01 junho, 2015

ANÁLISE À ÉPOCA – OBJECTIVOS, SAD E TREINADOR.

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Como habitual no final de cada época, deixo-vos a minha opinião sobre os objetivos e o desempenho dos responsáveis técnicos e SAD. Como sempre, independentemente de gostar mais do treinador A ou B, de considerar melhor o jogador C ou D, as minhas análises que sempre faço neste blog tentam nortear-se por uma análise fria, racional, séria e isenta. Em variadíssimos sítios tenho lido/ouvido análises à época do FC Porto, umas com falta de seriedade, outras recheadas de imundice (principalmente dos atrasados mentais anti-Portistas do costume) e outras cheias de preconceitos e gostos/ódios pessoais. É tão estúpido e inútil analisar-se a época batendo cegamente em Lopetegui e em tudo o que aconteceu só porque simplesmente não “se vai com a cara do basco”, como é também completamente inútil esquecer os erros e incompetência própria que ocorreram nesta época só porque “se vai com a cara do basco”. Analisar bem o porquê de se ter fracassado é o primeiro passo para na próxima época não se repetirem os mesmos erros.

Com o máximo esforço de racionalidade e seriedade, assim foi (do meu ponto de vista, claro!) a época do FC Porto:

CAMPEONATO NACIONAL – A perda de um campeonato explica-se, sempre, por diversos fatores que juntos ajudam a explicar a classificação de uma equipa numa competição de regularidade onde todos jogam contra todos numa longa maratona. O FC Porto perdeu um campeonato de 34 jornadas por apenas 3 pontos, não por 13 pontos (como perdeu o ano passado), nem ficando a grande distância da liderança num 3º lugar que nem daria acesso direto à Champions como em 2009/2010 ou 2001/2002. Foi por isso provavelmente dos campeonatos que mais me custou perder porque fiquei com a clara sensação de que se tivéssemos sido um pouco mais competentes teríamos chegado lá, dada a reduzida distancia, que ainda poderia ter sido inferior (1 ponto apenas) se a equipa tivesse tido vergonha na cara na penúltima jornada no restelo. Não é correto analisar-se porém todo o campeonato sob o ponto de vista dos últimos 3 ou 4 jogos que foram fraquíssimos, porque é minha convicção os jogadores perceberam que iriam perder o título quando não ganharam no galinheiro, não tendo capacidade para acreditar até ao fim. A verdade é que tivemos bons momentos no campeonato, jogamos futebol de qualidade, com um modelo bem definido, percebendo-se uma ideia de jogo implementada por Lopetegui. Ainda assim, a verdade é que 82 pontos não chegaram, e em minha opinião os fatores chave foram:
  1. Uma das minhas grandes teimas quando discuto futebol com alguém é a forma como julgo se perdem a maioria dos campeonatos: perdem-se nos jogos com as equipas mais fracas e muitas vezes em casa. Ou seja, julgo que o campeão acaba por ser aquele que perde menos pontos com equipas que não os 5 primeiros classificados. Por exemplo, o campeonato do Kelvin só o ganhamos porque uma semana antes o slb perdeu 2 pontos em casa com o Estoril, caso contrário o Kelvin poderia ter marcado 5 golos naquele jogo que de nada nos valeria. Na minha opinião, há 2 jogos que ajudaram muito a que nos distanciássemos da liderança, dois jogos com equipas fraquíssimas que estiveram todo o campeonato na parte baixa da classificação e 2 jogos onde o treinador errou e errou muito: falo de empate a 2 no Estoril e empate em casa com boavista. Dois jogos onde não se poderia ter perdido pontos. Em campeonatos como este, onde o rival aproveita tudo o que pode, não há margem para empates com equipas medíocres como o boavista e nós não conseguimos vencer em nossa casa uma equipa constituída por grande parte de jogadores que jogavam no campeonato nacional de seniores no ano transato, o que para mim é completamente inadmissível. É sobretudo por pormenores destes que se perdem campeonatos;

  2. Para além dos 4 pontos que nunca se poderiam ter perdido com estoril e boavista, julgo que o outro momento chave que levou à perda deste campeonato foi o jogo na choupana. O nosso rival perdeu em Vila do Conde contra todas as expetativas e o FC Porto não foi capaz de vencer na Choupana, o que lhe teria permitido ficar a 1 ponto da liderança e depender de uma vitória no galinheiro por 1 golo. A equipa não foi capaz de aguentar a vantagem que conseguiu perto do intervalo, deixando-se empatar, perdendo 2 pontos e dando ao rival direto um enorme suspiro de alívio porque a liderança poderia ter ficado por um fio (a tal pressão que o FC Porto de VP tão bem soube fazer em 2 anos e que tantos frutos deu!).

  3. É verdade que se fossemos apenas um pouco mais competentes teríamos chegado ao título, mesmo com “tudo aquilo que aconteceu”. E o que foi “tudo aquilo que aconteceu”?! “Tudo aquilo que aconteceu” foram situações facilmente comprováveis por qualquer vídeo no youtube, tão evidentes que foram que nem podem ser alvo de discussão… O golo mal anulado a Brahimi em Guimarães, num jogo em que o mesmo Brahimi é puxado por um defesa na área o que daria penaltie e expulsão (como Maicon e Fabiano foram em 2 jogos no Dragão ainda na 1ª parte)… O penaltie não marcado em alvalade quando um defesa adversário jogou andebol na área… O golo inacreditavelmente mal anulado a Marco Matias que na Choupana dava o empate a poucos minutos do fim ao Nacional contra *** (adivinhem contra quem?!?!)… O golo em fora-de-jogo que deu uma vitória magra frente ao gil vicente adivinhem em que estádio?!?! E mais outras coisas que para não vos maçar e por razoes de espaço não vou referir.
CHAMPIONS LEAGUE – É preciso ser-se sério para analisar a participação do FC Porto na CL, e eu tenho visto por aí demasiada filha da putice na análise ao que o FC Porto fez na CL deste ano. Compreendo que pelo facto de tanto scp como slb raramente passarem a fase de grupos, bem ao contrário da forma frequente com que o FC Porto o faz, levante muita azia por aquilo que o FC Porto faz nesta competição. É óbvio que o desempenho do FC Porto nesta competição foi positivo. Chegar aos oito melhores da Europa com o consequente encaixe financeiro que daí advém é obviamente muito bom. A forma competente como o FC Porto limpou o seu grupo e o Basileia (que passou num grupo com Real Madrid e Liverpool!) nos oitavos não merece contestação. Quanto à eliminatória com o Bayern, fica para a história um jogo épico no Dragão onde batemos uma das 3 melhores equipas do mundo e 25 minutos em munique terríveis. O saldo final foi uma derrota em 180 minutos por 3 golos de diferença, onde marcámos 4 golos ao campeão alemão. Uma nota final para quem refere a “fraqueza” dos adversários do FC Porto este ano… Lembro-me da eliminação pelo Málaga há 2 anos, da eliminação num grupo com Rangers e Artmedia (em 05/06), da eliminação num grupo com Apoel e o Shakthar (11/12), da eliminação num grupo com Aalborg, Nantes e Panathinaikos (95/96)… Tudo épocas em que fomos eliminados por equipas de qualidade similar às que defrontámos este ano. Mas claro está, quando somos incompetentes é porque somos, quando somos competentes ou é o árbitro ou é a fraqueza dos adversários…

TAÇA DE PORTUGAL – Eliminação na 1ª eliminatória frente ao scp num jogo que fomos muito incompetentes, onde o treinador errou e muito. Sendo a 2ª competição nacional mais importante e porque um grande clube como o FC Porto vive de títulos, uma vez que não a ganhamos há 4 anos já era tempo de, se não causar grande incómodo, encararmos a taça como uma competição em que prioritariamente temos de vencer. O jogo do campeonato contra o mesmo scp demonstrou que tínhamos mais que capacidade para no nosso terreno vencer uma equipa bem inferior em termos de qualidade de plantel. Ganhar a taça não salvava nada mas dava uma alegria aos adeptos. Mas por essa altura, os jogadores devem estar muito mais preocupados em escolher a melhor praia das Caraíbas para se irem banhar do que no facto de terem dado ZERO alegrias aos adeptos numa época em que apoio não faltou, mesmo nas alturas mais difíceis (derrota em munique por exemplo). Ou se começa a encarar as competições com seriedade, lutando até à ultima gota de suor ou então iremos continuar a ficar de mãos a abanar no que a conquistas de títulos diz respeito.

TAÇA SENHOR LUCILIO BATISTA (s.l.b.) – Tenho dificuldades em descrever aquilo que a equipa fez nos barreiros na meia-final desta competição. Se calhar é melhor de uma vez por todas jogar com maioria de jogadores da equipa b e assumir uma eliminação na fase de grupos para depois não se verem fretes como o que se viu nos barreiros, seguramente um estádio mais acessível que San Mamés, Braga, luz ou alvalade, estádios onde não perdemos da forma como o fizemos duas vezes nos barreiros este ano.

JULEN LOPETEGUI – A análise a Lopetegui tem de enquadrar-se no contexto de um projeto em que a SAD apostou e que teve desde o início vertentes bem definidas, nomeadamente a valorização de jovens jogadores. Lopetegui teve coisas boas mas também errou e demorou a perceber onde estava. Se é certo que implementou um modelo de jogo definido e colocou o FC Porto a jogar futebol com pés e cabeça (com a exceção do pós-galinheiro, onde a equipa praticamente cumpriu calendário apenas!), também é verdade que errou em jogos onde não o poderia ter feito, nomeadamente, jogo com o boavista onde rodou mais de meia-equipa num jogo em que o relvado estava uma piscina e estoril onde alterou sistema tático sem razão que o justificasse. Mas também é verdade que foi dos poucos a remar contra a maré, dizendo verdades incómodas para a generalidade da comunicação social anti-Portista. Para o ano tem de melhorar no que errou nesta e preocupar-se única e exclusivamente com a parte técnica do jogo, estudo de adversários, melhores opções e estratégias para cada jogo em cada competição. Não pode perder-se em discussões de baixo nível com labregos como o treinador do rival ou atrasados mentais como a amostra de ser humano do vice-presidente que foi ministro. Tem de preocupar-se com o que interessa e esquecer toda esta gente que é apenas m**** que não interessa a ninguém de tão imundos que são. Tem de haver focalização total no que é o trabalho técnico como treinador, o resto apenas fazer como quando se vê um cagalhão no passeio: tapar o nariz, desviar-se e seguir o seu caminho.

SAD – Ao nível dos jogadores, deu todas as condições para que o treinador pudesse fazer o seu trabalho da melhor forma possível. Ao nível comunicacional devia ter começado a falar mais cedo, não apenas quando tudo já estava perdido. Há que trabalhar muito para preparar a próxima época da melhor forma possível. Que ponham as mãos à obra que é para isso que são pagos.

ANÁLISE FINAL – É impossível não colocar ênfase num fator que me parece fundamental: a falta de mística da maioria dos jogadores. Urge que rapidamente se recupere o FC Porto combativo e inteligente que sempre nos habituou a todos os níveis, comunicacional, dentro de campo e no banco de suplentes. Mas a verdade é também uma: o mesmo Presidente e a mesma SAD que nos últimos 2 anos nada ganharam foram os mesmos que nos outros anos anteriores nos levaram a imenso sucesso interno e externo. Eu acredito na competência do Presidente e na SAD, por menos politicamente correto que isto possa ser nesta altura. Acredito que Pinto da Costa sabe como dar a volta a isto, que Lopetegui vai aprender com os erros e que os jogadores vão ter um pingo de vergonha para entrar com toda a força na próxima época, dando alegrias a adeptos que sempre apoiaram a equipa na época 14/15, muito mais até que nos dois anos de VP. É preciso refletir de forma inteligente, diagnosticar com precisão e agir com eficiência.

3 comentários:

  1. O pinto da Costa tem todo o mérito por tudo o que fez por este clube, mas nada é eterno, temos que virar a pagina, è preciso meter sangue novo neste grande clube, este Porto precisa de uma renovação a todos os níveis !!!!

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