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Confesso que, ainda meio atordoado com a magnitude do prejuízo evidenciado (o resultado do 3º trimestre embora negativo em 22.139M não fazia prever tal descalabro uma vez que no último trimestre entrava a mais valia da venda do passe do Guarin e o prémio de participação na LC), hesitei muito sobre a melhor forma de abordar os resultados financeiros apresentados. Ora, perante a torrente de comentários negativistas que surgem nestas alturas, decidi fazer um pouco de contra vapor para tentar equilibrar a tendência bem portuguesa do "oito ou oitenta".
Vamos por partes. Em 1º lugar é evidente que os problemas que conduziram a esta situação estão perfeitamente identificados e, como afirmou o Dr. Angelino, já estão em curso as medidas para repor as coisas no seu devido lugar. Desde logo, porque neste tipo de análise devemos ter uma perspectiva dinâmica e não estática. Ora, as contas são reportadas a 30/06/2012 (comunicado e relatório e contas), a fotografia nessa data, no entanto, muito em breve quando forem publicadas as contas do 1º trimestre de 2012/13, a fotografia em 30/09/2012 será bem melhor. Percebe-se porquê: as vendas dos passes de Hulk e A.Pereira vão entrar neste período. Como o valor orçamentado com mais valias de transferências era de 51M e o valor concretizado foi de apenas 30M, encontramos aqui parte da explicação para o prejuízo.
Por outro lado, outro dos problemas que contribuíram para esta situação – o excesso de alavancagem no defeso de 2011 com um investimento brutal de 60M – foi já corrigido este ano com apenas um ajustamento cirúrgico que não vai muito além dos 11M. Concomitantemente, é certo que a massa salarial vai reduzir-se em função das saídas de jogadores altamente onerosos (Hulk, A.Pereira, C.Rodriguez, Guarin, Sapu, Janko e Belluschi) sendo certo que as aquisições não têm grande impacto.
Um dos fatores que vejo invocado no relatório para este resultado é o da crise económica que se vive na Europa e particularmente no nosso país. Aqui já não concordo, alguma influência terá contudo é meramente residual. Os principais fatores devem-se a culpas (ou necessidades?) próprias:
Nesta altura o que mais me preocupa, para além dos óbvios e recorrentes problemas de liquidez, tem a ver com o FFP (financial fair play) da UEFA. Nesta área temos um indicador positivo – o rácio salários versus proveitos operacionais continua dentro do valor exigido pela UEFA (70%). O grande problema é o catastrófico prejuízo deste ano, e que já será tido em consideração na avaliação para efeito de participação nas provas europeias, daquilo a que a UEFA chama “break-even” (ponto de equilíbrio onde os proveitos igualam os custos). Mas sobre esta matéria que me parece irá dar muito que falar nos próximos anos (com a UEFA não se brinca... que o diga a lagartagem e o A.Madrid que viram o seu nome numa lista de clubes com prémios retidos), irei dedicar um artigo em próxima oportunidade. Também sobre outros aspetos mais específicos do R&C haverá tempo para parcelarmente irmos falando sobre os assuntos mais discutíveis.
Uma última nota: não obstante as enormes dificuldades que se irão continuar a passar na área financeira, convém não esquecer que existe no plantel um bom naipe de valiosos jogadores que previsivelmente irão ajudar na realização de boas mais valias.
P.S. uma crítica em matéria de comunicação: o timing escolhido para a divulgação dos resultados parece-me que não podia ser mais errado. As boas notícias dão-se quando o palco mediático está livre e tranquilo para terem mais impacto; inversamente, as más notícias dão-se quando há mais ruído para passarem mais despercebidas. Ora, 3ª feira só se falava do jogo da seleção, altura ideal para apresentar este mau resultado, pelo contrário na 5ª feira sem outras notícias relevantes, apresentam-se estes resultados. Brilhante, eu, que não percebo nada de política de comunicação, gostava de saber o que pensa Rui Cerqueira sobre o assunto.
nota: o blog BPc agradece ao JCHS a elaboração deste artigo.
Vamos por partes. Em 1º lugar é evidente que os problemas que conduziram a esta situação estão perfeitamente identificados e, como afirmou o Dr. Angelino, já estão em curso as medidas para repor as coisas no seu devido lugar. Desde logo, porque neste tipo de análise devemos ter uma perspectiva dinâmica e não estática. Ora, as contas são reportadas a 30/06/2012 (comunicado e relatório e contas), a fotografia nessa data, no entanto, muito em breve quando forem publicadas as contas do 1º trimestre de 2012/13, a fotografia em 30/09/2012 será bem melhor. Percebe-se porquê: as vendas dos passes de Hulk e A.Pereira vão entrar neste período. Como o valor orçamentado com mais valias de transferências era de 51M e o valor concretizado foi de apenas 30M, encontramos aqui parte da explicação para o prejuízo.
Por outro lado, outro dos problemas que contribuíram para esta situação – o excesso de alavancagem no defeso de 2011 com um investimento brutal de 60M – foi já corrigido este ano com apenas um ajustamento cirúrgico que não vai muito além dos 11M. Concomitantemente, é certo que a massa salarial vai reduzir-se em função das saídas de jogadores altamente onerosos (Hulk, A.Pereira, C.Rodriguez, Guarin, Sapu, Janko e Belluschi) sendo certo que as aquisições não têm grande impacto.
Um dos fatores que vejo invocado no relatório para este resultado é o da crise económica que se vive na Europa e particularmente no nosso país. Aqui já não concordo, alguma influência terá contudo é meramente residual. Os principais fatores devem-se a culpas (ou necessidades?) próprias:
- a) excesso de amortizações de passes de jogadores resultantes de compras cada vez mais caras e incomportáveis para o nosso nível de receita; e
- b) a somar a salários exorbitantes ainda por cima sobrecarregados pelo nosso sistema fiscal.
- i) redução do capital social;
- ii) realização pelos acionistas de entradas em dinheiro ou espécie;
- iii) a conjugação das duas alternativas anteriores.
Nesta altura o que mais me preocupa, para além dos óbvios e recorrentes problemas de liquidez, tem a ver com o FFP (financial fair play) da UEFA. Nesta área temos um indicador positivo – o rácio salários versus proveitos operacionais continua dentro do valor exigido pela UEFA (70%). O grande problema é o catastrófico prejuízo deste ano, e que já será tido em consideração na avaliação para efeito de participação nas provas europeias, daquilo a que a UEFA chama “break-even” (ponto de equilíbrio onde os proveitos igualam os custos). Mas sobre esta matéria que me parece irá dar muito que falar nos próximos anos (com a UEFA não se brinca... que o diga a lagartagem e o A.Madrid que viram o seu nome numa lista de clubes com prémios retidos), irei dedicar um artigo em próxima oportunidade. Também sobre outros aspetos mais específicos do R&C haverá tempo para parcelarmente irmos falando sobre os assuntos mais discutíveis.
Uma última nota: não obstante as enormes dificuldades que se irão continuar a passar na área financeira, convém não esquecer que existe no plantel um bom naipe de valiosos jogadores que previsivelmente irão ajudar na realização de boas mais valias.
P.S. uma crítica em matéria de comunicação: o timing escolhido para a divulgação dos resultados parece-me que não podia ser mais errado. As boas notícias dão-se quando o palco mediático está livre e tranquilo para terem mais impacto; inversamente, as más notícias dão-se quando há mais ruído para passarem mais despercebidas. Ora, 3ª feira só se falava do jogo da seleção, altura ideal para apresentar este mau resultado, pelo contrário na 5ª feira sem outras notícias relevantes, apresentam-se estes resultados. Brilhante, eu, que não percebo nada de política de comunicação, gostava de saber o que pensa Rui Cerqueira sobre o assunto.
nota: o blog BPc agradece ao JCHS a elaboração deste artigo.
Boa noite,
ResponderEliminarSem ler o relatório alguns comentários se me permite:
Uma coisa são resultados outra coisa são mais-valias, parece-me o que regista no seu comentário ser o valor bruto das vendas, aguardo o próximo rel para ver os custos associados.
Quanto aos custos para o exercício 2012/2013 penso que ninguém estava a prever o brutal aumento de impostos, que acho que irão recair sobre as contas da SAD. Parece-me que normalmente os jogadores preveem um valor líquido salários (exemplo do PSG no caso Ibrahimovic).
Depois sabemos da tendência das receitas de bilheteira e temo que também das quotas.
Tenho esperança que a redução massa salarial associada às saídas que referencia, compense o aumento que haverá com os encargos do IRS.
Deve-se ter em conta também que no exercício de 2012/2013 não há aquela verba extraordinária de 15 M da saída de AVB, essa sim limpinha e em pilim á vista.
A SAD do FCP já deu provas suficientes de qualidade e profissionalismo, mas não deixo de estar preocupado.
Esta situação tributária de Portugal será mais uma machadada no futebol dos clubes, 1º foi o IVA agora junta-se o IRS, será cada vez mais importante um bom scouting
Cumprimentos
Continua
ResponderEliminarUma nota.
Mais uma vez um reparo ao site oficial do FCP, continua desatualizado, quando se conssulta as modalidades (Andebol, Hóquei...)
A qualidade também se faz na comunicação, já deixei de procurar certa informação no site.
O problema é que Portugal tambem construiu auto-estradas onde ninguem passa, fez-se uma casa da musica onde 95% dos portuenses nunca lá entraram e transtorna-se a cidade e o orçamento para uma ou duas vezes por ano se verem pópós a alta velocidade na avenida da Boavista!
ResponderEliminarMas diziam eles, está tudo controlado! É esse o meu medo, é quando os nossos cabecilhas dizem que está tudo sob controlo!!!!
E depois quem sofre é o desgraçado que não foi tido nem achado!
Puta que pariu ser português contabilisticamente!