manda-me verificar o endereço do destinatário e contactar o administrador do sistema.
Não conheço o administrador do sistema. Dizem-me que anda por aí mas nunca dei por ele.
Se alguém tiver contacto privilegiado com o personagem pergunte-lhe com que direito apagou a caixa de correio do nosso ponta de lança. Que espécie de imbecil faz “delete” a uma caixa que respondia sempre com alegria, companheirismo, e um entusiasmo e um amor pela vida ainda maior do que a habilidade com que passava pelos defesas adversários.
Dizem-me que este administrador sabe o que faz; que tem desígnios insondáveis; que fecha esta caixa mas que abre uma melhor num sitio qualquer. E nós, hum? Ficamos aqui sem ele, é? Era para ele que queríamos lançar a bola para que marcasse o golo. Era para ele que queríamos olhar quando o cansaço chegasse, para lhe pudéssemos arrancar um bocado da vontade de vencer que ele tinha para dar e vender. Era com ele que queríamos ir beber um copo para celebrar, não as alegrias das vitórias ou afogar as tristezas das derrotas, mas tão só o facto de sermos amigos e de sabermos que nada era mais importante que isso.
É poderoso, este cínico administrador. Cínico e batoteiro. Só com muita batota, todos os árbitros do mundo comprados e contra dois milhões de defesas caceteiros ele conseguia fechar a caixa do Filipe. E mesmo assim viu-se grego para o derrotar.
A nós, o sacana, não ganhou. Para nós ele vai lá estar sempre em campo à espera dum cruzamento, dum passe em profundidade. Nós vamos sempre ouvi-lo a gritar: “passa, passa”, “abre os olhos”, “dá que eu marco”. Quando ganharmos vai ser ele que nos conduz os pontapés ou as cabeçadas que nos deram os golos. Quando perdermos é dele que nos vamos lembrar pelo mau feitio com que não aceitava as derrotas. Quem estiver no banco de suplentes vai-se lembrar do suplício que era ter de o ouvir, de trinta em trinta segundos, a dizer ao treinador: ”estou pronto, estou pronto, mete-me que eu resolvo esta porcaria.”
Nos nossos jantares estará sempre a sua cadeira – onde conseguia por pouco tempo estar sentado – donde fará a equipa ideal, a que ganhará todos os jogos e na qual, claro está, não faltará o grande Filipe.
Dos fracos não reza a história. Por isso, o Fortes merece esta bela estória.
ResponderEliminarUm abraço.
Uma crónica cheia de sentimento dedicada, por certo, a um grande amigo TEU que entretanto partiu...
ResponderEliminarabraço PML
Pedro contou de outra forma a perda de uma amigo especial, algo que até a mim me deixou comovido.
ResponderEliminarUm grande abraço.
PS: Em forma de pedido gostaria de saber se era possível continuar a defender o nosso FC Porto naquele programa da SIC que só o consigo ver se o Pedro fizer parte dele.
Excelente homenagem a um seu grande amigo!
ResponderEliminarReitero o pedido do Antas,pois naquela noite o Pedro defendeu o nosso Porto com a simplicidade e a categoria que eu já não via há muito tempo ninguem fazer
Abraço