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FCPorto – Dragões de Azul Forte
Retalhos da história, conquistas e vitórias memoráveis, figuras e glórias do
F. C. do Porto
Capítulo 6: 1951 a 1960 – Contestação a Lisboa; a “dobradinha” (Parte XVI)
Época 1954-1955 (continuação)
Neste e nos post seguintes, vai fazer-se o historial do hóquei em patins no FC Porto, à semelhança do que já aconteceu para o hóquei em campo, voleibol, andebol de 11, ciclismo, basquetebol e atletismo. Por quê o historial da modalidade publicado no Capítulo 6 e na época 1954-1955? Por uma excelente razão: o arranque da actividade competitiva do hóquei em patins portista aconteceu em 1955.
Num futuro próximo, a resenha histórica de cada modalidade (extinta ou em actividade) e o palmarés actualizado, serão colocados no início do índice de “FC Porto – Dragões de Azul Forte, retalhos da história” a que se pode aceder através do BANNER no lado direito da nossa sidebar e que aproveitamos para reproduzir aqui.
HISTORIAL DO HÓQUEI EM PATINS NO FC PORTO
OS PRIMEIROS PASSOS… EM PATINS
A patinagem
Desde os primórdios que a patinagem é tradição no FC Porto. Em 1914 foi construído um rinque de patinagem no Campo da Constituição e em 1917 “o Palácio de Cristal cedeu as suas instalações à alta burguesia portuense, já que o povo continuava a frequentar a Constituição com os sócios do histórico FC Porto a pagarem cinco tostões, por mês, para patinarem às terças e sextas-feiras!”
Constituição da secção de Hóquei em Patins (1944)
Foi em 1944 que o hóquei em patins chegou sem que, contudo, singrasse para altos feitos como aconteceria mais tarde. Neste ano e nos imediatos, equipas portistas inscreveram-se nos torneios regionais participando nas respectivas provas.
O início da actividade competitiva (1955)
Porém, em 1955, após interregno de anos em que a secção esteve desactivada, foi sob o signo de um grande dirigente do passado que voltava à presidência - Cesário Bonito * – que se iniciou a actividade competitiva na modalidade de hóquei em patins.
* Tomou posse em 6 Fev.1955.
O primeiro título nacional!
E logo nesse ano de 1955 os Dragões conquistaram o seu primeiro título nacional ao vencerem o Campeonato Metropolitano da 2.ª Divisão. Era o começo de um percurso feito de triunfos e esplendorosas vitórias, que fizeram do palmarés do FC Porto um dos mais valiosos do Mundo. De referir que desta equipa de 1955 fazia parte Acúrcio Carrêlo (ilustre guarda-redes da equipa de futebol) que também jogava hóquei em patins, mas… não na baliza. E também Morais, futebolista reservista.
NO LIMIAR DE GRANDES CONQUISTAS
Título nacional em primeiras categorias!
Na época 1968-69 o FC Porto venceu o Campeonato Metropolitano, a competição que apurava o campeão da Metrópole, ou seja, o campeão de Portugal e das Ilhas da Madeira e dos Açores. O campeão e o vice-campeão metropolitano participavam, com as melhores equipas ultramarinas, na fase final do Campeonato Nacional para encontrar o campeão português de Hóquei em Patins.
Os Campeões de 1968-69 - Da esquerda, em baixo: J. Leite, João de Brito, Cristiano, Castro e Ricardo; em cima: Hernâni, Zé Fernandes e António Júlio
Primeira participação nas competições europeias de clubes
Após a vitória no Campeonato Metropolitano, o FC Porto assegurou o direito de participação na Taça dos Campeões Europeus. Na primeira eliminatória bateu o Remsheid, da Alemanha, por 10-2 e 8-5. Na segunda, em Julho de 1970, a equipa azul-e-branca teve um comportamento meritório ganhando ao Reus, no Porto, por 5-3 e baqueando na Catalunha por 9-4. O Reus haveria de se sagrar Campeão Europeu.
DÉCADA DE 1980 COM TOTAL DOMÍNIO DO FC PORTO
O primeiro troféu internacional e o primeiro título de Campeão Nacional!
Em 1981-82 o FC Porto conquistou o primeiro troféu internacional para o hóquei. Mas, realce-se, foi também o primeiro do Clube! Um verdadeiro feito, inesquecível, dos hoquistas portistas que disputaram e venceram a final em duas mãos (13-4 e 8-7) da Taça das Taças frente ao Sporting. Na época seguinte (1982-83) repetiram o triunfo ante o Benfica mas consubstanciaram o maior sonho: ganhar o Campeonato Nacional!
A partir de 1982-83 a década de 80 foi totalmente dominada, até ao fim, pelo FC Porto que “emergia de um papel secundário para o de grande vencedor das competições nacionais – 7 Campeonatos em dez anos e 6 Taças de Portugal em dez possíveis”! Dos 7 Campeonatos, 5 foram ganhos consecutivamente: de 1982/83 a 1986/87. Também 5 Taças de Portugal foram conquistadas de seguida (1984/85 a 1988/89). Dois pentas no hóquei em patins antes do da equipa de futebol!
Edição de 3 de Agosto de 1983 celebrando a conquista do primeiro Campeonato Nacional de hóquei em patins
Época de 1983-84 - O FC Porto conquistou a sua primeira Supertaça Nacional, batendo na Final, em dois jogos, o Benfica. Os resultados dos hoquistas portistas: 6-8 e 7-2.
Os valorosos Campeões Nacionais 1984-85. Em cima, da esquerda para a direita: Domingos, Vítor Hugo, Tó Sousa, Vítor Bruno, Domingos Carvalho e Castro; em baixo: Alves, Licínio, Cristiano e Vale.
Toda a secção de hóquei do FC Porto representada na entrega de faixas de Campeão
Excelentes resultados a nível internacional
Em 1985-86 e 1989-90 a equipa portista conquistou o mais importante troféu europeu: a Taça dos Campeões Europeus (competição hoje designada como Liga dos Campeões Europeus)! Em 1985-86 também uma Supertaça Europeia veio morar nas vitrinas das Antas.
Fruto do valor e classe dos seus jogadores, o FC Porto passou a ser a espinha dorsal da Selecção Nacional. Hoquistas como Vítor Hugo, Vítor Bruno, Frankelim, Alves, Carlos Realista, Tó Neves (ainda júnior) e Domingos Guimarães, deram um contributo inestimável à selecção de seniores.
Um fabuloso conjunto de extraordinários hoquistas da segunda metade da década de 80 - em cima: Alves, Tó Neves, Domingos Carvalho, Vítor Bruno, Almas e Carlos Realista; em baixo: Vítor Hugo, Domingos Guimarães, Frankelim Pais e Vale. Um luxo!
Campeão Europeu!
Meia-final: o FC Porto defrontou o poderoso Barcelona na meia-final da Taça dos Campeões Europeus 1985-86.
A 1.ª mão, deste clássico do Hóquei em Patins internacional, foi disputada no Palau Blau Grana, em Barcelona, num jogo em que o FC Porto conseguiu suster a força dos catalães que nessa altura eram considerados como constituindo a melhor equipa do mundo. No final, um empate (5-5). Legítimas as esperanças dos Dragões na passagem à Final da competição.
Na 2.ª mão (7.6.1986), perante um Pavilhão Américo de Sá apinhado de espectadores entusiastas, o FC Porto venceu os da Catalunha por 6-3, quando até sofreu o primeiro golo do encontro apontado por Ayats. Autores dos outros golos: Realista (2), Vítor Hugo (1) e Vítor Bruno (3). Pelo adversário marcou também Joan Torner (2).
A épica e inesquecível jornada de Novara!
FINAL: Na Final, a duas mãos, o FC Porto iria encontrar o não menos respeitado Novara. Na 1.ª mão, no pavilhão do complexo das Antas, os hoquistas portistas lograram vencer por 5-3. Era escassa a vantagem, mas enorme a vontade de ir triunfar a Itália.
Aqui o link para vídeo referente à 1.ª mão: CLICAR AQUI
Em 28.06.1986 a equipa do FC Porto, quando entrou no “inferno” de Novara para jogar a 2.ª mão, sabia que não era fácil ganhar. Para se avaliar o ambiente escaldante que rodeava os nossos hoquistas, relembremos a crónica de um jornalista português:
“O pavilhão tinha um aspecto impressionante. Com gente que ocupou lugares três horas antes do início da partida, as bancadas estavam repletas de “tiffosi” que agitavam bandeiras, gritavam canções, tocavam bombo e atiravam rolos de papel higiénico e fitas de telex.”
A equipa do FC Porto em Novara, onde se sagrou Campeã da Europa (1985-1986). Em cima, da esq. para a direita: Alves, Tó Neves, Domingos Carvalho, Vítor Bruno, Carlos Realista e Almas; em baixo: Vale, Domingos Guimarães, Frankelim Pais e Vítor Hugo.
Eis a constituição das equipas:
Novara - Plemontesi, Colamaria, Dal Lago (2), Bernardini (3), Marioti, Rodriguez e Givoni.
Treinador: Battistela.
FC Porto - Domingos, Realista (3), Alves (1), Vítor Hugo (2), Vítor Bruno e Domingos Carvalho (1).
Treinador: Cristiano.
Ao intervalo a equipa italiana ganhava por… 5-1!
Nos balneários, durante o intervalo, o Presidente Pinto da Costa incentivou os jogadores e disse-lhes: “Vim a Novara para ver a equipa ganhar e, portanto, espero uma reviravolta na segunda parte”. O treinador Cristiano Pereira também "puxou as orelhas" aos jogadores e incutiu-lhes ânimo e o espírito de luta necessário para se operar a vitória.
Retomemos a crónica do repórter no pavilhão: “Ao intervalo, a caminho das cabinas, os portugueses iam preocupados e os italianos sorriam e cantavam. Aquilo estava-lhes no papo… Veio o 2.º tempo e... a reviravolta! Tudo se alterara. Enquanto o Novara não tinha já a velocidade do primeiro tempo, a espectacular exibição do FC Porto passava a reinar na pista.”
O FC Porto marcava mais um golo!
O FC Porto fez uma recuperação sensacional: passou o resultado a seu desfavor (1-5) para um resultado favorável de 7-5! Os italianos estavam boquiabertos, incrédulos. Espectacular! Único!
Resultado final: Novara 5 – FC Porto 7! O FC Porto era, pela primeira vez na sua história, vencedor de uma Taça dos Campeões Europeus! A de Hóquei em Patins! Honra ao hóquei!
O descontentamento e o mau perder dos adeptos italianos, não permitiram que o troféu fosse entregue no palco do jogo aos bravos hoquistas do FC Porto. A Taça dos Campeões Europeus foi depositada nas mãos do capitão portista, em pleno balneário da equipa, pelo representante do organismo máximo do hóquei em patins europeu CERH (Comité Européen de Rink-Hockey).
Declarações no fim do jogo:
Cristiano, treinador do FC Porto – “O resultado do 1.º tempo era enganador. Depois fomos para cima deles e esmagámo-los”.
Pinto da Costa, presidente do FC Porto – “Foi a primeira vitória do FC Porto numa Taça dos Campeões Europeus”.
Em cima, a comitiva portista e o almejado troféu na viagem do regresso de Novara; em baixo, celebrações já na cidade do Porto
Por último, refira-se que este jogo passou a ser visto e recordado como um clássico do Hóquei em Patins europeu e mundial.
A Supertaça Europeia também ficou com os Dragões
O FC Porto conquistou a então designada Supertaça Europeia que disputou, como vencedor da Taça dos Campeões Europeus, com outra equipa portuguesa, a AD Sanjoanense (vencedor da Taça das Taças Europeia). Os Dragões perderam um jogo (3-4) e ganharam outro (9-3).
Uma Supertaça (1988-89) ganha no reduto do “Leão”
Depois de na primeira-mão, no Porto, os Dragões se terem adiantado na disputa do troféu (5-2), em Alvalade não deixaram os seus créditos por mãos alheias e impuseram um “gordo” 10-7 ao Sporting. Era a sexta vez consecutiva que o FC Porto conquistava esta competição de âmbito nacional! E, na continuação, fá-lo-ia mais 3 vezes! Isto é, foi “eneacampeão” na Supertaça Nacional!
Veja um resumo de imagens do jogo em Lisboa: CLICAR AQUI
De novo o FC Porto conquistando a Europa!
O segundo triunfo do FC Porto na Taça dos Campeões Europeus surgiu na época de 1989-1990. Uma equipa recheada de valores e comandada pelo experimentado e arguto José Fernandes chegou à final a duas mãos, depois de deixar pelo caminho adversários de nomeada como o Monza (Itália) e o Igualada (Espanha).
Na final, com o Reus, os azuis-e-brancos protagonizaram dois jogos de grande categoria vencendo-os, sem contestação, pelos scores de 6-0 (nas Antas) e 5-2 (em Barcelona). O público catalão rendeu-se à superior classe dos hoquistas do Porto!
Os Campeões da Europa 1989-1990. Em cima, da esq. para a direita: Alves, Realista, Vítor Bruno, Diego Allende, Nuno Leal e Tó Neves; em baixo: Rui Félix, Franklim Pais, Paulo Freitas e Vítor Hugo.
A recepção ao Réus, no Pavilhão das Antas, no jogo da 1.ª mão
Seccionistas do hóquei e adeptos portistas exibindo o troféu e… a felicidade
Retalhos da história, conquistas e vitórias memoráveis, figuras e glórias do
F. C. do Porto
Capítulo 6: 1951 a 1960 – Contestação a Lisboa; a “dobradinha” (Parte XVI)
Época 1954-1955 (continuação)
Neste e nos post seguintes, vai fazer-se o historial do hóquei em patins no FC Porto, à semelhança do que já aconteceu para o hóquei em campo, voleibol, andebol de 11, ciclismo, basquetebol e atletismo. Por quê o historial da modalidade publicado no Capítulo 6 e na época 1954-1955? Por uma excelente razão: o arranque da actividade competitiva do hóquei em patins portista aconteceu em 1955.
Num futuro próximo, a resenha histórica de cada modalidade (extinta ou em actividade) e o palmarés actualizado, serão colocados no início do índice de “FC Porto – Dragões de Azul Forte, retalhos da história” a que se pode aceder através do BANNER no lado direito da nossa sidebar e que aproveitamos para reproduzir aqui.
HISTORIAL DO HÓQUEI EM PATINS NO FC PORTO
OS PRIMEIROS PASSOS… EM PATINS
A patinagem
Constituição da secção de Hóquei em Patins (1944)
Foi em 1944 que o hóquei em patins chegou sem que, contudo, singrasse para altos feitos como aconteceria mais tarde. Neste ano e nos imediatos, equipas portistas inscreveram-se nos torneios regionais participando nas respectivas provas.
O início da actividade competitiva (1955)
Porém, em 1955, após interregno de anos em que a secção esteve desactivada, foi sob o signo de um grande dirigente do passado que voltava à presidência - Cesário Bonito * – que se iniciou a actividade competitiva na modalidade de hóquei em patins.
* Tomou posse em 6 Fev.1955.
O primeiro título nacional!
E logo nesse ano de 1955 os Dragões conquistaram o seu primeiro título nacional ao vencerem o Campeonato Metropolitano da 2.ª Divisão. Era o começo de um percurso feito de triunfos e esplendorosas vitórias, que fizeram do palmarés do FC Porto um dos mais valiosos do Mundo. De referir que desta equipa de 1955 fazia parte Acúrcio Carrêlo (ilustre guarda-redes da equipa de futebol) que também jogava hóquei em patins, mas… não na baliza. E também Morais, futebolista reservista.
NO LIMIAR DE GRANDES CONQUISTAS
Título nacional em primeiras categorias!
Na época 1968-69 o FC Porto venceu o Campeonato Metropolitano, a competição que apurava o campeão da Metrópole, ou seja, o campeão de Portugal e das Ilhas da Madeira e dos Açores. O campeão e o vice-campeão metropolitano participavam, com as melhores equipas ultramarinas, na fase final do Campeonato Nacional para encontrar o campeão português de Hóquei em Patins.
Os Campeões de 1968-69 - Da esquerda, em baixo: J. Leite, João de Brito, Cristiano, Castro e Ricardo; em cima: Hernâni, Zé Fernandes e António JúlioPrimeira participação nas competições europeias de clubes
Após a vitória no Campeonato Metropolitano, o FC Porto assegurou o direito de participação na Taça dos Campeões Europeus. Na primeira eliminatória bateu o Remsheid, da Alemanha, por 10-2 e 8-5. Na segunda, em Julho de 1970, a equipa azul-e-branca teve um comportamento meritório ganhando ao Reus, no Porto, por 5-3 e baqueando na Catalunha por 9-4. O Reus haveria de se sagrar Campeão Europeu.
DÉCADA DE 1980 COM TOTAL DOMÍNIO DO FC PORTO
O primeiro troféu internacional e o primeiro título de Campeão Nacional!
Em 1981-82 o FC Porto conquistou o primeiro troféu internacional para o hóquei. Mas, realce-se, foi também o primeiro do Clube! Um verdadeiro feito, inesquecível, dos hoquistas portistas que disputaram e venceram a final em duas mãos (13-4 e 8-7) da Taça das Taças frente ao Sporting. Na época seguinte (1982-83) repetiram o triunfo ante o Benfica mas consubstanciaram o maior sonho: ganhar o Campeonato Nacional!
A partir de 1982-83 a década de 80 foi totalmente dominada, até ao fim, pelo FC Porto que “emergia de um papel secundário para o de grande vencedor das competições nacionais – 7 Campeonatos em dez anos e 6 Taças de Portugal em dez possíveis”! Dos 7 Campeonatos, 5 foram ganhos consecutivamente: de 1982/83 a 1986/87. Também 5 Taças de Portugal foram conquistadas de seguida (1984/85 a 1988/89). Dois pentas no hóquei em patins antes do da equipa de futebol!
Edição de 3 de Agosto de 1983 celebrando a conquista do primeiro Campeonato Nacional de hóquei em patinsÉpoca de 1983-84 - O FC Porto conquistou a sua primeira Supertaça Nacional, batendo na Final, em dois jogos, o Benfica. Os resultados dos hoquistas portistas: 6-8 e 7-2.
Os valorosos Campeões Nacionais 1984-85. Em cima, da esquerda para a direita: Domingos, Vítor Hugo, Tó Sousa, Vítor Bruno, Domingos Carvalho e Castro; em baixo: Alves, Licínio, Cristiano e Vale.Toda a secção de hóquei do FC Porto representada na entrega de faixas de CampeãoExcelentes resultados a nível internacional
Em 1985-86 e 1989-90 a equipa portista conquistou o mais importante troféu europeu: a Taça dos Campeões Europeus (competição hoje designada como Liga dos Campeões Europeus)! Em 1985-86 também uma Supertaça Europeia veio morar nas vitrinas das Antas.
Fruto do valor e classe dos seus jogadores, o FC Porto passou a ser a espinha dorsal da Selecção Nacional. Hoquistas como Vítor Hugo, Vítor Bruno, Frankelim, Alves, Carlos Realista, Tó Neves (ainda júnior) e Domingos Guimarães, deram um contributo inestimável à selecção de seniores.
Um fabuloso conjunto de extraordinários hoquistas da segunda metade da década de 80 - em cima: Alves, Tó Neves, Domingos Carvalho, Vítor Bruno, Almas e Carlos Realista; em baixo: Vítor Hugo, Domingos Guimarães, Frankelim Pais e Vale. Um luxo!Campeão Europeu!
Meia-final: o FC Porto defrontou o poderoso Barcelona na meia-final da Taça dos Campeões Europeus 1985-86.A 1.ª mão, deste clássico do Hóquei em Patins internacional, foi disputada no Palau Blau Grana, em Barcelona, num jogo em que o FC Porto conseguiu suster a força dos catalães que nessa altura eram considerados como constituindo a melhor equipa do mundo. No final, um empate (5-5). Legítimas as esperanças dos Dragões na passagem à Final da competição.
Na 2.ª mão (7.6.1986), perante um Pavilhão Américo de Sá apinhado de espectadores entusiastas, o FC Porto venceu os da Catalunha por 6-3, quando até sofreu o primeiro golo do encontro apontado por Ayats. Autores dos outros golos: Realista (2), Vítor Hugo (1) e Vítor Bruno (3). Pelo adversário marcou também Joan Torner (2).
A épica e inesquecível jornada de Novara!
FINAL: Na Final, a duas mãos, o FC Porto iria encontrar o não menos respeitado Novara. Na 1.ª mão, no pavilhão do complexo das Antas, os hoquistas portistas lograram vencer por 5-3. Era escassa a vantagem, mas enorme a vontade de ir triunfar a Itália.
Aqui o link para vídeo referente à 1.ª mão: CLICAR AQUI
Em 28.06.1986 a equipa do FC Porto, quando entrou no “inferno” de Novara para jogar a 2.ª mão, sabia que não era fácil ganhar. Para se avaliar o ambiente escaldante que rodeava os nossos hoquistas, relembremos a crónica de um jornalista português:
“O pavilhão tinha um aspecto impressionante. Com gente que ocupou lugares três horas antes do início da partida, as bancadas estavam repletas de “tiffosi” que agitavam bandeiras, gritavam canções, tocavam bombo e atiravam rolos de papel higiénico e fitas de telex.”
A equipa do FC Porto em Novara, onde se sagrou Campeã da Europa (1985-1986). Em cima, da esq. para a direita: Alves, Tó Neves, Domingos Carvalho, Vítor Bruno, Carlos Realista e Almas; em baixo: Vale, Domingos Guimarães, Frankelim Pais e Vítor Hugo.Eis a constituição das equipas:
Novara - Plemontesi, Colamaria, Dal Lago (2), Bernardini (3), Marioti, Rodriguez e Givoni.
Treinador: Battistela.
FC Porto - Domingos, Realista (3), Alves (1), Vítor Hugo (2), Vítor Bruno e Domingos Carvalho (1).
Treinador: Cristiano.
Ao intervalo a equipa italiana ganhava por… 5-1!
Nos balneários, durante o intervalo, o Presidente Pinto da Costa incentivou os jogadores e disse-lhes: “Vim a Novara para ver a equipa ganhar e, portanto, espero uma reviravolta na segunda parte”. O treinador Cristiano Pereira também "puxou as orelhas" aos jogadores e incutiu-lhes ânimo e o espírito de luta necessário para se operar a vitória.
Retomemos a crónica do repórter no pavilhão: “Ao intervalo, a caminho das cabinas, os portugueses iam preocupados e os italianos sorriam e cantavam. Aquilo estava-lhes no papo… Veio o 2.º tempo e... a reviravolta! Tudo se alterara. Enquanto o Novara não tinha já a velocidade do primeiro tempo, a espectacular exibição do FC Porto passava a reinar na pista.”
O FC Porto marcava mais um golo!O FC Porto fez uma recuperação sensacional: passou o resultado a seu desfavor (1-5) para um resultado favorável de 7-5! Os italianos estavam boquiabertos, incrédulos. Espectacular! Único!
Resultado final: Novara 5 – FC Porto 7! O FC Porto era, pela primeira vez na sua história, vencedor de uma Taça dos Campeões Europeus! A de Hóquei em Patins! Honra ao hóquei!
O descontentamento e o mau perder dos adeptos italianos, não permitiram que o troféu fosse entregue no palco do jogo aos bravos hoquistas do FC Porto. A Taça dos Campeões Europeus foi depositada nas mãos do capitão portista, em pleno balneário da equipa, pelo representante do organismo máximo do hóquei em patins europeu CERH (Comité Européen de Rink-Hockey).Declarações no fim do jogo:
Cristiano, treinador do FC Porto – “O resultado do 1.º tempo era enganador. Depois fomos para cima deles e esmagámo-los”.
Pinto da Costa, presidente do FC Porto – “Foi a primeira vitória do FC Porto numa Taça dos Campeões Europeus”.
Em cima, a comitiva portista e o almejado troféu na viagem do regresso de Novara; em baixo, celebrações já na cidade do PortoPor último, refira-se que este jogo passou a ser visto e recordado como um clássico do Hóquei em Patins europeu e mundial.
A Supertaça Europeia também ficou com os Dragões
O FC Porto conquistou a então designada Supertaça Europeia que disputou, como vencedor da Taça dos Campeões Europeus, com outra equipa portuguesa, a AD Sanjoanense (vencedor da Taça das Taças Europeia). Os Dragões perderam um jogo (3-4) e ganharam outro (9-3).
Uma Supertaça (1988-89) ganha no reduto do “Leão”
Depois de na primeira-mão, no Porto, os Dragões se terem adiantado na disputa do troféu (5-2), em Alvalade não deixaram os seus créditos por mãos alheias e impuseram um “gordo” 10-7 ao Sporting. Era a sexta vez consecutiva que o FC Porto conquistava esta competição de âmbito nacional! E, na continuação, fá-lo-ia mais 3 vezes! Isto é, foi “eneacampeão” na Supertaça Nacional!
Veja um resumo de imagens do jogo em Lisboa: CLICAR AQUI
De novo o FC Porto conquistando a Europa!
O segundo triunfo do FC Porto na Taça dos Campeões Europeus surgiu na época de 1989-1990. Uma equipa recheada de valores e comandada pelo experimentado e arguto José Fernandes chegou à final a duas mãos, depois de deixar pelo caminho adversários de nomeada como o Monza (Itália) e o Igualada (Espanha).
Na final, com o Reus, os azuis-e-brancos protagonizaram dois jogos de grande categoria vencendo-os, sem contestação, pelos scores de 6-0 (nas Antas) e 5-2 (em Barcelona). O público catalão rendeu-se à superior classe dos hoquistas do Porto!
Os Campeões da Europa 1989-1990. Em cima, da esq. para a direita: Alves, Realista, Vítor Bruno, Diego Allende, Nuno Leal e Tó Neves; em baixo: Rui Félix, Franklim Pais, Paulo Freitas e Vítor Hugo.A recepção ao Réus, no Pavilhão das Antas, no jogo da 1.ª mãoSeccionistas do hóquei e adeptos portistas exibindo o troféu e… a felicidade- No próximo post.: Capítulo 6, 1951 a 1960 – Contestação a Lisboa; a “dobradinha” (Parte XVII) – Época 1954-55 (continuação); HISTORIAL DO HÓQUEI EM PATINS NO FC PORTO (continuação): década de 90 menos produtiva mas auspiciosa; o novo milénio e o decacampeonato.
oBrigado, oBrigado, oBrigado...
ResponderEliminartaBa a Ber que nunca mais chegava "o dia" ;)
agora Amigo, bola e força prá frente... vamos lá continuar a presentear os nossos visitantes com a "mais maior" história da vida do nosso FC Porto disponivel na net.
aQuele aBraço!
BlueBoy: não tens nada que agradecer. O prazer é meu. Eu é que tenho de agradecer o acolhimento que aqui sempre tive. Obrigado, Amigo.
ResponderEliminarFaz-me um favor, Blue: no 3.º parágrafo do texto, encabeçado por “O início da actividade competitiva (1955)”, põe este título a negrito e destaca o respectivo parágrafo do anterior. Trata-se precisamente do que mais queria realçar no início do texto. Ok? Obrigado.
Abraço e BIBÓ PORTO!
parabéns pelo post, gostei imenso de ler como naturalmente imaginas. O hóquei é uma modalidade cheia de história e glória no FC Porto.
ResponderEliminarAbraço e ainda bem q estás de regresso!
Lucho: sabes quem deveria, por mérito e saber, fazer este post?
ResponderEliminarSim, quem melhor que tu para falar do hóquei?!
Desculpa as eventuais lacunas e, desde já, um muito obrigado pela identificação dos jogadores em várias fotos. Isso será relevado nos créditos, no final do historial.
Abraço, caro Amigo.