Olha pró que eu digo, Não olhes pró que eu (não) faço

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A poucas horas de um jogo tão importante para a nossa época, não vou escrever sobre o que queria e me apetecia, pois julgo que todas as nossas forças e atenções devem estar concentradas nessa grande partida.
Eliminar o City, primeiro classificado da Premier League e não da monstruosa liga russa, é tarefa muito complicada, pelo que devemos estar conscientes dessas mesmas dificuldades, não colocando a exigência em patamares demasiado altos.
Mas como voltarei a escrever precisamente na véspera da deslocação ao carneiros, e aí mais do que nunca, também ninguém vai estar a pensar noutra coisa que não derrotar esses fdp, não quero deixar de dizer uma coisa muito simples: podemos acusar a direcção de boas ou más decisões; podemos discutir se os técnicos tomaram ou não as melhores opções; podemos opinar sobre se os jogadores têm sido ou não os melhores profissionais; agora o que não podemos fazer, é acusar tudo e todos e depois não fazermos nada enquanto sócios, adeptos ou simplesmente do clube.

A responsabilidade que cada um de nós tem, é contribuir em cada dia para um Futebol Clube do Porto melhor. Um Futebol Clube do Porto moderno, preparado para os desafios do futuro, mas igualmente um Futebol Clube do Porto com honra e memória pelo seu passado, pelos seus valores e por todos os atributos que fizeram de nós aquilo que somos hoje.
Em opção, se não o quisermos fazer porque temos outras preocupações, outros problemas, outros assunto sem que pensar, então não desatemos a apontar o dedo a tudo e todos quando nada fizemos. É quase como quando são as eleições em que não saímos de casa para votar, mas depois criticamos governo, oposição, presidente da república e todos quantos possam respirar.

Digo tudo isto porque acho que o poder de intervenção de um sócio, adepto ou simpatizante não se pode esgotar em escrever uns bitaites na net, ter umas conversas giras na mesa do café, ou armar-se em conhecedor juntos dos amigos, numas de “eu é que sei, eu é que conheço” e nada mais fazer.

A época em curso, independentemente do que possa vir a acontecer até ao seu final, é uma época com diversos erros de toda a gente, mas essencialmente uma demonstração cabal de total ausência de intervenção por parte dos sócios na vida activa do clube.
Como podemos nós exigir aos profissionais que envergam as nossas cores que adoptem uma postura “à Porto” quando somos nós os primeiros a esquece-la?? Que capacidade de exigência podemos ter, quando somos nós próprios a baixar os níveis de exigência para com o clube?? Quando somos nós os primeiros a deixar passar em claro uma série de atropelos ao que é ser Porto, respeitar, cumprir e fazer crescer a nossa mística??

Que atitude tiveram os associados perante a entrega da camisola 2 a Danilo, e note-se que não está em causa o brasileiro??
Se entregassem a camisola 3 do Milan a um qualquer reforço, imaginam o que aconteceria...

Que atitude tiveram os associados perante as conhecidas tentativas de agressão de Álvaro “Burro” Pereira, Cristian “Eskada” Rodriguez e Nicola “Gordo” Otamendi, a adeptos do clube em Barcelos?? Sócios anónimos com quotas em dia, a envergarem os cartões, a demonstrarem o seu descontentamento por mais uma vergonhosa actuação dos bébés, e são alvo de tentativas de agressão por parte destes energumenos?
Mas pior, a seguir são aplaudidos como se nada se tivesse passado, quando deveriam, no mínimo ter tido processos disciplinares.

Que atitude tiveram os associados perante as entrevistas de Pinto da Costa a Nuno Luz, a colocação da bandeira dos carneiros no nosso estádio, os constantes atrasos no pagamento dos salários das modalidades, ou o silêncio constante dos responsáveis perante os ataques vergonhosos da comunicação social centralista?

Contra tudo isto, nada fizemos, ou melhor dizendo, e bem ao nível do nosso primeiro ministro, fomos uns piegas!!
E depois vamos nós pedir atitude “à Porto” aos outros, àqueles que muitas das vezes nem Portistas de coração são??

E mais não digo, senão vêm logo os paladinos do Portismo seguidista dizer que eu sou contra tudo e contra todos!
Mas a todos digo: só sou pelo PORTO instituição e nunca pelos seus profissionais, que hoje são uns e amanhã são outros.