15 agosto, 2014

COISAS DIFICEIS DE ENTENDER.

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Nos últimos dias os jornais acordaram para o estranho mundo das transferências nacionais. Tudo porque o FC Porto vendeu a percentagem que tinha de Mangala pela módica quantia de 30,5M €. Ora isto, como se sabe, faz mossa e causa inveja a muita gente.

Sucede que essa mesma gente vende o seu esteio defensivo, melhor central em Portugal para muitos críticos, finalista da Liga Europa e titular de um dos finalistas do Mundial pelo mesmo preço de Défour, jogador mal amado, suplente do FC Porto e suplente de uma equipa que se quedou pelos quartos-de-final desse mesmo Mundial.

Estranho, não é? Claro que de imediato surgiram indivíduos a criticar e a suspeitar da venda do jovem central francês. Basta ver as notícias AQUI e AQUI, mas certamente há muitas mais para mostrar. Apenas por uma questão de higiene, tentamos não maçar muito o leitor. Tudo muito preocupado, pois então. Aliás, um ex-jornalista conhecido da nossa praça e actualmente director de uma SAD com aparentes problemas financeiros, muito preocupado, veio ARGUMENTAR que esta é a estratégia seguida pelo FC Porto, que habitualmente “fica com uma pequena percentagem dos passes dos jogadores”.

Perante tais afirmações e, mais uma vez, pegando no caso Défour vs Garay, ambos vendidos por 6M € (ver AQUI e AQUI os comunicados à CMVM) convirá esclarecer e relembrar o seguinte:
  • O FC Porto era detentor de 56,65% do passe de Défour, enquanto que o clube rival detinha apenas 40% dos direitos desportivos do atleta argentino. Ora, que eu saiba, mesmo não sendo matemático, 56,65% é mais do que 40%;

  • O negócio Défour inclui ainda uma remuneração variável, que poderá acrescentar mais 500.000 € ao negócio. Assim sendo, mais uma vez voltando às matemáticas, 56,65% dos eventuais 6,5M € serão sempre bem mais do que 40% de 6M €.
Mas já vimos que as contas à moda de Lisboa serão diferentes das contas à moda do Porto. Ouço por exemplo dizer por aí à boca cheia que o FC Porto não aposta em atletas portugueses e está a gastar rios de dinheiro em jogadores no mercado espanhol. Logo em espanhóis, provenientes de equipas como o Barcelona e o Atlético de Madrid, que como se sabe jogam muito mal e raras vezes ganham alguma coisa. Tudo gente muito fraquinha e sem saber que a bola é redonda. Que é um exagero o dinheiro que se gasta, que o Mister Lopetegui fez uma lavagem cerebral a Pinto da Costa e que este, coitadinho, já meio senil, lhe faz as vontades todas.

Achei estranho e fiquei confuso, confesso. Anos e anos a ouvir nas business schools que nos devemos virar para Espanha, que o futuro está nas relações com nuestros hermanos, que o TGV Lisboa-Madrid era importantíssimo para o país não perder o “comboio europeu” e a “competitividade”, que devemos fomentar relações com empresas espanholas, que o castelhano se deve aprender nas escolas… e agora isto.

Depois, como sou um rapaz atento, li ISTO, ISTO, ISTO e ISTO e decidi meditar sobre o assunto. Não sei o que será mais caro, se contratar jogadores espanhóis para jogar ou se contratar três brasileiros e um português para logo de seguida os emprestar. Mas parece-me que a segunda opção não será muito bem vista como como decisão de gestão. Por isso, assisto entre o atónito, o impávido e o sereno, aos empréstimos de Djavan, Luís Felipe, Victor Andrade e Candeias contratados há pouco mais de um mês, ficando com pena dos jornalistas que todos os anos costumam fazer os habituais quadros com as entradas e saídas dos plantéis. Este ano, compor esse quadro pelas bandas de Carnide deve ser um exercício apenas ao alcance dos predestinados. Não compreendo, assim sendo, o CHORADINHO de que a uns se perdoa a dívida e a outros não. Pelos vistos, dinheiro é coisa que se pode deitar ao lixo para aqueles lados. Mas, em todo o caso, estará o Sr. Moniz a pedinchar alguma coisa ou terá sido apenas impressão minha?

Li também esta NOTÍCIA e fiquei mais uma vez confuso. Mas afinal não era este o clube visionário que apostava nas camadas jovens e que ia ter a espinha dorsal da Selecção Nacional? Então porque é que vendem de uma assentada as grandes estrelas do Seixal Cavaleiro, Cancelo e Bernardo ao tal fundo que já havia comprado André Gomes?

Bem, por hoje é tudo. Tanta confusão começa a cansar. E ainda para mais é Verão. Não puxem muito pela cabecinha, porque há coisas que são mesmo difíceis de entender. Vamos para a praia e guardemo-nos para Sexta: o dia do início do RESGATE.

VAMOS A ELES, CARAGO!! É COMER A RELVA!

Rodrigo de Almada Martins

2 comentários:

  1. Exactamente como penso.
    Vamos a eles.......

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  2. De facto é mesmo como diz.Não devemos puxar muito pelas nossas cabecinhas.Texto muito bem analisado.......como sempre.Parabéns.

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