A culpa é do Alemão

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Existem certas situações que neste País tudo anda pelas modas e ao sabor de alguns consultores de imagens, é que por mais escandaloso passado tenham alguns dirigentes políticos deste País, continuam a dar crédito a quem simplesmente não o tem e principalmente quando as coisas correm mal, comportam-se como aquela situação do Elefante no meio da sala, em que para a maioria há que fazer questão de passar a ideia que afinal não está ali nenhum Elefante apesar de todos o estarmos a ver.

Mas o problema não vem nem dos consultores de imagem, nem de problemas de visão, o problema deste País é mesmo a falta de memória e aqui culpo o raio do Alemão chamado Alzheimer que teima em fazer parte da alimentação dos Portugueses.

Como faço questão de exercitar a memória, ora vamos lá contar a história e o curriculum do senhor Laurentino Dias, bem conhecido no mundo Portista pelo seu ódio visceral ao clube e ao nosso Presidente em particular, onde este senhor fez um percurso à custa dos contribuintes e ainda continua a fazê-lo sem que estes se preocupem se o ele é um homem capaz para os cargos públicos que vem desempenhando.

Ora como o senhor Dias e a Sra. Dias não sabiam na altura o que era um vasectomia ou métodos contraceptivos, lá teve o mundo que aturar esta prenda. A 4 de Fevereiro de 1954, em Fafe, nasce então Laurentino Dias, licenciou-se em direito (aqui farei como a bíblia e vou passar à frente a adolescência), além de membro do secretariado nacional, da comissão política e da comissão nacional do Partido Socialista, foi deputado em várias legislaturas e exerceu o cargo de presidente da Assembleia Municipal de Fafe, entre 1982 e 2005, até assumir funções governamentais como SEJD, em 14 de Março de 2005.

Até chegar a SEJD, protagonizou uma das histórias mais hilariantes do futebol Português.

Corria o ano de 1988/89, quando de repente um clube como o FC Famalicão desce para a 3ª Divisão e o seu Presidente (António Costa), acaba irradiado do futebol. A mesma moeda teve o Presidente do AD Macedo de Cavaleiros e o clube. A história é toda ela muito mal contada e com vários meses de decisões a fazer lembrar episódios recentes com o nosso clube (não na mesma escala) a nível de decisões das diferentes secretarias do nosso futebol.

O problema começa na época 87/88 quando o FC Famalicão chega à divisão principal, na altura, a 1ª divisão, vindo da 2ª divisão Zona Norte. Como em Portugal quem perde acaba sempre por inventar desculpas, o AD Fafe não levou de bom tom esta subida e começa a mandar o barro à parede com uma alegada utilização ilegal de um jogador do Famalicão de nome Kanu no jogo em Macedo de Cavaleiros (um jogo célebre por uma invasão de campo ao intervalo), mas isto não correu lá muito bem.

Ora como os abutres não ficam contentes, há que lançar nova ofensiva. A pré-época lá se foi passando com tudo igual e tudo indicava que iríamos ter um inicio de campeonato calmo, mas quando menos se esperava, a uma semana de começar o campeonato, o Presidente do AD Macedo de Cavaleiros (António Veiga) veio denunciar um suposto cheque que tinha como objectivo subornar o Macedo de Cavaleiros a perder esse jogo. É aqui que começa a nossa “twillight zone” em Portugal, tão inacreditável como um Presidente vir denunciar subornos quando esta denúncia prejudicaria o seu clube. Estávamos perante o último Moicano em Portugal, onde ninguém sequer se questionou sobre isto.

Nesta altura, o Presidente do Famalicão alegava que o cheque passado seria para pagar os bilhetes pedidos ao Macedo de Cavaleiros (para a próxima faça como o clube do regime e não pague os bilhetes), e ninguém teve isto em conta.

Então, com estas declarações, o Fafe leva o caso para o Conselho de Disciplina que dá como não provado o suborno, mas umas semanas depois com o recurso importo pelo Fafe no Conselho de Justiça, acaba por dar razão ao Fafe, remetendo o Famalicão e o Macedo de Cavaleiros para a 3ª Divisão e irradiando do futebol, os dois Presidentes destes dois clubes.

E perguntarão vocês o que terá o Laurentino a ver com isto?!

Bom, na altura, o advogado do AD Fafe era Laurentino Dias, onde usou a sua influência política para tirar protagonismo nesta caso. Foram milhares as entrevistas deste senhor sobre o caso, foram milhares de linhas escritas nas páginas de jornais sobre isto.

Para ficarem a conhecer melhor o caso, ficam aqui dois vídeos:

Para concluir sobre o caso em questão, basta dizer que um ano depois desta parvalheira toda, o Presidente do Macedo de Cavaleiros vem dizer que afinal não houve suborno nenhum e as suas afirmações e alegações seriam apenas uma vingança pessoal contra António Costa. O resultado é o que vocês estão a imaginar. Não se procurou punir quem decidiu mal, apenas se remendou aquilo que se tinha feito, alargando a a 1ª Divisão de 18 para 20 equipas, com o Famalicão a voltar ao futebol dos grandes, mas nunca mais se conseguiu levantar.

Depois desta embrulhada toda com os clubes a lixarem-se, quem ficou a ganhar com a exposição mediática foi o advogado político, Laurento Dias, que foi sempre a subir a partir daqui.

As minhas perguntas ficam:

- Como é que este responsável fica com tão bons cargos?

- Qual o resultado dos seus mandatos à frente do Desporto?

- Porque continua a meter os pés pelas mãos quando as coisas aquecem?

- Porquê de tanto protagonismo no caso Queiroz?

- Quais as conclusões dos casos de doping, entretanto apagados?

- O que andou a fazer no Desporto estes anos todos?

- Onde esteve o seu ministério no caso apito dourado, TAS e escutas?

Eu, a reposta a estas perguntas, já sei. Ficam agora ao vosso critério. Só não percebo porque é que este mastodonte continua a meter as mãos pelos pés e em vez de se demitir, esperou até ao ultimo dia do mandato para se ir embora, talvez para um cargo numa outra empresa pública qualquer.

Com gente assim no Desporto, é normal que o actual estado de coisas não seja o mais saudável.

Entretanto, queria só mandar um abraço ao Presidente do Marítimo e enviar-lhe este fabuloso vídeo sobre as contratações do FC Porto:

Um abraço Tripeiro e muito... muito Portista a todos.