14 setembro, 2012

Uma incrível desilusão

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31 de Agosto tornou-se dia de permanente inquietação. O deste ano foi bem mais angustiante, porque estava a par do que se ia passando nos gabinetes do Dragão. Terminou bem, tão bem que parecia ser impossível.

À hora do almoço, dizia-me que o Moutinho ou o James, um deles deve ser vendido até ao final do dia. E o Hulk? Esse vai ficar e quer ficar. Confesso que já estava a imaginá-lo, na Luz, a fazer gato-sapato do percevejo e de outros defesas a sério que se cagavam de medo só de o ver pela frente. Continuaríamos incríveis, portanto.

O tempo foi passando, mas as notícias não iam chegando. À hora do jantar, continuava tudo na mesma. Começava a acreditar que ficariam cá com todos. Rumei ao Algarve e a viagem foi feita com a mão esquerda no volante e a direita no telemóvel. Eram 11:30 da noite e não havia novidades, porra! A paciência esgotou-se ao fim de 20 minutos.

- “Vão ficar todos?". Mandei, a medo, a ‘sms’. A resposta desejada veio logo a seguir.

- E dinheiro para pagar àquela gente toda? “Temos de arranjar uma solução qualquer para arranjar dinheiro”, responderam-me.

Um suspiro de alívio. Se dizem Deus está no céu, mas também dizem que Ele tem um representante cá na terra. E para mim, perdoem-me os católicos deste País, não é o que vive lá para os lados de Roma…

A verdade é que ficávamos com uma bela equipa para festejar mais um “tri”, ir a Oeiras ganhar a Taça, brilhar na Europa, mesmo com um treinador mediano que os gregos podiam e deviam ter lavado no final da época. Para juntar à festa, os asnos ingleses acharam que o melhor trinco do campeonato não se chama Fernando e tiraram um caceteiro ao 5LB, que ficava com um meio-campo rafeiro e com um avançado transformado em lateral-esquerdo por um treinador azeiteiro.

O fim-de-semana correu, portanto, no limiar da perfeição e até serviu para quebrar o feitiço amaldiçoado do Estádio do Algarve de onde sempre tinha saído com um enorme par de trombas. Mas foi assim que fiquei ao Porto regressei. Acreditem que ele não queria ir para a Rússia, mas tinha que haver dinheiro a entrar. Quanto, é que não consegui ainda perceber. E desculpem lá, mas como sócio há 16 anos, com as quotas em dia, lugar anual há mais de 10, julgo não estar a pedir muito se dissessem quantas botijas de gás o Hulk valeu. Eu sei que não vão pagar o preço da desilusão, mas um jogador incrível merecia, de facto, uma venda incrível.

P.S. – A palhaçada do castigo ao azeiteiro é mais um número para juntar ao circo que continua a ser o futebol português. Não se espantem muito, portanto, se o Luisão for suspenso lá para Maio, quando eles estiverem a chorar mais um título perdido para o tricampeão.

1 comentário:

  1. aí é que reside todo o mal.
    E dinheiro para pagar àquela gente toda? “Temos de arranjar uma solução qualquer para arranjar dinheiro”.

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