14 março, 2013

No Habemus Porto, pero Habemus Capitan

http://bibo-porto-carago.blogspot.pt/

Málaga CF 2-0 FC Porto

UEFA Champions League, oitavos-de-final, segunda mão
13 de Março de 2013.
Estádio La Rosaleda, em Málaga.


Árbitro: Nicola Rizzoli (Itália).
Assistentes: Andrea Stefani e Renato Faverani.
Quarto árbitro: Riccardo di Fiore.
Assistentes adicionais: Luca Banti e Paolo Silvio Mazzoleni.

MÁLAGA CF: Willy; Jesús Gámez, Demichelis, Weligton (cap.) e Antunes; Iturra, Toulalan e Júlio Baptista; Joaquín, Saviola e Isco.
Substituições: Júlio Baptista por Santa Cruz (74m), Saviola por Piazón (78m) e Joaquín por Ignacio Camacho (89m).
Não utilizados: Kameni, Lugano, Seba e Sergio Sánchez.
Treinador: Manuel Pellegrini.

FC PORTO: Helton; Danilo, Otamendi, Mangala e Alex Sandro; Fernando, João Moutinho e Lucho (cap.); Varela, Jackson Martínez e Defour.
Substituições: João Moutinho por James Rodríguez (intervalo), Varela por Maicon (58m) e Alex Sandro por Atsu (70m).
Não utilizados: Fabiano, Castro, Izmaylov e Liedson.
Treinador: Vítor Pereira.

Ao intervalo: 1-0.
Marcadores: Isco (43m) e Santa Cruz (77m).

Cartões amarelos: Otamendi (17m), Defour (24m e 49), Demichelis (28m), Alex Sandro (30m), Jesús Gámez (33m), Toulalan (64m) e Mangala (83m).
Cartões vermelhos: Defour (49m, por acumulação de amarelos).

Durante muitos anos queixamo-nos que os nossos treinadores mudavam de estratégia nos jogos europeus, adoptando quase sempre uma postura defensiva, “inventando” como se diz na gíria, com receio dos adversários. Lembramo-nos, certamente, apenas por exemplo, da entrada de Costa no onze que António Oliveira apresentou em Old Trafford. Ou de Stepanov e Nuno André Coelho, pela mão de Jesualdo Ferreira. O resultado era quase sempre o mesmo: goleada sofrida, lição recebida como se de um castigo se tratasse e regresso a casa de cabeça baixa e de mãos a abanar.

Vítor Pereira, pelo contrário, não encaixa nesse paradigma. Entra no Mónaco frente ao todo-poderoso Barcelona a pressionar em cima, sem medo, obrigando os catalães a – coisa nunca vista – despachar bolas para o Príncipe Alberto. Em casa do maior rival nacional a mesma postura: mandona, sem deixar jogar, a dominar os jogos do princípio ao fim, em posse de bola, com estilo, mostrando quem manda.

Mas nem tanto ao mar nem tanto à terra, dizem os sábios. E hoje, em La Rosaleda, Vítor Pereira terá projectado os piores 45 minutos da sua (ainda curta) carreira. E não tenho medo de o apontar como o principal responsável pela eliminação do FC Porto às mãos deste Málaga. Logo eu, que assumo sem problemas ser um apreciador das qualidades do Prof. Vítor Pereira e que já muitas vezes tive oportunidade de o elogiar nestas crónicas. Aliás, com ele ao leme, raros foram os jogos em que o FC Porto errou na abordagem táctica.

Mas hoje foi um desses jogos. E não podia ter sido. Não devia. Tendo em conta a diferença - continuo a acreditar nisso - abissal entre as duas equipas. De facto, não se compreende a necessidade do FC Porto entrar no La Rosaleda tão de peito feito, a querer não apenas controlar mas também dominar o desafio. Esperava, confesso, um jogo semelhante a de Kiev, com linhas recuadas, pressão na linha de meio-campo e uma deliberada tentativa de ter o jogo na mão sem necessidade de ter a bola no pé. Mas a estratégia, desta vez, não passou por aí. Os primeiros 20 minutos resultaram, é verdade, mas a primeira reacção malaguenha desbaratou por completo a organização defensiva azul e branca.

A dada altura, atendendo às entradas agressivas e fora de tempo por parte dos jogadores portistas (Alex, Défour e Moutinho à cabeça), questionei-me do porquê de tamanha ânsia e vontade de esmagar e tolher o adversário. Porque seria que os jogadores portistas tanto quereriam a bola para si se estavam em vantagem na eliminatória? Porque é que a equipa surgia tantas e tantas vezes descompensada? Porque é que o Málaga, a perder a eliminatória, conseguia criar situações de contra-ataque? Porque é que jogávamos com a defesa subida? Que suicídio táctico seria este?

Assistia, então, entre o choque e a surpresa, às constantes e atabalhoadas subidas de Alex Sandro, a maioria das vezes sem critério e sem sentido, deixando Joaquin solto e livre nas suas costas. Do lado contrário, já sem choque e sem surpresa, não vislumbrava subidas, mas também o que via não me agradava, muito pelo contrário. Danilo falhava passes clamorosos e era batido sem apelo nem agravo por Isco. Varela bem tentava dar ordem e rigor ao flanco direito, mas faltava-lhe o que já vem sendo hábito: pernas.

Os centrais, atentos e empenhados, iam aguentando as investidas de Saviola e Júlio César. Mas tudo se tornava complicado atendendo que apenas tinham Fernando como parceiro de armas. Estranhamente, Moutinho, Défour e Lucho pisavam terrenos mais adiantados, pressionando a todo o vapor (?) os centrais e laterais espanhóis. Porquê ?!

O que depois se passou não foi obra do acaso. Nem azar. Foi consequência da estratégia assumida. Consequência, no fundo, do facto de Vítor Pereira ter sido fiel ao seus princípios e à sua filosofia. Esquecendo-se – pequeno pormenor - que estava a disputar um jogo da Champions League. O glamour e o naif não combinam com esta competição. O Málaga até avisou primeiro, por Saviola, em lance mal invalidado pelo árbitro, visto que Helton não sofre falta. O golo de Isco, na melhor altura para os andaluzes, afigurou-se como natural e óbvio, embora o guardião brasileiro pudesse, a meu ver, ter feito mais, o que já não vem sendo novidade para nenhum portista neste tipo de jogos europeus. A expulsão de Défour, no início da segunda parte, a vir socorrer mais uma brecha aberta pelas irritantes subidas de Alex Sandro, sentenciou as aspirações dos Dragões. Nesse momento, os portistas racionais viram que a eliminatória estava terminada. Os mais emocionais, como eu, continuaram agarrados a uma réstia de esperança, à espera de mais um momento Old Trafford. Que, como se sabe, só acontece quando se merece muito.

No fundo, sendo radical, julgo que faltou humildade ao treinador portista para mentalizar os seus jogadores de que este era um jogo para sofrer. Os campeões fazem-se também dessa capacidade de sofrimento, dessa humildade, dessa sabedoria em se deixar ser dominado, mas nunca domado. Ser fiel a uma filosofia sem olhar à fera que temos pela frente não costuma resultar. Um toureiro certamente não se dispõe a matar um leão munido de uma capa vermelha e uma espada. Nisso, José Mourinho é mestre, por exemplo. Fazendo uso da sua realpolitik, não tem vergonha de ir jogar a casa de rivais munido de trincos e médios de contenção, reinventando o catennaccio. Há alturas em que temos que tomar uma decisão: ou somos fiéis à filosofia ou optamos por ganhar o jogo.

Não que este Málaga seja um felino de alto quilate. Nada disso. Demichelis, Joaquin, Saviola, Santa Cruz, Toulalan e Júlio Baptista já viveram os melhores tempos das suas carreiras há alguns quilómetros atrás. Isco, certamente, ainda terá os melhores quilómetros por percorrer. Fica a ideia, pouco gloriosa, de que foi o FC Porto a perder esta eliminatória e não o Málaga que a ganhá-la.

Vítor Pereira bem pode apontar o dedo às recentes lesões de Moutinho, Défour e Mangala. Pode também argumentar que James demora quase um mês a recuperar de uma lesão (?!). Pode dizer que o jogo de Málaga veio na pior altura. Pode acusar o árbitro de demasiada rigidez na amostragem das cartolinas. Pode identificar que Jackson está cansadíssimo porque não tem nem nunca teve um substituto à altura. Serão factos reais e verdadeiros, é certo, mas não apagam o caos e obscuridade tácticos em que a equipa mergulhou a meio da primeira parte.

Curiosamente ou não, o FC Porto só se viria a encontrar na partida com a saída de Alex e a entrada de Maicon, que estabilizou e assentou a equipa. Certamente que hoje, olhando para os nossos laterais, há muitos portistas a sonhar com a fiabilidade relojoeira de um Sapunaru ou de um Nuno Valente. E a verdade é que, com as entradas de Maicon e Atsu, o treinador portista conseguiu espevitar a equipa e colocar os adeptos malaguenhos a suspirar pelos 90 minutos, tal foi o perigo causado pelos cruzamentos nos instantes finais. Mas aí já se jogava mais com o coração do que com a cabeça.

Num dia histórico para o Mundo, no dia da eleição do Papa Francisco, no habemus Porto. É pena, pois esta equipa tem qualidade para mais. Mas no meio das tristezas e das amarguras, surge sempre a esperança. Hoje, houve um Homem, entre todos, que merecia muito, mas mesmo muito mais: Lucho Gonzalez. É ele quem nos vai levar, tenho a certeza, ao TRI. Habemus Capitan!

Rodrigo de Almada Martins



DECLARAÇÕES

Vítor Pereira

Em conferência de imprensa após a derrota no terreno do Málaga CF, Vítor Pereira fez o retrato de um encontro em que os Dragões foram obrigados a “correr atrás das incidências do jogo”. A equipa sai triste, mas o treinador garante que estará preparada para conquistar os três pontos no encontro com o Marítimo, no domingo.

“Sabíamos que íamos ter um ambiente complicado e o Málaga ia ser mais pressionante do que no Dragão. Durante 25 a 30 vimos duas equipas agressivas. Nós tivemos critério na saída de bola e fomos fazendo o nosso jogo, contra uma equipa que quis também pressionar alto. Foi até aí um jogo equilibrado, com um critério muito apertado da arbitragem. A transição ofensiva do Málaga é perigosa e é preciso reagir com agressividade e um comportamento forte a esses momentos. Os cartões amarelos foram-nos condicionando e permitiram que o Málaga saísse uma ou outra vez com perigo. Depois, o João Moutinho foi começando a sentir dificuldades físicas relacionadas com a lesão que teve. Foi um período que nos penalizou e deixámos de ter essa dinâmica na saída de bola. Perdemos muitas bolas e o Málaga continuou agressivo e conseguiu fazer um golo”, resumiu Vítor Pereira.

O treinador prosseguiu com a sua visão da partida, recordando a saída de Moutinho por lesão, ao intervalo, e a expulsão de Defour: “Procurámos organizar-nos defensivamente com um a menos e tentar sair com perigo nas transições, para fazer um golo e continuar em prova. O James entrou bem e deu-nos algum critério em termos de posse e decisão. A entrada do Atsu também pretendia dar-nos um bocado mais de velocidade. Não permitimos grandes oportunidades na segunda parte mas, de bola parada, o Málaga conseguiu chegar ao segundo golo e não foi possível recuperar. Saímos da Liga dos Campeões com a ideia de que em casa fomos muito superiores e aqui corremos quase sempre atrás das incidências do jogo, o que nunca nos permitiu agir sobre ele ou imprimir a dinâmica que queríamos”.

Os portistas ainda tentaram “com alma” chegar ao golo que valeria a classificação para os quartos-de-final da Liga mdos Campeões, mas tal não foi possível. “Estaria a mentir se não admitisse que não estávamos à espera de sair da Liga dos Campeões desta forma”, afirmou, sublinhando ainda algumas críticas à arbitragem. “Em casa tivemos um bom jogo posicional e agressividade no momento de perda de bola. Aqui esse momento foi constantemente penalizado pelo critério do árbitro, que foi amarelando os nossos jogadores. Com um jogador a menos, face a um adversário pressionante, em sua casa e num ambiente favorável, era natural que passássemos por algumas dificuldades”, completou.

Vítor Pereira recordou o domínio portista na primeira mão, em que o triunfo por 1-0 acabou por se revelar curto face ao que sucedeu em Espanha: “Saímos da Champions com um sabor amargo, pois fomos muito superiores em casa ao Málaga. A diferença entre as duas equipas no Dragão foi bem mais evidente do que aqui, mas eles conseguiram concretizar dois golos. Tínhamos as nossas aspirações, mas agora temos de nos focar no campeonato para ir à Madeira buscar os três pontos”.



RESUMO DO JOGO

21 comentários:

  1. muito mau, muito mau... :(
    nos momentos chave infelizmente trememos muito, ja não é a primeira vez que acontece talvez seja da liderança que é fraca, tb se nota que a equipa anda de rastos tanta poupança n se percebe, mas bola para a frente rumo ao tricampeonato...

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  2. “Habemos” Papa a 13, mas não “habemos” FC Porto (jogando) a 10, nos quartos-de-final da Liga dos Campeões! Defour comprometeu, de que maneira, as aspirações da equipa portista, que é melhor que o Málaga, mas jogou pior. Atsu nada acrescentou e Moutinho, de certeza a ressentir-se da lesão, fez muita falta a um conjunto que quase nenhumas oportunidades de golo criou. Não somos ressabiados, portanto aceitamos a derrota como justa. Agora há que apontar baterias para o “Tri”. Não se desculpa mais nenhuma derrota. Temos uma equipa “curta” para a “Champios”, mas temos equipa para bater os palhaços da 2.ª circular. Vamos a isso!
    Nos “quartos” da Liga dos Campeões: 3 equipas espanholas, 2 alemãs, 1 francesa, 1 italiana e 1 turca. Nenhuma inglesa ou… portuguesa…

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  3. Provavelmente...não vou conseguir dormir esta noite!

    Índices físicos muito baixos, vários jogadores fora de forma (física e mental) não de hoje mas de há 3 jogos atrás...2 golos em 3 jogos consecutivos e à mesma equipa! É pena esta fase neste momento mas...espero que a época não tenha sido devidamente planeada no que respeita à gestão de esforço.

    Nunca pensei ser possível sair da CL desta forma e contra o Málaga num acesso aos 1/4 de final...confesso que preferia ter levado um banho de bola "d´aquele" Barça de ontem ao que se passou hoje mas...enfim!

    Este jogo lembrou-me o da época passada contra o Zenith, fora, em que até entrámos bem mas com a expulsão do Fucile acabámos a fazer uma exibição miserável...

    Individualmente, se é que faz sentido..., destaco apenas a atitude exemplar de Lucho, a entrega de Otamendi, J.Moutinho (enquanto pôde)e Varela enquanto jogou. O pior (só hoje): Fernando!
    Jackson tb não me parece bem...

    E não me apetece falar mais de futebol...

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  4. Ah, mais uma vez Danilo deitou tudo a perder! Provocou despropositadamente um canto que deu no segundo golo do Málaga. Razão tem o Antas, este gajo é uma nulidade, um autêntico fiasco… Não quer (ou não sabe) defender, ataca mal e cruza pessimamente. Que grande barrete!

    Excelente crónica do Rodrigo Almada Martins. Muito bem! Concordo inteiramente.

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  5. Que grande texto, os meus parabéns!

    Concordo em absuluto, não havia necessidade deste tipo de jogo, deviamos jogar mais cautelosos, seguros na defesa e venenosos no ataque.

    Estou bastante desiludido, agora não existem desculpas, ganhar todos os jogos do campeonato e mai nada!!!

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  6. Um pouco mais de azul...14 março, 2013

    Concordo basicamente com o teor da crónica mas retenho e sublinho a ideia principal: simplesmente não merecemos ganhar. Que mais podemos dizer? O nosso jogo foi escasso de imaginação, perdemos quase sempre no confronto directo, falhamos passes fáceis, entregamos a bola ao adversário vezes sem conta, fomos lentos, previsíveis e redundantes. Perante isso, o Málaga surpreendeu-nos com um jogo claro, objectivo e alegre, explorando sabiamente as fraquezas portistas e aumentando a cada lance a desorientação das nossas linhas através de duas armas que infelizmente têm faltado no nosso arsenal: rapidez e clareza. Também acredito que somos melhores do que o Málaga mas não estivemos à altura das responsabilidades da eliminatória. Nada a fazer. O resultado é justo e só podemos queixar-nos de nós próprios. Não vou tecer considerações sobre a táctica, embora Vitor Pereira, de facto, tenha "parecido" arrogante. Todavia, os jogadores também não ajudaram: Helton, Alex Sandro, Danilo, Moutinho, Defour e até Fernando estiveram bem abaixo do que já lhes temos visto. Vamos em frente. O que distingue os Dragões é a capacidade de assumir os erros sem crises e bodes expiatórios e, com energia renovada, continuar na luta em busca de outras vitórias.

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  7. Eu não diria melhor. Estou plenamente de acordo com esta crónica. parabéns ao seu autor. E Força, porque SOMOS PORTO!!!

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  8. Excelente crónica de Rodrigo Almada Martins,como vem sendo hábito.O título é fenomenal e apropriado.Concordo inteiramente com a análise.Continue a deslumbrar nos com textos deste calibre.Viva o PORTO.

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  9. 1) O FC Porto é melhor que o Málaga, em praticamente todos os aspetos do jogo. A equipa espanhola tem sim um grande treinador, um homem muito experiente e que já levou o Vilarreal às meias-finais da competição. No campo o FCP não comprovou a sua superioridade teórica, admitida até pelos mais diversos quadrantes (até dos mais insuspeitos…)

    2) O FC Porto em 180 minutos de eliminatória, dominou por completo os primeiros 120. Os 90 minutos no Dragão foram de domínio total dos azuis-e-brancos, o Málaga simplesmente não existiu. Até ao minuto 30 do jogo de hoje o FC Porto controlou a partida, sendo que perdeu o seu controlo a partir daí. O Málaga cresceu e a partir daí tudo se complicou…

    3) O Helton é mal batido no lance do golo… Um chapéu fora da área não é muito compreensível para um GR como Helton… Infelizmente, lembro-me já de muitos erros de Helton ao longo destes anos na Champions… Em Londres com o Chelsea, em Madrid com o Atlético, em França com o PSG…

    4) O Defour esteve muito mal em fazer uma falta quase a meio-campo num lance controlado pela defesa portista e que provavelmente acabaria sem perigo nenhum. Mas não, sabendo que já tinha amarelo, Defour fez uma falta completamente desnecessária (nenhum jogador espanhol se isolava nem coisa parecida) aos 49 minutos de jogo… Ou seja, colocou a equipa a jogar com 10 jogadores num momento verdadeiramente fundamental da eliminatória, durante mais de 40 minutos… Não é admissível para um profissional que ganha muitas vezes mais que o comum dos mortais, que tem todas as condições para executar a sua atividade, fazer um erro daqueles, que colocou em causa toda a equipa… Se todos nós nas nossas profissões somos alvo de crítica quando não fazemos algo bem, também os jogadores não podem ficar fora disso, nem ser os intocáveis que só podem ouvir elogios e bajulações… Defour merece ser fortemente criticado, porque errou de forma completamente infantil e prejudicial à equipa… Foi provavelmente o ”prego fundamental” no caixão que foi a eliminação do FC Porto no jogo de hoje…

    5) Mesmo depois da expulsão de Defour o FC Porto ainda teve 30 minutos em que não permitiu grandes ocasiões de golo aos espanhóis… Até quase marcava por Jackson num lance em que a bola passou a centímetros da baliza espanhola. Pouco depois, a 13 minutos do fim, de forma incrível acabamos por levar um golo de canto, algo impensável para uma defesa como a do FC Porto. Mangala, Maicon, Otamendi, tudo gente "baixinha", mas ninguém se opôs devidamente àquele lance… Mais um erro tremendo…

    6) Por fim, a lesão do Moutinho também ajudou e de que maneira à festa…

    Em suma, estou completamente de acordo com a análise feita pelo Rodrigo ao jogo de hoje, bem como com o comentário do Dragão Azul Forte. Fica-me um tremendo sentimento de frustração e enorme desgosto porque penso que tínhamos tudo para passar… Mais uma vez, erros e detalhes ditaram a nossa sorte ou neste caso azar… Mas é justo dizer que o Málaga pelo que fez a partir do minuto 35 acabou também por justificar a passagem… Agora temos de olhar para o campeonato, e por favor espero nunca mais ouvir quer de VP, quer de adeptos, seja de quem for, a conversa da “gestão”… Agora não há “gestão” para ninguém… Agora é prego a fundo para ganhar o tricampeonato, e se possível a taça da cerveja para nos vingarmos do braga que nos eliminou da taça… Não pode haver lugar a abrandamentos agora, sob pena desta ser uma época “com uma mão cheia de nada”. Agora é pensar no Tri e tentar esquecer esta enorme tristeza e frustração…

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  10. Só mais duas notas finais…

    A primeira para o catastrofismo que tenho visto por aí… É caso para dizer que, para muita gente, o mundo acabou com esta eliminação do FC Porto… Eu estou realmente f*****, mas não me vale de nada agora apontar a tudo o que mexe e dizer que é tudo burro e ninguém presta… Acho que há críticas individuais a serem feitas, e essas sim deverão ser alvo de reflexão, como as miseráveis exibições de Defour e Helton… Agora generalizar para tudo, sinceramente acho exagero…

    A segunda para a lampionagem que hoje deve estar em êxtase com esta derrota do FC Porto em solo espanhol… Lembram-se de terem levado 7/0 do saudoso Celta de Vigo em solo espanhol?!? Ah, pois, então estejam lá caladinhos e não se armem em parvos…

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  11. A Champions League é o sonho de qualquer jogador, principalmente se é jovem e com talento. Mesmo os mais tarimbados, estando na competição da élite europeia, querem mostrar o talento que possuem. É prestígio para o clube, para os atletas e até para treinadores , por vezes medíocres, que agarram a oportunidade unica de se mostrarm ao mundo. Não se entende algumas atitudes como a de Danilo ou Lucho, que se apresentaram em campo como "trabalhadores" que apenas vão cumprir a rotina quaotidiana. Possivelmente pensarão que quem os dirige não tem ambição, nem estaleca para aspirar a algo mais, o que é verdade, mas que diabo, os quartos de final duma CL não acontecem todos os dias e nem o sortilégio de nos calhar a equipa mais fraca que alguma vez chegou a uma fase destas da competição dificilmente se repetirá. Pois VP deve ter razão, ganhamos na posse, na lentidão, nos passes errados sem critério e no enxovalho deste grandioso clube.

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  12. Danilo = 17M ???

    Porra, sabendo que um golo acaba com a eliminatória não mete Izma ou liedson ??? Mas anda tudo maluco ou quê ?

    Se não ganha Domingo é o Jardim que acaba a época (ou entra mais cedo ao serviço).

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  13. Grande análise Rodrigo, senti precisamente o mesmo durante o jogo, na minha opinião faltou "calo" e experiência ao nosso treinador.
    Agora toca a contar espingardas e centrar-nos no campeonato, já que o único aspeto positivo da eliminação, é poder descansar mais tempo entre jogos comparativamente ao nosso rival.
    Saudações azuis e brancas!

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  14. O que realmente começa a ser preocupante são os erros individuais em momentos fundamentais que têm acontecido esta época. E por mais forte que seja o coletivo, é importante que não se cometam infantilidades em alturas cruciais…

    Assim de repente, faço um flash-back das 3 derrotas que tivemos este ano e verifico que 2 delas nos colocaram fora de competições, Braga e Málaga. Não deixa de ser preocupante que nas alturas de decisão a equipa não tem estado bem, a que se têm juntado erros individuais pouco aceitáveis em profissionais da qualidade do FC Porto…

    Senão vejamos… Em braga foi um auto-golo incrível de Danilo, e uma expulsão de Castro (num lance junto à linha lateral) que precipitou a derrota, quando até estávamos em vantagem…

    Em França, um enorme erro de Helton precipitou a derrota por 2/1, quando estávamos empatados e com vantagem para acabar o grupo em 1º lugar…

    Em Málaga, quanto a mim erro de posicionamento de Helton no 1º golo, e expulsão tremendamente ingénua de Defour, num lance em que nenhum jogador espanhol se isolava, nem havia um perigo iminente para a baliza Portista…

    É fundamental que a equipa recupere o ritmo e a qualidade que já demonstrou esta época em Guimarães, no Dragão com o PSG ou no galinheiro com as papoilas saltitantes… Porque a continuarmos nesse marasmo exibicional, nessa espécie de “gestão” não se sabe bem de quê, as coisas podem complicar-se e o final de época pode ser difícil…

    Ainda assim, e sendo este um momento delicado e difícil onde a minha confiança sofreu um duro revés, quero acreditar que ainda é possível dar a volta por cima… Que é possível regressar aos padrões de qualidade que há bem poucos meses demonstrávamos…

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  15. Decepção completa. Pelo resultado, pela exibição, pela eliminação e pelo estado do futebol actual da equipa.

    Há já alguns jogos que o FC Porto vem denotando descida de forma, jogando um futebol lento e previsível. Talvez seja o cansaço dos jogos acumulados a causar desgaste físico e psicológico.

    Ontem, mais uma vez, os Dragões estiveram uma sombra de si mesmos, em grande parte do encontro.

    Entraram relativamente bem no jogo conseguindo neutralizar as frágeis investidas ofensivas contrárias, porém não conseguiu dar profundidade ao seu jogo e nas poucas ocasiões para atirar à baliza fez-lo de forma deficiente (Danilo e Defour).

    Depois foi perdendo o controlo e a partir do golo anulado a Saviola, em lance em que a defesa andou às aranhas, com Helton a largar uma bola que era sua, a equipa perdeu consistência, abanou e caiu.

    A perder 1-0 ao invés de acalmar e explorar as fragilidades do adversário, voltou a cometer erros de palmatória com Defour a ser bem expulso e a hipotecar de vez a continuidade na prova.

    Já a perder por 2-0 e com menos um jogador, é verdade que os jogadores não baixaram os braços e procuraram marcar o golo da redenção.

    O jogo ficou obviamente partido. Pedia-se ao FC Porto clarividência, inteligência e espírito de sacrifício. Houve algumas destas qualidades mas pouca precisão.

    Era importante que os passes longos fossem cirúrgicos, tele-guiados e milimétricos.

    Das várias tentativas,três cumpriram estes desideratos: No primeiro Jackson que se desmarcou primorosamente, aparecendo na cara do guarda-redes, falhou a direcção e a bola perdeu-se junto ao poste; Nos outros dois a bola chegou a beijar as redes, mas quer Maicon quer Jackson estavam em fora de jogo.

    Resta-nos lutar pelo Campeonato Nacional, mas a dúvida que fica é se esta equipa tem ainda estofo para ser campeão.

    Um abraço

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  16. Somos Porto e por sermos o PORTO deviamos ter passado o Malaga que demonstrou que é muito fraco, ora bem a Taça de portugal ja foi achampions também o campeonato falata pouco MUITO BEM GRANDE EPOCA QUE ESTAMOS A FAZER.

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  17. O mais incrivel é que msm depois desta vergonha ainda estão todos contentes ou seja mentalidade de derrotados sinceramente, perdeu mas há coisas boas na derrota POR AMOR DE DEUS! SOMOS O PORTO não um clubezeco da capital.

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  18. muito já aqui foi dito, e como já é velho costume, muito bem analisado pelo RAM, onde se poderia dizer ainda um pouco mais, mas que não passariam de detalhes, mas que lá no fundo, vai de encontro totalmente áquilo a que há muito em ia comentando em conversa entre amigos...

    não percebia de todo, esta aparente gestão nos jogos e nos jogadores, com comentários aqui e acolá para a imprensa de que a Liga dos Campeões (quase que) ia ser este ano, quando na verdade, aos meus olhos, mais não era do que estarem iludidos com coisas praticamente quase irreais, que não impossiveis, é verdade, mas que a só demontrava uma atitude de novo-riquismo que não gosto, não aprecio e não me colhe nem um pouco... andar nesta "lua", é meio caminho andado para que no fim, se acabe com uma mão cheia de nada!!!

    foi-se a taça de Portugal com essa gestão, foi-se o 1º lugar no grupo em Paris resultado dessa gestão, andamos há uma série de jogos a engonhar cá dentro porque vamos ser campeões europeus e com isso, já levamos 2 pts de atraso, e ontem, voilá, depois da gestão com o Estoril, tamos fora da Europa, sem apelo, nem agravo, carpindo lágrimas em volta de vitórias morais que valem merda alguma!!!

    consequências? espero, desejo, rezo até, para que finalmente, de uma vez por todas, deixem-se de novos-riquismos estereis, caiam na puta da (nossa) realidade, e se agarrem ao campeonato interno, com unhas e dentes, esse sim, o nosso verdadeito palco e que sempre deveria ser prioritário, que não a Liga dos "Milhões" que tudo o que viesse, seria sempre bem vindo, mas nunca por nunca, com uma prioridade na frente da nossa realidade interna.

    levantar a cabeça, que há agora um campeonato para se ganhar, dê por onde der, sem direito a mais desculpas... a liga dos campeões que se f***!

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  19. Rapaz eu sou Portista, os comentarios dos jogadores contra o propio treinador, Presidente hoje de manha no treino , jogadores que foram dispenssados e estao a fazer falta , vergonha perder com o malaga , eles nao jogam nada e nem teem melhor plantel que o Porto , grande abraco

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  20. Bom artigo. Estou praticamente 100% de acordo.

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  21. DE acordo com o Blue...
    E realmente, nenhuma equipa se dá bem, não tendo qualidade de passe - que nunca tivemos, não foi de agora - nem, apesar de ter bola, ter o killer instinct, que nós não temos... Quantas bolas chegam à área para finalização? Muito poucas, por jogo, geralmente são canja para os centrais adversários...
    Mais poderia dizer, mas por agora, fico-me, na medida em que espero que possam dar a volta já com o Marítimo.

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