28 março, 2014

COERENZA E MENTALITÀ

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As últimas duas semanas foram mais do mesmo. Mais jogos, mais apoio, mais quilómetros e quilómetros atrás do nosso amor, o FC Porto! Uma dedicação extrema ao clube do coração é o que nos faz feliz diariamente. Um espírito de união muito grande entre todos os ultras Porto, que jogo após jogo estão na mesma bancada a cantar até ficar sem voz!

Há duas semanas o FC Porto recebeu e venceu o Nápoles na Liga Europa. Mais uma assistência abaixo das expectativas, num jogo especial para qualquer ultra. Especial para qualquer adepto por ser um jogo grande, por puder ver ao vivo um grande espectáculo de futebol, com grandes jogadores, treinadores, etc. Mais especial para um ultra porque para além de todos estes factores, têm também a possibilidade de ver a actuação de uma claque italiana, ao vivo!

Para quem é apaixonado também por este fenómeno não pode ter ficado indiferente ao sorteio.

De Itália viajaram cerca de 300 ultras, não mais, o que confesso, me deixou desiludido. Ainda assim deu para ver a forma como se organizam e como apoiam a sua equipa. Bravos.

Passaram-se quatro dias e chegou a hora da deslocação ao WC XXI. Depois de lá termos ido para a taça da Liga, em Dezembro, lá fomos nós em mais um “tour” até à mouraria. Sempre com o espírito adequado a uma deslocação deste género, os 300 km são sempre passados a bom ritmo, entre conversas, cânticos e claro, a indispensável cervejinha.

O mesmo procedimento de sempre, chegada a Alverca e escoltados até ao local de concentração dos adeptos do FC Porto. Mesmo com a nossa equipa em terceiro lugar, lá tivemos uma grande falange de apoio! O habitual mini-cortejo até ao estádio e uma entrada bem cedo no recinto. Um clássico é sempre um clássico e as picardias foram uma constante. A lembrar a correria dos lagartos na Alameda do Dragão na primeira volta, os Super Dragões levantaram a tarja “Only for fighters”. Minutos depois todos os ultras Porto presentes na bancada, tiraram uma sapatilha e levantaram-na em direcção à Curva Sul de Alvalade. Para bom entendedor, meia palavra basta.

Um clássico onde fomos roubados dentro das quatro linhas, enquanto na bancada cerca de 2 mil ultras do FC Porto não pararam de incentivar a equipa. Apesar da proibição da entrada do material das nossas claques, os Super Dragões e o Colectivo, à semelhança do que tinha acontecido em Dezembro, ergueram as faixas no sector visitante. Mais um jogo na mouraria onde tivemos que saber lidar com a “boa disposição” da polícia e do corpo de intervenção, sempre a salivar e com a ânsia de puder dar uso ao bastão. Como quem não chora não mama, perdemos 1-0 com um golo em fora-de-jogo. Chegada à Invicta na madrugada de segunda-feira e mais uma noite onde se dormiu pouco, pois segunda-feira de manhã lá estava cada um na sua vida.

Itália é, como eu disse, um modelo para qualquer ultra. E se já é especial vê-los em nossa casa, o que dizer de uma transferta a Itália!!!! Um sonho tornado realidade. Ir a Itália ver o FC Porto estava nos meus planos, estava a espera da oportunidade, que finalmente chegou. Estrear-me logo no mítico San Paolo, é complicado escrever o que senti.

Quarta ao final da tarde, saída do trabalho e partida para Paris!! A noite de quarta para quinta foi passada na capital francesa e logo ali começamos a espalhar o bom nome do FC Porto. Quinta-feira ao final da manhã fizemos a viagem Paris – Nápoles, onde chegámos pela hora do almoço. Aos ultras do FC Porto que seguiam connosco no avião, lá se juntaram aqueles que foram via Roma, Milão, Bruxelas, Londres e até aqueles que foram de carro desde o Porto!!!!

A polícia foi buscar-nos ao aeroporto e levou-nos gratuitamente até ao centro da cidade. Uma cidade que parece toda ela um gigante bairro social ao abandono, toda velha e extremamente degradada. Almoçámos numa pizzaria e juntámo-nos a meio da tarde no Porto de Nápoles. Nos autocarros reservados para nós, fomos escoltados até ao San Paolo, tendo as mensagens variáveis da auto-estrada avisado para os carros encostarem para passarem os adeptos do FC Porto!! Lindo!!

Entrámos 1h30 antes do jogo começar e o estádio já estava com mais de metade da lotação!! Incrível, nunca tinha visto nada assim. Aquela Curva de apoio ao Nápoles é assombrosa.

Cerca de 300 Dragões impuseram respeito no San Paolo. O sector vistante foi decorado com panos, bandeiras e estadartes, tendo as faixas de ambas as claques ficado de pé, seguradas pela linha da frente. Um excelente ambiente vivido e um jogo/deslocação para nunca mais esquecer. Ouvir os apupos quando nós cantavamos era bom sinal, era sinal que nos estavamos a fazer ouvir!! Destaco também o bom clima entre nós e a polícia local, mais concretamente com os designados assistentes de recinto desportivo.

A festa no final foi enorme e toda a equipa nos soube agradecer. No momento dos golos festejaram na nossa direcção e no final, todos sem excepção, vieram “ter connosco” em forma de agradecimento pelo nosso esforço e dedicação.


Já perto da meia noite e de volta ao centro da cidade de Nápoles, apanhamos uma camioneta até Roma. Todos extremamente cansados, fizemos mais de 200 km até ao aeroporto, onde tinhamos voo na manhã seguinte, directo ao Porto. Entre as 2h30 e as 11h tudo serviu para dormirmos, uns encostados aos outros, em cima dos bancos, encostados à parede ou mesmo no chão do aeroporto.

No voo de regresso até champagne bebemos e soubemos que Sevilha será o próximo destino. Chegámos à hora de almoço com um enorme sorriso nos lábios e com o sentimento de dever cumprido.

Passaram-se mais dois dias e lá estivemos presentes no estádio do Dragão, a nossa casa, no regresso do campeonato. Ganhámos ao agora último classificado, o Belenenses. A Fúria Azul esteve presente como é hábito em todos os jogos da sua equipa e do nosso lado, Super Dragões e Colectivo mais 90 minutos a apoiar o FC Porto.

Foram duas semanas sem parar, e assim vamos continuar.

Um abraço ultra.

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