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Sempre que é publicado um relatório e contas da FCP-Futebol, SAD, quatro vezes por ano - um anual (reportado a 30 de Junho de cada ano), um semestral (31 de Dezembro) e dois trimestrais (30 de Setembro e 31 de Março) – muito se fala de resultados líquidos (ora lucros, ora prejuízos), capitais próprios (ora positivos, mas inferiores a metade do capital social caindo na alçada do famoso artº 35º do código das sociedades comerciais, ora negativos, o que se traduz na denominada falência técnica), de passivo (ora subindo, quase sempre, ora descendo, muito raramente) e até das mais valias nas vendas de passes desportivos dos jogadores.
Passados uns (poucos) dias, ninguém (excepto, claro, os mais vocacionados para esta área) quer saber das contas (o que é normal, porque o foco é o futebol e não a contabilidade). Contudo, estes R&C, particularmente o anual nas suas cerca de 150 páginas, contêm imensa informação que não é tratada pela generalidade dos comentadores, ou porque lhes escapa, ou porque não acham relevante. Pois bem, o que me proponho hoje é trazer aqui duas curiosidades do último R&C anual, curiosidades essas escolhidas porque desconhecia e achei interessantes os casos que passo a relatar.
1 – Todos sabem o que se passou com o basquetebol profissional. A actividade era exercida pela FCP-Basquetebol, SAD, sociedade detida pelo FCP-CLUBE, e que entrou em processo de liquidação e dissolução em meados de Julho de 2012. Ora, em 30 de Junho de 2012, a FCP-Futebol, SAD, tinha créditos no montante global de aproximadamente 900.000 Euros sobre a FCP-Basquetebol,SAD, que se demonstraram irrecuperáveis, e consequentemente levaram à constituição no mesmo valor de perdas de imparidade (também conhecidas por provisões) na rubrica “clientes de cobrança duvidosa”.
A curiosidade (no meu caso, direi perplexidade) reside no facto do futebol estar a suportar custos do basquetebol! Dir-me-ão os indefectíveis do basquetebol: “900.000 Euros num orçamento de 90 milhões representa apenas 1%, isso não é nada”. Completamente em desacordo. Em primeiro lugar por uma questão de princípio, no caso o de que cada modalidade deve criar as suas próprias condições de auto sustentabilidade. Depois, por uma questão de legalidade, no caso quem deveria suportar a perda era o CLUBE e não a Futebol, SAD (aliás, este custo não é possível ser fiscalmente dedutível nesta sociedade).
Por estas e por outras (nomeadamente alguns salários pagos a jogadores manifestamente exagerados face às receitas angariadas), se compreende a decisão conhecida sobre o basquetebol.
2 – A propósito da cedência de jogadores de futebol à selecção nacional, já em várias ocasiões ouvimos o presidente Pinto da Costa a manifestar o seu desagrado por serem os clubes a suportar os encargos e a FPF a obter as receitas dessas participações. Não deixa de ter a sua razão, mas será que a terá toda?
Sabe-se, porque está estabelecido, que a FPF paga um abono diário por cada atleta. O que eu não sabia, daí a minha curiosidade, é que a UEFA atribuiu uma compensação financeira no valor de 592m Euros referente à participação dos jogadores do FC Porto no Euro 2012. Não tendo o FC Porto assim tantos jogadores na selecção, convenhamos que quase 600.000 euros é dinheiro...
Off-topic: por falar em UEFA, chamo a atenção para as últimas notícias sobre fair-play financeiro abrangendo o PSG e o Manchester City. Depois da 1ª fase (controlo de dívidas a jogadores e clubes, onde foram apanhados mais de 20 clubes, incluindo o Málaga) vai entrar em cena a 2ª fase, isto é o controlo do “break-even” (compatibilização de despesas com receitas). Os clubes deficitários que se cuidem porque a UEFA não é a LPFP... (sobre este assunto, remeto para os dois artigos que já escrevi... O Fair Play Financeiro: Parte I - Generalidades e Parte II - Requisitos Financeiros).
jchs
nota: o blog BPc agradece ao JCHS a elaboração deste artigo.
Passados uns (poucos) dias, ninguém (excepto, claro, os mais vocacionados para esta área) quer saber das contas (o que é normal, porque o foco é o futebol e não a contabilidade). Contudo, estes R&C, particularmente o anual nas suas cerca de 150 páginas, contêm imensa informação que não é tratada pela generalidade dos comentadores, ou porque lhes escapa, ou porque não acham relevante. Pois bem, o que me proponho hoje é trazer aqui duas curiosidades do último R&C anual, curiosidades essas escolhidas porque desconhecia e achei interessantes os casos que passo a relatar.
1 – Todos sabem o que se passou com o basquetebol profissional. A actividade era exercida pela FCP-Basquetebol, SAD, sociedade detida pelo FCP-CLUBE, e que entrou em processo de liquidação e dissolução em meados de Julho de 2012. Ora, em 30 de Junho de 2012, a FCP-Futebol, SAD, tinha créditos no montante global de aproximadamente 900.000 Euros sobre a FCP-Basquetebol,SAD, que se demonstraram irrecuperáveis, e consequentemente levaram à constituição no mesmo valor de perdas de imparidade (também conhecidas por provisões) na rubrica “clientes de cobrança duvidosa”.
A curiosidade (no meu caso, direi perplexidade) reside no facto do futebol estar a suportar custos do basquetebol! Dir-me-ão os indefectíveis do basquetebol: “900.000 Euros num orçamento de 90 milhões representa apenas 1%, isso não é nada”. Completamente em desacordo. Em primeiro lugar por uma questão de princípio, no caso o de que cada modalidade deve criar as suas próprias condições de auto sustentabilidade. Depois, por uma questão de legalidade, no caso quem deveria suportar a perda era o CLUBE e não a Futebol, SAD (aliás, este custo não é possível ser fiscalmente dedutível nesta sociedade).
Por estas e por outras (nomeadamente alguns salários pagos a jogadores manifestamente exagerados face às receitas angariadas), se compreende a decisão conhecida sobre o basquetebol.
2 – A propósito da cedência de jogadores de futebol à selecção nacional, já em várias ocasiões ouvimos o presidente Pinto da Costa a manifestar o seu desagrado por serem os clubes a suportar os encargos e a FPF a obter as receitas dessas participações. Não deixa de ter a sua razão, mas será que a terá toda?
Sabe-se, porque está estabelecido, que a FPF paga um abono diário por cada atleta. O que eu não sabia, daí a minha curiosidade, é que a UEFA atribuiu uma compensação financeira no valor de 592m Euros referente à participação dos jogadores do FC Porto no Euro 2012. Não tendo o FC Porto assim tantos jogadores na selecção, convenhamos que quase 600.000 euros é dinheiro...
Off-topic: por falar em UEFA, chamo a atenção para as últimas notícias sobre fair-play financeiro abrangendo o PSG e o Manchester City. Depois da 1ª fase (controlo de dívidas a jogadores e clubes, onde foram apanhados mais de 20 clubes, incluindo o Málaga) vai entrar em cena a 2ª fase, isto é o controlo do “break-even” (compatibilização de despesas com receitas). Os clubes deficitários que se cuidem porque a UEFA não é a LPFP... (sobre este assunto, remeto para os dois artigos que já escrevi... O Fair Play Financeiro: Parte I - Generalidades e Parte II - Requisitos Financeiros).
jchs
nota: o blog BPc agradece ao JCHS a elaboração deste artigo.
Portistas mais preocupados com contas do que com futebol que é o que realmente é importante no nosso clube não sendo eu contra outras modalidades mas são apenas complementares se querem um clube de basquetebol criem um e um de futsal de berlinde e mais alguma coisa que se lembrarem eu sou 100% do FUTEBOL Clube do PORTO
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