18 novembro, 2012

El Comandante e as suas tropas

http://bibo-porto-carago.blogspot.pt/

Nacional 0-3 FC Porto

Taça de Portugal, quarta eliminatória
17 de Novembro de 2012
Estádio da Madeira, no Funchal.


Árbitro: Paulo Baptista.
Assistentes: José Braga e Valter Dias.
4.º Árbitro: Roberto Rebelo.

NACIONAL: Vladan; João Aurélio, Manuel Da Costa, Mexer e Marçal; Revson, Claudemir e Jota; Diego Barcellos, Mario Rondón e Mateus.
Substituições: Keita por Jota (46 minutos), Daniel Candeias por Mateus (64 minutos) e Edgar Costa por Diego Barcellos (76 minutos).
Não utilizados: Gottardi, Miguel Rodrigues, Mihelic e Isael.
Treinador: Manuel Machado.

FC PORTO: Fabiano; Miguel Lopes, Abdoulaye, Otamendi e Mangala; Defour, Castro e Lucho; Atsu, Iturbe e Kleber.
Substituições: João Moutinho por Defour (63 minutos), James por Iturbe (63 minutos) e Danilo por Mangala (81 minutos).
Não utilizados: Helton, Rolando, Varela e Jackson.
Treinador: Vítor Pereira.

Ao intervalo: 0-1.

Marcadores: Lucho (27 minutos), Mangala (71 minutos) e Kleber (89 minutos).

Cartão amarelo: Mangala (25 minutos), Manuel Da Costa (31 minutos), Claudemir (38 minutos), Mexer (61 minutos), Atsu (62 minutos), Marçal (80 minutos).

Semana atribulada com muitas e algumas longas viagens de jogadores, a obrigar a preparação de um importante jogo em condições difíceis para Vítor Pereira. Nesta eliminatória havia uma decisão difícil de tomar após o péssimo jogo da eliminatória com o Santa Eulália... ou dar nova oportunidade aos atletas que estiveram presentes nesse jogo ou não correr o risco e assumir o erro nesse jogo. Vítor Pereira fez o mais correcto, até pelas circunstâncias nas quais preparou o jogo desta noite, num campo complicado e numa competição na qual temos fortes aspirações em vencê-la.

O 11 inicial foi o previsto e desta vez os jogadores não desiludiram, muito antes pelo contrário. O ritmo não foi forte, a intensidade idem aspas mas foi o suficiente para impormos o nosso jogo com alguma qualidade em muitos momentos e controlarmos o jogo. Primeiros 20 minutos fortes com duas oportunidades de golo não concretizadas e sem perigo para a nossa baliza.

Lucho comandava as tropas no meio-campo e organizava todo o jogo ofensivo do Porto. Nos corredores estavam Atsu – que grande jogo - e Iturbe a demonstrar ser merecedor de mais oportunidades. Assumiu o jogo em lances individuais, foi explosivo e raramente perdeu os duelos de 1x1. A procura de espaços interiores foi uma constante e permitiam a subida de Miguel Lopes sobre o corredor direito.

À passagem do minuto 28 grande jogada da equipa Portista e grande golo de Lucho. Atsu ganha espaço em velocidade na direita e cruza largo ao 2º poste onde aparece El Comandante solto a rematar de 1ª de pé esquerdo fazendo um grande golo.

Mais tranquilos no jogo mantivemos algumas boas dinâmicas não permitindo ao adversário chegar à área a não ser por lances de bola parada. Claudemir tentava remar contra a maré, mas a corrente era mais forte do lado contrário.

Para a 2ª parte exigia-se concentração no jogo directo do adversário e algum cuidado na busca do 2º golo. O Nacional entrou mais forte e agressivo no jogo, fruto de alguma passividade do meio-campo azul e branco. Assim corremos alguns riscos com o espaço dado a Mateus e Rondon, mas que tiveram sempre pela frente um Otamendi fantástico e Fabiano muito seguro – o futuro da baliza está garantido.

Vítor Pereira mexe na equipa, retira Iturbe e Defour e coloca Moutinho e James na procura do golo da tranquilidade com uma equipa mais consistente e mais próxima do 11 com mais rotinas. A partir deste momento o Nacional desapareceu do jogo, a posse de bola foi feita com mais critério e qualidade e naturalmente o perigo começou a rondar a área dos visitados. Aos 71’, Atsu tira 2 adversários da frente e cruza rasteiro para Mangala fazer golo com um bom desvio ao 1º poste.

Até final, destaque, pela negativa, para a saída forçada de Mangala. Sem Alex Sandro tem dado garantias de tranquilidade e velocidade naquelas funções e era uma pena ficar parado nesta fase. Destaque também para o regresso de Kléber aos golos. Foi ele o marcador do 0-3 numa boa desmarcação após grande passe de Moutinho. Trabalhou muito no jogo e procurou o golo, merecendo o mesmo já em período de descontos.

Cumprimos o dever de estar no sorteio de 3ª Feira e mais importante…com qualidade demonstrada mais uma vez numa equipa com muitas mexidas.

Melhor em campo: Atsu.



DECLARAÇÕES

Vítor Pereira

“Depois deste jogo, de gestão difícil e com um resultado de 3-0, só me apetece dar os parabéns a estes homens, pelo carácter que demonstram, e aos jogadores que tenho. Todo o plantel demonstrou que está emocionalmente unido, que pensam todos no que é melhor para a equipa. Mesmo sob condições difíceis, demos uma demonstração clara de um grande espírito de grupo e de qualidade. Fizemos a gestão possível, em função das condições em que os jogadores chegaram das selecções. Chegaram muito cansados. Infelizmente, somos nós que, depois, temos que gerir isto tudo.”

Lucho González

“Fizemos um grande jogo, estivemos muito bem, muito fortes e o resultado foi justíssimo. Agora devemos continuar passo a passo. Não se pode pensar na final quando há muito jogos para fazer até lá chegar. Conseguir chegar lá é um dos nossos objectivos, mas tínhamos a cabeça neste jogo, o que demonstrámos com a atitude revelada e com a forma como o encarámos. Agora é preciso recuperar e lembrar que temos um jogo importante para a Champions. Se é verdade que já estamos qualificados, também é nosso objectivo terminar o grupo na frente.”



RESUMO DO JOGO

6 comentários:

  1. Fabiano, Miguel Lopes, Abdoulaye, Otamendi e Mangala, Castro, Defour e Lucho, Iturbe, Kléber e Atsu.
    Se olharmos para cima, para a equipa que entrou, rapidamente constatamos que apenas 2 jogadores, normalmente, titulares indiscutíveis, Otamendi e Lucho, entraram de início. Isso diz tudo das demasiadas alterações e alguns riscos que Vítor Pereira aceitou correr. Mas, mesmo com um conjunto muito diferente do habitual, a equipa portista fez uma primeira-parte muito agradável e chegou ao intervalo a vencer justamente por 1-0. Apesar de um ou outro lance de perigo, mais depois do golo de Lucho aos 27 minutos - fantástica a jogada de Atsu, circunstancialmente na direita, com um cruzamento para o 2º poste, onde apareceu El Comandante, de primeira e sem deixar cair no chão, a fazer um magnífico golo - e quase sempre através de lances de bola parada, livres, cantos e até lançamentos laterais, o F.C.Porto foi melhor. Com excepção de Mangala, com dificuldades naturais a atacar, mas também na cobertura ao jogador que lhe surgia por ali e Kléber, que não aproveitou duas belos ocasiões de golo, o resto da equipa movimentou-se e organizou-se bem, soube ter bola, fazê-la circular, foi capaz de pressionar e fez algumas jogadas interessantes. Atendendo à equipa utilizada, os primeiros 45 minutos portistas foram uma agradável surpresa e o resultado nem merecia discussão.

    A segunda-parte foi muito parecida com a primeira.
    Sendo o jogo de Taça de Portugal, a eliminar, era natural que o Nacional tenha saído para o jogo mais activo, mais atrevido, mais perigoso. Mas, a equipa portista, com a defesa, guarda-redes incluído - Fabiano, ainda tem coisas a melhorar, nomeadamente, nas saídas aos cruzamentos, mas tem tudo para vir a ser no futuro o nº1 -, aguentou e depois, com o 2-0 por Mangala e a entrada da qualidade que Moutinho e James, primeiro e Danilo depois, trouxeram, o F.C.Porto geriu bem, controlou melhor e ainda aumentou, num belo lance que Kléber concretizou - espero que seja o clique para que o nº11 portista, arrebite, definitivamente.
    Mais golo menos golo, ninguém colocará em causa ajustiça da vitória do bi-campeão. A lamentar a lesão de Mangala.

    Nota final:
    Atendendo aos condicionalismos que impediram o trabalho normal de preparação do jogo; atendendo à equipa que entrou, sem rotinas e com jogadores pouco rodados; podemos considerar que a vitória e a exibição do F.C.Porto foi uma belíssima surpresa. Vítor Pereira arriscou e deu uma oportunidade a quem tanto a tem reclamado e o F.C.Porto pode ter ganho jogadores para o futuro. Abdoulaye joga como um veterano e deve ser a luz que ilumina, Iturbe, Castro, Kelvin...
    Obviamente não referi C.Atsu, esse já é uma certeza e hoje demonstrou-o exuberantemente.

    Abraço

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  2. Bom dia,

    Ontem não pude assistir ao desafio.

    Hoje quando foi ver a constituição da equipa, deparei-me com a completa surpresa.

    VP arriscou e rodou a equipa, colocando em campo jovens, que sob o comando de Lucho deram uma resposta positiva, angariando uma fantástica vitória num campo muito difícil.

    Pelo resumo que vi, o Nacional apenas criou perigo nas bolas paradas.

    A equipa está confiante e unida, e temos pérolas que estão a crescer e à procura da afirmação. Atsu foi brilhante no lance do primeiro golo, numa fantástica jogada colectiva, tem um pormenor magico individual que deixou colado ao relvado o opositor. No segundo golo novamente Atsu, ao invés de cair, parece um copo teimoso e cruza para uma excelente finalização de Mangala.

    Mangala, Abdoulaye e Atsu são jogadores de futuro no FC Porto.

    Kléber apesar do golo continua a falhar golos incríveis. Tem de trabalhar este capítulo.

    Foi uma passagem que a atitude e profissionalismo da equipa tornaram fácil.

    VP após uma época passada muito conturbada, em que foi criticado e olhado com desconfiança pelos adeptos, nos quais eu me incluo, esta época tem vindo a provar que Pinto da Costa mais uma vez deu um voto de confiança justo num treinador, que é humilde e bom profissional.
    Assim, VP conjuntamente com o apoio de Paulinho Santos e Lucho, tem um grupo unido, que joga com alegria, e tem vindo a lançar miúdos, que basta terem cabeça e a curto prazo poderão singrar no FC Porto.
    Por isso a figura da partida de ontem é VP!

    Abraço e boa semana

    Paulo

    pronunciadodragao.blogspot.pt

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  3. Sem querer armar-me em futurologista parvo e arrogante, penso que Vitor Pereira tem tudo para ser um treinador de eleição, bem mais completo e arrojado que Mourinho.
    E estou á vontade para falar assim pois fui um feroz critico do homem nos seus primeiros tempos de FC PORTO!
    Ah! Já agora, gostaria de ver os que apregoam que não temos segundas linhas, nem equipa B, nem formação, nem isto nem aquilo!
    Ou será que o Nacional da Madeira é das distritais?

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  4. Jogo bem controlado, numa exibição quanto baste, numa equipa claramente de gestão (inteligente e bem sucedida), tendo em conta as incidências da semana e os jogos que se seguem.

    Constatação de muito espírito de grupo, mentalidade ganhadora, ambição, confiança e responsabilidade, factores essenciais na formação dos campeões.

    Continuemos assim e o futuro continuará a ser risonho.

    Parabéns a todos.

    Um abraço

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  5. Mais uma vitoria, com qualidade e segurança. Desta feita, os miúdos a corresponderem. Parabéns ao Pedro pela análise.

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  6. vitória indiscutível de uma equipe que encarou este jogo com toda a seriedade... tendo dado até para "rodar" mais de 50% da equipe, dando descanso aos mais fortes nesta altura da época para duras batalhas que mais cedo se avizinham.

    Atsu jogando como "extremo à moda antiga" com tamanha irreverência, e um Sr. Otamendi que tem estado simplesmente imperial.

    bonito, bonito pá!

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