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Julen Lopetegui não teve vida fácil no início do seu mandato à frente dos destinos do FC Porto. Mudava muito a equipa, não deixava criar rotinas, não tinha experiência a nível de clubes, não tinha estaleca para treinar o FC Porto, dizia-se. Jornais, televisões, rádios, blogs. Todos alinhavam pelo mesmo diapasão.
Ora, chegados perto do final do ano, o ponto de situação parece ser outro. A comunicação social vai-se calando, certos comentadores passaram a piar fininho, as coisas entram nos eixos e parece haver por aí muita gente com problemas de azia. Não que Lopetegui não tenha tido culpas – que teve – na forma como montou a equipa do FC Porto em determinados jogos, nomeadamente frente ao Estoril. No entanto, as notícias sobre a incapacidade de Lopetegui parecem hoje definitivamente exageradas.
Não é só pela fase de grupos na Champions imaculada e pelos consequentes milhões arrecadados. Não. É muito mais que isso. É sobretudo pelo trabalho invisível que vem sendo feito com determinados jogadores, com certos sectores, com a forma como a equipa se concentra e enfrenta as adversidades.
Há vários exemplos. Mas poderia citar apenas um: Danilo. É a todos os títulos notável o trabalho que Lopetegui vem desenvolvendo com o lateral direito titular da selecção brasileiro. Jogador confiante, goleador, daqueles que come quilómetros no vai-e-vem constante na lateral. Um atleta que não passa vergonha ao lado de Jorginho, Cafu, Maicon ou Daniel Alves, históricos laterais do escrete.
Quintero, claro, é outro. Precisa ainda de muita lapidação, mas é notório o seu crescimento. Está a tornar-se decisivo para o FC Porto e isso é mérito do treinador basco, que ninguém duvide. O colombiano tem muito a aprender, certamente, mas sabe-se que vai no bom caminho e é muito possível que termine a época a titular e a fazer magia como só ele sabe. Pés de ouro tem ele. Precisava apenas de alguém como Lopetegui a seu lado, um professor, um homem que gosta de ensinar. Tal como, por exemplo, Jesualdo Ferreira, que fez evoluir muitos jovens enquanto esteve na cidade Invicta.
Mas há mais. A forma como Indi e Oliver se adaptaram ao FC Porto tem que ter o dedo do Mister. Casemiro, também ele, passou de um oito adaptado a seis, cada vez mais sabe actuar defronte dos centrais e tem amadurecido o seu estilo de jogo. Está, como se diz, a fazer-se jogador.
Outro caso clamoroso é o do mexicano Herrera. O tal Herrera do México. Lopetegui usa esse jogador e não outro. Só que desta vez não equipa de verde, mas sim de azul e branco. Sorte a nossa podermos utilizar o Herrera do México no... FC Porto. Cortesia de Miguel Herrera ou de Julen Lopetegui? Decida o leitor.
Depois, há outros dados que nos parecem promissores. Ruben Neves tem sido protegido da crítica e dos assobios, sempre perigosos nesta idade. Vai ser titular do FC Porto a muito breve trecho, isso é sabido por todos os que acompanham o talento deste jogador. No entanto, é claro que, neste momento, Casemiro ou Herrera acrescentam mais à equipa. No entanto, é muito possível que continuemos a ver Ruben Neves a ir ganhando o seu espaço aos poucos na equipa. São 17 anos que precisam de ser respeitados e acarinhados. Lopetegui sabe que tem ali um médio world class.
Kelvin também parece ter encontrado o seu espaço de evolução, na B. É verdade que não teve ainda chances com Lopetegui mas a série contínua de jogos na equipa secundária está a dar-lhe constância e estaleca, coisa que precisa como de pão para a boca. É um erro deixar amortalhar Kelvin na equipa A quando nesta altura há um Brahimi, um Tello, um Quaresma, um Adrian, entre outros.
Aboubakar faz o seu ano de aprendizagem no Dragão. Aos poucos vai tendo o seu espaço, os seus minutos, lá vai facturando. Mas a aposta é claramente de longo prazo, numa lógica de sucessão de Jackson Martínez, pelo que não vale a pena apressar as coisas. O nosso basco sabe isso e já o deve ter explicado com clareza ao camaronês. Só assim se percebe que um jogador com o seu talento e categoria aceite ficar praticamente um ano a ver o seu concorrente directo jogar, a menos que surja algum contratempo ao ponta-de-lança titular do FC Porto.
Claro que há jogadores que ainda não explodiram com Lopetegui: Maicon, Alex Sandro e Adrian Lopez. Não que tenham estado particularmente mal, mas de facto são aqueles que ainda menos mostraram com Lopetegui. Mas a época é longa e muita água ainda há-de correr.
A crise, portanto, não mora no Dragão. Se mora em algum lado é certamente mais abaixo. Isso mesmo vai-se percebendo nas entrelinhas de quem lê os jornais desportivos. Um certo silêncio, um certo tremor, um certo receio que se nota na voz e na pena de certos comentadores. Há primeiros lugares que não convencem ninguém, nem mesmo os próprios detentores. E, assim sendo, pode ser que dentro de algumas semanas o FC Porto volte ao lugar que é seu. Com trabalho, com suor e com competência. Porque é assim que se trabalha com Lopetegui. Sem lugares cativos, com profissionalismo e rigor. Neste momento não há que enganar: Lopetegui tem unhas para o FC Porto. Agora é só meter a velocidade certa rumo aos títulos.
Um abraço natalício, mas de azul e branco!
Rodrigo de Almada Martins
Ora, chegados perto do final do ano, o ponto de situação parece ser outro. A comunicação social vai-se calando, certos comentadores passaram a piar fininho, as coisas entram nos eixos e parece haver por aí muita gente com problemas de azia. Não que Lopetegui não tenha tido culpas – que teve – na forma como montou a equipa do FC Porto em determinados jogos, nomeadamente frente ao Estoril. No entanto, as notícias sobre a incapacidade de Lopetegui parecem hoje definitivamente exageradas.
Não é só pela fase de grupos na Champions imaculada e pelos consequentes milhões arrecadados. Não. É muito mais que isso. É sobretudo pelo trabalho invisível que vem sendo feito com determinados jogadores, com certos sectores, com a forma como a equipa se concentra e enfrenta as adversidades.
Há vários exemplos. Mas poderia citar apenas um: Danilo. É a todos os títulos notável o trabalho que Lopetegui vem desenvolvendo com o lateral direito titular da selecção brasileiro. Jogador confiante, goleador, daqueles que come quilómetros no vai-e-vem constante na lateral. Um atleta que não passa vergonha ao lado de Jorginho, Cafu, Maicon ou Daniel Alves, históricos laterais do escrete.
Quintero, claro, é outro. Precisa ainda de muita lapidação, mas é notório o seu crescimento. Está a tornar-se decisivo para o FC Porto e isso é mérito do treinador basco, que ninguém duvide. O colombiano tem muito a aprender, certamente, mas sabe-se que vai no bom caminho e é muito possível que termine a época a titular e a fazer magia como só ele sabe. Pés de ouro tem ele. Precisava apenas de alguém como Lopetegui a seu lado, um professor, um homem que gosta de ensinar. Tal como, por exemplo, Jesualdo Ferreira, que fez evoluir muitos jovens enquanto esteve na cidade Invicta.
Mas há mais. A forma como Indi e Oliver se adaptaram ao FC Porto tem que ter o dedo do Mister. Casemiro, também ele, passou de um oito adaptado a seis, cada vez mais sabe actuar defronte dos centrais e tem amadurecido o seu estilo de jogo. Está, como se diz, a fazer-se jogador.
Outro caso clamoroso é o do mexicano Herrera. O tal Herrera do México. Lopetegui usa esse jogador e não outro. Só que desta vez não equipa de verde, mas sim de azul e branco. Sorte a nossa podermos utilizar o Herrera do México no... FC Porto. Cortesia de Miguel Herrera ou de Julen Lopetegui? Decida o leitor.
Depois, há outros dados que nos parecem promissores. Ruben Neves tem sido protegido da crítica e dos assobios, sempre perigosos nesta idade. Vai ser titular do FC Porto a muito breve trecho, isso é sabido por todos os que acompanham o talento deste jogador. No entanto, é claro que, neste momento, Casemiro ou Herrera acrescentam mais à equipa. No entanto, é muito possível que continuemos a ver Ruben Neves a ir ganhando o seu espaço aos poucos na equipa. São 17 anos que precisam de ser respeitados e acarinhados. Lopetegui sabe que tem ali um médio world class.
Kelvin também parece ter encontrado o seu espaço de evolução, na B. É verdade que não teve ainda chances com Lopetegui mas a série contínua de jogos na equipa secundária está a dar-lhe constância e estaleca, coisa que precisa como de pão para a boca. É um erro deixar amortalhar Kelvin na equipa A quando nesta altura há um Brahimi, um Tello, um Quaresma, um Adrian, entre outros.
Aboubakar faz o seu ano de aprendizagem no Dragão. Aos poucos vai tendo o seu espaço, os seus minutos, lá vai facturando. Mas a aposta é claramente de longo prazo, numa lógica de sucessão de Jackson Martínez, pelo que não vale a pena apressar as coisas. O nosso basco sabe isso e já o deve ter explicado com clareza ao camaronês. Só assim se percebe que um jogador com o seu talento e categoria aceite ficar praticamente um ano a ver o seu concorrente directo jogar, a menos que surja algum contratempo ao ponta-de-lança titular do FC Porto.
Claro que há jogadores que ainda não explodiram com Lopetegui: Maicon, Alex Sandro e Adrian Lopez. Não que tenham estado particularmente mal, mas de facto são aqueles que ainda menos mostraram com Lopetegui. Mas a época é longa e muita água ainda há-de correr.
A crise, portanto, não mora no Dragão. Se mora em algum lado é certamente mais abaixo. Isso mesmo vai-se percebendo nas entrelinhas de quem lê os jornais desportivos. Um certo silêncio, um certo tremor, um certo receio que se nota na voz e na pena de certos comentadores. Há primeiros lugares que não convencem ninguém, nem mesmo os próprios detentores. E, assim sendo, pode ser que dentro de algumas semanas o FC Porto volte ao lugar que é seu. Com trabalho, com suor e com competência. Porque é assim que se trabalha com Lopetegui. Sem lugares cativos, com profissionalismo e rigor. Neste momento não há que enganar: Lopetegui tem unhas para o FC Porto. Agora é só meter a velocidade certa rumo aos títulos.
Um abraço natalício, mas de azul e branco!
Rodrigo de Almada Martins
@ Rodrigo
ResponderEliminareste ano sinto que temos homem. já não me sentia assim desde Mourinho e salvaguardando as devidas distâncias.
para lá das evidências que pertinentemente apontas, há outra: o estabilizar da defesa.
por último, mais do que as críticas dos comentadores, aborrecem-me com um F bem maiúsculo as críticas injustas de algumas franjas portistas, ditas muito reflexivas.
abr@ço
Miguel | Tomo II