Mentalitá

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Uma questão de mentalidade. Mais uma fim-de-semana verdadeiramente ultra, passado junto dos meus a apoiar o FC Porto em todas as modalidades em que jogou! Estivemos presentes no futebol, no hóquei em patins, no andebol e no basquetebol! Não somos normais, nós sabemos. Somos tolos que não pensamos noutra coisa, somos estranhos à maioria. Vivemos intensamente o clube do nosso coração e fazemos de tudo para estar sempre presentes. Pode custar a crer, mas estas pessoas também trabalham, também gastam dinheiro em tempos de crise, também têm família em casa, também se levantam cedo durante a semana e também não se importavam de passar uma ou as duas tardes do fim-de-semana deitadas no sofá, com o aquecedor ligado, a ver os filmes da TVI e a casa dos segredos.

Por e simplesmente cumprimos o nosso dever enquanto adeptos do clube. E não sabemos estar de outra forma, felizmente. A saga começou bem cedo, Sábado depois do almoço encontrámo-nos no Dragão. Às 15h no nosso pavilhão defrontávamos novamente o S. Bernardo em andebol, depois de o termos feito também na quarta-feira para a taça de Portugal. Mas desta vez foi para o campeonato. E o resultado foi mais uma vez categórico e dilatadíssimo para o FC Porto, que soma e segue na liderança da tabela classificativa. Um pavilhão com os mesmos do costume nas bancadas, olha-se em redor e vê-se sempre as mesmas caras, as mesmas pessoas, nos mesmos sítios. Terminado o jogo, faltava cerca de hora e meia para o futebol, onde recebemos o Juventude de Évora, para a taça de Portugal. Víamos camionetas de alentejanos a chegar enquanto fazíamos horas nos locais do costume para o inicio do encontro.

Lá chegou a hora de passarmos por baixo do pano com a imagem de Pinto da Costa e entrar na mítica Superior Sul. O nosso estádio contou com 26 909 presentes, mas mais à frente vou falar concretamente das assistências. Foi mais um jogo que resolvemos sem qualquer sobressalto, mais uma goleada e já estamos nos quartos-de-final da prova que queremos conquistar pelo terceiro ano consecutivo. A equipa alentejana trouxe consigo cerca de meio milhar de adeptos, que diga-se a verdade, nunca se fizeram ouvir. Do nosso lado, os Super Dragões apresentaram o seu sector muito bem composto, embora não estivesse cheio e o Colectivo igualmente. O apoio foi positivo, tendo os jogadores menos utilizados sido incentivados e acarinhados durante todo o jogo. O sorteio ditou-nos agora o Pinhalnovense, mais uma festa da taça.

No final, quando todos rumavam a casa, os mesmos do costume encontraram-se cá fora e puseram-se a caminho de Viana do Castelo, onde às 21h30 a equipa de hóquei em patins tinha um embate complicado diante de um forte conjunto, sempre candidato ao título, o Juventude de Viana. Estivemos meia hora para conseguir subir a alameda do Dragão, tal era o trânsito, mas chegámos a Viana dez minutos antes do jogo começar! Com o Porto sempre, pelo Porto tudo!

Entrámos no pavilhão de Monserrate estava o jogo a principiar. Foi a terceira vez que lá fui, é sempre um bom pavilhão para se visitar. Gente que gosta de hóquei, e dos poucos pavilhões que consegue ter um bom ambiente, de apoio à sua equipa, durante quase todo o jogo. Um excelente grupo de apoio ao FC Porto, éramos cerca de trinta elementos ao todo. O resultado, porém, deixou-nos a todos com um sabor amargo na boca. Perdemos 9-6 e consequentemente a liderança no campeonato. Um jogo muito vivo, com muitos golos de um lado e do outro, mas em que não conseguimos manter a vantagem inicial. Em relação ao apoio, a jogar fora e sem uma bancada só para nós, tentámos apoiar como pudemos. Do outro lado, os “Ultras Juve”, denominam-se ultras esão constituídos por alunos da escola secundária de Viana do Castelo, só vão aos jogos em casa, nunca os vi em Fânzeres ou no Dragão Caixa, por exemplo, e só cantam músicas copiadas de outros grupos. E cinco minutos antes do jogo acabar, retiraram a faixa. Só visto!

Algumas picardias no final, parecia que tinham ganho ali o campeonato, mas estão enganados. Vamos continuar a apoiar esta nossa equipa, seja onde e quando for, rumo ao Deca, que é o nosso grande objectivo para esta temporada. Eles sabem que podem contar connosco jogo a jogo, como até aqui!

Regressámos à Invicta e tinha chegado ao fim o nosso Sábado. “Amanhã há mais!”

Domingo à tarde clássico do basquetebol nacional, no “Dragãozinho”, FC Porto vs Ovarense. Uma boa casa, embora muito longe de estar cheia. Talvez metade da lotação. Num jogo equilibrado durante algum tempo, o FC Porto destacou-se e mereceu a vitória por números claros, 94-69. Continuamos em primeiro, com oito vitórias em outros tantos jogos. Vamos levar esta equipa ao tão ambicionado título, que nos foge há algum tempo.

Um fim-de-semana, dois dias, quatro jogos a apoiar o FC Porto. Muita correria, muitas horas gastas, tudo em prol do nosso clube.

Emil Kostadinov recordado pelos Super Dragões

Já com o apuramento para a próxima fase e o primeiro lugar no grupo garantido, o FC Porto fechou a fase de grupos com mais uma vitória, a quinta em seis jogos. Desta vez a vítima foi o CSKA de Sófia, que se deslocou ao estádio do Dragão já sem a mínima hipótese de se qualificar.

No estádio do Dragão estiveram na quarta-feira 22930 espectadores nas bancadas. Foi o terceiro jogo consecutivo em nossa casa com assistências paupérrimas e a rectificar rapidamente. Primeiro 18012 com o Vitória de Setúbal, depois 26909 com o Juventude de Évora e agora 22930 com os búlgaros. Nós somos o FC Porto, estes números são muito fracos e não me quero habituar a isto. Uma equipa que esta época, em 25 jogos ganhou 22 e empatou 3, está em primeiro lugar no campeonato a oito pontos do segundo, tem o melhor ataque, a melhor defesa e o melhor marcador, passou categoricamente aos dezasseis avos da Liga Europa em primeiro lugar no seu grupo, com 5 vitórias e 1 empate, está nos quartos-de-final da taça de Portugal, já ganhou uma Supertaça e joga bem que se farta, qual é a desculpa carago?!?!

Frio? Chuva? Dia de semana? Preço de bilhetes? Adversário que não motiva? O que é isso comparado com o momento actual da equipa liderada por André Villas-Boas?

Vamos por partes, uma coisa é nunca lá por os pés, outra coisa é falhar ocasionalmente, outra coisa é morar longe do Porto e outra coisa é só puder dar 50 ou 60 euros quando cá vem o 5LB!! Aí já não há frio, não há chuva, não há preço de bilhete nem distância que impeça de comparecer ao jogo! É triste a mentalidade de vários adeptos do desporto português.

Quando em Abril, numa tarde ou noite chuvosa e friorenta, jogarmos com o Liverpool no Dragão, uma semana antes aparece a tableta “Lotação esgotada” na bilheteira, temos uma casa com 50 mil espectadores, que tiram a tarde ou o dia todo de férias para não chegarem atrasados, aí já não tem importância nenhuma. Mas como era o Vitória FC, o Juventude de Évora e o CSKA Sófia, estava muito frio.

No jogo de quarta-feira, com temperaturas de arrepiar a espinha, os mesmos do costume estavam lá. Os sectores das claques do FC Porto tiveram uma quebra de elementos em relação a Sábado, mas o apoio foi positivo, era um pouco espaçado na segunda parte. O destaque vai para o cântico a Emil Kostadinov, que embora entoado por poucos segundos, foi um momento bonito. Uma provocaçãozinha aos búlgaros.

O jogo terminou com “Um bom Natal” e agora só voltamos a jogar no nosso estádio em 2011. Mas isto ainda não acabou. No próximo Domingo há deslocação a Paços de Ferreira e nós vamos lá estar, apoiando o FC Porto em busca de mais três pontos.

Um abraço ultra.