http://bibo-porto-carago.blogspot.pt/
Durante a empolgante primeira parte frente ao Atlético de Madrid, dediquei-me a descortinar o trabalho de Josué na nossa equipa. Jogando na faixa esquerda do terreno e estando eu na Central de costas para VCI, tinha o jogador portista mesmo debaixo dos meus olhos.
Reticente no início de época face às prestações de Josué, dei por mim a abençoar esta contratação. Confesso que na pré-época me custava a entender a predilecção de Paulo Fonseca pelo rapaz. Talvez preconceito por vir de Paços de Ferreira, assumo agora. Mas a verdade é que estava plenamente convicto de que o atleta estava a ter mais oportunidades do que merecia. Cheguei a ver Josué como o menino bonito do treinador. Não percebia como se colocava a extremo um jogador sem arranque e aceleração, incapaz de ganhar a linha de fundo. No meio, com Lucho e Quintero, também não via lugar para ele. Porquê, então, a contatação de Josué?
Com o passar dos jogos, o caso mudou de figura. Devagar, devagarinho, o esquerdino foi-se afirmando no onze. Já é, para mim, um dos indiscutíveis. Qual é então o papel de Josué no FC Porto?
Frente ao Atlético de Madrid terá feito os melhores 45 minutos com a camisola do Dragão. A substituição logo depois do intervalo só se compreende se Paulo Fonseca estivesse com medo que o jovem jogador português visse a segunda cartolina amarela. Estava a ser o melhor em campo, sem sombra de dúvidas.
Antes de mais, importa notar que o esquema de Paulo Fonseca encerra algumas curiosidades. No momento defensivo, reparei várias vezes que eram Défour, Lucho e Jackson quem se ocupavam de pressionar os adversários na primeira zona de construção, entre os centrais e o trinco Tiago. Os extremos (Varela e Josué), esses, ao contrário do que é habitual, recuavam para trás da linha de meio-campo, formando uma barreira de três homens juntamente com Fernando, fechando no meio ou na linha consoante as circunstâncias.
Paulo Fonseca exige, assim, que sejam os dois médios centro (Défour e Lucho) a desposicionarem-se e a assumir a tarefa de pressionar, juntamente com o ponta-de-lança. Isso obriga, obviamente, a uma compensação por parte dos extremos, que recuam imediatamente, ajudando Fernando e os laterais Danilo e Alex Sandro.
E foi nesta inovação táctica que vi Josué destacar-se. Ele não é um. É muitos! Quando a equipa defende ele resguarda-se numa zona intermédia, a meio caminho de Fernando e de Alex Sandro. Quando é preciso dá uma ajuda ao lateral junto à linha. Se for necessário juntar-se a Fernando na batalha do miolo, lá está ele. No momento ofensivo, o jovem portista transfigura-se. Ele cria linhas de passe no meio, ora com Fernando, ora com Lucho, mais adiantado. Ele combina (muitíssimo bem) com Alex Sandro, incentivando a subida do lateral brasileiro com critério e qualidade. E, por vezes, saca umas maldades da cartola. Exemplo disso foram os dois túneis com que mimou os defesas colchoneros. Além de tudo isto, Josué tem um pé esquerdo venenoso. Não foi só o cruzamento com que serviu Jackson de bandeja para o golo. Foram várias bolas metidas na área, na perigosa zona entre central e guarda-redes, a pedir o desvio vitorioso.
Josué parte da banda esquerda e pode carregar jogo pela linha ou flectir para o meio, em diagonal. A sua visão de jogo permite-lhe jogar no miolo, virando o flanco ou combinando com Lucho de modo a que o ponta-de-lança seja bem municiado. Ele é o segredo táctico de Paulo Fonseca. Nem é extremo, nem é médio, nem é lateral, nem é ala. Ele não é isso, mas acaba por ser tudo isso. Mais: Josué pode ser a chave que faltava para abrir as portas de fases mais adiantadas da Champions, por representar um jogador que, em momento defensivo, possibilita o 4x4x2 e, em momento ofensivo, faz a equipa desdobrar-se para um 4x3x3 híbrido.
Híbrido é, aliás, a melhor palavra para definir o papel de Josué na equipa. Pé esquerdo talentoso, coração tripeiro a saltar cá para fora, raça incontida, capacidade técnico-táctica, Josué tem todas as condições para fazer uma carreira brilhante de Dragão ao peito. As portas da Selecção, essas, já lhe estão escancaradas. Quando se soltar um pouco mais, quando conseguir chegar com mais frequência às balizas contrárias, realizando um crescimento semelhante ao de João Moutinho, poderá tornar-se num dos melhores jogadores da nossa liga. Os primeiros passos estão dados. É só continuar a pedalar...
Claro que, sendo um filho do Dragão, vai sofrer na pele a inveja e o ódio de muitos. Não queremos aqui desculpar Josué pela atitude em Arouca, muito embora ainda seja pouco perceptível o que terá motivado o processo disciplinar. Só é estranho que Josué já esteja sob a alçada da justiça desportiva, enquanto um certo senhor que agrediu membros da Polícia de Segurança Pública ainda esteja “a monte”. Já dizia George Orwell, no seu brilhante Triunfo dos Porcos que “todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais que outros”.
Rodrigo de Almada Martins
Reticente no início de época face às prestações de Josué, dei por mim a abençoar esta contratação. Confesso que na pré-época me custava a entender a predilecção de Paulo Fonseca pelo rapaz. Talvez preconceito por vir de Paços de Ferreira, assumo agora. Mas a verdade é que estava plenamente convicto de que o atleta estava a ter mais oportunidades do que merecia. Cheguei a ver Josué como o menino bonito do treinador. Não percebia como se colocava a extremo um jogador sem arranque e aceleração, incapaz de ganhar a linha de fundo. No meio, com Lucho e Quintero, também não via lugar para ele. Porquê, então, a contatação de Josué?
Com o passar dos jogos, o caso mudou de figura. Devagar, devagarinho, o esquerdino foi-se afirmando no onze. Já é, para mim, um dos indiscutíveis. Qual é então o papel de Josué no FC Porto?
Frente ao Atlético de Madrid terá feito os melhores 45 minutos com a camisola do Dragão. A substituição logo depois do intervalo só se compreende se Paulo Fonseca estivesse com medo que o jovem jogador português visse a segunda cartolina amarela. Estava a ser o melhor em campo, sem sombra de dúvidas.
Antes de mais, importa notar que o esquema de Paulo Fonseca encerra algumas curiosidades. No momento defensivo, reparei várias vezes que eram Défour, Lucho e Jackson quem se ocupavam de pressionar os adversários na primeira zona de construção, entre os centrais e o trinco Tiago. Os extremos (Varela e Josué), esses, ao contrário do que é habitual, recuavam para trás da linha de meio-campo, formando uma barreira de três homens juntamente com Fernando, fechando no meio ou na linha consoante as circunstâncias.
Paulo Fonseca exige, assim, que sejam os dois médios centro (Défour e Lucho) a desposicionarem-se e a assumir a tarefa de pressionar, juntamente com o ponta-de-lança. Isso obriga, obviamente, a uma compensação por parte dos extremos, que recuam imediatamente, ajudando Fernando e os laterais Danilo e Alex Sandro.
E foi nesta inovação táctica que vi Josué destacar-se. Ele não é um. É muitos! Quando a equipa defende ele resguarda-se numa zona intermédia, a meio caminho de Fernando e de Alex Sandro. Quando é preciso dá uma ajuda ao lateral junto à linha. Se for necessário juntar-se a Fernando na batalha do miolo, lá está ele. No momento ofensivo, o jovem portista transfigura-se. Ele cria linhas de passe no meio, ora com Fernando, ora com Lucho, mais adiantado. Ele combina (muitíssimo bem) com Alex Sandro, incentivando a subida do lateral brasileiro com critério e qualidade. E, por vezes, saca umas maldades da cartola. Exemplo disso foram os dois túneis com que mimou os defesas colchoneros. Além de tudo isto, Josué tem um pé esquerdo venenoso. Não foi só o cruzamento com que serviu Jackson de bandeja para o golo. Foram várias bolas metidas na área, na perigosa zona entre central e guarda-redes, a pedir o desvio vitorioso.
Josué parte da banda esquerda e pode carregar jogo pela linha ou flectir para o meio, em diagonal. A sua visão de jogo permite-lhe jogar no miolo, virando o flanco ou combinando com Lucho de modo a que o ponta-de-lança seja bem municiado. Ele é o segredo táctico de Paulo Fonseca. Nem é extremo, nem é médio, nem é lateral, nem é ala. Ele não é isso, mas acaba por ser tudo isso. Mais: Josué pode ser a chave que faltava para abrir as portas de fases mais adiantadas da Champions, por representar um jogador que, em momento defensivo, possibilita o 4x4x2 e, em momento ofensivo, faz a equipa desdobrar-se para um 4x3x3 híbrido.
Híbrido é, aliás, a melhor palavra para definir o papel de Josué na equipa. Pé esquerdo talentoso, coração tripeiro a saltar cá para fora, raça incontida, capacidade técnico-táctica, Josué tem todas as condições para fazer uma carreira brilhante de Dragão ao peito. As portas da Selecção, essas, já lhe estão escancaradas. Quando se soltar um pouco mais, quando conseguir chegar com mais frequência às balizas contrárias, realizando um crescimento semelhante ao de João Moutinho, poderá tornar-se num dos melhores jogadores da nossa liga. Os primeiros passos estão dados. É só continuar a pedalar...
Claro que, sendo um filho do Dragão, vai sofrer na pele a inveja e o ódio de muitos. Não queremos aqui desculpar Josué pela atitude em Arouca, muito embora ainda seja pouco perceptível o que terá motivado o processo disciplinar. Só é estranho que Josué já esteja sob a alçada da justiça desportiva, enquanto um certo senhor que agrediu membros da Polícia de Segurança Pública ainda esteja “a monte”. Já dizia George Orwell, no seu brilhante Triunfo dos Porcos que “todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais que outros”.
Rodrigo de Almada Martins
Josué; primeiros 15 minutos da tal partida de sonho: 6 passes errados e total descoordenação com os movimentos de Lucho, falta de rapidez de execução, muito pouca vontade de assumir o processo ofensivo... Não sei onde se vê qualidade no jogador, talvez só na cegueira de se pensar que é jogador do Porto, à Porto e com o Porto no coração, mas eu também tenho essas 3 qualidades e não jogo nada. Josué e Licá, mas mais Josué, são meninos bonitos de um treinador "feio".
ResponderEliminarMuito bom Rodrigo, o Josué merece..
ResponderEliminarBIBÓ PORTO
Muito boa análise!
ResponderEliminarCaro anónimo: nem mais!!!!
ResponderEliminarJoao Lage
Confesso que o bota abaixo ao nosso treinador é tipico e ja vem do tempo em que VP assumiu o comando. Entretanto temos mais dois campeonatos. O PF é o meu treinador e nao contem comigo para mal dizer o nosso treinador. Isso ja basta o Pravda e e outros que tais. Curioso é que vamos em primeiro e sem derrotas. Na champions perdemos contra um dos candidatos a meu ver. Por isso...calma e rumo ao tetra.
ResponderEliminarNão...o bota abaixo não é típico...é típico com alguns treinadores
ResponderEliminarDesde que vi assobiadelas aos 5minutos de jogo na meia-final da Taça de Portugal (com 0-0) em 2010/2011... percebi o quão rídiculo é a nova forma de "ser Porto".
ResponderEliminarQuanto ao Josué, tem qualidade e estou a gostar de ver. Sinto que, em alguns jogos, não consegue dar a profundidade que eu gostava de ver nesta equipa. Eu sou dos que acha que falta um extremo que tenha essa capacidade.
Bela análise ao jogador Josué. Penso que lhe falta apenas um pouco mais de maturidade e perceber que no FCP qualquer atitude irrefletida terá consequencias. Penso que o treinador PF quererá fazer dele o "equilibrador" da equipa. Haja Lucho, Defour e Herrera para ajudar e fortalecer o meio-campo.
ResponderEliminarAcredito que Josué vai calar muita gente... porque para mim "bota abaixo" são uns finos em boa companhia e o resto é conversa de jornais.
DMST
O Defour é um sempre criticado....devem andar ceguinhos mas podiam ao menos ver os jogos da Bélgica. O Josué é daqueles sempre reguardado...por ser do porto...só pode. Gosto dele e acho q tem lugar no plantel, agora ceguinho e em negação não sou.
ResponderEliminarJoão Lima