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30 horas de cansaço e esperas: das 6 da manhã de Quarta, já aí com o sono em falta, ao meio-dia de Quinta, desfeita em cacos. Esperas por aviões, por comboios, por controlos de segurança, pelo fim de viagens cujo único interesse era o destino. No fundo, tudo uma longa espera pelo apito inicial. E depois do apito final, uma longa espera pelo regresso a casa. No meio, os 90 minutos que justificam tudo o resto.
Apesar do péssimo resultado em casa, eu ainda acreditava. Acreditava com o coração, porque é no coração que guardamos aquele restinho de fé quando a cabeça já não tem espaço para ilusões e os braços pedem para baixar. Foi assim que comecei o jogo, e aquele golo logo no início nem fez assim tanta diferença - o que já parecia quase impossível, quase impossível continuou. Mas não foi assim por muito tempo. Ao ver a equipa a entrar verdadeiramente no jogo, ao ver a tenacidade e a crença com que abordava os lances, na minha cabeça o impossível foi-se tornando possível. A certa altura quase provável! Achava mesmo que marcaríamos um golo, e esse golo mudaria tudo, e preenchidos por um renovado vigor arrancaríamos para uma avalanche de ataque que nos daria o segundo golo. E depois estaria tudo em aberto. Sei que a nossa defesa também tremia por todos os lados e que apesar do nosso volume de jogo estiveram eles mais próximos do 2-0 do que nós do 1-1, mas a garra que via em campo levava-me a crer que poderíamos resistir. Poderia ser uma tarde épica. Cheguei mesmo a acreditar. E naquela fracção de segundo antes de me aperceber de que o golo que marcámos tinha sido anulado, a fé explodiu-me do coração e chegou a ser palpável à minha volta.
Mas o golo foi anulado. O tempo esgotava-se, e dali a pouco veio o golpe final. Depois disso perdemos a cabeça. É o resultado que fica para a história, eu sei, mas não posso dizer que tenha ficado de rastos. Fiquei triste pela derrota, revoltada pelo peso de mais uma goleada sofrida, e desta vez contra um clube que nada mais é do que o brinquedo de um milionário mimado. Clubes como o Manchester City e o Chelsky metem-me nojo, são parte flagrante daquilo que está a destruir este desporto que eu amo e a arrogância injustificável dos seus adeptos é-me verdadeiramente insuportável. E ter que ficar ali no estádio, derrotada e goleada, a aturar provocações desprezíveis não foi nada agradável. Mas vi empenho e vi garra, coisa que esta época tem escasseado, e saí do estádio de cabeça erguida. Sim, fomos goleados por um clubezeco. Já fomos goleados outras vezes. Em Inglaterra, na Holanda, em casa pelo Nacional. Perdemos em casa com um clube eslovaco que a maioria de nós nem sequer sabia que existia. São páginas negras da nossa história, mas viram-se. Esta já está virada.
Concentramos agora toda a nossa atenção no campeonato, que afinal de contas sempre foi a prioridade. Não acreditava que o clube do regime perdesse pontos, sobretudo dadas as arbitrariedades tão frequentes nos seus jogos (se é que me entendem), mas perdeu. De repente, a porta voltou a abrir-se. Dependemos apenas de nós. Não será fácil, eu sei. A equipa é a mesma, o treinador é o mesmo, em teoria nada mudou. Mas mudou. Está tudo nas nossas mãos, e isso faz toda a diferença.
Mais uma vez, é com o coração que acredito. Mas se é ele quem bomba o sangue azul que nos corre nas veias, que bombe também a fé e a perseverança, que nos inunde o corpo e a alma da célebre mística que fez de nós o que hoje somos. Não, esta definitivamente não é uma das nossas melhores épocas. Mas vamos ser campeões!
Apesar do péssimo resultado em casa, eu ainda acreditava. Acreditava com o coração, porque é no coração que guardamos aquele restinho de fé quando a cabeça já não tem espaço para ilusões e os braços pedem para baixar. Foi assim que comecei o jogo, e aquele golo logo no início nem fez assim tanta diferença - o que já parecia quase impossível, quase impossível continuou. Mas não foi assim por muito tempo. Ao ver a equipa a entrar verdadeiramente no jogo, ao ver a tenacidade e a crença com que abordava os lances, na minha cabeça o impossível foi-se tornando possível. A certa altura quase provável! Achava mesmo que marcaríamos um golo, e esse golo mudaria tudo, e preenchidos por um renovado vigor arrancaríamos para uma avalanche de ataque que nos daria o segundo golo. E depois estaria tudo em aberto. Sei que a nossa defesa também tremia por todos os lados e que apesar do nosso volume de jogo estiveram eles mais próximos do 2-0 do que nós do 1-1, mas a garra que via em campo levava-me a crer que poderíamos resistir. Poderia ser uma tarde épica. Cheguei mesmo a acreditar. E naquela fracção de segundo antes de me aperceber de que o golo que marcámos tinha sido anulado, a fé explodiu-me do coração e chegou a ser palpável à minha volta.
Mas o golo foi anulado. O tempo esgotava-se, e dali a pouco veio o golpe final. Depois disso perdemos a cabeça. É o resultado que fica para a história, eu sei, mas não posso dizer que tenha ficado de rastos. Fiquei triste pela derrota, revoltada pelo peso de mais uma goleada sofrida, e desta vez contra um clube que nada mais é do que o brinquedo de um milionário mimado. Clubes como o Manchester City e o Chelsky metem-me nojo, são parte flagrante daquilo que está a destruir este desporto que eu amo e a arrogância injustificável dos seus adeptos é-me verdadeiramente insuportável. E ter que ficar ali no estádio, derrotada e goleada, a aturar provocações desprezíveis não foi nada agradável. Mas vi empenho e vi garra, coisa que esta época tem escasseado, e saí do estádio de cabeça erguida. Sim, fomos goleados por um clubezeco. Já fomos goleados outras vezes. Em Inglaterra, na Holanda, em casa pelo Nacional. Perdemos em casa com um clube eslovaco que a maioria de nós nem sequer sabia que existia. São páginas negras da nossa história, mas viram-se. Esta já está virada.
Concentramos agora toda a nossa atenção no campeonato, que afinal de contas sempre foi a prioridade. Não acreditava que o clube do regime perdesse pontos, sobretudo dadas as arbitrariedades tão frequentes nos seus jogos (se é que me entendem), mas perdeu. De repente, a porta voltou a abrir-se. Dependemos apenas de nós. Não será fácil, eu sei. A equipa é a mesma, o treinador é o mesmo, em teoria nada mudou. Mas mudou. Está tudo nas nossas mãos, e isso faz toda a diferença.
Mais uma vez, é com o coração que acredito. Mas se é ele quem bomba o sangue azul que nos corre nas veias, que bombe também a fé e a perseverança, que nos inunde o corpo e a alma da célebre mística que fez de nós o que hoje somos. Não, esta definitivamente não é uma das nossas melhores épocas. Mas vamos ser campeões!
Como sempre, estou contigo, Enid.
ResponderEliminar“Esta já está virada”. Comecemos a escrever a próxima página com “a fé e a perseverança, que nos inunde o corpo e a alma da célebre mística que fez de nós o que hoje somos”.
Abraço.
BIBó PORTO!!!
Serenidade e bom senso, parabéns Enid.
ResponderEliminarBeijinhos
Enquanto lá estiver VP, um treinador competentissimo para o... Santa Clara, mas inocuo para o nosso clube (leva 4 e diz que fizemos um grande jogo???), a página continua por virar...
ResponderEliminarE mesmo que na Luz a vitória nos sorria e eventualmente venhamos a ser campeões, o travo amargo de uma época dececionante perdurará.
Por muito menos e com mais titulos, despachamos Tommy Ivic!!!!
Texto muito bom,e parabéns a todos os Dragões corajosos que se deslocaram a terras de sua Majestade,por momentos parecia que jogávamos em casa,eu em casa até me arrepiava quando os ouvia.
ResponderEliminarCumprimentos Portistas
O FCP prcisa urgentemente de um verdadeiro treinador pois ja chega de vergonhas.CUMPRIMENTOS
ResponderEliminar"E mesmo que na Luz a vitória nos sorria e eventualmente venhamos a ser campeões, o travo amargo de uma época decepcionante perdurará."
ResponderEliminarÉpocas decepcionantes com o titulo de campeão nacional no bolso é basicamente aquilo que os nossos adversários ambicionam há mais de 30 anos, e raramente conseguem...
Mas não, para muitos adeptos portistas ganhar o campeonato não é suficiente... é preciso acabar o campeonato com 30 pontos de vantagem, ganhar 5-0 aos encornados no Dragão e não perder nenhum jogo... Isso sim é uma época, digamos assim, para o bom...
E antes que venham interpretações abusivas do que disse, não, eu não desculpo a muita incompetência que tenho visto... E em que Barcelos e Coimbra foram os expoentes máximos...
ResponderEliminarAgora o que não percebo é como se pode apelidar de má uma eventual época em que ganhemos o titulo de campeão nacional... Isto eu não percebo!!!
Percebo sim que mesmo que ganhemos o titulo tenha que haver uma reflexão forte no seio do clube do que correu mal, de modo a que se corrija no futuro... Agora apelidar-se de má uma época em que o principal objectivo será conseguido... Isso não percebo...
Ora bem, a BRIOSA deu sinal de PASSA aos NOSSOS , nem por aqueles 6 min. de tempo extra (podiam ter dado +) !
ResponderEliminarBAMOS PORTO , BIBA A BRIOSA HOJE ! E AMANHÂ QUE BIBÓ FCP NA FRENTE DA LIGA ! Um passinho de cada vez , sem pressa nem pausa !