http://bibo-porto-carago.blogspot.com/
O texto que hoje vos trago talvez fizesse mais sentido a 8 de Março, internacionalmente consagrado como o Dia da Mulher. Mas não sou grande partidária desse mau hábito que por vezes temos de esperar por datas ou alturas especiais para dizer ou fazer coisas que poderíamos e deveríamos dizer e fazer espontaneamente, em qualquer dia que nos apeteça. Por isso, apesar de hoje não ser 8 de Março, vou celebrar a contribuição feminina no Futebol Clube do Porto. Curiosamente, fiquei agora a saber pela Wikipédia que hoje, 19 de Novembro, é nada menos que o Dia Internacional do Homem, o que fica registado como uma interessante e improvável ironia. Meninas, toca a celebrar o dia fazendo o jantarinho para as vossas caras-metades ;)
Também não sou partidária de guerras dos sexos e da prática infelizmente comum de traçar uma linha entre mulheres e homens, valorizando a elas mais do que a eles pelo facto das suas vitórias, grandes ou pequenas, serem reflexo de séculos de luta por uma emancipação que, mesmo na nossa sociedade ocidental, ainda tem arestas por limar (a piadinha sobre o jantar no parágrafo acima é a expressão de uma dessas arestas). Para mim uma pessoa é uma pessoa, independentemente do género. Mas num mundo ainda tão reticente em acolher as mulheres como é o do desporto, a participação do género feminino no FC Porto tem tão pouca repercussão mediática que até parece que não está lá. Mas está, e sem ela o clube não seria o mesmo.
As minhas desculpas por esta longa e tediosa introdução, com a qual a minha parte mais racional sentiu a necessidade de vos aborrecer para justificar o porquê deste meu tributo ao FC Porto "no feminino", quando nunca fiz um tributo ao FC Porto "no masculino". O mote para hoje foi um artigo que me chegou recentemente à caixa de correio electrónico, pela mão do bLuE bOy, e que me surpreendeu. Da autoria de Nelson Alves, do site mundook.net, o texto fala de uma equipa feminina de hóquei em patins, que existiu no FC Porto de 1986 a 1988, e de cuja existência eu não fazia a menor ideia e muito menos tinha a menor recordação. Alguém se lembra?
Diz o artigo que "a introdução definitiva da variante feminina do hóquei em patins em Portugal começou em 1985, quando várias jovens (praticantes de patinagem artística) decidiram experimentar jogar hóquei em patins. Foram criadas duas equipas: Associação Académica de Espinho e Futebol Clube do Porto. Com muitas dificuldades, pois não eram reconhecidas pela FPP, não tinham patrocínios nem jogos oficiais, estas equipas acabaram passados poucos anos, por razões… fúteis." Sobre o FC Porto, diz-se que o projecto foi "incentivado por Cortez Ferreira e Paulo Castanheira, com 'Joel' [José Pinto] como treinador. À falta de adversários e motivação das atletas, juntou-se o facto de o clube ter deixado de ceder o pavilhão para os treinos devido às exigências de Tomislav Ivic, que queria que o plantel profissional treinasse num recinto coberto nos dias de chuva." Após informar sobre o destino de parte das atletas, que, "lideradas por Cristina Luísa (treinadora) e apoiadas pelo dirigente Isaac de Sousa, fundaram alguns meses depois a equipa do Centro Paroquial e Social de Alfena, que começou a disputar jogos amigáveis com equipas de juniores e juvenis masculinos" e do treinador, que "funda a equipa feminina da Casa do Povo de Vila Boa do Bispo (Marco de Canaveses)", o artigo fecha com uma pergunta dirigida a nós: "Com o fim da Fundação Nortecoope, e numa altura em que se tem de apostar na formação de novas hoquistas, que se poderiam inspirar nas equipas masculinas para levar bem alto o nome do Futebol Clube do Porto, o que achariam os adeptos portistas da criação de uma equipa feminina, vinte anos depois das pioneiras?"
Boa pergunta: o que acharíamos? Sabemos que as dificuldades de tesouraria que as actuais modalidades atravessam não nos permitem grandes planos, mas num cenário hipotético em que houvesse condições financeiras e logísticas para novas modalidades, o que pensaríamos desta ideia? Estaríamos "sempre lá", como nos gabamos de fazer com as equipas masculinas?
Nunca o saberemos até sermos confrontados com a situação. E talvez não estivéssemos sempre lá. Porque é assim, porque é "normal" que o desporto feminino, salvo raríssimas excepções (como o ténis, por exemplo) tenha menos visibilidade, mediatismo e peso social do que o desporto masculino. As razões são complexas e não vale a pena discorrer agora sobre elas. O que vale a pena é relembrar e homenagear as várias mulheres que deixaram a sua marca na história do Futebol Clube do Porto e que infelizmente não têm na nossa memória colectiva o destaque que sem dúvida merecem.
É inevitável começar por Sara Monteiro da Costa, irmã do nosso refundador José Monteiro da Costa, que, no espírito de ecletismo que o seu irmão imprimiu ao nosso clube desde a primeira hora, ensinava ténis no Foot-ball Club do Porto. Diz o livro "Glória e Vida de Três Gigantes", em citação que roubei descaradamente de um dos belíssimos posts do Dragão Azul Forte, o seguinte:
"Revolucionário e moderno, José Monteiro da Costa quis fazer do seu FC Porto um espaço de contágio de desporto no feminino. Para mudar a mulher portuguesa. No repto de Eça, nos antípodas de Vaz Preto. Nos finais de 1907 havia dezenas de raparigas e senhoras do Porto mais selecto que não iam para o campo, já notado espaço cosmopolita da cidade, falar apenas de vestidos e namoros. Sempre comandadas e motivadas por Sara Monteiro da Costa, irmã do presidente, que a todas ensinava o ténis (desporto chique bem ao jeito de mulheres fartas de inanidade), jogavam-no, mas também corriam, também patinavam."
Ao longo dos mais de cem anos entretanto passados, muitas foram as atletas que seguiram as pisadas dessa pioneira. Nesse âmbito, uma das mais prolíficas modalidades foi certamente o Atletismo. A minha memória de jovem adepta pouco ajuda, mas encontrei no blog Lôngara, de Armando Pinto, uma resenha histórica dessa modalidade no FC Porto que nos permite somar aos nomes de Fernanda Ribeiro e Aurora Cunha, presentes na memória de qualquer Portista por terem elevado o nome do nosso clube aos píncaros do Atletismo internacional (e cujas imensas conquistas, por essa mesma razão, dispensar-me-ei de listar), os de várias outras atletas cuja dedicação e mérito muito enriqueceram a história e o palmarés do nosso clube, nomeadamente através da conquista de campeonatos nacionais: Mimosa Neves e Ana Maria Gomes, ambas no lançamento do dardo, em 1961 e 1962, respectivamente, Isolina Pinhel (1500m em 1970), Fátima Pinto (dardo de 1978 a 1982, cinco títulos), Ana Paula Mota (100m barreiras e 400m barreiras em 1978), Rosa Mota (que venceu apenas dois títulos nacionais pelo FCP, corta-mato em 1978 e 800m em 1979, antes de se mudar para o Clube de Atletismo do Porto), Helena Teixeira (400m em 1982), Marta Moreira (400m em 1984 e 4x400m em 1985), Elsa Amaral (400m de 1987 a 1993, 7 títulos; 800m de 1988 a 1991, 4 títulos; e 4x400m em 1985) Regina Babo (4x400m em 1985 – a quarta atleta nesta vitória foi Aurora Cunha), Paula Cristina Regalo (200m em 1991), Cristina Almeida (salto com vara em 1996), Sandra Tavares (salto com vara em 2002 e 2008, dois títulos) e Carla Tavares (200m em 2008).
Sem esquecer, naturalmente, as heroínas de 2010, que trouxeram pela primeira vez o título nacional por equipas para as Antas, quer ao ar livre, quer em pista coberta, despertando a ira da federação, que acabou por levar o clube à decisão de suspender a modalidade. A nível individual, conquistaram este ano o título de campeãs nacionais ao ar livre Lina Grincikaite (100m e 200m), Egle Balciunaite (400m e 800m), Polina Jelizarova (1500m e 3000m), Ineta Radeviča (salto triplo), Natajla Cakova (salto em altura) e Austra Skujyte (lançamento do peso). Em pista coberta, voltaram a triunfar Lina Grincikaite (60m e 200m), Egle Balciunaite (400m e 800m), Ineta Radeviča (salto triplo) e Natajla Cakova (salto em altura), e ainda Sandra Tavares, que carimbou o seu terceiro título nacional no salto com vara.
Na Natação, Alexandra Silva é detentora do recorde mais antigo das piscinas portuguesas, após ter nadado 1500m em piscina curta em apenas 16:48,2 em Janeiro de 1983, quando tinha ainda idade de júnior. O seu nome e o de Joana Soutinho (até há bem pouco tempo a única nadadora olímpica do FCP, em Atlanta 96) serão provavelmente os mais sonantes entre as atletas já retiradas, mas vários outros poderão ser acrescentados, como os de Alexandra Pinto e Alíria Silva (do tempo em que ainda se nadava no mar e nos rios), Paula Santana (anos 70), Marta Reboredo, Natacha de Sousa e Teresa Figueiras (anos 80), Luísa Costa e Rita Fernandes (anos 80/90) ou Sónia Vilar (anos 90). Presentemente, Sara Oliveira (que participou nos Jogos Olímpicos de Pequim 08), Marta Marinho, Sara Loureiro e Joana Carvalho, todas actuais detentoras de recordes nacionais, são os destaques de uma equipa que luta sempre pela vitória.
No Desporto Adaptado, é obrigatório mencionar Emília Lago Costa, vencedora da medalha de bronze no lançamento em precisão C1 nos Jogos Paralímpicos de Seul 88 e justamente galardoada com o Dragão de Ouro na época 1992/93, e que ainda hoje compete pelos nossos vizinhos do Estrela e Vigorosa Sport.
Referência ainda às nossas atletas de Bilhar, que têm também sido responsáveis por conquistas de grande relevo. A modalidade na qual competem é o Pool, sendo Luísa Leal e Cristina Costa as principais estrelas da nossa brilhante equipa.
Muitos nomes terão ficado por mencionar. A minha memória é ainda recente, o mediatismo destas conquistas (ou antes, a falta dele) também não ajuda e as fontes são surpreendentemente escassas, mesmo no gigantesco arquivo que a Internet nos proporciona. De qualquer forma, com nome ou sem nome, este post é uma homenagem a todas as mulheres e raparigas que vestem e vestiram o nosso manto sagrado. Mulheres e raparigas que ao longo de 117 anos defenderam o nosso FC Porto, ampliando cada vez mais o seu prestígio e enchendo de orgulho e alegria todos nós Portistas. A todas o meu agradecimento.
E já agora, porque não, para fechar com chave de ouro, um tributo a todas as mulheres Portistas, sempre presentes nas bancadas do Dragão e do Dragãozinho. Tempos houve em que, se por cá andássemos, necessitaríamos da autorização dos nossos caríssimos esposos para sermos sócias do FCPorto. Hoje continuamos em minoria, mas somos parte integrante do clube e as bancadas não teriam a mesma cor sem nós. Poucas mas boas. Poucas, mas cada vez mais. Boas, e cada vez melhores.
Um abraço a todas as mulheres Portistas! E aos homens também, é claro :)
Até amanhã, no Dragãozinho!
Também não sou partidária de guerras dos sexos e da prática infelizmente comum de traçar uma linha entre mulheres e homens, valorizando a elas mais do que a eles pelo facto das suas vitórias, grandes ou pequenas, serem reflexo de séculos de luta por uma emancipação que, mesmo na nossa sociedade ocidental, ainda tem arestas por limar (a piadinha sobre o jantar no parágrafo acima é a expressão de uma dessas arestas). Para mim uma pessoa é uma pessoa, independentemente do género. Mas num mundo ainda tão reticente em acolher as mulheres como é o do desporto, a participação do género feminino no FC Porto tem tão pouca repercussão mediática que até parece que não está lá. Mas está, e sem ela o clube não seria o mesmo.
As minhas desculpas por esta longa e tediosa introdução, com a qual a minha parte mais racional sentiu a necessidade de vos aborrecer para justificar o porquê deste meu tributo ao FC Porto "no feminino", quando nunca fiz um tributo ao FC Porto "no masculino". O mote para hoje foi um artigo que me chegou recentemente à caixa de correio electrónico, pela mão do bLuE bOy, e que me surpreendeu. Da autoria de Nelson Alves, do site mundook.net, o texto fala de uma equipa feminina de hóquei em patins, que existiu no FC Porto de 1986 a 1988, e de cuja existência eu não fazia a menor ideia e muito menos tinha a menor recordação. Alguém se lembra?
Diz o artigo que "a introdução definitiva da variante feminina do hóquei em patins em Portugal começou em 1985, quando várias jovens (praticantes de patinagem artística) decidiram experimentar jogar hóquei em patins. Foram criadas duas equipas: Associação Académica de Espinho e Futebol Clube do Porto. Com muitas dificuldades, pois não eram reconhecidas pela FPP, não tinham patrocínios nem jogos oficiais, estas equipas acabaram passados poucos anos, por razões… fúteis." Sobre o FC Porto, diz-se que o projecto foi "incentivado por Cortez Ferreira e Paulo Castanheira, com 'Joel' [José Pinto] como treinador. À falta de adversários e motivação das atletas, juntou-se o facto de o clube ter deixado de ceder o pavilhão para os treinos devido às exigências de Tomislav Ivic, que queria que o plantel profissional treinasse num recinto coberto nos dias de chuva." Após informar sobre o destino de parte das atletas, que, "lideradas por Cristina Luísa (treinadora) e apoiadas pelo dirigente Isaac de Sousa, fundaram alguns meses depois a equipa do Centro Paroquial e Social de Alfena, que começou a disputar jogos amigáveis com equipas de juniores e juvenis masculinos" e do treinador, que "funda a equipa feminina da Casa do Povo de Vila Boa do Bispo (Marco de Canaveses)", o artigo fecha com uma pergunta dirigida a nós: "Com o fim da Fundação Nortecoope, e numa altura em que se tem de apostar na formação de novas hoquistas, que se poderiam inspirar nas equipas masculinas para levar bem alto o nome do Futebol Clube do Porto, o que achariam os adeptos portistas da criação de uma equipa feminina, vinte anos depois das pioneiras?"
Boa pergunta: o que acharíamos? Sabemos que as dificuldades de tesouraria que as actuais modalidades atravessam não nos permitem grandes planos, mas num cenário hipotético em que houvesse condições financeiras e logísticas para novas modalidades, o que pensaríamos desta ideia? Estaríamos "sempre lá", como nos gabamos de fazer com as equipas masculinas?
Nunca o saberemos até sermos confrontados com a situação. E talvez não estivéssemos sempre lá. Porque é assim, porque é "normal" que o desporto feminino, salvo raríssimas excepções (como o ténis, por exemplo) tenha menos visibilidade, mediatismo e peso social do que o desporto masculino. As razões são complexas e não vale a pena discorrer agora sobre elas. O que vale a pena é relembrar e homenagear as várias mulheres que deixaram a sua marca na história do Futebol Clube do Porto e que infelizmente não têm na nossa memória colectiva o destaque que sem dúvida merecem.
É inevitável começar por Sara Monteiro da Costa, irmã do nosso refundador José Monteiro da Costa, que, no espírito de ecletismo que o seu irmão imprimiu ao nosso clube desde a primeira hora, ensinava ténis no Foot-ball Club do Porto. Diz o livro "Glória e Vida de Três Gigantes", em citação que roubei descaradamente de um dos belíssimos posts do Dragão Azul Forte, o seguinte:
"Revolucionário e moderno, José Monteiro da Costa quis fazer do seu FC Porto um espaço de contágio de desporto no feminino. Para mudar a mulher portuguesa. No repto de Eça, nos antípodas de Vaz Preto. Nos finais de 1907 havia dezenas de raparigas e senhoras do Porto mais selecto que não iam para o campo, já notado espaço cosmopolita da cidade, falar apenas de vestidos e namoros. Sempre comandadas e motivadas por Sara Monteiro da Costa, irmã do presidente, que a todas ensinava o ténis (desporto chique bem ao jeito de mulheres fartas de inanidade), jogavam-no, mas também corriam, também patinavam."
Ao longo dos mais de cem anos entretanto passados, muitas foram as atletas que seguiram as pisadas dessa pioneira. Nesse âmbito, uma das mais prolíficas modalidades foi certamente o Atletismo. A minha memória de jovem adepta pouco ajuda, mas encontrei no blog Lôngara, de Armando Pinto, uma resenha histórica dessa modalidade no FC Porto que nos permite somar aos nomes de Fernanda Ribeiro e Aurora Cunha, presentes na memória de qualquer Portista por terem elevado o nome do nosso clube aos píncaros do Atletismo internacional (e cujas imensas conquistas, por essa mesma razão, dispensar-me-ei de listar), os de várias outras atletas cuja dedicação e mérito muito enriqueceram a história e o palmarés do nosso clube, nomeadamente através da conquista de campeonatos nacionais: Mimosa Neves e Ana Maria Gomes, ambas no lançamento do dardo, em 1961 e 1962, respectivamente, Isolina Pinhel (1500m em 1970), Fátima Pinto (dardo de 1978 a 1982, cinco títulos), Ana Paula Mota (100m barreiras e 400m barreiras em 1978), Rosa Mota (que venceu apenas dois títulos nacionais pelo FCP, corta-mato em 1978 e 800m em 1979, antes de se mudar para o Clube de Atletismo do Porto), Helena Teixeira (400m em 1982), Marta Moreira (400m em 1984 e 4x400m em 1985), Elsa Amaral (400m de 1987 a 1993, 7 títulos; 800m de 1988 a 1991, 4 títulos; e 4x400m em 1985) Regina Babo (4x400m em 1985 – a quarta atleta nesta vitória foi Aurora Cunha), Paula Cristina Regalo (200m em 1991), Cristina Almeida (salto com vara em 1996), Sandra Tavares (salto com vara em 2002 e 2008, dois títulos) e Carla Tavares (200m em 2008).
Sem esquecer, naturalmente, as heroínas de 2010, que trouxeram pela primeira vez o título nacional por equipas para as Antas, quer ao ar livre, quer em pista coberta, despertando a ira da federação, que acabou por levar o clube à decisão de suspender a modalidade. A nível individual, conquistaram este ano o título de campeãs nacionais ao ar livre Lina Grincikaite (100m e 200m), Egle Balciunaite (400m e 800m), Polina Jelizarova (1500m e 3000m), Ineta Radeviča (salto triplo), Natajla Cakova (salto em altura) e Austra Skujyte (lançamento do peso). Em pista coberta, voltaram a triunfar Lina Grincikaite (60m e 200m), Egle Balciunaite (400m e 800m), Ineta Radeviča (salto triplo) e Natajla Cakova (salto em altura), e ainda Sandra Tavares, que carimbou o seu terceiro título nacional no salto com vara.
Na Natação, Alexandra Silva é detentora do recorde mais antigo das piscinas portuguesas, após ter nadado 1500m em piscina curta em apenas 16:48,2 em Janeiro de 1983, quando tinha ainda idade de júnior. O seu nome e o de Joana Soutinho (até há bem pouco tempo a única nadadora olímpica do FCP, em Atlanta 96) serão provavelmente os mais sonantes entre as atletas já retiradas, mas vários outros poderão ser acrescentados, como os de Alexandra Pinto e Alíria Silva (do tempo em que ainda se nadava no mar e nos rios), Paula Santana (anos 70), Marta Reboredo, Natacha de Sousa e Teresa Figueiras (anos 80), Luísa Costa e Rita Fernandes (anos 80/90) ou Sónia Vilar (anos 90). Presentemente, Sara Oliveira (que participou nos Jogos Olímpicos de Pequim 08), Marta Marinho, Sara Loureiro e Joana Carvalho, todas actuais detentoras de recordes nacionais, são os destaques de uma equipa que luta sempre pela vitória.
No Desporto Adaptado, é obrigatório mencionar Emília Lago Costa, vencedora da medalha de bronze no lançamento em precisão C1 nos Jogos Paralímpicos de Seul 88 e justamente galardoada com o Dragão de Ouro na época 1992/93, e que ainda hoje compete pelos nossos vizinhos do Estrela e Vigorosa Sport.
Referência ainda às nossas atletas de Bilhar, que têm também sido responsáveis por conquistas de grande relevo. A modalidade na qual competem é o Pool, sendo Luísa Leal e Cristina Costa as principais estrelas da nossa brilhante equipa.
Muitos nomes terão ficado por mencionar. A minha memória é ainda recente, o mediatismo destas conquistas (ou antes, a falta dele) também não ajuda e as fontes são surpreendentemente escassas, mesmo no gigantesco arquivo que a Internet nos proporciona. De qualquer forma, com nome ou sem nome, este post é uma homenagem a todas as mulheres e raparigas que vestem e vestiram o nosso manto sagrado. Mulheres e raparigas que ao longo de 117 anos defenderam o nosso FC Porto, ampliando cada vez mais o seu prestígio e enchendo de orgulho e alegria todos nós Portistas. A todas o meu agradecimento.
E já agora, porque não, para fechar com chave de ouro, um tributo a todas as mulheres Portistas, sempre presentes nas bancadas do Dragão e do Dragãozinho. Tempos houve em que, se por cá andássemos, necessitaríamos da autorização dos nossos caríssimos esposos para sermos sócias do FCPorto. Hoje continuamos em minoria, mas somos parte integrante do clube e as bancadas não teriam a mesma cor sem nós. Poucas mas boas. Poucas, mas cada vez mais. Boas, e cada vez melhores.
Um abraço a todas as mulheres Portistas! E aos homens também, é claro :)
Até amanhã, no Dragãozinho!
Que bonito pedaço de história do nosso clube.
ResponderEliminarObrigado.
Bravo Enid e toca a fazer força para termos uma modalidade de Pavilhão no feminino.
ResponderEliminarCumprimentos
Um tema muito interessante e pertinente. Recordo-me bem da existência do hóquei feminino do F. C. Porto, mais por na época ter vindo uma reportagem alusiva na revista Dragões, onde foi então publicada esta foto de pose da equipa. Infelizmente não houve depois continuidade, mas também era difícil atendendo à escassez de competitividade por esse tempo, embora mais tarde até tivessem aparecido outras equipas. Penso que teria sido benéfico o clube ter variantes simpáticas ao público, como o hóquei em patins feminino, por exemplo. Contudo entendo não ser possível manter o anterior ecletismo, na sua plenitude, por variadas razões.
ResponderEliminarJá de outras sugestões que por vezes aparecem, como do futsal, sou contra, porque neste caso não gosto desse tal futebol de sala (pavilhão).
Mas voltando ao hóquei, fazendo uma transição do feminino ao masculino, para enquadramento, quanto ao personagem referido no pioneirismo do hóquei feminino, aquele Joel foi um hoquista prometedor na transição dos anos 60 para 70, tendo feito parte da equipa do F. C. Porto que venceu o Campeonato Metropolitano de 1969 e se sagrou vice-campeão nacional no mesmo ano, ao lado de Brito, Cristiano, Leite, Hernâni, Ricardo, Castro e Rui Caetano.
De novo sobre a participação feminina no clube, também no dirigismo tem havido alguns casos, como aconteceu com a Drª Luísa Teles, filha de Rodrigues Teles, autor da primeira Historia (escrita) do F. C. Porto. Assim como noutras modalidades, como por exemplo já descrevi num outro artigo no meu blogue, sobre o historial da Pesca Desportiva do F. C. Porto , no post “Pergaminhos Desportivos – Uma Secção do F. F. Porto”, como se pode ver no link
http://longara.blogspot.com/search/label/Pesca%20Desportiva
Dou assim os meus parabéns pela ideia desta recordação, numa reconstituição histórica digna de apreço.
Belo post, belo tributo ao desporto azul-e-branco no feminino.
ResponderEliminarA foto da Sara Monteiro da Costa é uma delícia. E um achado. Estou cheio de inveja... Não a "apanhei" para a minha "História".
Um beijinho. Bibó Porto!
Eu que sigo as modalidades há mts anos desconhecia tais factos qt ao hóquei...
ResponderEliminarMuito bem Enid, um tema a merecer reflexão e com a (alta) marca de qualidade a q já nos habituaste.
bjs às adeptas do nosso Porto;)
Não fui ao dragão caixa mas fica a noticia:
ResponderEliminarFCP-11
Cronenberg-1
;)
Enid, excelente post, como já é habitual, também desconhecia que o Porto teve uma equipa de hoquei feminina...
ResponderEliminar"E já agora, porque não, para fechar com chave de ouro, um tributo a todas as mulheres Portistas, sempre presentes nas bancadas do Dragão e do Dragãozinho. Tempos houve em que, se por cá andássemos, necessitaríamos da autorização dos nossos caríssimos esposos para sermos sócias do FCPorto. Hoje continuamos em minoria, mas somos parte integrante do clube e as bancadas não teriam a mesma cor sem nós. Poucas mas boas. Poucas, mas cada vez mais. Boas, e cada vez melhores."
Esta parte de teu texto, estou completamente de acordo contigo!;)
BIBÓ PORTO
muito nos contas tu eNID ;)
ResponderEliminarolha que eu nunca tinha sequer ouvido falar nessas meninas da moca do nosso fcPORTO, não tinha mesmo... fiquei agora a sabê-lo em primeira mão, pela tua «pena».
no geral, achei este teu post muito, mas muito interessante... e verdade seja dita, longe vão os tempos das bancadas integralmente ocupadas pelos feios, porcos e maus... hoje em dia, é tudo diferente, muito diferente e pra mto melhor... e ainda bem.
as mulheres no geral, mais as pORTISTAS que todas as outras, fazem muito falta no desporto, dando-lhe um ar mais engraçado e catita, mas tb te digo, olha que andam prái muitas que vou-te contar, ainda falam deles, dasse ;)
quanto ao resto, ir lá apoiá-las, da mesma forma que dizemos «presente» quando são eles?
é caso para dizer, que venham elas, as equipas femininas e é ver se eles e elas tb, não vão lá marcar presença?! tens dúvidas?! não tenhas!!!
mais uma vez, pARABÉNS por este teu post que está muita, muita bom, aliás, coisa que é já imagem de marca tua :)
bEIJO
olá portistas.
ResponderEliminarsou portista a partir do momentos em que respirei a primeira vez e estou agora interessada em entrar para o basquete. alguem me sabe como fazer?
pf digam me algo para alexandravareladearaujo@gmail.com
obrigada
bjs azuis e brancos
Lembro-me bem dessa equipa feminina de hoquei! Penso até que a filha do grande treinador Feliciano também fazia parte da equipa. Fátima Feliciano.
ResponderEliminarPaulo