http://bibo-porto-carago.blogspot.com/
Desde as primeiras notícias sobre o assunto, não contive o meu entusiasmo perante a aquisição do Porto Canal pelo nosso clube. Aplaudi a ideia, manifestada pelo nosso Presidente, de fazer dele um canal não apenas do FC Porto, mas do Porto – do Porto para o país e o mundo. Conteúdos de qualidade, não exclusivamente desportivos, que transmitam a nossa visão num país onde os meios de comunicação, e as televisões em particular, são o triste espelho de um centralismo doentio. Elogiei os programas "marca FCP" já estreados, e sobretudo a frequência e qualidade das transmissões de jogos das modalidades, até mesmo fora de casa. E tenho manifestado profusamente a minha enorme expectativa quanto ao futuro deste projecto cheio de potencial.
Sobre o projecto em si ainda pouco se sabe, é certo, mas estou convicta de que vamos saber construir um canal com qualidade e relevância para o clube e para a região. E ouvir o nome do Juca Magalhães formalmente associado a esse canal é música para os meus ouvidos. Não me ocorre ninguém mais adequado ao papel. Quando há meses se chegou a aventar essa possibilidade, achei que não se concretizaria. Apesar de saber que é um grande Portista, não o via a deixar o alto cargo que ocupava na TVI para assumir um canal novo, inexperiente, com uma audiência pequena e regional. Felizmente estava enganada. Afinal o projecto é suficientemente aliciante para o nosso Juca (e os números também, pelo que se ouve dizer, mas tudo o que tem valor tem preço), que vai mesmo agarrar no leme do Porto Canal, dando-me duas novas e excelentes razões para multiplicar a expectativa: o FCP não contrataria alguém do seu quilate se não fosse para levar o Porto Canal a sério, nem ele se meteria num projecto para o qual não augurasse um grande futuro.
Juca deu recentemente uma entrevista ao programa Alta Definição, de Daniel Oliveira, na SIC, onde partilhou de forma extremamente sincera e espontânea a sua vida e a sua visão do mundo. Aconselho essa entrevista a quem ainda não viu. Nela encontro muitas pistas sobre aquilo que será o futuro do Porto Canal, desenvolvido à imagem de Júlio Magalhães. E gosto do que encontro.
Esperemos para ver o que nos reserva o futuro próximo, mas tenho plena confiança no timoneiro: Portista como poucos, competente naquilo que faz e comprometido com o objectivo de dar voz a uma região que, sabe ele melhor do que ninguém, está pouco menos que silenciada nos media nacionais. Como pessoa, embora não o conheça, parece-me sério, honesto, disponível, afável. Não tem medo do sucesso, nem tem medo de admitir que gosta do sucesso, que busca o sucesso. Gosta de ser famoso, de estar sob os holofotes, de ser reconhecido na rua. O que é bom saber, porque se um dia destes o vir por aí não sei se consigo resistir a cumprimentá-lo!
O único reparo que tenho a fazer após ter visto a referida entrevista é sobre um outro tema que me diz muito: a pronúncia do Norte. Diz o Juca que o sotaque "é provavelmente a única coisa de que não gosto no Porto. É muito agressivo e fica péssimo nas mulheres". Se não gosta, não gosta (embora ele próprio tenha algum sotaque, como acaba por admitir), mas espero que isso não imponha no Porto Canal o nazismo linguístico das outras televisões, onde qualquer pronúncia que não seja a da capital é censurada e temos toda a gente a tentar falar como a Bárbara Guimarães. Os sotaques são uma parte importante do património de uma região e não devem ser motivo de discriminação. Na BBC temos gente a falar com sotaque do Norte de Inglaterra, da Escócia, de Gales; e no Porto Canal devemos ter jornalistas e comentadores a falarem com o seu sotaque natural, que regra geral será sotaque do Porto. E como é lindo o nosso sotaque, carago!
PS - Dei há pouco de caras com a imagem abaixo, partilhada pelo FCP no Facebook: uma iniciativa que promove simultaneamente a proximidade clube/adeptos e as nossas modalidades. Excelente. Uma postura a manter.
Sobre o projecto em si ainda pouco se sabe, é certo, mas estou convicta de que vamos saber construir um canal com qualidade e relevância para o clube e para a região. E ouvir o nome do Juca Magalhães formalmente associado a esse canal é música para os meus ouvidos. Não me ocorre ninguém mais adequado ao papel. Quando há meses se chegou a aventar essa possibilidade, achei que não se concretizaria. Apesar de saber que é um grande Portista, não o via a deixar o alto cargo que ocupava na TVI para assumir um canal novo, inexperiente, com uma audiência pequena e regional. Felizmente estava enganada. Afinal o projecto é suficientemente aliciante para o nosso Juca (e os números também, pelo que se ouve dizer, mas tudo o que tem valor tem preço), que vai mesmo agarrar no leme do Porto Canal, dando-me duas novas e excelentes razões para multiplicar a expectativa: o FCP não contrataria alguém do seu quilate se não fosse para levar o Porto Canal a sério, nem ele se meteria num projecto para o qual não augurasse um grande futuro.
Juca deu recentemente uma entrevista ao programa Alta Definição, de Daniel Oliveira, na SIC, onde partilhou de forma extremamente sincera e espontânea a sua vida e a sua visão do mundo. Aconselho essa entrevista a quem ainda não viu. Nela encontro muitas pistas sobre aquilo que será o futuro do Porto Canal, desenvolvido à imagem de Júlio Magalhães. E gosto do que encontro.
Esperemos para ver o que nos reserva o futuro próximo, mas tenho plena confiança no timoneiro: Portista como poucos, competente naquilo que faz e comprometido com o objectivo de dar voz a uma região que, sabe ele melhor do que ninguém, está pouco menos que silenciada nos media nacionais. Como pessoa, embora não o conheça, parece-me sério, honesto, disponível, afável. Não tem medo do sucesso, nem tem medo de admitir que gosta do sucesso, que busca o sucesso. Gosta de ser famoso, de estar sob os holofotes, de ser reconhecido na rua. O que é bom saber, porque se um dia destes o vir por aí não sei se consigo resistir a cumprimentá-lo!
O único reparo que tenho a fazer após ter visto a referida entrevista é sobre um outro tema que me diz muito: a pronúncia do Norte. Diz o Juca que o sotaque "é provavelmente a única coisa de que não gosto no Porto. É muito agressivo e fica péssimo nas mulheres". Se não gosta, não gosta (embora ele próprio tenha algum sotaque, como acaba por admitir), mas espero que isso não imponha no Porto Canal o nazismo linguístico das outras televisões, onde qualquer pronúncia que não seja a da capital é censurada e temos toda a gente a tentar falar como a Bárbara Guimarães. Os sotaques são uma parte importante do património de uma região e não devem ser motivo de discriminação. Na BBC temos gente a falar com sotaque do Norte de Inglaterra, da Escócia, de Gales; e no Porto Canal devemos ter jornalistas e comentadores a falarem com o seu sotaque natural, que regra geral será sotaque do Porto. E como é lindo o nosso sotaque, carago!
PS - Dei há pouco de caras com a imagem abaixo, partilhada pelo FCP no Facebook: uma iniciativa que promove simultaneamente a proximidade clube/adeptos e as nossas modalidades. Excelente. Uma postura a manter.
Tenho elevada expectativa e acredito que o “Juca” vai empenhar-se com brilho nas “funções que lhe foram cometidas”. O que desejo, ardentemente, é que o nosso Canal seja a voz do Porto (Cidade e Clube), do Norte e que se identifique, de corpo e alma, com PORTOgal. No mais, não queremos nos estúdios arruaceiros e panfletistas que apelem “às armas” e à morte de alguém. E não faz mal ouvir, carago, o sotaque forte da Ribeira, a abençoada pronúncia tripeira. Oh Juca, tu compreendes.
ResponderEliminarBelíssima iniciativa do FC Porto para o Dragão Caixa. Ai se eu estivesse na Invicta…!
Enid, obrigado pelo teu magnífico e oportuno post. Também sabes que eu sou teu indefectível leitor.
Abraço e BIBÓ PORTO!
É ENID a dizê-lo, por isso não há melhor forma de expressar o que é a nomeação de Júlio Magalhães para dirigir o Porto Canal. O objectivo de fazer do canal uma voz credível do Porto e do Norte, onde o Futebol Clube do Porto terá o primeiro papel, ganha a credibilidade e qualidade que o Juca tem vindo a demonstrar na sua brilhante carreira de jornalista e escritor.
ResponderEliminarPara mim, a escolha é perfeita: à Pinto da Costa!
Enid, concordo com tudo e também no sotaque. Eu amo o meu sotaque e fico nas horas quando alguém, mesmo meus amigos, criticam a minha maneira de falar à Porto, carago! Ai, carago não, carago...
ResponderEliminarBjs
Também tenho grande esperança que o Porto se faça ouvir em todo o lado,e não quero os locutores e jornalistas a falarem lisboeta,para isso já basta os outros canais todos!
ResponderEliminarVIVA O PORTO,VIVA O FCP
Cumprimentos
Como SOMOS PORTO não nos devemos preocupar com a quantidade mas sim com a qualidade! O Porto Canal espero que venha ser sinonimo de cultura e descentralização...
ResponderEliminarQualidade nada tem a ver com quantidade!
Andam por aí uns rumores de que o Falcao vai assinar pelo FCPorto!
ResponderEliminarhttp://tv65.net/falcao-assina-novamente-pelo-fc-porto/
"fazer dele um canal não apenas do FC Porto, mas do Porto"
ResponderEliminarCom isto é que eu não concordo rigorosamente nada. Ainda há tempos li numa página do FCP no Facebook a opinião de um portista de Évora que alertava justamente para o facto de muitos portistas não serem da cidade do Porto, nem sequer do Norte.
Para lá deste ponto, que irá à partida retirar interesse a muitos adeptos, existem mais dois que gostaria de realçar. Primeiro, o FC Porto necessita de um canal seu, em exclusivo. Segundo, para os próprios interesses da cidade e da região, esta parceria é insatisfatória. Mas vamos por partes.
Um clube como o Porto deveria ter um departamento de marketing e de comunicação muito mais forte do que o que tem. Em grande medida, isso significaria a criação de um canal de TV próprio, só nosso. Haveria uma série de conteúdos que poderiam ser inseridos: programas de debate sobre a actualidade do clube, documentários sobre velhas glórias (treinadores ou jogadores) e épocas históricas, reportagens e entrevistas, por exemplo.
Confesso a minha ignorância em relação às verbas investidas pelo FCP nesta parceria. Olhando para a grelha de programação, espero que o investimento tenha sido curto, já que o número de programas portistas, não portuenses, é reduzido. Como estamos a falar de uma espécie de sociedade, o mínimo seria o 50/50 em termos de conteúdos programáticos. Mesmo assim continuaria a ser pouquíssimo para as necessidades/possibilidades/oportunidades de um clube como o Porto.
Além disto, existe a perspectiva dos sócios aos quais as causas e assuntos nortenhos pouco ou nada dizem. Não é o meu caso, porque sou nascido e criado no Porto, mas essa não é a realidade de outros adeptos. Se estivesse no lugar deles, não gostaria nem um pouco que o meu clube ficasse directamente ligado a causas extra-desportivas que poderiam não me interessar e até fazer discordar completamente. São assuntos que podem tocar-nos muito - a mim até me tocam bastante -, mas que nada têm a ver com o FCP, como tal existem sócios que têm o legítimo direito de não querer ver o clube (para o qual todos os meses dão dinheiro das quotas) envolvido.
Depois há a questão dos próprios interesses do Norte e da cidade do Porto. Que tipo de atenção e relevância terão do Porto Canal, homens como Siza Vieira, Souto Moura ou Mário Dorminsky? Estamos a falar de figuras de proa da cultura portuguesa, nortenhos... mas benfiquistas. E Rui Rio? Nunca votei nem votarei no Rio, mas o que é facto é que ele é, com legitimidade democrática, o presidente da CMP. Terá as portas abertas do canal? Não é imprescindível ouvir, em tantas e tantas matérias de interesse para a cidade, o seu presidente da câmara?
Uma última pergunta a propósito do parágrafo de cima. Serão estes nomes conciliáveis numa parceria com o FCP? Quanto a mim não, pelo menos Rui Rio não o é nem por sombras. No entanto a sua posição obriga a uma atenção de um canal que se quer representativo de uma cidade e de uma região.
Quanto à contratação do JM, parece-me uma belíssima medida. Ainda a propósito do que disse em cima, não deve ter sido à toa que o "Juca" já disse que queria dar dimensão nacional ao Porto Canal. Antes de mais deveria ser-lhe dada dimensão portista, que é coisa que tem pouco por agora. Mas a ideia de não circunscrever o canal ao Porto ou ao Norte é boa na óptica do FCP. Do ponto de vista da região, já nem tanto e mais uma vez se percebe por aqui como o projecto tem pontos inconciliáveis. O FCP é maior do que o Norte, mas o Norte não é apenas o FCP. Como aglutinar esta realidade num único projecto televisivo? Humildemente não sei, mas se a resposta para esta pergunta existe, o Júlio Magalhães tem-na. Que seja muito bem vindo!
Obrigada a todos pelos comentários! Já vi que estamos todos de acordo que o Juca é reforço!
ResponderEliminarDuarte, partilhas pontos de vista interessantes.
Quanto à questão de que o FCP não é o Porto e há Portistas de outros lados, não vejo isso como um problema. Apesar de haver Portistas por todo o país e até além-fronteiras (facto que, aliás, muito me orgulha), bem como não-Portistas no Porto (facto que, obviamente, me entristece, mas que felizmente é cada vez menos patente), isso não coloca em causa a fortíssima relação que o clube tem com a cidade e com a região Norte. Acho extremamente positivo que o clube assuma o seu canal como um canal da cidade e da região, usando a sua própria dimensão e prestígio para potenciá-las e dar-lhes maior visibilidade. Se calhar é da maneira que os Portistas de Évora vão ficar a conhecer melhor o Porto e o Norte, já que nas televisões com sede em Lisboa não têm essa hipótese. Ou então só vão colocar no Porto Canal quando der conteúdos do FCP, o que também não me parece grave.
Concordo plenamente que o FCP precisa de um departamento de marketing e comunicação mais forte. Basta ver a falta de qualidade do nosso site e o péssimo aproveitamento que é feito do Facebook, para dar apenas dois exemplos. Já falámos várias vezes sobre esse tema aqui no blog. Mas o Dr. Angelino Ferreira disse recentemente que a comunicação será uma prioridade do clube nos próximos tempos, por isso vamos lá ver. Mas ter um canal constituído exclusivamente por conteúdo próprio nunca me pareceu boa ideia, pois normalmente o que acaba por suceder com esse tipo de canais é que cada programa é repetido uma série de vezes. É um tema demasiado específico para alimentar 20h de programação diária, o que além do mais exige imensos recursos e imenso dinheiro, o que não me parece viável. Acho, por isso, que faz todo o sentido preencher o canal com conteúdo generalista de qualidade, eventualmente de produtoras externas.
O outro assunto em que tocas é, a meu ver, mais sensível: como procederemos perante pessoas de relevância para a região, mas que sejam assumidamente de clubes rivais? Na sua entrevista com o Herman José, transmitida ontem, Júlio Magalhães deixou algumas pistas sobre isso. Disse que Pinto da Costa lhe garantiu total independência e que não lhe foram colocadas quaisquer condições, mas que ele sabe que, qualquer que seja o canal, a independência nunca é total e o trabalho do jornalista está sempre, de alguma forma, condicionado. Sublinhou que isso não é diferente nos canais generalistas nacionais, que pertencem todos a empresas e grupos económicos (ou ao estado) cujos interesses condicionam necessariamente o conteúdo dos programas. No Porto Canal também será assim. Isso implica que não lá possam ir vermelhos ou verdes, ou gente como o Rui Rio, que nos afrontou directamente em mais do que uma ocasião? Não sei, caberá ao Júlio Magalhães gerir essa situação. Se dependesse de mim, o Rui Rio nunca lá punha os pés e só seria mencionado nas situações em que fosse absolutamente indispensável, mas quanto a outros (como os arquitectos), até não me chocava que lá aparecessem, desde que em programas que nada tivessem a ver com desporto e em que essa questão não fosse abordada, nem mesmo ao de leve. Pois se até temos jogadores de outras cores a jogar com a nossa camisola...
Cumprimentos a todos e viva o Porto!
Enid, como sempre me revejo em praticamente tudo o que escreves, e este post não é exceção! ;)
ResponderEliminarBIBÓ PORTO(com sotaque do norte)