SÓ PARA QUEM OS TEM NO SÍTIO!

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Esta época é uma época especial.
Escolhemos um treinador estrangeiro, sem conhecimento do campeonato português, e sem experiência de trabalho diário com equipas de elite.
Trocamos mais de metade do plantel, escolhendo quase sempre estrangeiros e alguns emprestados.
Ficamos com um dos planteis mais jovens de que há memória na história centenária deste clube.
Tivemos que jogar uma pré-eliminatória para a Champions, forçando o aparecimento imediato de resultados importantes.
Viemos de uma época desastrosa, sem nível e classe, sem glória e vitórias à nossa dimensão, e com identidade perdida e a precisar de reciclagem.

Começamos bem e alcançamos o primeiro desígnio estratégico da época: o apuramento para a Champions. Nessa competição, demos excelente sequência na fase de grupos, tendo ficado apurados para os oitavos de final como um dos oito primeiros classificados.
Na taça de Portugal, caímos com estrondo na primeira eliminatória, ainda por cima em casa e perante um rival direto! Parece-me que serviu de alguma, apenas alguma, aprendizagem.
Já no campeonato, a competição por excelência onde temos que estar focados, começamos bem mas depois patinamos. A falta de maturidade competitiva, aliada a algum desconhecimento do nosso treinador sobre a especificidade na nossa Liga, penso terem sido as principais razões para tal.
A verdade, é que pese embora resultados como empatar em casa com o Boavista ou a derrota na Madeira, se unicamente tivéssemos empatado em casa contra um dos piores slb que me lembro, estaríamos apenas a 1 ponto desse adversário.

Mais do que desportivamente, as últimas semanas têm-nos trazido novidades ao nível do discurso, atitude e postura do nosso Mister. Parece que finalmente percebeu onde estamos e o que se passa em seu redor. Parece finalmente ter percebido o “ninho de vespas” onde está metido, onde dois acontecimentos iguais têm tratamentos diferentes consoante as cores das camisolas. Mas a culpa de só o ter percebido agora, não é dele! Ele não tem seguramente o poder da adivinhação, e qualquer pessoa de boa fé não lhe passa pela cabeça a dimensão do andor vermelho que reina em Portugal.
A culpa foi daqueles que o deviam ter alertado atempadamente, daqueles que em devido tempo o deviam ter vindo a terreiro defender e dar a cara, daqueles que no momento devido deveriam ter vindo por “a boca no trombone”: falo naturalmente da estrutura profissional do nosso clube, liderada pelo presidente Pinto da Costa, seguido de perto pelo CEO da SAD Antero Henrique, e por todo um departamento de comunicação que não se pode restringir a gerir o Porto Canal ou a escolher quem vai às conferências de imprensa.

Mas chegados a este ponto, chegados claramente ao momento das decisões e quando tudo vai acontecer, agora é só para quem tem tomates de homem, e para quem os tem no sítio e na devida dimensão.
Os erros cometidos e os pontos perdidos não mais podem ser recuperados. Mas a atitude, a honra e as vitórias, essas ainda estamos a tempo de as recuperar.
Somos tão bons ou melhores que os outros. Nada temos a temer em termos de dimensão ou qualidade... tenhamos nós homens para isso.

São 4 pontos que nos separam do topo, são 4 pontos que temos de recuperar. Quem achar que não é possível, é favor passar para a equipa B. Quem não acreditar é favor ficar em casa e não ir treinar. Mas atenção: não é acreditar, e esperar que isso naturalmente aconteça por obra e graça do espírito santo. Não, é lutar, trabalhar, “morrer” em campo se assim for preciso, é perceber que cada jogo é uma final, cada ponto perdido um enorme passo atrás.

Nos próximos 4 jogos muito se vai resolver. Se alcançarmos 12 pontos... preparem-se, seremos campeões! É uma premonição? Uma crença? Não, apenas uma convicção! Ganhar em casa ao Guimarães, ganhar no Bessa e depois em casa aos verdes, e terminar esse ciclo com uma vitória em Braga, criaria uma dinâmica de vitória e uma confiança que acredito seriam imparáveis. Ao mesmo tempo, a pressão e a desconfiança que criaríamos nos nossos adversários seria enorme... como bem vemos, eles são fraquinhos, sem estaleca e estofo de campeão, e se os apertarmos um pouco, puf, aquilo rebenta.

Portanto é agora! É agora ou nunca! É ir para cima deles como se não houvesse amanhã! É mostrar que ser Porto pode ser algo com que não se nasce, mas é algo que se aprende e estes jogadores já tiveram tempo de o aprender!

Um abraço, e até sexta no sítio do costume...