UMA LUZ AO FUNDO DO TUNEL.

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Ainda no rescaldo da saborosa vitória contra o nosso eterno rival, e na antecâmara de um compromisso de dificuldade superior ao da passada sexta-feira, gostaria de abordar dois pontos que me parecem pertinentes.

Se estivéssemos num filme dos "Senhores dos Anéis", Peseiro seria certamente o Frodo. Não pelo tamanho que calça, o qual desconheço, mas sim pelas quase nulas expectativas com que a nação portista recebeu o seu nome, ao que eu me incluo, para levar a bom porto as nossas esperanças.

Contudo, tal como o nosso herói do cinema, Peseiro com coragem e tenacidade, tem sabido ultrapassar quase incólume, os épicos desafios que lhe têm aparecido no seu caminho. E não foram poucos neste primeiro mês de dragão ao peito.

A lembrar:

1. Quando chegou cá, não tinha uma equipa. Tinha uma amálgama de 20 e tal jogadores perdidos, depois de 12 dias à deriva, enquanto as competições decorriam;


2. Teve de implementar novos conceitos de jogo, com ZERO tempo ao seu dispor, e sem margem de erro para testes ou experimentalismos;


3. Contrariados, desmotivados, ou lá porque razão fosse, no mercado de inverno ficou sem 5 jogadores, obtendo 3 reforços dignos de uma equipa da metade inferior da tabela;


4. Saboreou o que é ser roubado, e bem roubado (Marítimo e Arouca);


5. Como cereja no topo do bolo, assistiu estupefacto à triste cena de ver o seu capitão de equipa a abandoná-la em pleno jogo, quando ela mais precisava de um líder.

Resumindo, um mês calmo.

Com todas estas contrariedades, Peseiro podia-se refugiar nelas. Seria o mais fácil e seguro, sabendo as costas largas que tem o seu antecessor.

Contudo, não negando as dificuldades com que deparou (e depara), Peseiro tem feito delas combustível para a ambição de ganhar. Abraçando-as, Peseiro tem conseguido encontrar soluções que poucos ousariam avançar. Caindo, Peseiro tem tido a elasticidade de se levantar mais forte, e com ele a equipa.

Aconteça o que acontecer até ao final da época, Peseiro merece todo o nosso apreço. Porquê?
É exclusivamente devido a ele, que o coração azul e branco ainda bate.

Para além da vitória na Luz, neste fim de semana tivemos também uma breve entrevista do Presidente ao jornal "O Jogo", num estilo atacante a fazer lembrar outros tempos.

Fazemos votos que esta aparição seja genuína e para repetir, e não apenas charme eleitoralista.