26 novembro, 2011

Queremos mais, muito mais

http://bibo-porto-carago.blogspot.com/

Nesta casa vivemos de vitórias e não sabemos conviver com as derrotas. É isso que também explica a sua mística que só nós sabemos o que ela significa, é isso que explica também o que é ser Porto. E é por isso que a vitória em Donetsk, por muito importante que tenha sido, não foi mais do que um analgésico para aliviar a dor que me assolou o espírito desde que acabou aquele filme de terror em Coimbra.

Não foi, obviamente, a eliminação da Taça de Portugal que me custou - de positivo, só mesmo a certeza de que em Maio não terei que fazer o sacrifício de ir ao indecoroso Estádio de Oeiras. Mas gGrave, muito mais grave e revoltante, foi olhar, durante uns sofríveis 90 minutos, para aquele grupo de jogadores – não, aquilo não era uma equipa – com uma gritante, inadmissível e indesculpável falta de atitude, de entrega, de empenho, de capacidade para jogar futebol. Nunca em tantos anos me tinha passado pelos olhos uma coisa tão feia. Nem no Emirates, em Londres, o malfadado estádio - que ainda por cima parece uma cópia do galinheiro da Segunda Circular - de onde, por duas vezes, experimentei o mais indescritível sentimento da humilhação.

Em Coimbra, quase entrei em choque. Os minutos que faltavam para aquilo acabar pareceram horas intermináveis. Foi sofrível vê-los perdidos em campo, sem honrar a majestosa camisola que envergam, ao som das frases de protesto e de vergonha gritas aos meus ouvidos lançadas da bancada por aqueles que os lá estiveram a apoiar.

E é por isso que espero que sim, que aquilo não mais se repita, como o treinador prometeu, porque foi mau demais para ser verdade, mau de mais para que algum dia possa acontecer de novo. Na Ucrânia – ou na “Hulkrânia”, como se passou a chamar depois de o Incrível por lá passar -, aí, sim viu-se uma equipa, na verdadeira acepção da palavra, ainda que se tenha visto pouco futebol. Viu-se vontade, garra, solidariedade e espírito de equipa e união. Pela primeira vez nesta época, viu-se, no fim do jogo, os jogadores abraçados uns aos outros e ao treinador - notou-se que o balneário estava revoltado e quis prová-lo no campo, afinal o palco onde este clube cimentou a sua hegemonia nacional e ganhou respeito do mundo do futebol.

Mas ainda é pouco. Aqui queremos sempre mais, muito mais. Não é com uma simples vitória que se ultrapassa uma vergonha daquelas. Ganhar ao Braga, no domingo, portanto, não basta. A partir daí, queremos 18 vitórias para revalidar aquilo que, tendencialmente, tem sido nosso nos últimos 30 anos do futebol português.

2 comentários:

  1. Completamente de acordo.

    Abraço.
    BIBÓ PORTO!

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  2. ora nem mais Farpas, completamente de acordo com a tua leitura... porque depois do ligeiro sinal de retoma em Donetsk, onde o resultado foi (mto) melhor que a exibição, que foi feita muita na base do esforço e da raça, mais até nos segundos 45min do que nos primeiros, num jogo em que tb tivemos a estrelinha da sorte a acompanhar-nos, não ganhar este com o Braga, depois com o Zenit, em Aveiro com o BeiraMar e de seguida em casa com o Maritimo, para fechar o ano civil só com vitórias, pouco valerá este sinal de retoma.

    portanto, mais do que palavras, continuamos a exigir acções!!!

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