http://bibo-porto-carago.blogspot.pt/
Eu gosto de tudo do Natal. Ou de quase tudo. Gosto da família reunida, do espírito de partilha, de solidariedade e de alegria que nos contagia. Gosto do bacalhau, do peru, das rabanadas, da aletria, dos sonhos e do arroz doce. E das prendas, claro. O que eu não gosto mesmo do Natal é da cor com que o pintaram. Sou alérgico ao vermelho, tenho-lhe como que uma alergia visual aguda.
Herdei esta doença – sim, há quem na família lhe chame isso - da minha tia-avó, a pessoa que mais ensinou o que é ser e amar Porto e que melhor soube transmitir esta mística que não se explica, que só se sente. E até aceito que me digam que uma cor não é um clube, mas eu sou incapaz de dissociar as duas coisas. É impossível e incurável. Para mim, vermelho – ou encarnado, como aquela gente horrivelmente gosta tanto de lhe chamar – tem apenas e só um significado: 5LB. Não há volta a dar.
E é por isso que é uma cor me fere os olhos, seja em que circunstância for (escusado será dizer que não tenho uma única peça de roupa dessa cor). Vermelho é berrante, espampanante, pouco discreto, desperta a imediata atenção visual. É a cor que nos manda parar nos semáforos, os sinais que mais detesto no trânsito. É a cor dos sinais de proibição, que às vezes tanto jeito nos davam que não existissem para chegar ali ou acolá. É a cor do sangue, da morte, associada ao poder, à guerra, ao perigo e à violência. Na religião, é a cor do diabo. Na política, é a cor do comunismo que eu não gosto.
Numa rápida consulta pela bibliografia, consigo descobrir que um dia um teóricozinho se lembrou de dizer que um ambiente pintado de vermelho se torna vibrante, com glamour, requinte e estimula a sexualidade, provoca a paixão carnal e o desejo. A mim, tira-me isso tudo. Repugna-me, simplesmente. Mas também se diz que em excesso é uma cor que provoca irritação, confusão e... raiva, meus amigos, raiva! Eu sabia que não era um tipo tão anormal e já expliquei o sentimento que essa cor pode despertar à minha querida mãe, a decoradora de interiores de cá de casa e que gosta tanto daquela cor maldita, seja nos sofás, nas toalhas de mesa, na alcatifa ou até, imagine-se, numa simples máquina de café. Na sala, então, há vermelho em todo o lado e, como calculam, não sou capaz de lá passar muito tempo. Os meus lindos olhos sofrem muito cá em casa. E só me sinto realmente bem no meu quarto ou no quarto de banho, que é a divisão mais bonita de cá de casa, porque é todo revestido de azulejos azuis.
E expliquem-me lá como é que alguém se atreveu a dizer um dia que vermelho é a cor da paixão e do amor se carrega tanta carga negativa? Vermelho só me desperta repugnância, ódio. O amor e a paixão só podem ter, como dizia o nosso eterno capitão, “uma cor”: azul e branco.
P.S. – Em 30 anos de presidência, somou 315 títulos, 58 no futebol e 257 nas restantes modalidades. Números impressionantes só ao alcance de um génio que hoje completa 75 anos. Parabéns, presidente.
Herdei esta doença – sim, há quem na família lhe chame isso - da minha tia-avó, a pessoa que mais ensinou o que é ser e amar Porto e que melhor soube transmitir esta mística que não se explica, que só se sente. E até aceito que me digam que uma cor não é um clube, mas eu sou incapaz de dissociar as duas coisas. É impossível e incurável. Para mim, vermelho – ou encarnado, como aquela gente horrivelmente gosta tanto de lhe chamar – tem apenas e só um significado: 5LB. Não há volta a dar.
E é por isso que é uma cor me fere os olhos, seja em que circunstância for (escusado será dizer que não tenho uma única peça de roupa dessa cor). Vermelho é berrante, espampanante, pouco discreto, desperta a imediata atenção visual. É a cor que nos manda parar nos semáforos, os sinais que mais detesto no trânsito. É a cor dos sinais de proibição, que às vezes tanto jeito nos davam que não existissem para chegar ali ou acolá. É a cor do sangue, da morte, associada ao poder, à guerra, ao perigo e à violência. Na religião, é a cor do diabo. Na política, é a cor do comunismo que eu não gosto.
Numa rápida consulta pela bibliografia, consigo descobrir que um dia um teóricozinho se lembrou de dizer que um ambiente pintado de vermelho se torna vibrante, com glamour, requinte e estimula a sexualidade, provoca a paixão carnal e o desejo. A mim, tira-me isso tudo. Repugna-me, simplesmente. Mas também se diz que em excesso é uma cor que provoca irritação, confusão e... raiva, meus amigos, raiva! Eu sabia que não era um tipo tão anormal e já expliquei o sentimento que essa cor pode despertar à minha querida mãe, a decoradora de interiores de cá de casa e que gosta tanto daquela cor maldita, seja nos sofás, nas toalhas de mesa, na alcatifa ou até, imagine-se, numa simples máquina de café. Na sala, então, há vermelho em todo o lado e, como calculam, não sou capaz de lá passar muito tempo. Os meus lindos olhos sofrem muito cá em casa. E só me sinto realmente bem no meu quarto ou no quarto de banho, que é a divisão mais bonita de cá de casa, porque é todo revestido de azulejos azuis.
E expliquem-me lá como é que alguém se atreveu a dizer um dia que vermelho é a cor da paixão e do amor se carrega tanta carga negativa? Vermelho só me desperta repugnância, ódio. O amor e a paixão só podem ter, como dizia o nosso eterno capitão, “uma cor”: azul e branco.
P.S. – Em 30 anos de presidência, somou 315 títulos, 58 no futebol e 257 nas restantes modalidades. Números impressionantes só ao alcance de um génio que hoje completa 75 anos. Parabéns, presidente.
Como sempre brilhante, Farpas!
ResponderEliminarNão escreveria melhor. Parabéns.
É um alívio saber que existem mais pessoas como eu, que têm repugnância por aquela cor.
ResponderEliminarBib'ó Porto, carago!
Todo o portista que se preza tem ódio ao vermelho.
ResponderEliminarAbraço, Farpas.
BIBÓ AZUL-E-BRANCO!