Continua a caça ao líder

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FC Porto 3-1 SC Braga

Liga 2012/13, 25.ª jornada
8 de Abril de 2013.
Estádio do Dragão, no Porto.
Assistência: 31.210 espectadores.

Árbitro: Pedro Proença (Lisboa).
Assistentes: Tiago Trigo e André Campos.
Quarto árbitro: Pedro Vilaça.

FC PORTO: Helton; Danilo, Maicon, Otamendi e Alex Sandro; Fernando, João Moutinho e Lucho (cap.); James, Jackson e Defour.
Substituições: Maicon por Abdoulaye (ao intervalo), Defour por Atsu (62m) e Lucho por Kelvin (76m).
Não utilizados: Fabiano, Quiño, Castro e Liedson.
Treinador: Vítor Pereira.

SC BRAGA: Quim; Baiano, Santos, Nuno André Coelho e Elderson; Custódio, Hugo Viana e Mauro; João Pedro, Mossoró e Alan (cap.).
Substituições: Mossoró por Carlão (68m), Hugo Viana por Rúben Micael (86m) e João Pedro por Hélder Barbosa (90m).
Não utilizados: Kritciuk, Haas, Rúben Amorim e Zé Luís.
Treinador: José Peseiro.

Ao intervalo: 1-1.
Marcadores: Alan (22m), James (37m) e Kelvin (83m e 86m).

Cartão amarelo: Quim (67m).

Foi por pouco... por muito pouco não demos definitivamente um tiro no pé nas aspirações que temos para revalidar o título de Campeão. A única coisa que nos resta é vencer todos os desafios e esperar uma escorregadela do nosso adversário, que terá ainda de passar pelo Dragão, esperamos que aí já em condições de os ultrapassarmos, caso contrário será praticamente impossível, não saindo da frente nessa jornada. Mas até lá ainda faltam 3 jogos e hoje complicámos mais uma vez frente a uma equipa fechada.

José Peseiro tinha dito que dificilmente uma equipa a jogar fechada no Dragão e atrás da linha da bola saía do Dragão com pontos…pois bem, montou assim a equipa, preparou-a para esse jogo e esteve à beira de ser feliz! O Porto tinha de mostrar que era mais forte, bem mais forte que este Braga com dificuldades em chegar ao 3º lugar que lhe garanta presença na pré-eliminatória da Champions, mas o costume das últimas exibições em casa da nossa equipa voltou a marcar presença nos primeiros 45 minutos.

Entrámos com o melhor 11 disponível de momento, novamente sem extremos para dar lugar e profundidade, tentando deixar essas tarefas para os 2 laterais brasileiros. James e Defour com tendência para o espaço interior, onde o Braga povoou aquele espaço com 4 unidades, retirou grande parte da nossa capacidade de criatividade e seriam os centrais numa fase inicial a procurarem jogo longo tanto em Alex Sandro como Danilo, que poucas vezes resultou.

A circulação era feita de forma lenta o que ainda dificultava mais a chegada em zonas de finalização e Jackson poucas oportunidades tinha para receber bola e alvejar a baliza de Quim. O Braga foi a primeira equipa a “criar” perigo num lance de 1x0, no qual João Pedro não conseguiu enganar Hélton…bola perdida inacreditavelmente por Otamendi, que continua irreconhecível, com falhas graves nas abordagens a alguns lances e entregas ridículas. Com este brinde o adversário acreditou e numa combinação simples dentro da nossa área faz um grande golo por Alan, aos 23’. O sinal de alerta e impaciência disparou no Dragão e era pedido um Porto forte para virar o marcador.

Continuávamos a apresentar poucas soluções ofensivas e nem mesmo a velocidade aumentou para que pudesse colmatar essa falta de criatividade. Num lance de génio, numa das poucas bolas que conseguimos colocar entre a linha defensiva e a linha média Bracarense, James após uma grande rotação orientada, dispara forte e colocado para fazer o empate no jogo, estavam decorridos 37’. A partir daqui a história foi diferente. Aumentou a velocidade e determinação que faltava, no entanto estava feito o resultado ao intervalo.

Para a 2ª parte fomos mais dominadores, mais pressionantes, boa qualidade na circulação, mas com tanta gente perto da área, continuavam os problemas em penetrar na área adversária. O Braga desapareceu por completo em termos ofensivos, aliás, raramente tinha bola. Vítor Pereira mexeu e abriu nos corredores Atsu e pouco depois Kelvin com as saídas de Defour e Lucho, sendo possível obrigar a defensiva contrária a ter mais preocupações com o jogo de 1x1 destes 2 jogadores e provocar mais espaços em zonas centrais. Já depois de 2 bolas na barra (Otamendi e Alex Sandro) – todas as dificuldades que temos em virar o jogo e continuamos sem sorte – chega o momento que todos esperavam ansiosamente e já desesperados. James tenta colocar na ruptura de Jackson, a bola sobra para Kelvin e este em zona central remata rasteiro para o fundo da baliza de Quim, faltavam apenas 8’ para o final. O menino decidiu o jogo e aproveitou da melhor forma a oportunidade que lhe foi dada…o público suspirou de alívio. Quase de imediato, aos 86’, canto batido por James, largo e Kelvin remata de primeira, a bola bate num defesa e entra para o 3-1 final do jogo.

Segunda parte de qualidade apesar de demorar muito a termos oportunidades de golo. Entradas de Atsu e Kelvin determinantes para o desfecho final, mas não podemos continuar a desperdiçar tanto tempo a correr atrás dos resultados. Temos, de uma vez por todas, encontrar o antidoto para os adversários que já perceberam como colocar dificuldades ao nosso Porto.

Continuamos na luta à espera que eles escorreguem... vamos acreditar!

Melhor em campo: Kelvin…merece porque se estreou a marcar pelo Porto no campeonato, no Dragão e deu uma grande ajuda nos 3 pontos que estavam complicados de conquistar.

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DECLARAÇÕES

VÍTOR PEREIRA:

Estava difícil rentabilizar a posse de bola, depois apostou em Kelvin e ganhou…
Apostei fundamentalmente na equipa, que foi igual a si própria, mesmo perante um adversário que se organizou bem defensivamente e tinha as coisas bem preparadas. O Braga apresentou um bloco muito compacto, que é difícil de contrariar, mas não perdemos a identidade. Fomos serenos, mesmo em desvantagem. Tivemos sempre serenidade para circular a bola e procurar o melhor espaço, sem precipitações, de forma a conseguir uma ou outra situação de ruptura para chegar ao golo. O que devo valorizar é o comportamento colectivo da equipa, sem desmerecer esse apontamento individual do Kelvin, que é um miúdo com qualidade, que entrou bem e foi feliz. Quem não toma decisões lá dentro acerta sempre: se por acaso o Kelvin não tivesse sido feliz e tivesse tocado poucas vezes na bola, estaríamos aqui a comentar que a entrada não tinha sido bem pensada. As coisas aconteceram não por meu mérito, mas por mérito do Kelvin, que tem dois apontamentos de qualidade, tal como o James teve um na primeira parte.

O início da segunda parte, com o Abdoulaye a entrar para o lugar do lesionado Maicon, foi difícil…
Defrontámos um Braga bem organizado, com qualidade individual e colectiva para sair em transição. Não é fácil entrar assim num jogo, a procurar contrariar uma equipa que, logo que ganha a bola, quer sair rapidamente em transição. Penso que o Abdoulaye fez o seu papel com qualidade, quando acalmou. Esteve ao nível dele, porque é um jogador com qualidade e temos quatro centrais que mantêm o nível muito alto. Ele também está de parabéns.

Acha que o adversário na luta pelo título ainda vai tropeçar?
Temos de fazer o nosso trabalho. Sabemos o que queremos, temos de nos focar no próximo jogo, quando o campeonato regressar. Hoje o Braga foi um rival difícil mas demonstrámos que estamos vivos. Demonstrámos força e qualidade individual e colectiva. Estou satisfeito e estamos prontos para fazer o nosso trabalho.

Pensa que é um jogo que vai marcar este campeonato, pela qualidade do adversário e atitude demonstrada pelo FC Porto?
Não sei responder. O que posso referir é que gostei muito da qualidade do jogo e da serenidade num momento destes. É natural que os próprios adeptos fiquem ansiosos, quando os golos não surgem cedo. Aproveitámos os 90 minutos para construir o resultado, mesmo partindo em desvantagem face ao golo do Braga. Estamos prontos para fazer o nosso trabalho e lutar pela revalidação do título.

Uma exibição como estas será suficiente para vencer o Braga na final da Taça da Liga, no sábado, ou será preciso algo diferente?
Não vou fugir ao habitual. Estou aqui para falar do jogo que acabámos de disputar e estarei na próxima conferência de imprensa para abordar o encontro da Taça da Liga. Cada jogo tem a sua história. O Braga provou que tem argumentos fortes, é uma equipa contra a qual não podemos baixar a guarda e que nos obriga a estar concentrados durante os 90 minutos. Hoje fomos fortes, conseguimos um bom resultado e uma exibição que me agrada.

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RESUMO DO JOGO