Unir e Resistir

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1 – Na minha última crónica escrevi AQUI sobre várias histórias dentro da História do FC Porto. Fi-lo na altura com dois objectivos: por um lado relativizar a ideia quase generalizada de que a derrota no campeonato é um facto consumado e por outro desfazer o mito de que caso ela aconteça vai corresponder necessariamente a um final de ciclo e ao início de um jejum. Hoje, tal como há duas semanas, tenho a mesma opinião e mesmo que o Tri esteja cada vez mais longe acho importante reavivar estes dois conceitos, uma vez que se sente demasiado ruido negativo à volta do FC Porto, algo que não nos faz nada bem porque o desespero nunca foi bom conselheiro, muito menos nesta fase em que temos ainda metas a atingir.

Olhando para a actualidade, é incontornável que na segunda-feira queimou-se aquele que era provavelmente o melhor cartucho que ainda tínhamos para acreditar no volte face que nos dê o Tri Campeonato. Sem nunca atirar a toalha ao chão, acho sobretudo que temos de ser práticos e objectivos, uma vez que eles, mesmo todos rotos e a jogar uma miséria à vários jogos seguidos, andam com uma “vaca” que torna tudo quase impossível. Na verdade, a acontecer a virada, seria mesmo algo para recordar por 10 gerações, no mínimo…

Portanto há que ser prático e espero que a mensagem dentro do plantel seja clara no sentido de não facilitar agora na difícil visita ao Nacional. O foco tem de ser a conquista das 3 vitórias que faltam, fechar a época com um pleno de vitórias de modo a inviabilizar a festa por eles idealizada e a assegurar que ficamos, pelo menos, como vice-campeões invictos, algo que não vale nada mas que sempre nos dá para os chatear um bocado. E se eles escorregarem cá estaremos para aproveitar!

Nós, os sócios e adeptos do FC Porto, gente que não faz de conta que o futebol e o Clube deixam de existir como muito parolo vermelho faz quando perde, temos de continuar a desejar o milagre e unir forças no sentido de mostrarmos a nossa raça e orgulho, muito particularmente na penúltima jornada. A nossa força também será necessária para ajudar o nosso andebol e hóquei a serem campeões e a ganharem as respectivas taças, para tentar a vitória europeia no hóquei que nos escapa há tanto tempo e ainda para apoiar a miudagem do basquetebol que bem merece. E já agora ainda poderemos dar uma mãozinha às camadas jovens, nesta recta final em que se disputam vários títulos.

Neste final de época temos portanto ainda coisas a fazer e quando tudo terminar haverá tempo para analisar tudo o que correu bem ou mal, interna e externamente, e fazer a nossa parte para atacarmos o futuro, na certeza de que se estivermos à altura do nosso passado recente iremos voltar muito mais fortes!

2 – A “capelada” fez acordar as cúpulas do FC Porto (mesmo que algo timidamente e apenas pela voz do Presidente) para as fantochadas de bastidores que este ano tanta mossa nos provocaram. Pena que tenha sido tão tarde, tantas foram as palhaçadas antes e durante os jogos dos nossos rivais. Fica para memória futura que não podemos continuar neste registo de quase total ausência mediática e de “comer e calar” sistemático, sob pena de voltarmos aos nefastos tempos dos “bons rapazes”.

E entretanto, a sul, surgiu uma conferência de imprensa com o pretexto de justificar a liderança… Problemas de consciência? Para a história fica a enésima demostração de memória selectiva e falta de classe daquela corja dirigente do nosso rival (que curiosamente inclui ex ministros e ex assessores de PRs, gente finíssima!) e fica também uma interrogação: este tipo de comportamentos e atitudes, dignas de caceteiros da pior espécie, instigadores de ódios que colocam gasolina numa fervura que já de si é demasiado quente, não seria digna do repúdio veemente das autoridades deste país? Depois, quando os problemas acontecem, a culpa segue sempre na totalidade para os adeptos, com as “elites” deste país a esquecerem-se que este tipo de comportamentos dos líderes são um perigoso rastilho, mais a mais num contexto de crise e de instabilidade social que, como sabemos, muitas vezes encontra um escape nos palcos desportivos.

A todos os Portistas peço o máximo de atenção e inteligência para os próximos clássicos. São estratégias claras, eles provocam-nos para depois nos tramarem e nos usarem como exemplo caso existam problemas graves. Nunca precisamos de very lights mortais, incendiar autocarros, agredir fiscais de linha ou espancar atletas para tornar os nossos palcos em infernos quase inexpugnáveis, saibamos fazer as coisas como deve ser. Como sempre se fez na Antiga, Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta cidade do Porto, que é uma terra de gente decente e valorosa e não de cobardes que se escondem na capital.

Vamos FC Porto!

PS: Alguém diga aos media vermelhos que se eles conseguirem chegar à final da Liga Europa serão a 4ª equipa portuguesa a fazê-lo nos últimos 9 anos. Percebo a alegria e expectativa, mais a mais em quem já anda há muito arredado desses palcos e conquistas, mas apresentar o feito como algo que parece inédito só mesmo neste país contaminado pela benfiquite...