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1 - Nota Prévia
Como Rodrigo Almada Martins tão bem explicou neste fórum, os FCPortistas são diferentes – pessimistas, desconfiados e avessos a mudanças radicais. Os jogos são sempre difíceis e o FCPorto tem sempre de estar no seu melhor nível para os ganhar. Qualquer clube, mesmo os mais humildes, tem um ou outro jogador que pode fazer a diferença, que nos pode tramar, que temos de estar de olho.
Lembro-me de um Beira-Mar de há uns anos atrás no qual brilhava Juninho Petrolina. A equipa era fraca, mas era preciso ter muito cuidado com o Juninho, marcá-lo em cima, não deixar jogar!
O FCPorto não entra em campo com o jogo ganho. Entra para jogar, para ser melhor e para ganhar. Mas entra com respeito pelo adversário e com a consciência dos seus defeitos e fraquezas.
Somos assim. E, em boa verdade, não quero que mudemos.
2 – LopesTelles (carinhosa, penso, criação de Bernardino Barros)
LopesTelles entrou bem no FCPorto. Um discurso ambicioso e personalizado, suportado por um contrato de 3 anos que deixava antever uma pequena revolução no FCPorto. As notícias começaram a circular – jogadores espanhóis da confiança do treinador. Alertei, neste espaço, para aquilo que entendi (e entendo) como os perigos da contratação, por empréstimo, sem opção de compra (ou seja, um ano de férias na belíssima cidade do Porto), de jovens jogadores espanhóis.
Tal cenário apenas se confirmou com Oliver Torres, o aparente pequeno mago de Madrid.
O FCPorto veio, então, a assegurar um conjunto extenso de jogadores e a dispensar outros tantos (Josué, Licá, Helton, Ghilas e Ab... – estou com preguiça de ir ver ao zerozero.pt como se escreve o nome deste caramelo senegalês) – a tal revolução que se anunciava.
E para já é aqui que o sentido dos sinais se começa a cruzar. As boas indicações dadas no início da relação com o FCPorto, tais como a ambição, a liderança e os anúncios de uma predilecção por um futebol atractivo e ofensivo (características que nem sempre são sinónimas), esbarram agora com escolhas duvidosas e, como em tudo na vida, altamente questionáveis.
Como já tive oportunidade de afirmar em outra sede, os jogadores são como os melões, só depois de os abrir é que se sabe se são bons. Houve contratações de craques que não vingaram (Diego, Luis Fabiano e etc.) e houve contratações de "desconhecidos" que se revelaram bombas (Deco, Maniche e etc.). Portanto, exemplos de apostas de sonho e de flops completos encontramos para os dois lados.
Torres, Adrián, Brahimi, Tello, Casemiro e companhia são todos jogadores interessantes, mas só o tempo dirá se serão, de facto, jogadores à FCPorto. Mas isto não é características destes jogadores em particular. É assim sempre. É a natureza das coisas.
O que questiono é o timing e a necessidade das contratações, especialmente o desejo já há muito anunciado – e em vias de ser concretizado – da aquisição de um guarda-redes.
A necessidade e o timing são péssimos. O guarda-redes desempenha uma função nuclear, que precisa de confiança. Que acharão Helton, Fabiano e Ricardo disto...? Um treinador entra e quer um guarda-redes da sua confiança. Muito bem. Mas contratar alguém já depois de findo o estágio e perto do início da competição (pré-eliminatória da Champions) afigura-se-me potencialmente desestabilizador.
E o que questiono, num segundo nível de análise, é a dispensa de Hélton e de Ghilas. Se se confirmar as notícias avançadas pelos meios de comunicação social (designadamente pelo jornal “O Jogo”, que não se costuma enganar muito no que concerne ao clube do Dragão), LopesTelles terá dispensado os dois jogadores… sem sequer os treinar!
Das duas uma:
i) Ou LopesTelles possui uma confiança inabalável nos jogadores que tem à sua disposição, tanto que nem sequer precisa de equacionar a inclusão do capitão da equipa há uma série de anos e de um avançado que valeu a permanência do clube na transacta Liga Europa.
ii) Ou LopesTelles pretende blindar o balneário com jogadores da sua inteira confiança (e “inteira” não traduz exactamente aquilo que pretendo expressar, porque, na verdade, o treinador parece pretender apostar em jogadores que dependam a 120% do treinador – o que, bem vistas as coisas, também torna o treinador 120% dependente dos jogadores, basta pensar o que acontece se todas as suas contratações abandonarem o barco porque, por exemplo, o FCPorto não se qualifica para Liga dos Campeões – sai com eles também?).
Em qualquer caso, se as dispensas de Josué (que me custa algo a aceitar), Licá e Ab… se poderão compreender, as restantes levantam um enorme ponto de interrogação.
Se se confirmar a segunda das hipóteses acima assinaladas, só me pergunto o seguinte: quanto tempo falta para LopesTelles sentar Quaresma no banco e, aí, termos o caldo entornado com estoiro?
3 – Let the games begin
Todas as considerações supra são, em boa verdade, relativamente irrelevantes. O que interessa é ver a equipa a jogar, o estádio de novo cheio e a torcida com a equipa.
E é por isso que dou por mim muitas vezes a desejar o início dos jogos, a pensar no onze base e a antever as jogadas e os golos que festejarei no Dragão (e em todo o lado!).
Não estou nervoso, nem excitado – estou ansioso.
Pedro Ferreira de Sousa
Como Rodrigo Almada Martins tão bem explicou neste fórum, os FCPortistas são diferentes – pessimistas, desconfiados e avessos a mudanças radicais. Os jogos são sempre difíceis e o FCPorto tem sempre de estar no seu melhor nível para os ganhar. Qualquer clube, mesmo os mais humildes, tem um ou outro jogador que pode fazer a diferença, que nos pode tramar, que temos de estar de olho.
Lembro-me de um Beira-Mar de há uns anos atrás no qual brilhava Juninho Petrolina. A equipa era fraca, mas era preciso ter muito cuidado com o Juninho, marcá-lo em cima, não deixar jogar!
O FCPorto não entra em campo com o jogo ganho. Entra para jogar, para ser melhor e para ganhar. Mas entra com respeito pelo adversário e com a consciência dos seus defeitos e fraquezas.
Somos assim. E, em boa verdade, não quero que mudemos.
2 – LopesTelles (carinhosa, penso, criação de Bernardino Barros)
LopesTelles entrou bem no FCPorto. Um discurso ambicioso e personalizado, suportado por um contrato de 3 anos que deixava antever uma pequena revolução no FCPorto. As notícias começaram a circular – jogadores espanhóis da confiança do treinador. Alertei, neste espaço, para aquilo que entendi (e entendo) como os perigos da contratação, por empréstimo, sem opção de compra (ou seja, um ano de férias na belíssima cidade do Porto), de jovens jogadores espanhóis.
Tal cenário apenas se confirmou com Oliver Torres, o aparente pequeno mago de Madrid.
O FCPorto veio, então, a assegurar um conjunto extenso de jogadores e a dispensar outros tantos (Josué, Licá, Helton, Ghilas e Ab... – estou com preguiça de ir ver ao zerozero.pt como se escreve o nome deste caramelo senegalês) – a tal revolução que se anunciava.
E para já é aqui que o sentido dos sinais se começa a cruzar. As boas indicações dadas no início da relação com o FCPorto, tais como a ambição, a liderança e os anúncios de uma predilecção por um futebol atractivo e ofensivo (características que nem sempre são sinónimas), esbarram agora com escolhas duvidosas e, como em tudo na vida, altamente questionáveis.
Como já tive oportunidade de afirmar em outra sede, os jogadores são como os melões, só depois de os abrir é que se sabe se são bons. Houve contratações de craques que não vingaram (Diego, Luis Fabiano e etc.) e houve contratações de "desconhecidos" que se revelaram bombas (Deco, Maniche e etc.). Portanto, exemplos de apostas de sonho e de flops completos encontramos para os dois lados.
Torres, Adrián, Brahimi, Tello, Casemiro e companhia são todos jogadores interessantes, mas só o tempo dirá se serão, de facto, jogadores à FCPorto. Mas isto não é características destes jogadores em particular. É assim sempre. É a natureza das coisas.
O que questiono é o timing e a necessidade das contratações, especialmente o desejo já há muito anunciado – e em vias de ser concretizado – da aquisição de um guarda-redes.
A necessidade e o timing são péssimos. O guarda-redes desempenha uma função nuclear, que precisa de confiança. Que acharão Helton, Fabiano e Ricardo disto...? Um treinador entra e quer um guarda-redes da sua confiança. Muito bem. Mas contratar alguém já depois de findo o estágio e perto do início da competição (pré-eliminatória da Champions) afigura-se-me potencialmente desestabilizador.
E o que questiono, num segundo nível de análise, é a dispensa de Hélton e de Ghilas. Se se confirmar as notícias avançadas pelos meios de comunicação social (designadamente pelo jornal “O Jogo”, que não se costuma enganar muito no que concerne ao clube do Dragão), LopesTelles terá dispensado os dois jogadores… sem sequer os treinar!
Das duas uma:
i) Ou LopesTelles possui uma confiança inabalável nos jogadores que tem à sua disposição, tanto que nem sequer precisa de equacionar a inclusão do capitão da equipa há uma série de anos e de um avançado que valeu a permanência do clube na transacta Liga Europa.
ii) Ou LopesTelles pretende blindar o balneário com jogadores da sua inteira confiança (e “inteira” não traduz exactamente aquilo que pretendo expressar, porque, na verdade, o treinador parece pretender apostar em jogadores que dependam a 120% do treinador – o que, bem vistas as coisas, também torna o treinador 120% dependente dos jogadores, basta pensar o que acontece se todas as suas contratações abandonarem o barco porque, por exemplo, o FCPorto não se qualifica para Liga dos Campeões – sai com eles também?).
Em qualquer caso, se as dispensas de Josué (que me custa algo a aceitar), Licá e Ab… se poderão compreender, as restantes levantam um enorme ponto de interrogação.
Se se confirmar a segunda das hipóteses acima assinaladas, só me pergunto o seguinte: quanto tempo falta para LopesTelles sentar Quaresma no banco e, aí, termos o caldo entornado com estoiro?
3 – Let the games begin
Todas as considerações supra são, em boa verdade, relativamente irrelevantes. O que interessa é ver a equipa a jogar, o estádio de novo cheio e a torcida com a equipa.
E é por isso que dou por mim muitas vezes a desejar o início dos jogos, a pensar no onze base e a antever as jogadas e os golos que festejarei no Dragão (e em todo o lado!).
Não estou nervoso, nem excitado – estou ansioso.
Pedro Ferreira de Sousa
Um offtopic a este bom post, que capta muito bem a essência do Portista (sobretudo o pessimismo).
ResponderEliminarAlguém sabe, ou pode confirmar, que o Porto voltou atrás na decisão da área jovem na Sul e passou-a para o Norte? (Antigo sector visitante).