30 março, 2016

ESTA EQUIPA NÃO É PARA VELHOS.

http://bibo-porto-carago.blogspot.pt/

Aproveitando a boleia do último artigo do meu colega de blog RCBC, a ideia de que temos um plantel de toscos e marretas, é quase um dado adquirido no universo portista. Como tal, pudesse o comum adepto ter o condão de gerir o plantel como lhe aprouvesse, em Junho próximo teríamos o balneário do Dragão a brilhar de forma mais cintilante do que as tijoleiras nos anúncios da TV.

Arrisco-me a dizer que provavelmente só Helton, Ruben Neves, André André, Danilo, Layun e talvez Maxi escapariam incólumes aos piaçabas da vassoura. Quanto aos restantes, uns mais unânimes, outros nem tanto, teriam porta aberta para outros destinos, segundo o senso de justiça popular.

Como se tem visto em tempos recentes, este caminho também não parece ser indesejado de todo para a direcção da SAD. Quanto mais rotação de jogadores, mais empresários, mediadores, fundos, comissionistas, administradores e até familiares contentes.

Se juntarmos a estas duas vontades, a necessidade premente de facturação, cuja emergência pode ser mais grave ou não, consoante a garantia mínima do 2º lugar no campeonato, e consequente acesso directo à Champions, temos em vista mais uma revolução para a época 2016/2017.

Do actual plantel, apenas 3 jogadores, sim isso mesmo, três jogadores têm mais de 3 épocas como séniores no FC Porto: Helton, Varela e Herrera. Sendo bastante provável a saída de Varela, e Herrera um dos activos mais valiosos do plantel, arriscamo-nos a começar a próxima temporada com 1 jogador (de banco) que saiba minimamente o que é uma equipa do FC Porto. Uma equipa que entre em todos os jogos com fome de vencer.

Como se pode criar uma equipa vencedora, quando os jogadores dessa equipa não sabem o que é vencer juntos?
    «No FC Porto o mais importante é perceber o espírito daquele grupo e aquela vontade de ganhar. Havia jogadores como o João Pinto e o Jaime Magalhães que tratavam logo de passar a mística do clube», diz Latapy numa entrevista saudosista sobre a sua passagem pelas Antas.
Quem vamos ter nós em campo para passar este espírito que Latapy refere? Só mesmo se pusermos Casillas a recordar os seus bons tempos no Real e na La Roja!

Dir-me-ão que no tempo do Artur Jorge e do Mourinho se fizeram profundas limpezas de balneário, com brilhantes resultados. Verdade!

Contudo, os jogadores no tempo do Artur Jorge, ou Mourinho, quando vinham para o Porto, não era apenas para brilhar nos jogos de Champions por um par de anos, o suficiente para adquirir um bilhete para um colosso da Europa. Eram jogadores que olhavam para os colegas de balneário e sentiam que tinham que lutar e suar muito para lhes ganhar o respeito (e o lugar). Ter sentados ao seu lado João Pinto, Jaime Magalhães e André, ou Vitor Baia, Paulinho Santos e Jorge Costa pesa no espírito de um jogador que chega ao clube. A experiência e os títulos dos mais velhos valoriza a camisola que vestem. E no momento da derrota, acredito que seria muito complicado olhar nos olhos qualquer um destes nomes.

Não sendo possível fabricar títulos para os que cá estão, podemos no entanto começar por tentar fabricar uma equipa para os ganhar. Assim, o primeiro passo para o sucesso da próxima época não é começar de novo do zero, acreditando em milagres e milagreiros. Não é contratar uma dúzia e meia de jogadores, cedendo duas outras. O primeiro passo para o sucesso será estabilizar uma estrutura base de equipa que possa receber e integrar novos colegas. E nas saídas, apostar no critério, com prioridade para quem sonha acordado com outras camisolas mais mediáticas.

Há posições orfãs de jogadores, e outras com jogadores a mais. Há jogadores do clube cá dentro sem qualidade suficiente para envergar a camisola, e outros jogadores do clube lá fora a esbanjar qualidade em equipas adversárias. Antes de se queimarem milhões em incógnitas e enchendo bolsos alheios, aposte-se no que já é nosso. Os rumores dos regressos de Ótavio e Rafa a confirmarem-se, são um passo no caminho certo.

A pintura do nosso presente pode não ser a mais bonita. Mas antes de terraplanar tudo, aproveitemos os alicerces. Foi sobre eles que crescemos e nos tornamos em quem somos.

Falando em alicerces, li recentemente esta declaração de Lucho Gonzalez:
    "... Tinha a ideia de acabar a carreira no FC Porto, mas depois fui para o Qatar e agora estou no River."
Se dúvidas haviam quanto à vontade do El Comandante em debandar da equipa a meio da temporada de 2014/2015, penso que ficam esclarecidas com esta frase. Quando Lucho voltou ao Porto, foi para ficar. Alguém lhe abriu a porta dos fundos e o convidou a sair.

Mais do que especular sobre causas, culpas ou responsáveis, deveríamos reflectir se não seria um investimento muito mais seguro mantermos na equipa uma voz respeitada, uma cabeça de génio, e uns pés de qualidade, mesmo que com menos velocidade, e só jogando a espaços, do que esbanjar 4 milhões em porteiros de discoteca vindos da Madeira?

8 comentários:

  1. As vendas astronómicas no reino do DRAGÃO aumentaram o passivo e trouxeram resultados desportivos miseráveis.
    NÓS OS PORTISTAS vamos continuar a defender, apoiar e sofrer por este fcporto de comissionistas familiares? NEM PENSAR.
    Não acredito na regeneração de PC. Vamos continuar a perder.
    Venha, antes que seja tarde, Vítor Baía para presidente, DO MEU, DO TEU, DO NOSSO FCPORTO.

    Luís (O do José Peseiro)

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  2. Estás na mouche, Hugo Mota. No que toca ao Luis também. Uma direcção de futebol que em três anos despede dois treinadores a meio, metendo um interino Luis castro, outro que ninguém sabe o que é José Peseiro, ao mesmo tempo que roda nestes três planteis uns 40/50 atletas, dentro destes manda ou deixa sair dois capitães de equipa também a meio da época (Wtf?!)

    Quando aconteceu com o Luis, ficámos todos, este gajo salta do barco a meio, que é isto? Culpa dele! Rato! Traidor! Merdas!

    Mas se tornarmos a ler em cima, se virmos o contexto todo, a rotação inacreditável do plantel, tem algum jeito deixar sair um captado em janeiro, quanto mais dois capitães em três anos?

    O problema está nos jogadores mesmo? Será?! Mas há algum capitão que aguente levar com 20 gajos que nem seis meses de casa tem, quanto mais anos, para terem a noção de alguma coisa??

    A direcção decide, não é?

    E que vemos das decisões? A culpa não morre nunca solteira. Os treinadores são claramente os bodes expiatórios.

    Há algum treinador que aguente hoje em dia? Desde adriaanse que são isolados, deixados sozinhos perante tudo e todos, em condições globais cada vez piores e mais adversas!

    Depois, os capitães. Quanto menos houver criterio no balneário, melhor. Quanto mais rotação melhor.

    Gestão de futebol, com todos os sinais errados para fora. Não falha um!

    Os resultados como podem ser bons se os sinais são todos maus?

    Estou-me a cougar para as comissões, os filhos, os enteados, ou o Diabo a quatro. Quero quem saiba gerir futebol. Nem exijo que seja uma gestão à Porto. Só peço que haja gestão, porque isto a que temos assistido não é nada.

    Não é nada mesma, andamos sem um rumo, completamente à deriva.

    Por mim, para mim, o Lucho não foi rato nenhum. Foi posto fora do clube por quem quis desviar a atenção de um trabalho incompetente e danoso. Foi fácil lançar boatos no jogo sobre o lucho vaidoso que não admitia ir para o banco, a seguir o boato que não gostava do treinador, por último a campanha do "lucho está velho e tira o lugar ao quintero". A seguir, não foi chuto no cu, foi o jogador que quis sair porque ia ganhar muito dinheiro. Eu se fosse ao lucho, se me dizem que estou gasto, velho, e que impeço a equipa de crescer, que fazia bem era em sair, fazia diferente. Ficava. Mas eu sou sócio do Porto há 31 anos. Ele é profissional de futebol. Não gosto do que fez, não. Mas não é a ele que eu critico, é a quem sequer admitiu que sair a meio do ano, era SEQUER uma possibilidade!!!!

    Algum dia um director de futebol, ou o nosso presidente deixaria sair o capitão de equipa a meio do ano? Mas algum dia?!? Jogador não tem querer, obedece ao que interessa a equipa!

    Mas que merda é esta, já chegamos à madeira ou que? Que eu saiba isto é o FC Porto!

    Ou então, já não.

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  3. Parabéns pelo texto, Hugo. (Mais) uma excelente análise. Incisiva, straight to the point. Nem sei como consegues. :)

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  4. Caro Hugo Mota,

    Parabéns pela excelente redacção. Longe vão os dias em que os jogadores viam o Futebol Clube do Porto como mais do que um clube de transição. Ainda existe esperança no futuro, mas pouca, principalmente tendo em conta a actual política.

    Danilo Pereira chegou através de um negócio onde até o Portimonense está envolvido. Tem bom discurso, mas a pressão dos interessados no dinheiro pode levá-lo à saída.

    Rúben Neves cresceu no clube, mas o clube já fez questão de alienar 5% num processo de renovação que deve ter sido tão difícil que até precisamos de um intermediário para negociar com o jogador.

    Ambos já são vistos como possíveis escapatórias ao castigo do fair-play financeiro. Nesse meio, há sempre quem ponha a mão no prato e reclame uma parte.

    André André chegou há pouco e fala à Porto. Tenho esperança que possa ficar no clube durante muito tempo, mas nunca fiando.

    Por mais 4 anos assistiremos a isto. Preocupa-me o que uma nova direcção irá encontrar em 2020.

    Um abraço.
    Porta 26, em blogporta26.blogspot.pt

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Na linha do que escrevi no meu último post, não poderia estar mais de acordo com o Hugo Mota, quando ele refere:

    “Não é contratar uma dúzia e meia de jogadores, cedendo duas outras. O primeiro passo para o sucesso será estabilizar uma estrutura base de equipa que possa receber e integrar novos colegas. E nas saídas, apostar no critério, com prioridade para quem sonha acordado com outras camisolas mais mediáticas.”

    Esse é para mim um dos pontos fundamentais. O plantel não é tão mau como pintam, há efetivamente 4 ou 5 jogadores de um nível miserável, mas há uma série de jogadores que não sendo de top valem muito mais do que aquilo que têm demonstrado. Não creio que uma revolução de mandar 15 embora e ir buscar outros 15 vá resolver grande coisa.

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  7. Luís Assis30 março, 2016

    Tudo muito bem mas convém não esquecer que o Lucho foi o primeiro a abandonar o barco na altura em que a sua presença era mais necessária, não como jogador pois já não reunia condições para tal, mas como líder de grupo...e depois alguns (milhares) de petrodólares até vieram a calhar...
    Parece é que aselhice tomou conta do nosso clube. Acabo de ver o jogo de andebol na TV dos galináceos e foi incrível a maneira como perdemos, inclusivamente, com 9 ou 10 falhanços de livres de 7 metros!!! Alguns deles foram caricatos como o que dava a vantagem de 3 golos a pouco mais de um minuto do fim, outro a 4 segundos do fim que daria a vitória final e ainda outro no último suspiro do prolongamento que daria novo período extra!!!
    Saudações Dragonianas

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  8. estamos a saque... O resto é treta, amigos...

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