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Fica difícil falar do que foi esta época no FC Porto. É verdade que ainda não acabou, sim. Mas assumamos: só um cataclismo tiraria o título aos nossos rivais.
Não é só um campeonato que se perde. São duas épocas, dois penosos anos a não ganhar nada. Sim, porque no FC Porto ganhar uma Supertaça (com Paulo Fonseca) é o normal e mais que habitual e não pode servir de contagem para coisa nenhuma.
Um clube que se revela amorfo a cada dia e a cada ano que passa. Um clube que parece finalmente, passados anos e anos de inconformismo, habituado a não ganhar. Antigamente, havia respeito pelo FC Porto em qualquer campo onde este estivesse em território nacional. E se esse respeito fosse posto em causa quer por árbitros, quer por jogadores e adeptos adversários, lá estavam João Pinto, André, Jorge Costa, Baía, entre outros, para pôr a malta em sentido.
Não sei se foi a tal coisa da mística que se perdeu. Essa dimensão sobrenatural, intangível e enigmática. Para mim, a mística traduz-se também numa coisa: ganhar. E, deixando de se ganhar, lá se vai a mística. É como tudo no desporto.
O que se passa não é coisa nova, claro. Não há fórmulas mágicas. Antes de José Mourinho, o FC Porto estava há três anos sem ganhar: um campeonato perdido para o Boavista e outros dois para o Sporting. Mas agora as coisas são diferentes. Há uma cada vez mais clara bipolaridade no futebol português e o nosso rival tem ganho títulos, tem cimentado a sua estabilidade, tem cada vez mais força nos meandros do luso-futebol, tem, em suma, ganho poder e influência nas mais altas instâncias.
É verdade que nem tudo é mau. O FC Porto apresenta o melhor futebol em Portugal, conta com adeptos fiéis que acompanham a equipa, tem um treinador que abraçou a causa portista e que tem fome de vitórias, além de um modelo de negócio enraizado assente em formar jogadores e vendê-lo por quantias exorbitantes.
Não convém dramatizar o que não é de dramatizar. Nem tudo está mal, óbvio. E começar tudo do zero como já se ouve por aí dizer seria um erro. Tal como foi um erro mandar embora Vítor Pereira (não me canso de o dizer...) para ir atrás dos “amanhãs que cantam” e das fábulas miraculosas de descobrir novos mourinhos em Paços de Ferreira. Como se ganhar no FC Porto fosse como andar de bicicleta. Não é. Nem todos aqui são campeões, ao contrário do que se diz. Para se ganhar aqui um título não é preciso ser-se bom nem muito bom. É preciso ser-se excelente. É isso que falta perceber no adepto portista e, até, na estrutura azul e branca.
Lopetegui terá defeitos, certamente. Acabar aquele jogo em casa do rival a fazer tiki-taka na nossa linha defensiva, por exemplo, não lembra a ninguém. Entrar com Ruben Neves e Evandro no 11 e com Oliver numa ala não lembra a ninguém. Tudo isso é certo. Mas ninguém nos garante que o próximo será melhor ou que o próximo será o treinador que o FC Porto necessita para voltar aos títulos.
Eu sou por Lopetegui. Aponto-lhe erros, insuficiências nas abordagens de determinados jogos, falta de noção das exigências do clube em certos momentos, ausência de estratégia contra equipas demasiado fechadas, falta de ousadia aqui e ali. Mas para mim tem todas as condições de dar a volta por cima e erguer-se após este ano de desilusões. Quem diria que o rival, após aquele ajoelhar no nosso estádio, caminha agora a passos largos para um inédito bi-campeonato em mais de 30 anos?
A história vale o que vale, mas não garante títulos nem joga por nós. O momento Kelvin passou e há que aceitar que é preciso batalhar e treinar no duro para voltar a ser Campeão Nacional, que é o desígnio de qualquer portista. E também deve ser desígnio de qualquer portista e de qualquer SAD e Direcção que se preze defender o nosso clube contra os ataques extra-relvado de que tem sido alvo. E nesse aspecto digamos que Lopetegui navegou sozinho por mares tempestuosos. Eu sou por Lopetegui. Eu sou pelo FC Porto!
Rodrigo de Almada Martins
Não é só um campeonato que se perde. São duas épocas, dois penosos anos a não ganhar nada. Sim, porque no FC Porto ganhar uma Supertaça (com Paulo Fonseca) é o normal e mais que habitual e não pode servir de contagem para coisa nenhuma.
Um clube que se revela amorfo a cada dia e a cada ano que passa. Um clube que parece finalmente, passados anos e anos de inconformismo, habituado a não ganhar. Antigamente, havia respeito pelo FC Porto em qualquer campo onde este estivesse em território nacional. E se esse respeito fosse posto em causa quer por árbitros, quer por jogadores e adeptos adversários, lá estavam João Pinto, André, Jorge Costa, Baía, entre outros, para pôr a malta em sentido.
Não sei se foi a tal coisa da mística que se perdeu. Essa dimensão sobrenatural, intangível e enigmática. Para mim, a mística traduz-se também numa coisa: ganhar. E, deixando de se ganhar, lá se vai a mística. É como tudo no desporto.
O que se passa não é coisa nova, claro. Não há fórmulas mágicas. Antes de José Mourinho, o FC Porto estava há três anos sem ganhar: um campeonato perdido para o Boavista e outros dois para o Sporting. Mas agora as coisas são diferentes. Há uma cada vez mais clara bipolaridade no futebol português e o nosso rival tem ganho títulos, tem cimentado a sua estabilidade, tem cada vez mais força nos meandros do luso-futebol, tem, em suma, ganho poder e influência nas mais altas instâncias.
É verdade que nem tudo é mau. O FC Porto apresenta o melhor futebol em Portugal, conta com adeptos fiéis que acompanham a equipa, tem um treinador que abraçou a causa portista e que tem fome de vitórias, além de um modelo de negócio enraizado assente em formar jogadores e vendê-lo por quantias exorbitantes.
Não convém dramatizar o que não é de dramatizar. Nem tudo está mal, óbvio. E começar tudo do zero como já se ouve por aí dizer seria um erro. Tal como foi um erro mandar embora Vítor Pereira (não me canso de o dizer...) para ir atrás dos “amanhãs que cantam” e das fábulas miraculosas de descobrir novos mourinhos em Paços de Ferreira. Como se ganhar no FC Porto fosse como andar de bicicleta. Não é. Nem todos aqui são campeões, ao contrário do que se diz. Para se ganhar aqui um título não é preciso ser-se bom nem muito bom. É preciso ser-se excelente. É isso que falta perceber no adepto portista e, até, na estrutura azul e branca.
Lopetegui terá defeitos, certamente. Acabar aquele jogo em casa do rival a fazer tiki-taka na nossa linha defensiva, por exemplo, não lembra a ninguém. Entrar com Ruben Neves e Evandro no 11 e com Oliver numa ala não lembra a ninguém. Tudo isso é certo. Mas ninguém nos garante que o próximo será melhor ou que o próximo será o treinador que o FC Porto necessita para voltar aos títulos.
Eu sou por Lopetegui. Aponto-lhe erros, insuficiências nas abordagens de determinados jogos, falta de noção das exigências do clube em certos momentos, ausência de estratégia contra equipas demasiado fechadas, falta de ousadia aqui e ali. Mas para mim tem todas as condições de dar a volta por cima e erguer-se após este ano de desilusões. Quem diria que o rival, após aquele ajoelhar no nosso estádio, caminha agora a passos largos para um inédito bi-campeonato em mais de 30 anos?
A história vale o que vale, mas não garante títulos nem joga por nós. O momento Kelvin passou e há que aceitar que é preciso batalhar e treinar no duro para voltar a ser Campeão Nacional, que é o desígnio de qualquer portista. E também deve ser desígnio de qualquer portista e de qualquer SAD e Direcção que se preze defender o nosso clube contra os ataques extra-relvado de que tem sido alvo. E nesse aspecto digamos que Lopetegui navegou sozinho por mares tempestuosos. Eu sou por Lopetegui. Eu sou pelo FC Porto!
Rodrigo de Almada Martins
Concordo em absoluto! De todo o grupo/direçlão/equipa de futebol só o Treinador ousou falar e não se escondeu!
ResponderEliminarE convenhamos, tem mostrado bom trabalho; terá se equivocado ao escalar as equipas para a Luz e para Munique, mas a quem nunca aconteceu?
Exigir a cabeça do treinador é o mais fácil! Mas o que se viu a falta consistência na atitude competitiva dos nossos jogadores: um dia capazes de dar 100% e no outro nem 50% do que podiam. E a Direção parece muito enigmática...
Ancha
eu estou com Lopetegui
ResponderEliminarEu por o que leio em vários blogues portistas cheguei á conclusão que aqueles que defendem a continuidade deste treinador não comprenderam que os dirigentes apostaram muito forte para ganhar o campeonato, eles deram lhe todos os jogadores que ele pediu mas nunca pensaram que ele fosse tão imcompetente e isso viu se nos primeiros jogos do campeonato e acabamos o campeonato a jogar o mesmo futebol miserável como começamos e tenho a certeza que se ele ficar os outros dois anos, as alegrias vão ser poucas.Eu tambem sou pela estabilidade mas quando as pessoas são competentes.Eu não me interessa um treinador que dá espectaculo nas conferencias e no campo não ganha um jogo decisivo.
ResponderEliminarViva,
ResponderEliminarNão tenho competência para afirmar se Lopetegui é bom ou mau treinador, mas penso que é consensual afirmar que ganhou a eliminato'ria decisiva, vitorioso na ida e na volta, permitindo o acesso, por mérito pro'prio à Liga dos Campeões. O Lille não era uma equipa "fraquinha", como se pode ler na imprensa portuguesa, apenas o terceiro classificado dum campeonato que levou dois clubes aos quartos de final.
O percurso do Porto foi brilhante, sendo o u'nico clube que, nos quartos, não pertencia a uma das 5 Ligas mais ricas.
O presti'gio internacional do Porto, perdido em grande parte - aquando a eliminação, na fase de grupos, pelo Apoel - foi recuperado e com ele uma grande parte da mi'stica.
O resultado no esta'dio do benfica, so' por si, não foi negativo, ja' que ha' que ter em conta que o segundo lugar não esta' ainda assegurado.
Seria interessante saber quantos pontos o Porto fez relativamente aos anos passados, seria interessante saber o n° de faltas sofridas pelo Porto e o n° de faltas sofridas pelos outros clubes etc...
Esta época foi a primeira vez que escrevi um comenta'rio critico a propo'sito da arbitragem (jogo contra Guimarães)...
E Viva o Porto!
Nuno PortoMaravilha
O Porto não está longe de apresentar o melhor futebol em Portugal, os últimos três jogos são grandes exemplos disso, enquanto que o rival fez 9 golos, o Porto viu-se e desejou-se para marcar 4, contra adversários do mesmo nível..
ResponderEliminarObviamente concordo em absoluto com o seu olhar perante o treinador,o Porto,a administração.....Enfim realmente este homem deu a cara..navegou muito só.
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