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Lembro-me da esmagadora maioria dos adeptos portistas criticarem (crucificarem?) Lopetegui pelo tédio que era ver os jogos do FC Porto, na sua versão 2015/16. Tantas vezes repetida, decerto esta lamúria chegou aos ouvidos de alguma estrela cadente que, ciosa da sua fama, acedeu aos desejos de muitos portistas, transformando os jogos da equipa azul e branca em verdadeiras montanhas russas de emoção.
A comprovar esta alegação, olhemos para os resultados da última dezena de jogos:
Ou seja, desde que Peseiro assumiu a equipa, e exceptuando Gil Vicente e Estoril, todos os jogos, quer com desfecho positivo ou negativo, foram com o credo na mão e emoções a rodos.
De Lopetegui não vou enumerar os jogos todos, mas os números do treinador basco, até à sua saída são:
26 jogos, 17 vitórias (65%), 4 derrotas (15%), 5 empates (20%). 46 golos marcados (1,8), 21 golos sofridos (0,8)
Das 17 vitórias de Lopetegui, apenas com Tondela e Nacional, tivemos que rezar aos santinhos para o jogo terminar. Como referido anteriormente, na maioria das restantes partidas, um bocejo.
Pelo meio, Rui Barros dirigiu a equipa em 4 jogos, com um total de 2 vitórias (Boavista) e 2 derrotas (Famalicão e Guimarães), com 6 golos marcados e 2 sofridos.
Ao contrário do que possam estar a cogitar, esta breve análise estatística não tem qualquer intuito de criticar José Peseiro.
Paradoxalmente, como o afirmei na minha crónica anterior, estou bastante satisfeito com o trabalho do Coruchense. Até ao momento, o único apontamento que lhe tenho a fazer, será a abordagem deficiente ao jogo caseiro com o Dortmund, no qual seria exigível um grau de empenho e motivação muito maior, mesmo que fosse apenas pela vitória no jogo.
Da análise estatística, e para surpresa de muitos, verificamos que Lopetegui é melhor em todos os aspectos. No entanto, em defesa de Peseiro, há que salientar o grau de dificuldade extremo da sua tarefa desde que chegou. Numa primeira fase, pelos índices glaciares da confiança dos jogadores, posteriormente pela praga de lesões e castigos que nos assolaram, bem como os hara-kiris da própria direcção.
O estilo de jogo dos 2 treinadores não poderia ser mais díspar. Lopetegui privilegiava o rigor do posicionamento e a segurança no passe, com extremos mais rígidos nas alas e um meio campo mais distante do avançado. Peseiro dá mais liberdade aos criativos, permitindo que estes procurem o jogo interior, dando o corredor para os laterais, bem como a subida do meio campo, aproximando-o do avançado, possibilitando assim um maior número de elementos em zonas de finalização.
Curiosamente, a atitude dos nossos adversários modificou-se abruptamente com a mudança de treinador. Se com Lopetegui a táctica adoptada por todos, inclusive com Braga ou slb, era a do autocarro, onde Casillas era invariavelmente um espectador, com Peseiro até os adversários mais humildes como Arouca ou Moreirense conseguem criar diversas oportunidades de golo, sendo o guardião espanhol presentemente muito elogiado, tantas são as vezes em que é posto à prova. Em sentido inverso, tal aparente abertura, apesar de proporcionar um jogo mais partido e com mais situações de perigo, não se tem traduzido em mais golos, onde apenas pelas referidas duas vezes (Estoril e Gil Vicente) conseguimos mais de um golo de vantagem.
Nesta onda comparativa, chego finalmente àquelas que me parecem mais pertinentes:
Em entrevista recente ao Porto Canal, só faltou ao Presidente atribuir culpas a Lopetegui por qualquer eventual problema na canalização ou fissuras no Estádio do Dragão. Pinto da Costa foi igualmente lesto a varrer responsabilidades da construção do plantel 2015/16 para os ombros do espanhol, com o Ferrari Imbula à cabeça, quando na verdade, o pretendido do basco, que se conheça, sempre foi o mais económico e utilitário Sérgio Darder. Contudo, se dúvidas havia quanto à responsabilidade e incompetência da SAD na elaboração do plantel, elas ficaram desfeitas neste mercado de Inverno de 2016, já sem bodes expiatórios a quem recorrer. Não só ao não precaveram o reforço do nosso sector mais debilitado - lembro que mesmo antes do caso Maicon, já só tínhamos 3 defesas centrais no plantel, e alternativas nulas nas laterais - como nas contrações incompreensíveis de Marega e José Sá ao Maritimo. Um por falta de qualidade nítida para uma equipa como o FC Porto, outro para engrossar a posição com mais jogadores no universo azul e branco.
Mais surpreendente ainda, Pinto da Costa tem aparecido mais nas últimas 2 ou 3 semanas, a defender o clube contra terceiros, do que possivelmente nos 2 ou 3 anos anteriores. Estas aparições do Presidente até já despertaram os cães de guarda nas redações da capital, com o Correio da Manhã na liderança da matilha.
Como seria igualmente de esperar, o nível de gatunagem contra o nosso emblema tem decrescido desde as críticas ao árbitro Rui Costa, ao ponto milagroso de termos tido um 2º penalty assinalado a nosso favor neste campeonato, no jogo contra o Moreirense.
A questão que coloco após estas comparações todas, é a de que não seríamos porventura mais fortes se remássemos todos para o mesmo lado?
Como pretendi provar com os números acima, Lopetegui e Peseiro apesar de formas muito diferentes de ser e de se apresentarem em campo, são muito semelhantes nos resultados obtidos.
Um mais vistoso, outro mais sonolento, mas no fim ambos iguais nos seus objectivos.
Um foco de atração de ódios, outro com áurea de milagreiro, mas ambos a procurarem empurrar o FC Porto para as vitórias.
A um faltou-lhe o apoio institucional contra os próprios e terceiros, a outro falta-lhe terceiros para ter uma equipa.
Ambos não tiveram, nem têm, o que necessitam.
Um universo PORTO unido e vencedor, com todos a empurrarem para o mesmo lado.
Na próxima 6a estarei a torcer pelo empate lisboeta. Sábado temos o jogo mais importante da época até ao momento. Sejamos competentes e acreditarei que ainda é possível o título.
Não tenhamos nós um milagreiro no banco.
A comprovar esta alegação, olhemos para os resultados da última dezena de jogos:
- FCP - Marítimo: 1 - 0
Feirense - FCP: 2 - 0
Estoril - FCP: 1 - 3
Gil Vicente - FCP: 0 - 3
FCP - Arouca: 1 - 2
slb - FCP: 1 - 2
B. Dortmund - FCP: 2 - 0
FCP - Moreirense: 3 - 2
FCP - B. Dortmund: 0 - 1
Belenenses - FCP: 1 - 2
Ou seja, desde que Peseiro assumiu a equipa, e exceptuando Gil Vicente e Estoril, todos os jogos, quer com desfecho positivo ou negativo, foram com o credo na mão e emoções a rodos.
De Lopetegui não vou enumerar os jogos todos, mas os números do treinador basco, até à sua saída são:
26 jogos, 17 vitórias (65%), 4 derrotas (15%), 5 empates (20%). 46 golos marcados (1,8), 21 golos sofridos (0,8)
Das 17 vitórias de Lopetegui, apenas com Tondela e Nacional, tivemos que rezar aos santinhos para o jogo terminar. Como referido anteriormente, na maioria das restantes partidas, um bocejo.
Pelo meio, Rui Barros dirigiu a equipa em 4 jogos, com um total de 2 vitórias (Boavista) e 2 derrotas (Famalicão e Guimarães), com 6 golos marcados e 2 sofridos.
Ao contrário do que possam estar a cogitar, esta breve análise estatística não tem qualquer intuito de criticar José Peseiro.
Paradoxalmente, como o afirmei na minha crónica anterior, estou bastante satisfeito com o trabalho do Coruchense. Até ao momento, o único apontamento que lhe tenho a fazer, será a abordagem deficiente ao jogo caseiro com o Dortmund, no qual seria exigível um grau de empenho e motivação muito maior, mesmo que fosse apenas pela vitória no jogo.
Da análise estatística, e para surpresa de muitos, verificamos que Lopetegui é melhor em todos os aspectos. No entanto, em defesa de Peseiro, há que salientar o grau de dificuldade extremo da sua tarefa desde que chegou. Numa primeira fase, pelos índices glaciares da confiança dos jogadores, posteriormente pela praga de lesões e castigos que nos assolaram, bem como os hara-kiris da própria direcção.
O estilo de jogo dos 2 treinadores não poderia ser mais díspar. Lopetegui privilegiava o rigor do posicionamento e a segurança no passe, com extremos mais rígidos nas alas e um meio campo mais distante do avançado. Peseiro dá mais liberdade aos criativos, permitindo que estes procurem o jogo interior, dando o corredor para os laterais, bem como a subida do meio campo, aproximando-o do avançado, possibilitando assim um maior número de elementos em zonas de finalização.
Curiosamente, a atitude dos nossos adversários modificou-se abruptamente com a mudança de treinador. Se com Lopetegui a táctica adoptada por todos, inclusive com Braga ou slb, era a do autocarro, onde Casillas era invariavelmente um espectador, com Peseiro até os adversários mais humildes como Arouca ou Moreirense conseguem criar diversas oportunidades de golo, sendo o guardião espanhol presentemente muito elogiado, tantas são as vezes em que é posto à prova. Em sentido inverso, tal aparente abertura, apesar de proporcionar um jogo mais partido e com mais situações de perigo, não se tem traduzido em mais golos, onde apenas pelas referidas duas vezes (Estoril e Gil Vicente) conseguimos mais de um golo de vantagem.
Nesta onda comparativa, chego finalmente àquelas que me parecem mais pertinentes:
Em entrevista recente ao Porto Canal, só faltou ao Presidente atribuir culpas a Lopetegui por qualquer eventual problema na canalização ou fissuras no Estádio do Dragão. Pinto da Costa foi igualmente lesto a varrer responsabilidades da construção do plantel 2015/16 para os ombros do espanhol, com o Ferrari Imbula à cabeça, quando na verdade, o pretendido do basco, que se conheça, sempre foi o mais económico e utilitário Sérgio Darder. Contudo, se dúvidas havia quanto à responsabilidade e incompetência da SAD na elaboração do plantel, elas ficaram desfeitas neste mercado de Inverno de 2016, já sem bodes expiatórios a quem recorrer. Não só ao não precaveram o reforço do nosso sector mais debilitado - lembro que mesmo antes do caso Maicon, já só tínhamos 3 defesas centrais no plantel, e alternativas nulas nas laterais - como nas contrações incompreensíveis de Marega e José Sá ao Maritimo. Um por falta de qualidade nítida para uma equipa como o FC Porto, outro para engrossar a posição com mais jogadores no universo azul e branco.
Mais surpreendente ainda, Pinto da Costa tem aparecido mais nas últimas 2 ou 3 semanas, a defender o clube contra terceiros, do que possivelmente nos 2 ou 3 anos anteriores. Estas aparições do Presidente até já despertaram os cães de guarda nas redações da capital, com o Correio da Manhã na liderança da matilha.
Como seria igualmente de esperar, o nível de gatunagem contra o nosso emblema tem decrescido desde as críticas ao árbitro Rui Costa, ao ponto milagroso de termos tido um 2º penalty assinalado a nosso favor neste campeonato, no jogo contra o Moreirense.
A questão que coloco após estas comparações todas, é a de que não seríamos porventura mais fortes se remássemos todos para o mesmo lado?
Como pretendi provar com os números acima, Lopetegui e Peseiro apesar de formas muito diferentes de ser e de se apresentarem em campo, são muito semelhantes nos resultados obtidos.
Um mais vistoso, outro mais sonolento, mas no fim ambos iguais nos seus objectivos.
Um foco de atração de ódios, outro com áurea de milagreiro, mas ambos a procurarem empurrar o FC Porto para as vitórias.
A um faltou-lhe o apoio institucional contra os próprios e terceiros, a outro falta-lhe terceiros para ter uma equipa.
Ambos não tiveram, nem têm, o que necessitam.
Um universo PORTO unido e vencedor, com todos a empurrarem para o mesmo lado.
Na próxima 6a estarei a torcer pelo empate lisboeta. Sábado temos o jogo mais importante da época até ao momento. Sejamos competentes e acreditarei que ainda é possível o título.
Não tenhamos nós um milagreiro no banco.
A verdade e que com Lopetegui,o campeonato ja estava perdido.
ResponderEliminarNão Soledade, essa não é a verdade, muito pelo contrário!
ResponderEliminarA verdade está nos FACTOS enumerados no post pelo Hugo Mota, com Lopetegui havia maior percentagem de vitórias, menor percentagem de derrotas, assim como uma média de golos marcados superior e outra inferior nos golos sofridos.
O resto não é verdade, é pura especulação!
Outra verdade é que quando despediram Lopetegui, o Porto estava a 4 pontos do primeiro lugar, e que desde então o primeiro classificado perdeu 6 pontos, estando neste momento o Porto à mesma distância de 4 pontos (e nas contas acima não entram os 3 pontos perdidos antes de Peseiro, mas já sem Lopetegui, em Guimarães)...
Outra especulação é eu dizer que com o Lopetegui, neste momento, estariamos novamente em primero lugar!
Cada um pode especular como quiser, mas os factos são imutáveis...
Parabéns pelo texto, Hugo. Mais uma vez muito interessante, importante e impertinentemente pertinente.
ResponderEliminarComo é possível ainda haver quem defenda Lopetegui? Mas com ele alguma vez ganhavamos ao Benfica e ao Estoril? Essas comparações de números são irreais pois as circunstancias não são as mesmas.
ResponderEliminarCara Soledade, essa suposição é o que você e a maioria dos adeptos portistas foram induzidos a pensar.
ResponderEliminarSe tem dúvidas das diferenças de actuação da SAD, dou-lhe apenas um exemplo entre muitos: as distintas intervenções da SAD entre o jogo FCP vs Rio Ave, o último de Lopetegui, e o FCP vs Arouca, a única derrota portista para o campeonato no Dragão.
Sabe qual o elo comum? O árbitro Rui Costa.
Como decerto se recordará, após o fora de jogo mal assinalado contra o Arouca, e consequente derrota, Dragões Diário, e posteriormente o próprio presidente, vieram-se insurgir publicamente contra o árbitro Rui Costa. Até aqui estamos todos de acordo.
O que já me custa mais engolir, é porque no último jogo de Lopetegui contra o Rio Ave, onde o mesmissimo árbitro Rui Costa nos roubou uma penalidade clara a nosso favor, com interferência directa no resultado e classificação, presidente e dragões diário calaram-se como ratos nas críticas ao árbitro, apenas porque deu jeito para culpar o treinador.
Que se saiba, as tais ligações familiares que se avançaram, eram as mesmas para os 2 jogos. Porquê o silêncio? Porquê o silêncio da SAD durante toda a época 2014/15, conivente com a vergonha vermelha que se verificou na primeira metade da liga?
Lopetegui tem virtudes e defeitos.
Peseiro tem virtudes e defeitos.
A grande diferença, é que um sempre batalhou sozinho contra tudo e contra todos, enquanto outro tem vindo gradualmente a ser protegido pela direcção, não porque esta adore ou seja fanática por Peseiro, mas sim porque esta tem a perfeita noção que os tempos mudaram. Uma cada vez maior franja de sócios e adeptos começa a apontar o dedo à direcção do FCP pelas recentes asneiras desportivas e de gestão. A melhor forma de perpetuar o poder é fazer inimigos, ir para a guerra.
Homem experiente nestas andanças, não será à toa que o Presidente se tem mostrado mais incisivo ultimamente. Infelizmente, parece-me que o xadrez do poder está mais ligado a este fenómemo, do que propriamente a luta por objectivos desportivos.
Caro Francisco, com Lopetegui vencemos o benfica.
ResponderEliminarAs comparações não são irreais, são factuais.
Quanto a "Ses", o mundo do futebol está cheio.
Entrando por esse campo, também posso-lhe dizer que SE o Presidente e SAD do FC Porto fizessem o que lhes competia na defesa do clube, e tivessem denunciado e lutado contra a escandaleira na arbitragem que foi a primeira volta do campeonato passado, tinhamos sido campeões com facilidade.
Contudo, como já o afirmei por diversas vezes, o meu treinador é Peseiro.