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Se ficar doze dias sem bola é desesperante, estar doze dias a ouvir falar da selecção, do Ronaldo, do Ibrahimovic e do Mundial é agoniante. Felizmente acabou a penúria em que entramos quando o futebol a sério pára. Felizmente, sábado é já amanhã.
Perdoem-me a falta de patriotismo, mas não sinto mais do que indiferença pela selecção. Por várias razões. Historicamente começou por ser um grupo apenas aberto aos jogadores dos clubes da capital, tornando-se um dos símbolos do centralismo repugnante deste País. Chegou a ser, até, um dos meios para prejudicar e atingir o nosso clube que mais tarde, com o fim do Estado Novo, tirou a hegemonia do futebol português às agremiações protegidas pelo regime. Tenho memória, não esqueço a história e quem a conhece, sabe muito bem do que falo.
Em puto, ainda achava piada àquilo, gritava golo do Domingos e aplaudia as defesas do Baía, mas à medida que fui crescendo, comecei a perder algum do fervor com que via aquela equipa (se é que o tinha de facto...). Deixei de ser capaz de vibrar com uma equipa que tinha nas suas fileiras tipos detestáveis como o João Vieira Pinto, o Rui Bosta ou o Nulo Gomes, treinadores como o sebento do Humberto Coelho ou o atrasado mental do treinador que nem a jogar em casa, numa final com a Grécia, foi capaz de ganhar um Europeu. (No fundo até lhe fiquei agradecido, porque, assim, aquele ano ficou para a história como aquele em que subimos ao trono da Europa em Gelsenkirchen)
Ainda há uma semana, estava eu confortável e tranquilamente sentado no sofá, a ver o Portugal-Suécia e, por incrível que pareça, consegui exaltar-me. Não com os golos falhados, não com os deslizes do Rui Pateiro, nem com as oportunidades concedidas aos suecos, porque é para o lado que durmo melhor. O que me indignou foi ver uma equipa vestida de vermelho (a cor, já aqui escrevi, cega-me), a jogar naquele estádio a cantar num jogo daqueles, pasme-se, “cheira bem, cheira a Lisboa”! Anedótico, ridículo, como aqueles que, sem mais nada para fazer, foram receber aqueles tipos ao aeroporto às cinco da madrugada.
Para agravar a coisa, nestas alturas, ainda sou obrigado a ouvir dizer que “vamos” ganhar, que o Ronaldo “nos” salvou (eu não estive em perigo de vida...), que “estamos” no Mundial, que “vamos” ao Brasil (quem me dera a mim...) e que, por isso, 10 milhões de portugueses estão em festa (eu não fui para a Baixa nem sequer abri uma garrafa de champanhe). Que mania esta de falarem por mim! Depois, ficam surpreendidos, quais virgens ofendidas, quando me assumo, com orgulho, portista, portuense e, depois, português, quando me vejo perante esta masturbação colectiva nacional. Vamos mas é ao que interessa. Amanhã, depois na terça, a seguir sábado em Coimbra e depois outra vez no Dragão. Esta, sim, é a minha religião.
Perdoem-me a falta de patriotismo, mas não sinto mais do que indiferença pela selecção. Por várias razões. Historicamente começou por ser um grupo apenas aberto aos jogadores dos clubes da capital, tornando-se um dos símbolos do centralismo repugnante deste País. Chegou a ser, até, um dos meios para prejudicar e atingir o nosso clube que mais tarde, com o fim do Estado Novo, tirou a hegemonia do futebol português às agremiações protegidas pelo regime. Tenho memória, não esqueço a história e quem a conhece, sabe muito bem do que falo.
Em puto, ainda achava piada àquilo, gritava golo do Domingos e aplaudia as defesas do Baía, mas à medida que fui crescendo, comecei a perder algum do fervor com que via aquela equipa (se é que o tinha de facto...). Deixei de ser capaz de vibrar com uma equipa que tinha nas suas fileiras tipos detestáveis como o João Vieira Pinto, o Rui Bosta ou o Nulo Gomes, treinadores como o sebento do Humberto Coelho ou o atrasado mental do treinador que nem a jogar em casa, numa final com a Grécia, foi capaz de ganhar um Europeu. (No fundo até lhe fiquei agradecido, porque, assim, aquele ano ficou para a história como aquele em que subimos ao trono da Europa em Gelsenkirchen)
Ainda há uma semana, estava eu confortável e tranquilamente sentado no sofá, a ver o Portugal-Suécia e, por incrível que pareça, consegui exaltar-me. Não com os golos falhados, não com os deslizes do Rui Pateiro, nem com as oportunidades concedidas aos suecos, porque é para o lado que durmo melhor. O que me indignou foi ver uma equipa vestida de vermelho (a cor, já aqui escrevi, cega-me), a jogar naquele estádio a cantar num jogo daqueles, pasme-se, “cheira bem, cheira a Lisboa”! Anedótico, ridículo, como aqueles que, sem mais nada para fazer, foram receber aqueles tipos ao aeroporto às cinco da madrugada.
Para agravar a coisa, nestas alturas, ainda sou obrigado a ouvir dizer que “vamos” ganhar, que o Ronaldo “nos” salvou (eu não estive em perigo de vida...), que “estamos” no Mundial, que “vamos” ao Brasil (quem me dera a mim...) e que, por isso, 10 milhões de portugueses estão em festa (eu não fui para a Baixa nem sequer abri uma garrafa de champanhe). Que mania esta de falarem por mim! Depois, ficam surpreendidos, quais virgens ofendidas, quando me assumo, com orgulho, portista, portuense e, depois, português, quando me vejo perante esta masturbação colectiva nacional. Vamos mas é ao que interessa. Amanhã, depois na terça, a seguir sábado em Coimbra e depois outra vez no Dragão. Esta, sim, é a minha religião.
O mesmo aqui.
ResponderEliminarO FC Porto é a minha selecção.
A equipa que, jogando bem ou mal, fico ansioso por ver, aguardando pelo próximo jogo.
No sábado lá estarei no Dragão a vibrar pela selecção de todos nós.
ResponderEliminara minha selecção traja de azul-e-branco. sempre!
abr@ço
Miguel | Tomo II
Nem mais, Farpas! Afinal, não só sou eu que penso assim. Obrigado!~
ResponderEliminarAbraço portista.
Totalmente de acordo! Não escreveria melhor. Está aí tudo.
ResponderEliminarSaudações portistas, FB.V
Partilho completamente esse sentimento.. A Selecção serve para os outros terem o que festejar.. Acho um patriotismo ridículo e despropositado.. Sou patriota mas sobretudo sou tripeiro.. O amor ao FCP não tem comparação!
ResponderEliminardesculpem mas não posso aplaudir uma equipa onde joga um inergume de um fabio coentrao e de um vaidoso rico de um ronaldo
ResponderEliminar"A seleção de todos nós". De todos não pode ser. Minha não é de certeza. Para mim o fim da simpatia pelas "quinas" veio com os estrangeiros. Nada contra eles, mas ouvir o pepe a tentar falar português com sotaque português, esvaziou-me o sentimento nacionalista."É o sonho de qualquer jogador alinhar pelo seu paìs" Não sendo possivel por aquele que pagar melhores prémios de jogo. E nesse aspecto parace-me que não ficamos atrás de ninguém. Esta equipa de agora, também se podia chamar "os amigos de paulo bento" Só interesses. Mas amanhã volta a emoção. Joga o meu único Clube, o motivo de orgulho e alegrias. Só Fc Porto sempre. Ás senhoras e parolos que ficam contentes com os golos do reinaldo têm agora meio ano pra descansar, porque alguns é só mesmo a seleção meia dúzia de vezes ao ano e ficam satisfeitos. Até amanhã.
ResponderEliminarCumprimentos. Sérgio
Fico contente por saber que há quem pense como eu. Por mim, aquela cambada podia jogar sempre no galinheiro. É lá que estão bem. Incluindo o presidente da Federação, de quem não tenho saudades nenhumas. Sempre Porto!
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