Pouca Paciência para o outro rival…

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1.    Em semana de deslocação a Alvalade, um símbolo do FC Porto, agora transformado em profissional das tácticas, decidiu reaparecer após um passo em falso por terras galegas. Domingos, um dos maiores goleadores da nossa história, antigo capitão e sempre visto como uma possibilidade para o nosso banco, foi a um qualquer programa da RTP dizer que «Izmaylov está a colocar muita coisa em causa». 

Confesso que ao ler estas declarações temo que o nosso antigo ponta de lança esteja com alguns problemas de memória… Afinal, 21 anos ao serviço do FC Porto entre camadas jovens, equipa sénior e treinador deviam ter servido aprender muita coisa, sobretudo uma muito simples: não se comparam estruturas profissionais e ganhadoras como a do Futebol Clube do Porto com as comédias do clube dos viscondes.

Afinal qual é surpresa Domingos? E porque é que aceitas andar a mandar recados e a ajudar a tentativas de desestabilização do teu suposto clube do coração, onde te fizeste gente? Não bastou o enxovalho que levaste nesse pseudo grande para perceberes que não vale a pena andares de bem com essa gente?

2. Deslocações a Alvalade provocam-me sentimentos dúbios. Grandes alegrias e escorregadelas imprevistas, com a curiosidade da passagem para o novo estádio ter sido sinónimo de mais dificuldades, ao contrário do que sucedeu com a outra equipa da 2ª Circular. 

Os últimos anos do antigo Alvalade foram sinónimo de épicas vitórias azuis e brancas, com especial realce para as batalhas do início dos anos 90, muitas vezes com apenas 10 jogadores (pois, deve ser do tal sistema…) contra o Sporting de Sousa Cintra, um perdedor caceteiro, grande intérprete do calimerismo que ainda hoje é da praxe por aqueles lados. Num palco muito conhecido pelos grandes concertos, a nossa equipa foi dando autênticos festivais, nos quais se destacam os jogos do título em 1994/95 e 1998/99, com outras importantes vitórias pelo meio. De negativo ficou a derrota em 1999/00, que nos bloqueou a estrada para o Hexa.

Após a construção do novo estádio as coisas passaram a parecer surpreendentemente mais complicadas. São anos de pura decadência dos viscondes falidos, onde naturalmente se tentam agigantar contra o Melhor Clube Português, que se tem apresentado menos eficaz do que seria de esperar. Desaires difíceis de engolir como os de 2009/10, 2007/08 (o jogo com o resultado mais falso que me lembro) ou 2004/05 (o da incrível expulsão do McCarthy à meia hora, com mais uma expulsão que nos põe com 9 jogadores aos 60 minutos), combinados com empates pouco vistosos em casa de uma equipa que tem estado quase sempre à distância de dezenas de pontos… Também já tivemos óptimos momentos como em 2005/06 ou as duas vitórias em 2008/09 para o campeonato e para a taça, mas olhando para o histórico recente sentimos que há umas contas a ajustar. Até por uma Taça de Portugal e duas Supertaças que ficaram atravessadas…

Hoje temos lá um importante desafio, em que a vitória é essencial tendo em vista o próprio enquadramento psicológico que esta viagem representa, numa fase decisiva da época. Eles estão na pior época de sempre mas não são tão maus quanto podem parecer, no entanto temos tudo para ganhar com autoridade, mesmo contando com as inesperadas lesões do Mangala e Moutinho. 

Estes têm andado moribundos mas continuam a ser detestáveis rivais. Por mais que a grande batalha seja com os outros, não me esqueço de muitos episódios e de muitos tristes personagens que ao longo dos anos tem sido tão maus ou piores do que os outros.

Em época de reedição da santa aliança de 1980, a julgar pelas palavras do Wolfswinkel, vamos confiar que a nossa equipa saberá estar à altura e que no final possamos fazer a festa. E quanto a eles, bem, “atirem-se ao fosso”!

Bom fim-de-semana!